terça-feira, 23 de dezembro de 2008

OFF: Agora, só em 2009

Pessoal, Leandrus escreve para lhes comunicar que o post sobre o Flamengo foi o último de 2008. Agora, o blog só será atualizado no ano que vem, muito provavelmente no dia 5 de janeiro.

Então, este é o momento de desejar a todos vocês que visitam este espaço um Feliz Natal e um ótimo 2009, com muita paz, saúde, sucesso, dinheiro e o que mais vocês quiserem de bom. E também aproveito para agradecer a todos que acompanharam este blog, que fará um ano em fevereiro do ano que vem. Não quero citar alguns nomes para não ser injusto com alguém; por isso agradeço de coração a todos aqueles que leram e comentaram em meus posts, desde aqueles que passaram por aqui quando esta página ainda estava engatinhando até os que começaram a visitá-la no meio ou no final do ano. Agradeço também aos que me adicionaram no msn e/ou no orkut e se comunicaram comigo através de e-mails. A força e a ajuda de vocês foram muito importantes para que eu prosseguisse com este blog; e sinceramente, por mais clichê que seja falar isso, nem achei que ia gostar mesmo de escrever sobre futebol e F-1 e até mesmo fazer novos amigos virtuais.

Então, nos vemos no ano que vem! Como diria Téo José, “um forte abraço e cuide-se bem!” Ateh!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Fim de ano com um gosto amargo

Para o Flamengo, 2008 pode ser visto de duas maneiras: uma delas, mais otimista, é a de um clube que voltou a figurar entre os grandes do Brasil; a outra, mais melancólica, é a de um time que colecionou vexames que certamente ficarão marcados na história do clube.

Se em 2006 e em 2007 o Flamengo voltou a ser destaque nacional de maneira positiva com a conquista da Copa do Brasil e a 3º posição no Brasileirão, respectivamente, 2008 foi o ano em que o Flamengo voltou a ser considerado um dos melhores times do Brasil. Após manter a base de ano anterior e reforçar o elenco nas posições consideradas carentes, o Flamengo não só foi considerado um dos favoritos ao título do Carioca como também do Campeonato Brasileiro, além de estar no grupo dos que prometiam chegar longe na Libertadores. É necessário lembrar que rebaixamento foi uma palavra que, diferentemente dos últimos anos, não foi dita na Gávea durante toda a temporada, já que o time sempre esteve brigando pelas primeiras posições no campeonato nacional. Por último, o rubro-negro carioca teve sua melhor pontuação no Campeonato Brasileiro desde que a fórmula de pontos corridos foi adotada: com os 64 pontos conquistados, terminou na 5º posição.

Porém, provavelmente isso será esquecido por todos quando 2008 for lembrado na história do Flamengo. Isso porque, embora o clube tenha conquistado mais um Estadual e tenha se juntado ao Fluminense como o maior vencedor da competição, este, de certa maneira, foi um ano decepcionante para o clube. A equipe rubro-negra falhou em diversos momentos decisivos, e poderia ter tido melhores resultados na temporada não fosse alguns tropeços históricos.

A derrota para o América-MEX em pleno Maracanã entrou para a galeria de vexames da história do Flamengo

Pior do que ter tropeçado em momentos decisivos foi ter falhado na maioria das vezes em pleno Maracanã, ou seja, diante de uma torcida que nunca abandonou o time durante o ano. Como esquecer o tropeço homérico do time na Libertadores, quando perdeu diante de 50 mil rubro-negros para o América-MEX por 3 a 0 (Maracanazzo? Oba-oba? Apagão?), dias após a conquista do Carioca e podendo perder por 2 gols, acarretando na eliminação do clube ainda nas oitavas de finais? E como esquecer a campanha do time no Campeonato Brasileiro, quando o time perdeu diversos pontos em casa? Tudo bem, perder para São Paulo, Cruzeiro e Vitória chegou a ser aceitável, já que os três estavam numa boa fase; mas empatar para a Portuguesa na zona de rebaixamento, empatar com o Goiás quando antes o Fla vencia por 3 a 0 e perder para um irregular Atlético-MG por 3 a 0 no jogo em que a torcida bateu recorde de público, com ingressos esgotados dias antes do jogo, foi inaceitável para um time que brigava pelo título. Se em 2007 o Flamengo era quase imbatível em casa, em 2008 houve momentos em que era mais fácil esperar um tropeço do time quando jogava no Maracanã.

A saída do artilheiro Marcinho em julho seguida da falta de reposição prejudicou o desempenho do Fla no Campeonato Brasileiro

Além desses insucessos que deixaram um gosto muito amargo na boca dos rubro-negros, o clube passou por diversas turbulências no ano. Por exemplo, a venda de jogadores de ataque no meio do Brasileiro (principalmente Marcinho), quando o Fla era líder disparado da competição, seguida da falta de reposição, fez com que o time caísse bruscamente de produção e conquistasse míseros 2 de 21 pontos possíveis; isso fez com que houvesse forte revolta da torcida, com direito a invasão de alguns torcedores em pleno treinamento. Some-se isso a suposta agressão a prostitutas numa festinha particular promovida por alguns jogadores, um técnico (Caio Jr.) fortemente pressionado pela torcida e não muito bem aceito por alguns jogadores, reforços que não renderam o esperado (Jônatas, Fierro, Josiel e até mesmo Kléberson) e declarações inoportunas do presidente Márcio Braga e será possível entender porque muitos rubro-negros passaram boa parte do ano de cabeça quente.

Num ano de altas expectativas, os tropeços, e por quê não, vexames na Libertadores e no Brasileirão fizeram com que o Flamengo terminasse o ano sem uma vaga na maior competição das Américas e sendo extremamente criticado por torcedores e imprensa. Tudo bem, comparado a anos anteriores, o Fla mostrou uma ótima evolução (um 5º lugar no Campeonato Brasileiro seria muito comemorado em outras épocas), tanto que o clube voltou a ter jogadores convocados para a Seleção: Léo Moura foi convocado para um amistoso em fevereiro e Juan, para dois jogos das Eliminatórias; mas, por ter tido tantas decepções, principalmente durante o 2º semestre, o que predomina é uma visão negativa do ano e de que o desempenho do time poderia ter sido melhor.

Fotos: 1ª e 2ª - globoesporte.com/ 3ª - esporte.ig.com.br

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Um ano de altos e baixos

Se 2008 prometia ser um grande ano para Renato Gaúcho, o mesmo valia para o Fluminense. O clube das Laranjeiras havia se recuperado de um 2006 decepcionante com a conquista da Copa do Brasil e a 4º posição no Campeonato Brasileiro em 2007, e finalmente voltaria a disputar a Libertadores, motivo de muito orgulho para seus torcedores. Com o término da temporada, pode-se dizer que foi um ano tanto de alegrias quanto de decepções para os tricolores.

O Fluminense, junto com o Flamengo, era o favorito para conquistar o Carioca, já que havia mantido seus melhores jogadores e havia se reforçado muito bem, com destaque para as contratações do argentino Conca e do chamado “Três Tenores”, como foi apelidado o novo trio de ataque formado por Washington, Dodô e Leandro Amaral. Porém, o desempenho tricolor foi frustrante: Renato Gaúcho passou a competição toda tentando achar a formação ideal da equipe, principalmente porque não conseguia encaixar os três atacantes juntos em campo. Quando percebeu que isso não era possível, já havia sido eliminado da Taça Guanabara. O treinador ainda teve a vida facilitada pela volta forçada de Leandro Amaral para o Vasco, mas ainda assim não levou o time à final da competição. De positivo, a goleada por 4 a 1 em cima do Flamengo na TG e o fato de a competição ter servido como teste para a Libertadores.

O gol da classificação para as semifinais da Libertadores marcado por Washington já nos acréscimos pode ser considerado um momento marcante na campanha do Fluminense neste ano

E foi mesmo na Libertadores que o Fluminense teve seu grande momento no ano. Embora tropeçasse de vez em quando no Carioca, o time dava show no torneio continental. Enquanto o rival Flamengo era campeão estadual e logo depois eliminado vergonhosamente do principal torneio das Américas, o Fluminense comemorava vitórias épicas e históricas em cima de São Paulo e Boca Juniors, que colocaram o clube na final do torneio e em evidência internacionalmente depois de um bom tempo.

O adversário da final era a LDU, clube para o qual o Flu não havia perdido na fase de grupos. O time perdeu por 4 a 2 no Equador e venceu por 3 a 1 no Rio, mas acabou sendo derrotado nos pênaltis diante de um Maracanã lotado e mesmo após sensacional exibição de Thiago Neves em ambos os jogos. No geral, o Flu jogou melhor, mas prejudicou e muito a atuação do time nos primeiros 45 minutos no jogo na casa da LDU, quando o tricolor carioca foi para o intervalo já perdendo por sonoros 4 a 1. Um triste fim após uma campanha tão bela e marcante feita pelo time, que, embora não tenha terminado como os torcedores desejavam, não pode ser facilmente esquecida.

Restou ao time disputar o Brasileirão. Mas como encará-lo com um elenco abatido pela perda do título, um técnico criticado pelas suas declarações infelizes antes da final do torneio continental e pela discutível decisão de colocar o time reserva enquanto o clube disputava a Libertadores, o que deixou o time quase na última posição? Conseguindo apenas resultados medianos, Renato Gaúcho foi demitido. Cuca foi colocado em seu lugar, o que se mostrou uma péssima decisão desde o início: o treinador estava tão abatido quanto Renato em virtude de seus insucessos em 2008 e só piorou a situação do time. Este período, entre julho e setembro, foi o pior do clube no ano, quando poucos jogavam bem, Thiago Neves e Cícero haviam se transferido, Dodô, brigado com todos, já havia ido embora, e o time se via cada vez mais próximo do rebaixamento.

Mas René Simões trouxe a paz de volta às Laranjeiras. O técnico, que assumiu o time em outubro sob muita desconfiança, fez um excelente trabalho, recuperou a auto-estima do time e foi essencial na recuperação de jogadores como Arouca, Tartá, Maicon e Romeu. Dos 30 pontos possíveis, 18 foram conquistados, com destaque para o empate com o São Paulo em pleno Morumbi na penúltima rodada que quase botou água no chope do tricolor paulista. O time, único carioca a terminar o campeonato em festa, salvou-se do rebaixamento e ainda se classificou para a Sul-Americana (o que não é motivo de tanto orgulho, mas...).

Enfim, foi um ano de altos e baixos para os tricolores, que tiveram de conviver com diversos sentimentos durante 12 meses. O time, merecidamente, manteve René Simões no cargo, mas já perdeu peças importantes, como Thiago Silva, que finalmente se transferiu para o exterior, e Júnior César e Washington, que foram para o São Paulo (os “Três Tenores” foi literalmente dissolvido). Luis Alberto e Arouca também devem deixar o clube. Mais do que nunca, com a ajuda de seus parceiros, o Fluminense terá de reconstruir bem o seu elenco para não sofrer como durante boa parte do segundo semestre.

Fotos: 1ª - globoesporte.com/ 2ª e 3ª - esporte.ig.com.br

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A síndrome continua

O objetivo era acabar com a fama de “time do quase”; porém, isso não foi possível. Assim como em 2007, o Botafogo foi vice do Carioca, caiu nas semifinais da Copa do Brasil, ficou perto de conquistar uma vaga na Libertadores e foi eliminado na Sul-Americana por um time argentino. Novamente se viu envolvido em algumas polêmicas e terminou o ano em séria crise.

Havia muita desconfiança no início do ano por uma série de fatores: o time havia perdido peças importantes como Dodô, Zé Roberto, Juninho e Joílson; a diretoria havia formado uma equipe mais barata, com jogadores que estavam meio sumidos como Zé Carlos, Wellington Paulista e André Luis, outros desconhecidos, como Edson e Fábio, e até mesmo alguns renegados pela torcida, como Alessandro. Além disso, apostava em jogadores estrangeiros de qualidade duvidosa, como Castillo, Ferrero e Escalada.

Para quem passava por uma reformulação na equipe, o Botafogo foi muito bem no Carioca. O time se acertou rapidamente, conquistando belas vitórias nos dois turnos da competição. Wellington Paulista e Lúcio Flávio comeram a bola no campeonato. Chegou à final do Estadual e perdeu para o Flamengo nos dois jogos, mas mostrando muita disposição e luta. Porém, o que irá ficar marcado é a reclamação do clube após a derrota por 2 a 1 para o Fla na final da Taça Guanabara, com direito a entrevista coletiva com todos os jogadores reunidos sem terem tomado banho e renúncia de Bebeto de Freitas.

Cena marcante no ano: a revolta alvinegra após a derrota para o Fla na final da Taça Guanabara

O que isso trouxe para o Botafogo? Nada de bom. O alvinegro carioca tinha um belo desempenho no ano até então, e manchou boa parte do que tinha feito ao reclamar exageradamente da arbitragem. Seria mentira falar que não houve erros que prejudicaram o time de Cuca naquele 24 de fevereiro. Mas é bom lembrar que alguns dos erros apontados por jogadores e dirigentes não aconteceram e que também houveram erros que prejudicaram o Flamengo. Só restou mesmo a fama de time chorão, que agora permanecerá por um bom tempo.

Ainda restava a Copa do Brasil no 1º semestre. Mas o Botafogo não fez uma campanha tão boa. Tudo bem, chegou à semifinal, mas sem convencer muito e tropeçando fora de casa contra times inferiores como River-PI e Portuguesa. Mesmo lutando muito, perdeu para o Corinthians na decisão por pênaltis diante de um Morumbi lotado.

O clube só voltou a ter destaque nas páginas policiais, quando André Luis foi preso após uma grande confusão no jogo contra o Náutico no Estádio dos Aflitos. O clube só voltou a se destacar nas páginas esportivas quando Ney Franco assumiu a equipe, após o fracasso de Geninho, que não substituiu Cuca a altura após a eliminação do clube da Copa do Brasil. O treinador, que havia pego o time quase na zona de rebaixamento, levou-o a incríveis 11 jogos sem perder no Brasileirão. O Botafogo, muito bem armado em campo, chegou a estar ma 4º posição no campeonato e parecia ser um sério candidato a uma vaga na Libertadores. Só parecia, pois o time começou a perder pontos preciosos para times que estavam na parte de baixo da tabela, como Náutico, Portuguesa, Vasco e Santos e foi caindo pelas tabelas. Dessa maneira, a Copa Sul-Americana passou a ser priorizada.

Talvez o dia 1 de outubro tenha sido um dos mais importantes do Botafogo esse ano. Foi quando o time enfrentou o América de Cali pela Sul-Americana em casa e o derrotou por 3 a 1, conseguindo a classificação para a próxima fase após suportar forte pressão do adversário nos minutos finais; se o time colombiano marcasse um gol, o time carioca seria eliminado da competição. Isso provou que a dolorosa eliminação na edição anterior da Sul-Americana estava superada.

Mas não teve jeito; o Botafogo voltou a ficar marcado negativamente numa edição da competição continental sem ao menos ter chegado na final do torneio. Tudo por causa da cena ridícula de André Luis no jogo que eliminou o time carioca da competição, quando o zagueiro tomou furiosamente o cartão amarelo das mãos do juiz. No mínimo, um lance bizarro, que só serviu para reafirmar a já famosa frase: “Tem coisas que só acontecem com o Botafogo”...

O que restou no final do ano foi um time novamente sem títulos e pior, afundado numa crise financeira que atrasou absurdamente o salário dos jogadores e tirou o foco da equipe no Brasileirão, fazendo com que o time perdesse vários jogos, dos mais fáceis até os mais difíceis. Como consolo, o Botafogo ainda derrotou o Palmeiras em pleno Palestra Itália na última rodada e terminou o campeonato na 7º posição, a melhor do clube desde 1995. Mas isso de pouco adiantou, já que o fantasma do “quase” continua atormentando o clube. Pelo menos não se viu em campo um time sendo eliminado das competições de forma humilhante: o botafoguense dessa vez pelo menos teve um pouco mais de dignidade.

Quanto aos jogadores: Lúcio Flávio, Túlio, Diguinho (que conseguiu jogar ainda melhor do que em 2007), Renato Silva (que subiu demais de produção) e Wellington Paulista foram os destaques do ano. Castillo e Renan finalmente deram segurança ao gol alvinegro. Thiaguinho foi a surpresa do ano. Carlos Alberto conseguiu mostrar um bom futebol e ajudou a equipe em certos momentos, mas, como sempre, saiu do clube pela porta dos fundos. As contratações estrangeiras acabaram não vingando, sendo Castillo a exceção e Escalada, a piada. Mas as contratações infelizes não foram só essas: Túlio Souza e Gil também decepcionaram. Mas esse último já não engana mais ninguém mesmo...

Fotos: 1ª e 4ª - globoesporte.com/ 2ª - www.estadao.com.br/ 3ª - www.lancenet.com.br

sábado, 13 de dezembro de 2008

Chances de ouro

Tendo poucas opções no mercado e visando o início do planejamento para 2009, Vasco e Flamengo já decidiram quem serão seus comandantes no próximo ano (pelo menos inicialmente): Dorival Júnior treinará a equipe de São Januário e Cuca, a da Gávea.

A escolha do Vasco foi excelente; como o Corinthians, contratou um técnico para treinar um time na Série B quando este poderia perfeitamente comandar uma equipe da Série A. Um dos melhores nomes da nova geração de técnicos, Dorival se saiu muito bem no São Caetano, Cruzeiro e Coritiba, por exemplo, e levou alguma de suas equipes a um patamar que poucos esperavam. Já mostrou que pode fazer ótimos trabalhos de reformulação, justamente o que o Gigante da Colina precisa depois de um ano tão trágico como 2008.

A contratação do Flamengo já é mais arriscada. Cuca fez bons trabalhos até 2007, mas 2008 foi um ano negro em seu currículo: não foi mal no Botafogo, mas teve um desempenho decepcionante no Santos e no Fluminense, deixando ambos os times em péssima situação no Campeonato Brasileiro. Ou seja, pelo seu retrospecto nesse ano, terminar o ano como o escolhido para comandar o Fla no ano que vem foi um verdadeiro presente de natal. Pesa também o fato de ainda não ter conquistado um título como treinador e ter sérios problemas no aspecto psicológico. Mas se saiu muito bem no Goiás em 2003 e só não foi campeão com o alvinegro carioca em 2007 porque, como diz o ditado popular, tem coisas que só acontecem com o Botafogo...

Com certeza tanto Dorival Júnior quanto Cuca receberam chances de ouro; o primeiro pode ficar marcado como o técnico que levou o Vasco de volta à Série A, e o segundo pode ser lembrado como o treinador que colocou o Flamengo de volta aos trilhos e que compensou o decepcionante 2008 que o clube teve. De qualquer maneira, ambos terão muito trabalho pela frente, e já devem começar a trabalhar nos próximos dias, analisando e adiantando as contratações, dispensas e renovações de que suas equipes necessitam.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Do céu ao inferno

2007 foi um ótimo ano para o Renato Gaúcho: o ex-jogador conquistou seu primeiro título como treinador ao conquistar a Copa do Brasil com o Fluminense, assegurando dessa maneira uma vaga na Libertadores do ano seguinte, e ainda levou o time à 4º posição do Campeonato Brasileiro, o que também dava direito ao clube de ir à competição continental, mesmo sabendo que o elenco tinha poucas pretensões no torneio nacional. Renato tornou-se muito respeitado e as expectativas para 2008 eram as melhores possíveis. Mas as coisas não saíram como planejadas.

O treinador teve dificuldades para armar o Fluminense no começo do ano e acabou decepcionando no Carioca, não conquistando nenhum dos dois turnos e ficando de fora da final da competição. Porém, fez ótima campanha na Libertadores, ajudou a colocar o nome do clube em evidência fora do país, derrotou os temidos São Paulo e Boca Juniors de forma épica, mas perdeu na final para a LDU na decisão por pênaltis, em pleno Maracanã.

Foi um duro golpe para Renato Gaúcho. O técnico virou motivo de chacota por causa de polêmicas declarações antes dos jogos contra a LDU. Tudo bem, talvez elas tenham sido mal-interpretadas ou não expressaram bem o que o treinador queria dizer, mas a verdade é que foram fortes demais, deixando um ar de provocação no ar, e inoportunas para o momento. Extremamente abatido, o treinador não conseguiu recuperar o Fluminense na competição que lhe restava, o Brasileirão, e foi demitido.

Apenas uma das inúmeras brincadeiras feitas com Renato após a perda do título da Libertadores

Depois de tanto estresse, talvez a melhor coisa a ser feita fosse mesmo descansar e se preparar para o ano seguinte. Afinal, por maior que fosse a decepção por não ter conquistado a Libertadores, o fato de ter levado o clube à final da competição não poderia ser esquecido; Renato teve os seus méritos e deve ser respeitado por isso. Com certeza teria mercado em 2009 e algum clube forte iria contratá-lo. Mas ele assumiu um risco e aceitou o desafio de comandar um decadente Vasco um mês depois de ser demitido do Flu.

O começo foi difícil, assim como toda a trajetória do clube até a última rodada. O time era limitado, estava visivelmente abatido e, embora Renato tentasse de tudo, demorou a engrenar. Prova disso é que só foi conquistar a primeira vitória na sua sexta partida no comando da equipe, mesmo após boas exibições contra Sport e Flamengo. No final das contas, o treinador até fez um bom trabalho, reagindo no final do campeonato. Mas acabou num cenário parecido com o da Portuguesa: fez boas partidas, mas, prejudicado pelo desespero que bateu no time nos últimos jogos e pelos resultados ruins da era Antônio Lopes e principalmente da era Tita, não resistiu e acabou rebaixado.

Aí fica a pergunta: não seria melhor ter se preservado para 2009? Na verdade, isso já era discutido no momento em que resolveu treinar o Gigante da Colina. Talvez sim, justamente por ter agora seu nome associado à tragédia que ocorreu ao clube e ter se desgastado mais ainda. Mas é importante lembrar que era uma ótima chance do técnico se recuperar, e ele quase conseguiu isso; mas, por inúmeros fatores, como limitação do elenco e tropeços em São Januário, não foi possível se salvar do descenso.

A verdade é que, em um ano, Renato Gaúcho foi do céu ao inferno. Cada um ficará com uma impressão diferente sua, mas ele não pode cair no esquecimento por causa das decepções que teve esse ano, como não deverá acontecer (comenta-se que o Grêmio deseja contratá-lo caso Celso Roth não renove), pois também mostrou ser um ótimo treinador e que tem muito futuro. O certo é que deve pensar nos erros que cometeu, principalmente nas suas declarações desastradas, para que cresça como técnico. E por favor, pare de ficar abatido a cada derrota: ninguém vai querer um comandante mais desanimado que os jogadores.

Foto: www.kibeloco.com.br

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Ele não foi o maior culpado

Cena comum nos últimos meses: torcida do Fla desejando a demissão de Caio Jr.

Não teve jeito: Caio Jr. não é mais técnico do Flamengo. A demissão não foi surpreendente, já que sua relação com a torcida do clube estava totalmente desgastada e o time que dirigia não conseguiu a classificação para a Libertadores após ter tido diversas chances para se classificar para a competição.

Em certas ocasiões, até que a torcida teve razão em criticar o treinador. Em alguns jogos, Caio Jr. tomou decisões precipitadas, como na fatídica derrota para o Atlético-MG no Maracanã, quando insistiu em Sambueza jogando na ala esquerda até o fim da partida, não colocando um lateral de origem na posição, e jogando o garoto Erick Flores na fogueira; falhou também ao muitas vezes deixar um irreconhecível Kléberson em campo. Isso para não falar quer era nítido em vários momentos do campeonato que seu time não conseguia jogar quando Juan e/ou Léo Moura não atuavam bem ou eram bem marcados; o ex-técnico do Palmeiras nunca achou uma maneira de desafogar o jogo nas laterais (neste caso, deve-se lembrar que as más atuações de Ibson e Kléberson atrapalharam a sua vida). Para piorar, Caio nunca conseguiu controlar focos de insatisfação na equipe; por exemplo, não conseguiu acalmar os ânimos do já citado Ibson, Cristian e Jônatas quando estes mostravam descontentamento por serem substituídos ou barrados.

Mas Caio não pode ser usado como bode expiatório, pois não foi o culpado da decepcionante campanha do Fla. Se chegou a errar em algumas substituições ou na escalação do time, é verdade que muitos jogadores não corresponderam durante o campeonato. Jogadores como Sambueza, Dininho, Fierro e Josiel não mostraram a que vieram, servindo apenas como meras opções no banco; Kléberson não mostrou todo o seu potencial, Jônatas foi uma piada e Ibson só foi melhorar na reta final do campeonato. Isso atrapalhou e muito a formação de um time durante o Brasileirão. A torcida do Flamengo sempre reclamava das escolhas de Caio Jr., mas se alguém perguntasse a formação ideal do time para 5 ou 7 torcedores, certamente não haveria uma escalação igual, e sim um criticando o outro pelos jogadores escolhidos; isso ocorreria justamente porque foi uma tarefa bem ingrata achar a equipe ideal durante a competição, o que de fato não aconteceu.

Além disso, é importante lembrar: nem sempre a culpa das derrotas do Flamengo em casa foi de Caio Jr. Por exemplo, a derrota para o Cruzeiro ocorreu após desatenção do sistema defensivo do Fla nos dois gols num curto espaço de tempo e contusão de Diego Tardelli após as três substituições já terem sido feitas; na derrota para o Vitória, houve um gol legítimo de Tardelli anulado pela bandeirinha quando o jogo ainda estava 0 a 0. Já no incrível empate contra o Goiás, Jaílton (duas vezes) e Fierro falharam clamorosamente nos gols do adversário.

Por último, ainda teve a famosa janela do meio do ano que levou praticamente o ataque do Flamengo. É verdade que àquela altura do campeonato Souza estava em má fase, mas Renato Augusto vinha bem e Marcinho era o artilheiro do campeonato. A diretoria demorou demais a repor as peças perdidas, Tardelli, eventual substituto dos jogadores vendidos, machucou-se, e o resultado disso foram 2 pontos conquistados de 21 possíveis.

Caio Jr. obviamente não era um treinador perfeito, mas não se pode colocar toda a culpa do que aconteceu no Campeonato Brasileiro em suas costas. É um bom e jovem técnico, que tem suas deficiências mas ainda pode corrigi-las. De qualquer maneira, é bom já pensarem em quem colocar no cargo. A torcida e a diretoria do Flamengo deseja um técnico “top”, mas talvez Luxemburgo não saia do Palmeiras, há poucas peças disponíveis no mercado, nem todas de boa qualidade e Felipão e Muricy, merecidamente elogiados por todos, não irão para o Flamengo, pelo menos neste momento. Contratar um novo técnico não será uma tarefa das mais fáceis; rubro-negros, torçam para que não surja um Júlio César Leal da vida, senão já podem encomendar a faixa “Volta Caio Jr”...

Foto: globoesporte.globo.com

domingo, 7 de dezembro de 2008

Final previsível de um campeonato imprevisível


Este último Campeonato Brasileiro pode ter sido o mais disputado e imprevisível dos últimos anos, mas a última rodada não destinou tantas surpresas. Como esperado, o São Paulo foi campeão, Cruzeiro e Palmeiras asseguraram as duas vagas restantes para a Libertadores e o Vasco realmente foi rebaixado.

O fato desta edição do Brasileirão ter sido a mais disputada dos últimos anos não impediu que o campeão fosse o mesmo do dos últimos dois anos. Com o seu futebol eficiente, o São Paulo tomou a liderança da competição já em novembro para não mais largá-la; assustou seus torcedores empatando com o Fluminense em pleno Morumbi na penúltima rodada, mas não deu sopa ao azar e, embora o gol tenha sido irregular, derrotou tranqüilamente o Goiás por 1 a 0, assegurando assim seu hexacampeonato. Um prêmio merecido para uma equipe que nunca desistiu do título mesmo quando poucos acreditavam que isso pudesse acontecer e que não perde há incríveis 18 jogos. Quando faltou regularidade aos adversários, o time de Muricy Ramalho mostrou uma impressionante, de dar inveja a qualquer um; esperar um tropeço do tricolor paulista era quase impossível na reta final do torneio, e isso foi essencial para que o time conquistasse o torneio. Restou ao Grêmio ficar com o vice-campeonato, que não pode ser desprezado: poucos imaginavam que o por vezes menosprezado time de Celso Roth chegaria em tal posição após ficar de fora da final do Campeonato Gaúcho. Com um time inferior e mais barato no papel, ficou com sobras na frente de Palmeiras e Flamengo, por exemplo, tendo um desempenho mais satisfatório do que ambos durante a competição.

Falando em Palmeiras e Flamengo...bem que o time de Luxemburgo tentou ajudar a equipe de Caio Jr, querendo coroar a última rodada com um resultado imprevisível. O alviverde paulista conseguiu a proeza de perder para um Botafogo que não vencia há 6 jogos (pior, colecionando resultados pífios contra times que lutavam para não cair) em pleno Palestra Itália. Só não houve repeteco do ano passado, quando o time não se classificou para a Libertadores após perder para o Atlético-MG dentro de casa na última rodada, porque o rubro-negro carioca não aproveitou a chance (mais uma dentre milhares), já que perdeu por 5 a 3 para o Atlético-PR (com atuação sofrível do sistema defensivo e de ambos os laterais). Um fim de campeonato melancólico para os times que mais investiram para essa temporada. Pior para o time de Caio Jr., que vai encarar uma forte revolta da torcida nos próximos dias, já que o Flamengo teve todas as chances para se classificar para a maior competição das Américas e sempre jogou a vaga pela janela. Já o Cruzeiro, após tomar um susto ao sair para o intervalo perdendo em casa para a rebaixada Portuguesa por 1 a 0, acabou goleando o adversário: 4 a 1 em cima da Lusa, e vaga assegurada para a Libertadores depois do 3º lugar no Brasileirão. É importante lembrar que o Palmeiras, por ter terminado na 4ª posição, terá de disputar a Pré-Libertadores.

E mais uma vez o Brasileirão foi cruel com um time grande. Depois da era dos pontos corridos rebaixar times grandes como Grêmio e Corinthians, o Vasco foi o novo premiado, caindo para a Segundona; algo que já era esperado, é verdade, mas que ainda era meio difícil de se acreditar. O time perdeu em casa para o Vitória por 2 a 0, mas mesmo se tivesse ganho desceria, pois todos os outros resultados foram contra o Gigante da Colina. Era um castigo que Dinamite não merecia, e o novo presidente vascaíno terá ainda mais trabalho para reerguer o clube; do mesmo jeito que a torcida fez nos últimos jogos, terá de apoiar e muito a equipe no ano que vem, porque a caminhada rumo a Série A será dura. E que não caiam no erro de começarem a louvar a era Eurico Miranda, pois o antigo presidente do clube é um dos maiores responsáveis por essa catástrofe na história do Vasco.

Tristeza tão grande quanto a do Vasco teve a torcida do Figueirense, que viu seu time derrotar o Internacional por 3 a 1 mas mesmo assim ser rebaixado. O rebaixamento do time de Santa Catarina também não foi uma grande surpresa, já que fez uma reta final de campeonato ruim (na era Mário Sérgio, apenas 1 vitória em 10 jogos, vitória essa curiosamente em cima do Vasco), mas ficou um gosto amargo pelo fato do time ter vencido os últimos 3 jogos, sob o comando de Pintado (técnico com 100% de aproveitamento mas ainda assim rebaixado; algo no mínimo curioso). O time dependia, assim como o Vasco, de derrotas do Náutico e do Atlético-PR, mas o primeiro empatou sem gols com o Santos na Vila Belmiro e o segundo, como já citado, derrotou o Fla por 5 a 3. Dessa maneira, ambos se juntam a Portuguesa e a Ipatinga no G-4 maldito.

E assim terminou o melhor Campeonato Brasileiro da era dos pontos corridos. Deixará saudades pela emoção presente a cada rodada que passava e pelos resultados imprevisíveis que deixavam todos boquiabertos. É verdade que o nível técnico da competição não foi dos melhores, mas isso não apaga o bom torneio que assistimos desde maio. Que venham mais campeonatos como esse!

Foto: esporte.ig.com.br

sábado, 6 de dezembro de 2008

Tentando evitar uma tragédia

Domingo, enquanto São Paulo e Grêmio, já garantidos na Libertadores do ano que vem, estiverem disputando o título do Campeonato Brasileiro, Palmeiras, Cruzeiro e Flamengo tentarão salvar o ano conquistando uma das duas vagas para a principal competição das Américas.

Os times não pensam em outra coisa senão conseguir a classificação para o torneio. Vanderlei Luxemburgo, ao falar do jogo do Palmeiras contra o Botafogo, definiu muito bem não só o clima que envolve o jogo do seu time como também o dos seus concorrentes: “é o jogo do ano neste domingo”. Guilherme, atacante do Cruzeiro, foi mais além: segundo ele, seria uma tragédia ficar sem a vaga para a Libertadores.

Talvez o artilheiro do Cruzeiro não esteja exagerando. Os três times deram esperanças de ganhar o título do Campeonato Brasileiro ao conquistarem seus respectivos estaduais, disputaram a primeira posição do Brasileirão durante a maior parte do campeonato e possuem torcedores insatisfeitos com seus técnicos, questionando suas opções a todo o instante. Para quem sonhou em ser campeão, não se classificar nem para a Libertadores é um pesadelo, ainda mais para Palmeiras e Flamengo, que montaram elencos bem caros já planejando a conquista da maior competição nacional.

Falando do lado financeiro, a classificação para a Libertadores não dá apenas o direito a um time de participar de uma competição importante, como também dá maior visibilidade ao clube e traz certo retorno financeiro. O Flamengo, por exemplo, após investir bastante no elenco deste ano, já contava com a classificação para a competição do ano que vem; tanto que o planejamento do clube para 2009 há muito tempo conta com a arrecadação de dinheiro proveniente do torneio continental.

E para desespero de Kléber Leite e cia., é bom o Flamengo já ir arranjando um plano B para o ano que vem. Isso porque a equipe carioca é quem tem a missão mais difícil no domingo. Além de ter de derrotar um preocupado Atlético-PR ainda com chances de ser rebaixado na Arena da Baixada, lugar em que o Fla não vence há um bom tempo, precisa torcer por derrotas ou do Cruzeiro para a já rebaixada Portuguesa ou do Palmeiras para o já em clima de férias Botafogo. Como agravante, os times de Adilson e Luxa irão jogar diante de suas torcidas, o que facilita ainda mais a tarefa dessas equipes.

Se o Fla realmente não conquistar a vaga para a Libertadores, a diretoria que se prepare: a torcida irá ficar bem furiosa e o time vai ter que se recuperar e muito bem no ano que vem; uma novo título estadual não irá amenizar as coisas. E a mesma coisa vale para os outros dois times. O mundo irá literalmente desabar em cima do 5º colocado do Brasileirão, e conquistar a Copa do Brasil no ano seguinte virará praticamente uma obrigação.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O campeão de tudo

O resultado final foi como o esperado; mas depois do primeiro jogo, disputado fora de casa, a forma como tudo aconteceu não foi como a esperada. Em uma partida extremamente dramática, o Inter empatou com o Estudiantes por 1 a 1, após gol de Nilmar já no segundo tempo da prorrogação, e se tornou a primeira equipe brasileira a conquistar a Sul-Americana. Agora, o clube gaúcho possui no currículo o Mundial, a Libertadores, a Recopa e a Sul-Americana, sem contar os Brasileiros já conquistados. Não é mentira dizer que o Colorado tem uma das salas de troféus mais invejadas da América.

É necessário dizer que o Inter não atuou tão bem quanto se esperava. Se no primeiro tempo o time foi superior à equipe argentina, o contrário aconteceu na segunda etapa, quando o Estudiantes abriu o placar aos 20 minutos e poderia ter ampliado se tivesse aproveitado melhor o desespero e a desorganização da equipe gaúcha. Isso para não falar do azar de Tite, que colocou Gustavo Nery momentos antes do gol da equipe argentina: a substituição não trouxe benefício algum ao time, já que o (ex?) lateral-esquerdo não fez praticamente nada de útil em campo. Porém, o Inter voltou bem melhor para a prorrogação e não deu chances ao time de Veron e cia.: depois de muito tentar, conseguiu marcar através de Nilmar, aos 8 minutos do segundo tempo, num dos gols decisivos mais chorados dos últimos tempos.

Aliás, muito se fala em Alex nos últimos tempos, mas foi Nilmar o melhor jogador colorado nos dois jogos da final do torneio. No primeiro jogo, mostrou um fôlego invejável durante os 90 minutos mesmo jogando isolado no meio dos zagueiros após a expulsão de Guiñazu, e foi impondo impressionante correria que forçou um pênalti depois bem batido pelo camisa 10 do Inter. Ontem, mesmo estando bem marcado e ao lado de um Alex apagado (tanto que foi substituído por Taison numa tentativa de melhorar o time ainda na 2º etapa do tempo normal) e um D’Alessandro que foi caindo de produção durante a partida, foi muito perigoso e acabou sendo premiado com o gol que deu o título ao Internacional. É um atacante que merece ser convocado para a Seleção, já que é veloz e, mesmo sendo franzino, não tem medo de disputar bolas com os zagueiros nem de partir para cima dos mesmo.

O título veio na hora certa para o Internacional. O time prometia muito para esse ano, mas foi eliminado precocemente da Copa do Brasil e não rendeu tudo que poderia no Brasileirão. E é verdade, só por isso foi dar atenção à Copa Sul-Americana. Mas pelo menos mostrou que essa competição não pode ser desprezada e, se não é um título dos mais sonhados, pelo menos pode servir como um belo prêmio de consolação, já que não deixa de ser uma conquista continental, além de dar uma boa visibilidade ao campeão.

Foto: oglobo.globo.com

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Duplo destaque

Só por jogar contra o time que está prestes a ser campeão, o Goiás já tinha tudo para estar em destaque nos próximos dias. Mas isso parece não ter sido o suficiente: a diretoria do clube resolveu aumentar absurdamente o preço do ingresso para o jogo contra o São Paulo, que será disputado no Bezerrão, mesmo palco do jogo entre Brasil e Portugal dias atrás, alegando que os custos aumentarão por não poderem jogar no Serra Dourada. Primeiramente, foi resolvido que cada ingresso custaria 400 reais, mas quem fosse estudante ou levasse algum donativo pagaria metade do valor. Após muitas reclamações, foi acertado que haverá ingressos de 150, 200 e 250 reais; somente estudante terá direito à meia-entrada.

Incrível! Agora os clubes também estão loucos e cobram preços absurdos por jogos que não valem isso tudo. Que o presidente do Goiás não venha dizer que é a decisão do maior campeonato do mundo, porque o Campeonato Brasileiro, embora esta edição tenha sido muito disputada e emocionante, não é mesmo o melhor. Sem sombra de dúvidas há campeonatos europeus de muita qualidade, superiores aos disputados no Brasil. Isso para não falar que nem torcedor brasileiro tem esse dinheiro todo para gastar com jogos de futebol.

Nessas horas, o preço do jogo entre Fluminense e LDU no Maracanã em julho parece ter sido uma pechincha. Embora muitos tenham reclamado que o preço do ingresso subiu para 80 reais, ainda assim é bem mais barato do que qualquer um dos cobrados para o jogo do próximo domingo no Bezerrão. E era um jogo muito mais importante (assim como o campeonato), pois “somente” decidia quem seria o campeão da Libertadores, maior competição das Américas, e consequentemente definia o representante do continente no Mundial da Fifa. Uma partida dessas valia muito mais do que uma decisão do Brasileirão, certo, Pedro Goulart?

É, eu já temo pelo preço dos ingressos da Copa 2014...

Mas mesmo assim, o Goiás ainda pode ser o protagonista da rodada se não levarmos em conta o aumento do preço dos ingressos, já que o time pode fazer o que na semana passada parecia impossível e tirar o título do São Paulo e dá-lo ao Grêmio caso a equipe gaúcha vença o Atlético-MG dentro de casa. Curiosamente, o time de Hélio dos Anjos pode decidir pela 2º vez seguida o destino de uma equipe paulista na última rodada da competição: ano passado, o clube esmeraldino, após derrotar o Internacional no Serra Dourada por 2 a 1, permaneceu na Série A e rebaixou o Corinthians, que dependia de um resultado negativo da equipe de Paulo Baier e cia. para não cair. Se acabar com o sonho do tricolor paulista de se tornar hexacampeão brasileiro, pode se tornar o verdadeiro carrasco dos paulistas.

Porém, até agora só vem sendo carrasco dos pobres torcedores que querem ou queriam ir ao estádio...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Resultados imprevisíveis como o campeonato

O Grêmio foi ajudado pelo tropeço do São Paulo e ainda possui alguma chance de ser campeão

O Campeonato Brasileiro deste ano é mesmo o mais disputado e imprevisível da era dos pontos corridos. Quando todos já davam a conquista do São Paulo como certa já na 37º rodada, o São Paulo frustrou seus torcedores e, num Morumbi lotado, empatou com o Fluminense em 1 a 1, deixando a decisão do título para a última rodada.

A decepção foi grande. Talvez a ansiedade de conquistar o título diante da torcida tenha mesmo atrapalhado, como afirmou Hernanes, mas é bom lembrar que o Fluminense jogou muito bem; quem, como eu, achava que o time entraria em campo mais relaxado por já possuir poucas chances de ser rebaixado se enganou, já que a equipe carioca incomodou bastante o time da casa. Porém, o resultado não chegou a ser catastrófico para o tricolor paulista, já que ainda precisa somente de um simples empate fora de casa contra o Goiás. Por mais que o time de Muricy Ramalho possa ser contestado nos próximos dias pelo resultado inesperado diante de uma equipe que aparentemente não era tão forte, é um time eficiente e que provou na reta final de campeonato estar sempre concentrado em campo. O time não vai deixar esse título escapar com tanta facilidade.

Há quem ache que o Goiás botará ainda mais água no chope do São Paulo na semana que vem. Tudo bem, o time é perigoso, vem fazendo excelente campanha no segundo turno e tem o 4º melhor desempenho entre os 20 participantes do campeonato. Mas se quiserem tomar o jogo contra o Flamengo como exemplo de que o Goiás é uma equipe perigosa, que adaptem a partida como um exemplo perfeito de como não entregar um jogo já praticamente ganho. Porque o que o Flamengo fez ontem foi digno de um daqueles vexames imprevisíveis e imperdoáveis. O rubro-negro carioca, que fazia boa partida e vencia por tranqüilos 3 a 0 ainda no 1º tempo, resolveu ressuscitar o adversário, deixando-o marcar 2 vezes antes do intervalo. No 2º tempo, o bom time de Hélio dos Anjos conseguiu empatar a partida e ainda teve chances de virar, do mesmo jeito que o Fla quase desempatou já nos acréscimos. No final das contas, serviu muito bem para mostrar o que a equipe de Caio Jr. vem fazendo no campeonato: decepcionando a torcida nos momentos decisivos. Agora, terá de vencer o Atlético-PR fora de casa na última rodada e torcer para Cruzeiro ou Palmeiras perderem ou empatarem, o que não será muito fácil.

Mas os jogos imprevisíveis envolvendo os times de cima não pararam por aí. O Cruzeiro, provando que não rende tão bem fora de casa, perdeu para o Internacional no Beira-Rio. Até aí tudo bem, não fosse o fato do Colorado jogar praticamente com o time reserva. A equipe mineira não conseguiu tirar proveito disso como o Fluminense na rodada passada e perdeu excelente chance de garantir sua vaga na Libertadores; caso vencesse, não poderia ser mais alcançado pelo Flamengo, pois possui maior número de vitórias. Porém, também não possui motivo para se desesperar: enfrentará a Portuguesa na semana que vem em pleno Mineirão. Como o time de Adilson é forte em casa e a Lusa, já rebaixada, é fraca fora, a Raposa deverá assegurar sua vaga na competição sem maiores problemas.

Porém, a rodada foi nada surpreendente para Palmeiras e Grêmio. O primeiro empatou com o Vitória em Salvador sem gols e precisa de uma vitória em cima do Botafogo no Palestra Itália para voltar a Libertadores; uma tarefa tão fácil quanto a do Cruzeiro, já que a fase do time de Ney Franco é horrorosa por diferentes motivos e sua equipe não vence há 6 jogos. Já o Grêmio fez sua parte e derrotou o fraco Ipatinga fora de casa por 4 a 1. Com o tropeço do rival São Paulo, o tricolor gaúcho faz jus ao apelido e se mantém imortal na luta pelo título do campeonato. A não ser que o time queira ter seu momento de Flamengo, vencer o Atlético-MG é mais fácil do que o Goiás derrotar o São Paulo. Porém, de um time que já subiu para a Série A da maneira mais dramática e inesperada possível eu espero tudo, principalmente um título conquistado do jeito mais surpreendente possível...

Foto: globoesporte.com

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Mais do que crítica

A situação do Vasco é muito mais do que crítica. Depois da derrota em casa para o líder São Paulo, o clube carioca está na antepenúltima posição do Campeonato Brasileiro e, a duas rodadas do fim, não depende só de si para se manter na Série A.

A 3 pontos do Náutico, primeiro clube que está fora da zona de rebaixamento, o time precisa torcer não só por tropeços do Timbu mas também do Figueirense, com um ponto a mais do que o Vasco, e talvez até mesmo do Atlético-PR. Talvez porque a equipe de Roberto Fernandes enfrentará a de Geninho na próxima rodada nos Aflitos; caso a equipe da casa saia vencedora no confronto, a diferença entre o Furacão e o Gigante da Colina cairá para dois pontos, se o Vasco também vencer na próxima rodada.

É aí que mora o problema. O próximo jogo do Vasco será fora de casa, contra o Coritiba. Vale lembrar que a última atuação do time de Renato Gaúcho fora de São Januário foi para ser esquecida, já que o Atlético-MG impiedosamente goleou o time vascaíno pelo placar de 4 a 1. E o Coritiba não é um time fácil de ser derrotado em casa: embora tenha empatado seis vezes no Couto Pereira, foi derrotado apenas em duas ocasiões, pelo Grêmio e pelo Botafogo, quando estes vinham em excelente fase.

É nessas horas que se lamenta pontos importantes perdidos em rodadas anteriores. O Vasco não foi um bom mandante durante o campeonato. Junto com o Figueirense, foi o time que mais perdeu em casa: 7 vezes. Por exemplo, contra adversários teoricamente tranqüilos, a equipe de Renato Gaúcho perdeu em São Januário para Náutico e o já citado Figueirense, além de ter empatado contra o Atlético-PR. Também houveram tropeços a serem muito lamentados fora de casa: o time perdeu para o Ipatinga e empatou com o Sport após levar o gol já nos acréscimos.

Renato Gaúcho não irá motivar ninguém se continuar sendo o símbolo do abatimento no Vasco

Nesse momento difícil, resta ao grupo trabalhar muito para tentar consertar os erros que prejudicaram o time nas últimas partidas e entrar preparado para a próxima. Será mais importante do que nunca a defesa se acertar, Edmundo liderar a equipe, Mádson mostrar o empenho de sempre em campo e Leandro Amaral acertar a pontaria. Renato Gaúcho precisa também recuperar a auto estima dos jogadores e motivar o time para a “decisão” no próximo domingo. Ontem o treinador disse: “O astral dos jogadores quem passa para os jogadores sou eu. O Vasco está passando por dificuldades, mas não está morto. Tem muita coisa para rolar nesses dois últimos jogos.” Porém, se a todo instante se vê a imagem de um Renato Gaúcho abatido e cabisbaixo, que comandante é esse que irá motivar seus jogadores?

É difícil aceitar isso, mas é bom o torcedor vascaíno já ir se preparando para o pior. A equipe vem de duas derrotas seguidas, não depende só de si e tem um confronto difícil pela frente. Esse não é o começo que Dinamite esperava: ele, assim como a torcida, sabia que o início de seu mandato no Vasco seria muito difícil, pois encontraria um clube quase destruído pela frente. Porém, ser rebaixado logo no primeiro ano certamente não estava nos seus planos. Se o time de São Januário realmente cair, o ídolo e atual presidente vascaíno terá muita pressão pela frente, e terá de contar com muita paciência e ajuda de sua torcida. Uma revolta generalizada no momento vai adiantar pouca coisa; só irá piorar a situação.

Foto: globoesporte.com

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Praticamente definido

A torcida do São Paulo já pode ir preparando a festa; somente uma catástrofe fará o tricolor paulista perder esse título

Está praticamente definido. Com os resultados da 36ª rodada, o título já é do São Paulo. O time de Muricy Ramalho venceu um desesperado Vasco em pleno São Januário por 2 a 1 e contou com a derrota do Grêmio para o Vitória por surpreendentes 4 a 2 para abrir 5 pontos de vantagem para o time gaúcho.

Não adiantou lotar o estádio, não adiantou distribuir apito entre os torcedores, não adiantou se lançar ao ataque. O São Paulo, como de costume, não se deixou intimidar e aproveitou as brechas dadas pelo Vasco para derrotá-lo em casa. Vai ser muito difícil um time que não perde há 16 jogos, tendo ganho 11 destes, perder os dois jogos seguintes e não ser campeão, ainda mais enfrentando o já acomodado Fluminense no próximo domingo no Morumbi.

O Grêmio não conseguiu aproveitar a má fase pela qual o Vitória passava e acabou sendo goleado por 4 a 2, praticamente dando adeus às chances de título. Prejudicou e muito o time gaúcho a expulsão de Amaral quando o adversário havia empatado o jogo. Depois de um belo 1º turno, a campanha no 2º vai deixando a desejar: o time conquistou 13 pontos a menos do que o São Paulo. Some-se a isso alguns tropeços em casa, como contra Goiás e Figueirense, e será possível entender porque o título vai escapando na reta final de campeonato. Estando agora distante do líder, resta ao tricolor gaúcho se preocupar em assegurar uma vaga para a Libertadores, o que não será uma tarefa das mais difíceis, já que enfrentará o Ipatinga fora de casa e o Atlético-MG no Olímpico.

O Palmeiras fez o dever de casa e derrotou o Ipatinga em casa pelo placar de 2 a 0. Na verdade, fez mais do que a obrigação, pois enquanto seus principais adversários se enfrentavam ou tinham confrontos difíceis pela frente, o Verdão encarava o lanterna do campeonato. Pelo menos a vitória serviu para amenizar o conturbado ambiente do clube e levar o time novamente ao G4.

Se a rodada foi excelente para o São Paulo, foi catastrófica para o Flamengo. No confronto direto da rodada, o time de Caio Jr., após um 2º tempo eletrizante, perdeu para o Cruzeiro por 3 a 2 e caiu para a 5º posição, prejudicado pela vitória do Palmeiras. O time reclama da arbitragem, que deixou de marcar pênalti já nos acréscimos, quando Tardelli foi derrubado na área, mas deveria reclamar também da zaga, que dormiu nos gols do adversário, e de Juan, que perdeu um gol incrível, sem goleiro, quando jogo estava 2 a 2. Assim como a vitória do time mineiro poderia ter sido mais tranqüila se Jajá não perdesse um gol incrível quando o zero ainda não havia saído do placar.

A missão do Flamengo ficou complicada. Não que seja impossível conquistar os 6 pontos que estarão em jogo nas próximas duas rodadas, mas entre Flamengo, Cruzeiro e Palmeiras, o time carioca talvez possua os confrontos mais difíceis, pois enfrentará o Goiás em casa e o Atlético-PR fora, que dependendo dos próximos resultados talvez ainda estará brigando para sair da zona de rebaixamento. Enquanto isso, o Cruzeiro enfrentará o Inter fora, que provavelmente jogará com o time reserva e a desesperada Portuguesa em casa; já o Palmeiras enfrentará o Vitória fora (aí resta saber se o time entrará acomodado por não ter mais ou que fazer na competição) e o decadente Botafogo em casa. Além de ter confrontos mais árduos, talvez terá de torcer por tropeços dos adversários que a primeira vista dificilmente ocorrerão. Em menos de uma semana, o Fla passou do céu ao inferno, e terá de trabalhar muito para conquistar uma vaga na Libertadores. Já a vitória era tudo que o Cruzeiro queria e dá tranqüilidade à equipe para as partidas decisivas.

Foto: www.lancenet.com.br

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Define ou embola?

A próxima rodada do Campeonato Brasileiro poderá praticamente definir o campeão da competição ou embolar ainda mais a briga pelo título.

Os dois principais candidatos ao título, São Paulo e Grêmio, terão pela frente confrontos complicados. Talvez o jogo mais complicado dos três que lhes faltam. O São Paulo enfrentará um desesperado Vasco fora de casa, enquanto o Grêmio viajará até Salvador para enfrentar um decadente Vitória.

E é justamente por isso que considero a tarefa do São Paulo um pouco mais difícil. A equipe de Muricy Ramalho terá pela frente uma equipe que vinha em ascensão até ser goleado na última rodada e jogará num São Januário lotado, o que é sempre um perigo para o adversário. Enquanto isso, o Grêmio jogará contra um time que fez excelente campanha no 1º turno mas que não vence há 7 jogos; o time baiano já não assusta mais ninguém nem mesmo em casa, tendo até mesmo perdido para o Atlético-MG na última vez que jogou no Barradão.

Porém, não se pode ignorar o belo desempenho do São Paulo nas últimas 15 rodadas, tendo obtido 10 vitórias e 5 empates. Da mesma maneira, não se pode esquecer que o Grêmio não vencia fora desde agosto, só voltando a derrotar um time fora de seus domínios há poucos dias, quando venceu o Palmeiras no Palestra Itália pelo placar mínimo. Isso pode acabar pesando: o São Paulo calar São Januário, como fez no ano passado, e vencer, e o Grêmio pode tropeçar novamente. Caso isso aconteça, o título é praticamente do São Paulo. Mas o contrário pode acontecer, e as chances do Grêmio ser campeão aumentarão e muito.

E muito atrás nessa briga vem o Flamengo. Mas vamos ser realistas: por mais que muitos torcedores rubro-negros ainda confiem no título e até já torçam para o Vasco derrotar o São Paulo, conquistar o campeonato é uma missão muito, mas muito difícil no momento. Até porque, para se manter vivo no campeonato, precisa derrotar o Cruzeiro no Mineirão, algo realmente muito difícil. Caso perca, o Fla pode passar de candidato ao título a time fora do G4, o que acontecerá se o Palmeiras também derrotar o Ipatinga, o que não é uma tarefa difícil. Então, antes de secar o adversário, é melhor se preocupar com o próprio jogo.

De qualquer maneira, serão 2 horas muito tensas entre 17 e 19 horas, já que os 3 times jogarão no mesmo horário. Só tome cuidado para não ficar indeciso na hora de escolher um jogo para assistir e não ver nenhum deles direito!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Quebrou a cara

Robinho e Luis Fabiano foram os melhores do jogo, com destaque para o camisa 9, que marcou 3 vezes

Quebrou a cara quem esperava um jogo difícil entre Brasil e Portugal. Mesmo estando em desvantagem logo aos 4 minutos, quando Danny abriu o placar a favor da seleção portuguesa, a equipe de Dunga se recuperou e goleou seu adversário por 6 a 2. Um resultado pouco imaginável antes da bola rolar, mas compreensível com o que aconteceu nos 90 minutos: a Seleção mostrou um bom futebol, aproveitou os espaços e as falhas da defesa de Portugal (que foram muitas, diga-se de passagem) e simplesmente massacrou o adversário. Se antes pensava que o grande problema de Portugal era achar um homem de frente, parece que há outros a serem sanados: sem Ricardo Carvalho, a zaga da equipe de Carlos Queiroz não é das melhores.

Quebrou a cara quem pensava que o melhor do jogo seria Kaká ou Cristiano Ronaldo. O tão esperado duelo foi ofuscado pela apagada partida do português, que fez umas poucas boas jogadas no primeiro tempo e sumiu no segundo, assim como seus companheiros, e pelas excelentes exibições de Robinho e Luis Fabiano pelo lado brasileiro. Não que o ainda melhor do mundo tenha feito uma má partida, mas também não teve uma atuação tão boa quanto a de seus companheiros de ataque. O jogador do Manchester City, rápido e atrevido, infernizou a defesa adversária, enquanto o atacante do Sevilla simplesmente foi o dono da partida: marcou três vezes e provou que merece ser o atacante da Seleção. Apesar de achá-lo um excelente atacante, nunca o achei um fora de série, assim como Romário era, Ronaldo é, e Adriano pode ser se quiser; porém, vem mais do que dando conta do recado no papel de matador da equipe brasileira.

Com a boa atuação da Seleção, quebrou a cara quem esperava que a atuação do Brasil neste jogo seria o estopim para a saída de Dunga. Além de sua equipe jogar bem, sua aposta em Anderson se mostrou acertada, já que o ex-Grêmio foi uma boa opção na saída da Seleção para o jogo. E jogadores contestados, como Kléber e Gilberto Silva, não comprometeram, embora não tenham feito grandes partidas. Elano jogou muito bem e mostrou que é sim uma boa opção ao time. E se alguém queria a saída de Maicon da equipe titular, quebrou a cara também: o lateral direito da Internazionale aproveitou a má atuação de Paulo Ferreira e deitou e rolou pela direita, marcando até um gol e pasmem, acertando cruzamentos. Mas a atuação ainda não tirou da minha cabeça que Rafinha é uma melhor opção para a posição.

Enfim, quebrou a cara quem esperava que a Seleção acabasse o ano de maneira melancólica. A equipe fez uma boa atuação e mostrou que pode jogar bem contra equipes que jogam mais abertas. Mas isso não apaga o ano irregular que a equipe de Dunga teve. Apresentações ruins em casa pelas Eliminatórias (3 jogos sem marcar 1 gol sequer) e uma campanha ruim nas Olimpíadas, marcada por vitórias apertadas e uma derrota vergonhosa para Argentina, não podem ser facilmente esquecidas. O saldo não foi positivo.

Foto: www.cbf.com.br

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Não serve como parâmetro

Já era de se esperar. A estréia de Maradona como técnico da Argentina serviu muito mais para o ex-jogador começar com o pé direito no cargo, dando poucas amostras de como será seu trabalho no comando da seleção de seu país.

Para começar, Maradona não pôde contar com peças importantes como Messi, Riquelme e Aguero; mesmo assim, não deixou de colocar caras conhecidas em campo. O começo de jogo até foi animado para o lado argentino: o time de “El Pibe” dominou a partida nos primeiros minutos e marcou logo aos 7, através de Maxi Rodrigues. Nos primeiros 20 minutos, a Argentina jogou muito bem, principalmente jogadores como o já citado Maxi Rodriguez, Gutierrez e Tevez.

Porém, como ocorre na maioria dos amistosos, o jogo foi esfriando. Ainda a partir da metade do primeiro tempo, a Argentina começou a cozinhar o jogo; e como a Escócia provou ser uma seleção limitada, mostrando por que não foi às duas últimas edições da Copa do Mundo, a partida foi ficando cada vez mais chata. Dessa maneira, ficou difícil avaliar alguma coisa.

Os famosos testes que costumam ocorrer em amistosos também não foram priorizados por Maradona. Talvez como forma de observar melhor os jogadores que pretende colocar em campo daqui para a frente, o novo técnico da Argentina só foi fazer sua primeira substituição aos 25 minutos. Mas aí a equipe já se limitava a segurar o jogo há muito tempo e se arriscar no ataque somente quando necessário, e nada de interessante aconteceu.

No final, não foi um jogo muito bom de se ver, mas pelo menos serviu para Maradona começar bem e não receber duras críticas já no seu primeiro jogo. Porém, ninguém pode se enganar: a vitória não significa que El Pibe já mudou a seleção, até porque o time que entrou em campo hoje provavelmente é apenas uma base do que ela será no futuro. Ele ainda tem muito trabalho pela frente.

Foto: globoesporte.com

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Milagre!

O mundo caiu. Inesperadamente, Dunga fez o que muitos já pediam há tempos: barrou o volante Josué e colocou Anderson, do Manchester United, no seu lugar. Formará o meio campo da seleção brasileira amanhã junto com Gilberto Silva, Elano e Kaká.

Finalmente, uma boa opção do técnico. Josué marca tanto quanto Gilberto Silva e, assim como o ex-Arsenal, não possui muita qualidade na hora de sair jogando. Como o Brasil no momento possui bons jogadores que marcam bem e sabem sair para o jogo (Hernanes, Denilson, Ramires, Lucas), nada melhor do que utilizá-los e não deixá-los no banco de reservas.

Agora é esperar uma boa atuação do ex-jogador do Grêmio. Quem quer ver mais qualidade no meio campo da Seleção terá que torcer por uma boa atuação dele. Se o time tiver dificuldades na defesa e perder o jogo, é quase certo que Josué voltará a ser titular, para desespero de muita gente...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Contornos finais

Ibson marcou três gols, fez sua melhor partida com a camisa do Fla e ajudou a praticamente acabar com o sonho do Palmeiras de ser campeão

O Campeonato Brasileiro começa a ganhar contornos finais, pelo menos na parte superior da tabela. A 35ª rodada serviu para praticamente eliminar dois candidatos ao título, Palmeiras e Cruzeiro, que foram goleados pelo placar de 5 a 2, e reforçar a condição de favorito do São Paulo, que venceu novamente e continua líder. Grêmio e Flamengo também venceram suas partidas e ainda respiram na briga pela primeira posição, embora o clube carioca esteja numa situação mais delicada.

O Cruzeiro foi a campo ainda no sábado e mal teve disposição de secar seus adversários no dia seguinte, já que perdeu para o Náutico pelo placar já citado. O time deu praticamente adeus ao título da mesma forma que foi perdendo força no campeonato: não mantendo o bom desempenho que mostra no Mineirão e sendo derrotado fora de seus domínios; pior, para um time que luta para sair da zona de rebaixamento (o time já havia perdido pontos fora de casa para Atlético-PR, Portuguesa e Ipatinga). Estando a 7 pontos do São Paulo e com apenas 9 pontos em jogo, sem contar que o tricolor paulista não perde há 15 jogos, resta ao clube mineiro sonhar apenas com a Libertadores.

Este pensamento também se aplica ao Palmeiras, que também está a 7 pontos do líder do Brasileirão. Num confronto decisivo e no mais importante da rodada, o alviverde paulista foi goleado pelo Flamengo e também quase não possui chances de ser campeão. O time de Luxemburgo até conseguiu complicar a vida do time carioca no primeiro tempo, confundindo e atormentando a defesa rubro-negra, mas não concluiu bem; para piorar, a defesa do time paulista ainda deu uma prévia do que seria o segundo tempo, dando espaços (Roque Jr?) e deixando o rubro-negro carioca marcar duas vezes. No segundo tempo, só deu Flamengo: com Ibson e Kléberson inspiradíssimos, atuando como nunca com a camisa do Fla, deixaram de sobrecarregar o jogo pelas laterais e aniquilaram o Verdão, com direito a três gols do camisa 7 do Fla.

O Palmeiras, além de ter de resolver o mais rápido possível o racha Luxemburgo – torcida, precisa se recuperar logo para não perder a vaga na Libertadores. O que antes parecia impossível agora vai se tornando realidade, pois o time está em 5º e não vem tendo boas atuações. Já o Flamengo pode comemorar sua melhor atuação no ano mas não sua posição na tabela, que ainda é perigosa: ainda está a distantes 5 pontos do São Paulo e enfrentará o Cruzeiro fora de casa. Uma derrota no Mineirão e uma vitória do Palmeiras em cima do Ipatinga joga o time de Caio Jr novamente para o lugar dos bobos, fora da zona de classificação para a maior competição das Américas.

Um comentário rápido: já quase nos acréscimos, com o jogo definido e falta a favor do Palmeiras, a torcida do Flamengo, que lotou novamente o Maracanã, gritou o nome de Marcos e “pediu” que o goleiro fosse tentar a sorte lá na frente, em alusão ao que fez no jogo contra o Grêmio. Pelo visto, Marcão ainda vai sofrer mais um pouco com isso...

Já o São Paulo manteve sua liderança ao vencer o Figueirense num Morumbi lotado pelo placar de 3 a 1. Por incrível que pareça, o time catarinense quase complicou a vida do time paulista quando o jogo estava 2 a 1, mas a equipe de Muricy, sempre eficiente, logo matou o jogo. E é assim que o time está a caminho do título: sem dar espetáculo, mas sempre eficiente. Não é a toa que está a 15 jogos sem perder.

O Grêmio foi o último time a entrar em campo nessa rodada. Mesmo pressionando pelos resultados positivos de São Paulo e Flamengo, o time gaúcho conseguiu uma boa vitória em cima do Coritiba, conseguindo dessa maneira se manter na cola do São Paulo, a apenas 2 pontos do time paulista.

A próxima rodada será decisiva para São Paulo e Grêmio. Os dois times terão os confrontos mais difíceis das três rodadas que lhes restam. O tricolor paulista enfrentará o desesperado Vasco num São Januário lotado (lembram-se de Vasco x Atlético-PR em 2004?), enquanto o tricolor gaúcho enfrentará um Vitória em queda mas que não pode ser desprezado também fora de casa. Quem perder vai se complicar no campeonato. E se este for o Grêmio, podem já ir levando a taça para o Morumbi.

Foto: esporte.ig.com.br

domingo, 16 de novembro de 2008

Tudo ou nada

Falta praticamente 2 horas para o jogo chave da 35º rodada do Brasileirão. Flamengo e Palmeiras se enfrentarão daqui a pouco no Maracanã numa partida que poderá decidir o destino de ambas as equipes no Campeonato Brasileiro.

As duas equipes, que estão separadas por apenas um ponto na classificação geral (o time paulista está com 61 pontos, e o carioca, com 60), estão distantes do São Paulo, que possui 65 pontos. Como após esse jogo faltarão apenas 3 rodadas, quem perder hoje praticamente dará adeus às chances de título e ainda ficará numa situação bastante desfavorável em relação a uma vaga na Libertadores, já que o derrotado cairá para a 5º posição, fora da zona de classificação para a principal competição das Américas.

Outro detalhe importante é que o técnico que perder também ficará sob maus lençóis. Tanto Vanderlei Luxemburgo quanto Caio Jr estão em atrito com suas respectivas torcidas e uma derrota só piorará a relação entre os dois.

Agora resta esperar o jogo. Pela situação atual dos times, ambos precisam buscar a vitória. E pelo retrospecto do Flamengo no Maracanã neste Brasileirão, o rubro-negro carioca não é tão favorito assim. Tudo pode acontecer.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Brutality!

Muito mais do que uma facada. Os preços dos ingressos para o jogo entre Brasil e Portugal, que será disputado na próxima quarta-feira, são dignos de um brutality, do clássico jogo de luta Mortal Kombat. O ingresso mais caro custa 250 reais, enquanto o mais barato, apenas...180 reais!

Eu já reclamei bastante quando soube do preço dos ingressos da partida entre Brasil e Bolívia, 2 meses atrás. Mas pelo menos naquela ocasião havia um, digamos, “ingresso popular”, que custava 30 reais. Agora, nem isso! E pior, apenas cerca de 9600 entradas serão vendidas, porque as outras, como era de se esperar, já estão destinadas a convidados.

Minha opinião sobre o preço absurdo cobrado pelas entradas não mudou. Um jogo da seleção brasileira atualmente não vale tudo isso: os empates conquistados contra Bolívia e Colômbia já provaram isso (não vamos entrar em detalhes sobre as deficiências da equipe de Dunga, que são muitas, como estamos cansados de saber). E não é um Cristiano Ronaldo, mesmo sendo um dos melhores do mundo, ou um Deco que vai inflacionar os ingressos a tal ponto de se cobrar este absurdo. Pode até ser uma oportunidade única de vê-lo em campo, mas mesmo assim, não me convence muito...

Como há poucos ingressos a venda, o estádio provavelmente ficará lotado. Ainda há pessoas que são doidas para assistir um jogo da Seleção e podem adquirir uma entrada por esse preço, isso sem contar as fãs de Cristiano Ronaldo que farão de tudo para ver o seu ídolo em campo. Boa sorte a elas e que vejam um bom jogo. Mesmo que morasse em Brasília, preferiria ligar meu SNES e tentar um daqueles brutalities que nunca consegui mandar quando era criança e jogava Mortal Kombat...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Fica com a Sul-Americana mesmo... (?)

Tropeços do Botafogo no Engenhão prejudicaram o clube nas últimas rodadas do Brasileirão

Que a luta por um lugar no G4 e consequentemente na Libertadores do ano que vem está acirrada não é nenhuma novidade. Num Brasileirão marcado por tropeços e vitórias inesperadas, o São Paulo já está praticamente classificado para a maior competição das Américas, enquanto Grêmio, Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo ainda brigam por 3 vagas. Porém, certamente poderia haver mais times nessa luta.

Botafogo, Coritiba, Vitória e Goiás, times que já ou quase estiveram no G4, caíram de produção nas últimas rodadas e ficaram longe dos 5 primeiros colocados; o Coritiba, o mais próximo do Flamengo, 5º colocado com 60 pontos, está a 10 do time carioca. Portanto, praticamente não possuem chances de conquistar a tão sonhada vaga para a Libertadores e não já conseguem nem mesmo perturbar a vida dos times que estão lá na frente.

O mal, se não pífio, desempenho dos quatro times citados nos últimos jogos pode ser visto se forem consideradas as 7 últimas rodadas do campeonato. Com 21 pontos a serem disputados, o Coritiba ganhou 9, o Botafogo e o Goiás, 6, e o Vitória, míseros 5; ou seja, muito, mas muito longe da campanha do atual líder São Paulo, que conseguiu 19 pontos nessas rodadas (o que explica como um time antes quase deixado de lado na briga pelo liderança agora é o favorito ao título) e ainda inferior a do Palmeiras, que teve o pior desempenho dos 5 primeiros colocados na competição, conquistando apenas 11 pontos (o que também explica como um time que no início de outubro era líder está agora a 4 pontos do primeiro colocado).

Não é muito difícil entender porque essas equipes tiveram um resultados ruins nas últimas rodadas: tropeços em casa, incluindo derrotas para times da parte de baixo da tabela, e derrotas fora de seus domínios para esses mesmos clubes que estão brigando para sair do G4 maldito acabaram com maiores pretensões dessas equipes. Com isso, o Internacional, mesmo priorizando a Copa Sul-Americana, ainda conseguiu se colocar na frente dos quatro, estando em 6º na classificação do campeonato. E é bom lembrar que o desempenho do clube gaúcho também não foi nenhuma maravilha nessas 7 rodadas: a equipe de Tite conseguiu os mesmos 9 pontos conquistados pelo Coritiba.

Por isso, pelo andar da carruagem, esses clubes muito provavelmente terão de se contentar com a Sul-Americana no ano que vem, o que não chega a ser trágico para Coritiba e Vitória, que acabaram de voltar para a Série A, nem para o Goiás, que fez péssima campanha no primeiro turno e parecia fadado ao rebaixamento. Para o Botafogo, fica uma certa ponta de decepção, já que havia esperança de uma temporada melhor em relação a do ano passado após o bom começo de ano e a ressurreição do time depois da chegada de Ney Franco. Porém, a questão é: a Sul-Americana ainda satisfaz alguém ou só serve para atrapalhar as equipes durante o Campeonato Brasileiro?

Foto: esporte.ig.com.br

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Trágico para Palmeiras, bom para os outros

O resultado do Palmeiras era (e foi) tão trágico que o goleiro Marcos, sentindo-se culpado pelo gol sofrido, foi tentar a sorte no ataque faltando ainda 15 minutos para o término da partida. Menos, Marcão, menos...

Dos 5 times que brigam por uma vaga no G4 do Campeonato Brasileiro, apenas o Palmeiras perdeu na 34ª rodada da competição. Enquanto isso, Grêmio, Cruzeiro e Flamengo venceram pelo magro mas importante placar de 1 a 0; porém, não conseguiram alcançar o São Paulo, que também venceu pelo sofrido placar de 3 a 2 e continua líder.

A derrota do Palmeiras veio em péssima hora; foi o grande derrotado da rodada. Além de ter sido o único time dos que ainda almejam o título do Brasileirão a perder neste final de semana, foi derrotado em pleno Palestra Itália por um concorrente direto, o Grêmio. O time, que após as vitórias em cima de Goiás e Santos parecia se recuperar de tropeços contra Náutico, Figueirense e Náutico, quando poderia ter conquistado pontos importantes contra times que brigam para se livrar da zona de rebaixamento, volta a bobear no pior momento possível. Estando a 4 pontos do São Paulo, que tem 65, vai para o tudo ou nada no domingo que vem, quando enfrentará o Flamengo no Maracanã, num jogo em que quem perder dará adeus ao título.

Já para o Grêmio, o placar não poderia ter sido melhor. Vencer um concorrente direto fora de casa é como simplesmente jogar um balde de água fria no rival. Se o empate para o fraco Figueirense no domingo passado em pleno Olímpico quase decretou o fim do sonho do título, a vitória conquistada ontem, além de fazer o time voltar a vencer longe de seus domínios (a última vez tinha sido num distante 9 de agosto, quando derrotou o Atlético-MG), renova as esperanças do clube gaúcho de vencer o campeonato; agora está a 2 pontos do São Paulo. Só não pode tropeçar em casa novamente, senão...

O Cruzeiro, provando que em casa é um adversário muito duro de ser batido e fazendo o dever de casa, até porque tinha o adversário mais tranqüilo dos que brigam pelo título, venceu o Fluminense pelo placar de 1 a 0. Poderia ter vencido por um placar maior, já que dominou boa parte do jogo, mas no fim o que vale são os três pontos. Porém, não pode nem pensar em perder, pois ainda está a 4 pontos do líder.

Já o Flamengo, novamente sem jogar bem, derrotou o Botafogo no polêmico clássico com um gol já no final do jogo, quando Kléberson marcou de pênalti; polêmico tanto antes do jogo quanto durante os 90 minutos, principalmente porque o Botafogo reclama de um pênalti discutível de Bruno em Jorge Henrique não marcado ainda no primeiro minuto de jogo. O jogo em si foi fraco: o Botafogo jogou melhor no primeiro tempo mas ainda assim não levou muito perigo ao gol de Bruno; já no segundo tempo o Fla foi melhor e perdeu chances incríveis com Ibson e Josiel (que até se posiciona bem, mas na hora de dominar a bola...chamem Obina de volta!). O rubro-negro carioca não vem fazendo boas atuações, mas sendo competente e com uma dose de sorte, ainda pode ser campeão. O problema é que competência não está no dicionário da equipe ultimamente; isso para não falar da difícil tabela pela frente, que conta com jogos contra Palmeiras em casa e Cruzeiro fora.

Enquanto isso, o São Paulo ainda é líder absoluto. Esteve perto de empatar com a Portuguesa, já que o jogo estava 2 a 2 até os 42 minutos do segundo tempo, quando Zé Luís desempatou a partida, e quase tomou o terceiro gol logo após, mas Edno chutou a bola no travessão. O São Paulo vai mantendo uma regularidade impressionante na reta final de campeonato, sem perder há 14 jogos (9 vitórias e 5 empates) e já descabelando os adversários que não vêem o tricolor paulista tropeçar. Faltando apenas 4 jogos para terminar o campeonato, conseguindo ótimos resultados nas últimas rodadas e tendo uma tabela tranqüila pela frente (enfrentará Figueirense e Fluminense em casa e Vasco e Goiás fora), a equipe de Muricy Ramalho pode cada vez mais ser considerada favorita ao título.

Foto: www.lancenet.com.br

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Tensão pré-jogo, de novo

Flamengo e Botafogo se enfrentarão pela última vez no ano no próximo domingo, pela 34º rodada do Campeonato Brasileiro. A tensão certamente já envolve o clássico, principalmente por causa do momento que ambos os clubes vivem.

De um lado, o Flamengo, após os tropeços recentes, finalmente percebe que pode ficar de fora da Libertadores do ano que vem, o que seria quase uma catástrofe para o clube: primeiro, porque a diretoria investiu pesado para formar uma boa equipe, embora tenha feito algumas contratações tardiamente; segundo, porque a diretoria conta com a participação do time na competição no seu planejamento para o ano que vem; e terceiro, porque a torcida, ainda revoltada com a humilhante desclassificação na Libertadores e com os tropeços em casa no Brasileiro deste ano, não perdoaria nunca uma não qualificação para o torneio, até por causa das expectativas de finalmente conquistar o título do Brasileiro após 16 anos. Some-se isso à nova declaração de Márcio Braga, que não foi muito bem recebida na Gávea, e à insatisfação de torcedores e jogadores com o técnico Caio Jr. e está pronto o clima tenso que pode prejudicar o rubro-negro carioca no clássico.

Do outro lado, a situação não é melhor; talvez seja até pior. O Botafogo foi eliminado da Sul-Americana e não possui mais chances de conquistar um título neste ano, uma vaga na Libertadores está bem distante e o time voltou a ser notícia por causa do descontrole de alguns jogadores, como foi visto no jogo de quarta-feira contra o Estudiantes. Para piorar, Montenegro “inteligentemente” voltou a atacar os jogadores, criticando-os abertamente. Dessa maneira, é difícil saber como os comandados de Ney Franco entrarão em campo: por um lado, podem entrar desmotivados, pois quase não têm pretensões no campeonato e estão insatisfeitos com as declarações do “dirigente” e com os salários atrasados; por outro, essa é a chance de terminar o campeonato com um mínimo de dignidade e poder responder à altura as declarações do, repito, “dirigente”.

Para piorar, ainda repercute a infeliz decisão de transferir o jogo do Engenhão, casa do Botafogo, para o Maracanã. Uma decisão injusta, pois o time alvinegro enfrentou Vasco e Fluminense no seu estádio e não poderá enfrentar o rubro-negro carioca no mesmo lugar. Porém, mais infeliz ainda foi a escalação de Marcelo de Lima Henrique para apitar a partida; esse foi o árbitro do polêmico jogo da final da Taça Guanabara deste ano, quando o alvinegro carioca acusou o mesmo de prejudicar a sua equipe. Com tanta tensão no ar, isso era tudo o que o clássico não precisava. Totalmente desnecessário, já que qualquer erro não será perdoado: se errar contra o Fla, sua diretoria dirá que o árbitro cedeu ao apelo do adversário; caso o contrário ocorra, a diretoria botafoguense repetirá o discurso de que o time é prejudicado pelo árbitro.

Com certeza o jogo será muito tenso, reflexo do momento de ambas as equipes; quem perder muito provavelmente já poderá esquecer 2008. Só se espera que esse clima pesado que paira sobre os clubes não saia dos campos e passe para a torcida. A rivalidade entre as torcidas de Flamengo e Botafogo tem crescido, para pior, cada vez mais, e há, como sempre, o risco de confusões ao redor do estádio, como ocorreu no último Fla e Vasco.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Isso só acontece com o Botafogo...

Patética. Só assim para classificar a atitude de André Luis, do Botafogo, no empate do seu time em 2 a 2 com o Estudiantes, no Engenhão, que desclassificou o alvinegro carioca da Sul-Americana. Jogador descontrolado existe em quase todo o time, mas a tal ponto de, aos berros, desafiar o juiz tirando o cartão amarelo de suas mãos não só é inaceitável mas também é ridículo.

Pouco importa se os argentinos exageram (e exageravam) na catimba, se o Botafogo é sempre prejudicado, se o cartão amarelo na ocasião era injusto, se os jogadores estão insatisfeitos e com os nervos a flor da pele por causa dos salários atrasados ou se a adrenalina dos jogadores era alta no momento. Nada justifica o que o zagueiro e capitão alvinegro fez, minutos após o gol de empate do seu time. Além de protagonizar uma cena ridícula e raramente vista no futebol, prejudicou mais ainda seu time: obviamente a tarefa do time de Ney Franco, que era marcar 3 gols em menos de 25 minutos para passar à próxima fase da competição, era difícil, mas pelo menos a equipe brasileira estava num melhor momento no jogo e poderia sair de campo com uma vitória. Ou seja, poderia ainda assim ser eliminado, mas pelo menos deixaria o gramado com mais honra e dignidade, muito provavelmente aplaudidos pela vontade e empenho que mostravam até fazer o gol de empate.

Nessas horas, pergunto-me: para que servem as preleções e a toda a preparação pré-jogo? Afinal, é nessas horas que o técnico, durante as recomendações, pede calma e concentração ao time durante o jogo; no caso de confrontos contra times argentinos, praticamente suplica para que os jogadores não caiam na catimba do adversário. Mas de que adianta? Isso não passa de recomendações clichês que nunca são atendidas...

Por fim, não consigo entender como a torcida ainda pode bater palmas para um jogador que faz uma coisa dessas quando o mesmo deixa o campo. Tudo bem, os torcedores alvinegros podem achar que finalmente possuem o tal “time de machos” citado por Montenegro no começo do ano, e André Luis foi o símbolo da coragem ao desafiar o juiz. Que me perdoem os botafoguenses, mas não vejo dessa maneira: fica muito mais a impressão de um time que sempre sofre pelo descontrole emocional de seus jogadores e por isso está sempre fadada a fracassar. Aí, sou obrigado a concordar: tem coisas que só acontecem com o Botafogo...

OBS: Só agora que o Botafogo irá contratar um psicólogo?

Foto: www.lancenet.com.br

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Saldo positivo

Felipe Massa não se sagrou campeão da F-1 por muito pouco: além de terminar o campeonato separado do campeão Lewis Hamilton por um mísero ponto, viu o título escapar de suas mãos na última curva da última volta. Para piorar, o brasileiro poderia estar comemorando o título agora se não tivesse sido atrapalhado por falhas da sua equipe, já que perdeu pontos preciosos após erros em pelo menos três corridas; se tivessem sido evitados, o piloto da Ferrari poderia até mesmo ter conquistado o título antecipadamente.

Porém, 2008 não deixou de ser um bom ano para Massa. O brasileiro indiscutivelmente mostrou uma grande evolução durante toda a temporada e muita força ao não se abater nos momentos mais difíceis, tanto após seus próprios erros na pista quanto após os erros da sua equipe que lhe prejudicaram.

O começo de temporada, por exemplo, foi o pior possível. Além de ter de provar aos outros que não era o segundo piloto da Ferrari somente porque seu companheiro de equipe era o atual campeão Kimi Raikkonen, não foi bem na Austrália, envolvendo-se em dois acidentes e abandonando com problemas no carro. Mas o mundo só foi realmente cair na Malásia, quando rodou sozinho na metade da corrida. Como sempre, as críticas foram imperdoáveis: boatos surgiam colocando Alonso ou Vettel no lugar do brasileiro para o ano seguinte. Massa teve que esperar duas semanas para dar a resposta em grande estilo, vencendo incontestavelmente no Bahrein.

Mas esse foi só o começo de sua recuperação. Massa não só alcançou Raikkonen no mundial de pilotos como aproveitou a má fase do finlandês para ultrapassá-lo na classificação. Acabou ganhando a disputa com Kimi dentro da equipe, e o resultado disso foi o que aconteceu nas últimas voltas do GP da China, quando teve de deixar Felipe assumir o 2º posto para que o brasileiro ainda tivesse chances de vencer o campeonato.

A relação Massa-chuva foi outro motivo de críticas a Massa. No chuvoso GP da Inglaterra enquanto Rubens Barrichello levava sua fraca Honda à 3º posição, Massa mal conseguia se manter na pista: foram 5 rodadas que fizeram com que terminasse em último, 2 voltas atrás do vencedor. Se o brasileiro já era conhecido por não ser um grande piloto na chuva, depois dessa corrida sua reputação em tais condições caiu ainda mais. Mas as corridas na Itália e até mesmo aqui no Brasil mostraram um Massa muito mais seguro em pista molhada: se não está no grupo dos melhores pilotos chuva, onde Hamilton, Alonso e Rubinho estão, por exemplo, faz corridas corretas e sem arriscar muito, justamente para não se atrapalhar.

Essas corridas corretas também fizeram parte da evolução de Massa durante o ano: em vez de se arriscar em corridas em que não tinha um carro superior, podendo pecar pelo arrojo excessivo e acabar fora da prova, não assumiu grandes riscos e levou o carro tranqüilamente até onde era possível, como na Bélgica. Isso ajudou a trazer a regularidade que Felipe precisava, algo essencial para um piloto que almeja vencer o campeonato.

Por último, Felipe sempre nunca se abateu após os erros da Ferrari que acabaram por lhe custar o campeonato. Após o erro no seu primeiro reabastecimento no Canadá, fez ótima corrida de recuperação e terminou em 5º; quando teve seu motor estourado na Hungria, recuperou-se em grande estilo ao vencer em Valência; e não desistiu de brigar pelo título após o caso da mangueira em Cingapura, além de não culpar o responsável pelo erro no pit stop. Em vez de reclamar da sorte, trabalhou para inverter a situação adversa na qual se encontrava.

Falando desta evolução de Felipe durante o ano e do ótimo campeonato que fez, não quero dizer que quem merecia o título era Massa e não Hamilton; já havia dito que o inglês merecia ser campeão por também ter feito um ótimo campeonato e ter reafirmado todo o seu talento e arrojo dentro da pista. Mas, pela sua evolução e pela maneira como perdeu o título, é mesmo, parafraseando o próprio brasileiro, “uma sensação estranha” não ser o campeão. Resta a ele só tirar proveito de tudo o que aconteceu e se fortalecer ainda mais para o ano que vem.

Foto: www.gpupdate.net

domingo, 2 de novembro de 2008

"Interlagazzo"

Impressionante. Lewis Hamilton tornou-se campeão mundial da F-1 de uma maneira talvez nunca vista. Já no final da última volta, quando muitos já davam o título de Massa como certo, o inglês conseguiu fazer uma ultrapassagem em cima de Timo Glock e pulou para a 5ª posição, o suficiente para lhe dar o tão sonhado título. Dessa maneira, calou milhares de brasileiros que torciam para Felipe Massa, deixando o autódromo com cara de funeral em pleno Dia de Finados e deixando a 2º vitória do brasileiro no seu país natal em segundo plano.

O GP do Brasil deste ano foi parecido com o do ano passado: não exatamente emocionante por ter tido muito duelos na pista, ultrapassagens, abandonos, mas sim dramático por causa da batalha pelo título. Como Hamilton esteve sempre próximo da 6º posição que dava o título para Massa, a corrida foi marcada pela tensão. Isso para não falar da chuva que ameaçava cair sobre o circuito, que poderia mudar a corrida.

A tão esperada largada foi tranqüila. Massa se manteve tranqüilamente na ponta, Hamilton evitou qualquer confusão e permaneceu na 4º posição e Kovalainen foi novamente um péssimo escudeiro, sendo ultrapassado por Alonso e Vettel. Esse finlandês foi atrapalhado pela equipe em muitos momentos, mas deixou de corresponder na pista em outros.

Aliás, Massa se manteve na ponta praticamente durante toda a corrida. Sentindo-se muito a vontade na pista, assim como na Turquia e no Bahrein, o brasileiro foi pouco incomodado, a não ser quando trocou várias voltas rápidas com Vettel até o alemão fazer seu pit stop e voltar atrás de Hamilton.

Se Massa não tinha tanto trabalho lá na frente, o mesmo não se pode dizer de Hamilton. O inglês chegou a cair para 7º no começo da corrida e só voltou à 5º posição porque Trulli patinou à sua frente e Fisichella, com sua fraca Force India, não era páreo para a Mclaren do inglês. E olha que Lewis ainda esperou o tempo certo para ultrapassar o italiano, justamente para não cometer bobagens. Depois, ainda teve Glock e Vettel a sua cola por alguns momentos.

E o mesmo Vettel quase deu o título a Massa. Mostrando-se superior a Hamilton após a troca de pneus já nas últimas voltas, quando a chuva deu o ar de sua graça, o alemão ultrapassou o inglês a 3 voltas do fim, jogando-o para a 6º posição, pois Glock não havia parado e por isso pulou para 4º. Mas quando a torcida já comemorava o título de Massa, veio a ultrapassagem de Lewis em cima do piloto da Toyota. De maneira mais dramática, emocionante para os ingleses e para fãs da F-1 e decepcionante para os muitos brasileiros que torcem para Massa, impossível.

Com certeza foi um golpe duríssimo. Já seria cruel perder o campeonato somente por 1 ponto. Muito mais sabendo que o título foi perdido principalmente por causa dos erros da
Ferrari durante o ano. Mas saber que ele escapou nas últimas curvas, diante de uma torcida fanática por F-1 e que não comemora um título desde 1991, dói muito. Mas agora não adianta reclamar ou lamentar: só resta a Felipe tirar proveito desse episódio para se fortalecer e buscar o título no ano que vem.

Vettel foi um grande nome da corrida. Foi quem chegou a incomodar Massa e não só incomodou Hamilton como ultrapassou-o e quase deu o título a Felipe. Quase vira o ídolo dos brasileiros. Seu desempenho nessa corrida só coroou sua grande performance na segunda parte do campeonato, quando até mesmo levou a Toro Rosso à vitória na Itália, algo que poucos imaginavam que iria acontecer um dia. Valeu a pena o esforço que Gerhard Berger fez para levar o alemão para sua equipe. Agora fica a dúvida: já que a Red Bull foi devorada pela sua equipe satélite na 2º parte do campeonato, será que Vettel vai manter o mesmo desempenho no ano que vem?

Alonso foi outro que fez uma boa corrida; mais uma vez superou Kovalainen na largada e ganhou posições ao ser um dos primeiros a antecipar sua primeira parada. Por isso conseguiu chegar na 2º posição. Se o espanhol antes não fazia um bom campeonato, emplacou uma seqüência excepcional de resultados desde o GP da Hungria, conseguindo desde então 48 dos 61 pontos que conquistou no ano, chegando 3 vezes ao pódio e até ganhando 2 corridas. Pelo desempenho com o mediano carro da Renault, começou a ser considerado por muitos o melhor piloto do grid.

Destaque também para quem está (quase) se aposentando. Coulthard se despediu da F-1 fazendo o que mais fez nesse ano: batendo na largada e saindo da corrida. Já Rubens Barrichello só foi notando pelo capacete diferente (numa época de capacetes espalhafatosos, o simples que usava era destaque) e sendo ultrapassado pelos outros. Terminou num distante 15º lugar. Essa corrida pode ter sido a despedida de Rubinho da F-1; se foi, infelizmente foi bem melancólica...

E agora, só nos resta esperar o ano que vem. Vai ser duro esperar até março do ano que vem...

Fotos: www.gpupdate.net