domingo, 20 de dezembro de 2009

Um até logo

Não, eu não desapareci. Ainda estou vivo. Mas reconheço que fiquei sem tempo (e também sem vontade) para postar no blog nas últimas semanas. O mesmo blog que esteve muito perto de acabar.

Alguns já sabem, principalmente aqueles que me seguem no Twitter, que eu estudo para passar em um concurso público. Desde outubro, quando me formei, intensifiquei ainda mais os estudos – e nessa mesma época percebi que estava começando a participar cada vez menos da blogosfera. E agora que surgiram alguns concursos atraentes, dedico praticamente todo meu dia aos estudos: além de estudar em casa, estou frequentando dois cursos.

Quando entrei nessa nova rotina, botei na cabeça que deveria acabar com o blog, já que não teria mais muito tempo para me dedicar a ele tanto no presente quanto no futuro – a tendência daqui para a frente é estudar quase o dia todo mesmo. Cheguei até a comentar isso com alguns colegas no MSN. Mas pensei melhor e fiquei com medo de me arrepender depois. Então, decidi dar um tempo, parar por aqui nesse ano e voltar a escrever somente em janeiro.

Porém, esta página não será como antigamente. Postarei apenas uma vez por semana – com alguma sorte, duas vezes. Como mantenho o blog sozinho, essa foi a maneira que achei para mantê-lo, embora eu não tenha gostado muito da ideia inicialmente – para falar a verdade, achava que isso era quase o mesmo que deixá-lo às moscas; sem contar que, do mesmo jeito, teria pouco tempo para visitar os blogs amigos. Mas como ainda gosto de escrever por aqui, vou tentar me adaptar a essa nova rotina.

De qualquer maneira, desejo boas festas a todos e um muito obrigado a todos que acompanham desde fevereiro de 2008. Sem citar nomes, do mesmo jeito que fiz no ano passado, porque eu tenho medo de ser injusto com alguém. Quem participou da história deste blog sabe que está incluso neste grupo.

Nos vemos em 2010. Não da maneira que eu queria, mas do único jeito possível para manter o blog vivo.

Ateh!

OBS: Nunca é tarde para dizer isso: ainda aceito os parabéns por ter sido campeão do Brasileirão 2009. E um parabéns a todos os meus amigos rubro-negros Wilson Herbert, Leandro Montianele, Marcos Antônio, Marcelonso e Tati Coimbra. E claro, uma menção honrosa ao Bruno Santos, que, no fundo, é rubro-negro.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sem um finalizador nato, a tarefa pode ser mais difícil

Quando Emmanuel Adebayor resolveu deixar o Arsenal rumo ao Manchester City, achei que a diretoria do clube londrino estava cometendo um erro. Liberando o togolês, além de perder um dos seus principais atacantes, Arsene Wenger estaria perdendo o seu principal homem de área.

Pois bem, naquela época estava decidido a escrever um post sobre isso. Porém, ao navegar no site da BBC, onde sempre procuro por notícias e análises do futebol inglês, fiquei confuso. Os torcedores do Arsenal não estavam tão preocupados com a saída do atacante: primeiro, porque não gostavam tanto de sua personalidade; segundo, porque achavam que tinham atacantes a altura para substituí-lo. Entendi o primeiro motivo, mas não engoli muito bem o segundo: o outro homem de área da equipe, Nicklas Bendtner, não é dos mais confiáveis, e os outros da mesma posição me davam a impressão de que o ataque do time ficaria leve demais. Ainda assim, me deixei levar por aquelas opiniões e resolvi não dedicar um post à saída de Adebayor sem a devida reposição – embora estivesse um tanto intrigado com isso.

Na Premier League, Adebayor marcou 5 vezes, 2 a menos do que o artilheiro do Arsenal na competição, o holandês Van Persie. Ainda assim, o togolês faz falta na equipe de Arsene Wenger

É…mas estou cada vez mais convicto de que deveria ter escrito aquele post. Ainda mais depois da partida entre Arsenal x Chelsea. Em pleno Emirates Stadium, os Gunners foram derrotados pelo justo placar de 3 x 0. O Chelsea aproveitou suas chances e a fragilidade do setor mais fraco do rival – a defesa – para vencer o clássico londrino. E os donos da casa, o que fizeram? Tentaram ir para o ataque a todo custo, mas sem referências na área (Bendtner estava machucado), rodava a bola, chegava até a grande área adversária e lá não conseguia penetrar, tampouco finalizar – tanto que Cech pouco trabalhou.

Acompanhando a partida, deu para perceber que a saída de Adebayor tirou uma forte opção de jogo da equipe de Arsene Wenger: o ataque do Arsenal ficou leve demais, como eu já temia. Arshavin, Walcott e Vela jogam pelas pontas e van Persie, que vem atuando mais centralizado, não é o homem ideal para atuar nessa faixa do campo, até porque, como os outros já citados, não possui porte físico para encarar o jogo lá dentro da área. Eduardo poderia ser o substituto ideal, mas, apesar de ser um atacante útil, não me parece o jogador certo e confiável para grandes jogos – jogos contra Man Utd e Chelsea, por exemplo, para os quais o Arsenal já perdeu nessa temporada. Já Bentdner não vem sendo tão usado (e inclusive já foi usado como ponta, onde – pasmem – se saiu bem). E vamos combinar uma coisa: ainda “verde”, o dinamarquês gosta de perder gols…

Não que a venda de Adebayor tenha sido um desastre. O número de gols marcados pelo Arsenal mostra isso: em 12 jogos na Premier League, marcaram 36 vezes; por causa dessa marca, possuem o melhor ataque da competição. Os seus vários placares elásticos provam que o ataque, agora muito habilidoso, continua tinindo. Mas a saída do agora jogador do Manchester city, ainda mais sem reposição, pode ter prejudicado sim o time. E o fato de ter perdido as três partidas que disputou na Premier League contra equipes superiores ou do mesmo nível – contra Man Utd, Chelsea e Man City – pode ser uma prova disso. Atuando contra defesas mais fortes e tendo um ataque talentoso mas sem um homem tipicamente finalizador e de maior força física, este setor dos Gunners encontra mais dificuldades para entrar na defesa adversária, finaliza pouco e ajuda o time a perder o jogo – claro que também por ter outros problemas, como ter um time jovem demais e sem tantas opções no banco.

Ainda há como Arsene Wenger resolver isso, mas talvez ele não encare tal coisa como um dos principais problemas de sua equipe; na verdade, talvez nem encare isso como um problema. Contratar alguém deve ser a melhor solução, porque talvez não se encontre um jogador promissor com essas características na base. E é aí que a situação fica crítica: o treinador francês não é daqueles que costuma abrir a carteira para fazer grandes contratações, ainda mais na metade da temporada. Faria ele isso agora? Eu acho que não.

Foto: www.guardian.co.uk

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

E agora, Fluminense?

O Fluminense até poderia esperar um resultado negativo no Equador, mas não uma goleada de 5 a 1. Por isso o abatimento é compreensível

A fase do Fluminense era maravilhosa. O tricolor carioca não perdia desde o começo de outubro e vinha conseguindo uma reação improvável no Campeonato Brasileiro. Antes decretado rebaixado, já se imaginava até ver a equipe das Laranjeiras fora da zona da degola, ainda mais após vitórias heróicas contra times poderosos como Palmeiras e Cruzeiro. Quem diria...

Enquanto isso, a campanha vitoriosa e não menos improvável na Sul-Americana servia como combustível para o clube carioca. Sem perder e conseguindo alguns resultados inesperados, a boa fase vivida na competição continental só servia para aumentar a auto-estima dos jogadores.


Só que ontem o time perdeu para a LDU. E não foi uma derrota qualquer. Se perdendo em campo a cada gol tomado, como se estivesse rezando para a partida terminar, o Flu perdeu por 5 a 1 fora de casa e agora vê o título do torneio bem distante – é verdade que a equipe vem se destacando por conseguir reverter placares de maneira épica, mas tirar uma diferença de quatro gols não será fácil mesmo.


E agora fica a pergunta: qual será a reação do Fluminense depois dessa derrota? Antes, o clube via a conquista da competição como um bônus para a sua recuperação no Campeonato Brasileiro; ou seja, não era (e nem é) a prioridade dos tricolores, mas engrandeceria ainda mais uma possível milagre no Brasileirão. Deixaria a novela tricolor com roteiro de cinema.


Mas agora o resultado obtido na Sul-Americana pode surtir efeito contrário ao que vinha fazendo ultimamente. A derrota foi tão pesada e decepcionante que pode abalar a moral do elenco – é verdade que era um jogo de outra competição, mas a goleada interrompeu uma série de nada menos do que 13 partidas sem perder. Isso certamente deixa a equipe no mínimo incomodada, ainda mais uma formada por muitos jovens. E eu ainda tenho minhas dúvidas de como um técnico como Cuca fará para recuperar a moral de seus jogadores...


Só iremos saber como o elenco reagirá a essa derrota no próximo domingo, em outra partida decisiva pelo Brasileirão, contra o Vitória no Maracanã. O apoio da torcida, assim como a atitude dos líderes da equipe, será fundamental, para que o time não se sinta abandonado neste momento delicado. Mas uma coisa é certa: por mais essa dificuldade na sua árdua luta contra o rebaixamento, o Fluminense não esperava.

Foto: www.lancenet.com.br

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Qual Corinthians enfrentará o Flamengo?

O Flamengo certamente teve a sua grande chance de assumir a liderança do Campeonato Brasileiro, mas não conseguiu aproveitá-la. O time parece ter sentido a pressão de ter que ganhar o Goiás num Maracanã lotado após o Botafogo derrotar heroicamente o São Paulo; fez um mal primeiro tempo, não conseguiu marcar o gol salvador no segundo e acabou tendo um empate frustrante com a equipe de Hélio dos Anjos.

Estando agora a um ponto do ainda líder São Paulo, o Flamengo precisa, na próxima rodada, derrotar o Corinthians fora de casa - um empate pode deixar o time carioca numa situação complicada caso o tricolor paulista vença o Goiás no Serra Dourada. Porém, a pergunta que fica é: qual Corinthians a equipe rubro-negra enfrentará dia 29?

Assim como o Goiás, que já conseguiu complicar a vida do Fla, o Corinthians é um time que não tem muito o que fazer no Brasileirão - já está classificado para a Libertadores do ano que vem e entendeu que não possui chances de título há um bom tempo. Isso faz com que o time jogue sem a obrigação da vitória, o que é bom pelo fato do time jogar mais leve e sem tanta pressão, mas que também é ruim por deixar o time descompromissado (no sentido negativo da palavra) em campo.

É difícil saber qual Corinthians entrará em campo. Há vezes em que a equipe de Mano Menezes sofre derrotas inesperadas - como quando perdeu em casa para Atlético-PR e Náutico por 3 a 1 e 3 a 2, respectivamente. Porém, também é capaz de conseguir resultados positivos quando menos se espera, como quando derrotou o Vitória por 1 a 0 fora de casa ou quase arrancou uma vitória do Palmeiras. Ora a equipe entra motivada, ora não. E há também as ocasiões em que o treinador resolve fazer várias experiências e entra em campo com um time bem diferente do normal.

O antes rubro-negro Ronaldo pode acabar com o sonho dos ainda torcedores do Flamengo

Por ser um time tão previsível, o Flamengo precisa tomar muito cuidado para não se complicar ainda mais nessa reta final. O Corinthians tem time para dificultar a tarefa dos comandados de Andrade - principalmente se Ronaldo jogar não que ele vá atuar bem por querer responder às provocações dos torcedores rivais, mas porque é bom mesmo). Portanto, a equipe rubro-negra não pode cair no papo de que o Corinthians vai tirar o pé do acelerador porque não tem mais o que fazer na competição - o Goiás também não tinha e olhe só o que fizeram com o Fla...

Foto: esportes.terra.com.br

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Um trágico fim?


Enquanto a situação vai sendo definida na parte de cima da tabela do Campeonato Brasileiro, o mesmo ocorre na parte de baixo. O Sport já está rebaixado e Santo André e Náutico só escapam em caso de milagre. Dessa maneira, somente uma vaga para a Série B está indefinida no momento.

A princípico, a indesejada vaga parecia estar destinada ao Fluminense. Aliás, até pouco tempo todos previam que a equipe das Laranjeiras estaria rebaixada antes mesmo do Sport. Porém, embora o Botafogo esteja dois pontos a frente dos tricolores, que abrem a zona de rebaixamento, o destino pode ser muito mais cruel para o clube de General Severiano.

Conca e cia podem deixar Alessandro e seus companheiros do Botafogo a ver navios

Isso porque o momento é muito mais favorável ao Fluminense. O time está embalado, determinado a sair da situação desfavorável em que se encontra e com um ataque voando: Conca continua em boa fase, Maicon parece ter voltado melhor do Mundial sub-20 e Fred, talvez como forma de responder as críticas que recebeu, assumiu a condição de líder do time e o papel de matador que todos esperavam ver quando foi contratado. Além disso, a torcida está apoiando a equipe nesse momento crítico e Cuca acertou ao afastar as laranjas podres do elenco e confiar nos garotos que mereciam uma chance. As últimas vitórias e a classificação em grande estilo para a final da Sul-Americana só ajudaram a dar mais confiança ao elenco e deixar o ambiente mais leve.

Já o Botafogo é o oposto disso tudo. Cheio de problemas, é um clube que parece estar rezando para o ano terminar logo, de preferência na Série A. Além da torcida não comparecer ao Engenhão, tem um time titular imprevisível, sem tanto comprometimento com seu técnico - os boatos de um mal relacionamento entre Estevam Soares e alguns jogadores só aumentam -, e sem jogadores decisivos, como Fred e Conca para o Fluminense. Afinal, Reinaldo não rendeu o esperado, Lúcio Flávio vive de lampejos do que era na sua primeira passagem pelo clube e ninguém acredita que o atual André Lima é o mesmo matador de 2007.

Para piorar, a tabela para o Botafogo é bem mais difícil do que para o Fluminense. Os comandados de Cuca irão enfrentar o já rebaixado Sport na Ilha do Retiro, o Vitória no Maracanã e o Coritiba - que talvez já não tenha mais nada para fazer no campeonato - no Couto Pereira. Já o Botafogo terá duas pedreiras em casa - São Paulo e Palmeiras, ambos brigando por algo valioso na competição - e o Atlético-PR fora, ainda a procura da vitória que o livrará de vez da possibilidade de ser rebaixado. Ou seja: enquanto o Flu terá pela frente times já sem tanto comprometimento pelo Brasileirão, o Botafogo enfrentará outros que encaram cada jogo como uma decisão.

Aliando a tabela difícil ao mal momento atual, parece mais fácil temer o rebaixamento do Botafogo na competição. Mas é claro que tudo ainda pode acontecer: uma derrota do Fluminense para o Sport, por exemplo, pode abalar o time a ponto de deixá-lo impotente na busca pela salvação. Porém, pelo andar da carruagem, não me surpreenderia com a manutenção do Fluminense na Série A e a queda do Botafogo. Seria um baque na boa proposta de Maurício Assumpção de reerguer o clube mantendo uma política mais "pés no chão", mas é algo que pode ser tornar uma trágica realidade, como foi o rebaixamento do Vasco justo quando Roberto Dinamite assumiu o comando do clube.

Foto: www.lancenet.com.br

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Diego Souza desapareceu


Os palmeirenses devem estar desesperados. Há 15 anos sem conquistar o Campeonato Brasileiro, o time está perdendo a grande chance de finalmente ser pentacampeão da competição. Depois de liderar com tranqüilidade boa parte do campeonato, a equipe perdeu o fôlego e teve uma brusca queda de rendimento, vacilando tanto nos jogos difíceis como nos fáceis.

Várias razões para esta queda podem ser enumeradas: as decisivas contusões de Cleiton Xavier e Pierre, aliadas à falta de grandes opções no banco; o esquema previsível armado por Muricy; os erros de uma defesa cada vez mais insegura; a inesperada falta de impacto de Vagner Love na equipe, entre outras. Mas um fator que não pode ser esquecido é o sumiço de Diego Souza.

Coincidência ou não, Diego Souza parou de brilhar quando o Palmeiras começou a cair de produção. E antes grande candidato a principal jogador da competição, está brigando para se tornar uma das decepções, justamente por causa do seu desaparecimento nessa reta final de campeonato – pelo menos por enquanto.

Diego Souza caiu de produção quando o Palmeiras foi pelo mesmo caminho. Coincidência ou não?

Provavelmente meia do Verdão está sentindo falta da ajuda de Cleiton Xavier no meio campo. Mas por mais clichê que isso possa parecer, o jogador fundamental deve aparecer nessas horas difíceis. E Diego Souza está longe de fazer isso. Muito pelo contrário, já que atualmente, em vez de jogar bola e levar o time para frente, se esconde, não se torna peça essencial ao time e aparece muito mais reclamando do juiz ou então dos jogadores – como fez ao disparar poucas e boas para Petkovic e Jorge Henrique.

Mas seu temperamento explosivo só é um retrato do desespero do Palmeiras atual, assim como suas pobres atuações imitam perfeitamente a queda de produção de sua equipe. Saber quando ele vai voltar a jogar bem, ninguém sabe. Só se sabe que vai se tornando uma das maiores decepções desse final de campeonato – pelo menos até agora, já que a equipe pode dar uma virada repentina (mas cada vez mais improvável) na tabela. E sua vaga na seleção, ainda mais depois da má atuação na Bolívia, vai ficando cada vez mais longe de ser conquistada.

Foto: www.estadao.com.br

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Parabéns, mas o trabalho não pode parar


No momento, não há outra coisa a se fazer a não ser parabenizar o Vasco pela promoção à Série A do futebol brasileiro. Embora tenha sido alvo de muitas críticas – exageradas, até – quando o time ficou um bom tempo sem achar o caminho do gol na Segundona, a equipe sobrou na competição. A subida para a Primeirona a quatro jogos do fim do campeonato ainda coroou um ano acima das expectativas para o clube: além de fazer o seu papel na Série B, teve ótima participação no Carioca para quem tinha o elenco mais fraco dos quatro grandes e chegou a semifinal da Copa do Brasil, sendo eliminado pelo Corinthians após dois empates em jogos duríssimos contra o campeão do torneio.

Mas não basta parabenizar apenas a instituição Vasco: o presidente Roberto Dinamite e os demais dirigentes também merecem ser elogiados. Apesar de algumas turbulências no meio do caminho – os salários dos funcionários, por exemplo, estão atrasados -, conseguiram fazer um excelente trabalho fora de campo no processo de mudança da diretoria; dessa maneira, foram peças fundamentais para colocar o Vasco de volta aos trilhos.

Carlos Alberto calou os críticos e este blogueiro ao liderar o Vasco na campanha vitoriosa da equipe em 2009. Méritos aos dirigentes do clube, que arriscaram e confiaram no seu potencial, e para o jogador, que aos poucos volta a ganhar credibilidade no futebol brasileiro

Porém, os mesmos devem entender que as tarefas ainda não acabaram. Muito pelo contrário. Se o Vasco deseja sonhar com vôos mais altos e não quer nem pensar em lutar para não cair no ano que vem, precisa começar a se mexer desde já. Não só para manter um clube mais organizado, mas também para armar uma equipe de melhor qualidade.

E para que isso aconteça, a primeira coisa que deve ser feita é manter Dorival Júnior no cargo. Sem um grande elenco em mãos e com pouco dinheiro para contratar, o técnico fez um trabalho brilhante e provou que é um dos mais promissores da área, além de mostrar que merece dar continuidade a um trabalho até agora muito frutífero. Foi tão bem que, a não ser que Andrade leve o Flamengo a um antes improvável título do Brasileirão, merecerá o prêmio de melhor treinador do Rio neste ano.

Porém, vamos ser sinceros: este elenco não faria tão bonito na Primeirona. É do tipo bom, bonito e barato, mas não tem tanta qualidade para disputar uma competição mais forte – é verdade que deu trabalho ao Timão na Copa do Brasil, mas vamos nos lembrar de que pontos corridos é diferente do mata-mata. Provavelmente ficaria brigando no meio da tabela, e com alguma sorte surpreenderia tanto quanto o Avaí nesse ano.

É por isso que acredito que a diretoria esteja certa quando diz que pretende contratar 11 jogadores; parece exagerado, mas o clube precisa mesmo de reforços. Alguns reservas não parecem ter pique para aguentar a Série A, enquanto alguns titulares tem mais cara de reserva para uma competição do tipo.

E nesse quesito a diretoria vascaína certamente terá muito trabalho. Isso pode ser comprovado quando se percebe o esforço que os dirigentes terão de fazer para manter a base da equipe: Fernando Prass, Paulo Sérgio, Ramon, Nilton, Carlos Alberto e Élton. A maioria destes estão emprestados e os donos de seus passes estão doidos para vendê-los. Pelo menos a equipe poderá contar em 2010 com dois bons jogadores que, por causa de contusões, pouco foram utilizados na Série B – Jéfferson e Rodrigo Pimpão.

Com o primeiro passo dado para um bom 2010, resta ao clube manter os pilares do elenco de 2009, se reforçar e refletir o (pouco) que deu errado nesse ano para que o Vasco não volte a pensar em segunda divisão no ano que vem. Além disso, será essencial não cometer loucuras no momento de contratar, para que as finanças do clube, que não são nenhuma maravilha, não se desequilibrem num momento tão crucial.

Foto: esportes.terra.com.br

domingo, 1 de novembro de 2009

Um retrato perfeito da temporada


E tivemos hoje, na F-1, o GP dos Emirados Árabes, em Abu Dhabi. Última corrida do calendário, a prova foi um retrato fiel, um digno grand finale da temporada que vimos em 2009: monótona, sem emoção alguma na pista, com raríssimas ultrapassagens e decidida na largada e nas primeiras voltas. Exatamente como vimos durante quase todo o campeonato.

Não bastasse as brigas por causa do difusor duplo e do regulamento, duelos desiguais entre a turma dos que tinham Kers e a dos que não tinham, montadoras abandonando o barco e deixando pilotos sem pai nem mãe, a ameaça de retirada de equipes tradicionais da categoria e até mesmo escândalos do passado sendo descobertos, tivemos que suportar corridas chatíssimas como essa em Abu Dhabi. Ou seja: vimos tudo aquilo que nos faz esquecer todos esses problemas fora da pista que temos que aguentar praticamente não existir. É como se o indivíduo que quisesse afogar suas mágoas não encontrasse um mísero amigo em casa ou visse todos os bares fechados em pleno fim de semana.

Foi vendo essa corrida e fazendo a retrospectiva da temporada que pensei: de que vale, então, passar por todos esses problemas para continuar promovendo GPs se elas se tornam cada vez mais verdadeiras procissões? Para que continuar a ter orçamentos exorbitantes a serem investidos no desenvolvimento de carros, orçamentos esses de valores inimagináveis há 15 anos? Para que isso se os carros cada vez mais não permitem uma única ultrapassagem? Para que tirar provas de circuitos clássicos para colocá-las em lugares sem tradição alguma no automobilismo, onde se gasta uma nota preta para criar pistas caríssimas e extremamente fascinantes visualmente, se as provas lá disputadas são um verdadeiro fracasso, quase sem pontos de ultrapassagem e desafios aos pilotos?

Foi difícil fazer corrida boa com isso aí em 2009...

Uma nota aqui: o povo quer ver corrida, não que os carros passam por cima de uma ponte, que a corrida começou de dia e terminou a noite ou como os iates são bonitos.

Pois é, para mim, manter campeonatos monótonos como o de 2009 não faz sentido. Sim, achei monótono mesmo. Pode ter sido muito legal ter visto a tal inversão de valores, quatro pilotos disputando o título, diferentes vencedores e pilotos chegando ao pódio, veteranos renascendo e um desacreditado ganhando um título, mas se houve sensação de emoção ou de um campeonato fora de série, como disseram na transmissão da corrida hoje, ela foi falsa. Na pista, não vi nada mais do que provas decididas nas largadas – se não nos treinos – ou então nos boxes. Brigas como a que tivemos hoje entre Button e Webber foram poucas. Bons momentos em provas, só lembro de ter visto na Austrália, Malásia, Bélgica – a melhor da temporada -, Itália e Brasil. A da Espanha pelo menos foi tensa demais. E pode ser que eu esteja forçando nesse rápido levantamento.

Espero mesmo que as coisas melhorem no ano que vem. Que tenhamos um campeonato equilibrado não só na tabela de classificação, mas também na pista. Gente tentando ganhar a primeira posição no braço, não largando mais pesado ou economizando combustível para assumir a liderança nos boxes. Elogiar pilotos não só por terem feitos provas consistentes e terem virado rápido o tempo todo mas também por terem sido arrojados. E que um dia os chefões da F-1 se reunissem e bolassem uma maneira de tornar as corridas mais atraentes. Mesmo que isso significasse a saída ou a modificação brusca de alguns circuitos “Tilkeanos” e menos dinheiro no bolso.

Mas India e Coréia vêm aí. E para Bernie Ecclestone, emoção na pista se resolve com a implantação do sistema de medalhas. Talvez meus desejos fiquem só no sonho mesmo. Ou então já estou ficando ranzinza demais e devo pensar em ver as corridas com uma carga de estresse menor...

Foto: www.gpupdate.net

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Novos protagonistas?


Foi só chegar a reta final do Brasileirão que várias pessoas começaram a fazer previsões para as últimas rodadas pegando a tabela de alguns times – eu mesmo fiz isso com Cruzeiro e Flamengo recentemente. Uns acham legal e curioso fazer isso, outros acham uma verdadeira bobagem, já que o melhor é esperar os jogos acontecerem e as surpresas aparecerem.

De certo modo, concordo com ambas as opiniões. Mas ainda assim dei uma olhada na tabela de vários clubes e constatei que há dois que poderão ser a pedra no sapato dos seis times que brigam pelo título (sim, eu considero o Cruzeiro candidato, embora azarão). Nas próximas sete rodadas, Goiás e Grêmio enfrentarão quatro dos seis que lutam pelo título do Brasileirão. E por isso, poderão decidir o título, “ajudando” ou atrapalhando aqueles que ainda lutam para ser campeão.

Depois de fazer pouco pelo Goiás até agora, pode ter chegado a hora de Fernandão realmente começar a ajudar seu clube. E ajudar ou atrapalhar outros também

A equipe de Paulo Autuori receberá São Paulo e Palmeiras e deixará o Sul para enfrentar Cruzeiro e Flamengo. Já os comandados de Hélio dos Anjos viajarão para jogar contra Palmeiras e Flamengo e disputarão partidas em casa contra Atlético-MG e São Paulo – embora em certas ocasiões a equipe que chega no Serra Dourada como visitante se sinta em casa.

Na verdade, outras equipes farão o mesmo papel das duas equipes citadas acima: o Sport enfrentará quatro das seis equipe deste “G6” e Botafogo, Barueri, Corinthians e Fluminense enfrentarão três. Porém, por causa do momento particular de cada uma destas equipes, não creio que elas serão um grande empecilho para os candidatos ao título, já que não estão entre os adversários mais fortes no momento – alguns são os mais desesperados, isso sim.

Porém, Grêmio e Goiás ainda poderão incomodar bastante. Primeiro, porque o maior trunfo de ambos é que ainda surgem pelo menos como azarões a uma vaga no G4 e provavelmente farão de tudo para conseguir alcançar este objetivo, já que o título parece distante – mais para os gaúchos do que para os goianos. E segundo, porque são difíceis de serem batidos: o Grêmio é fortíssimo em casa, enquanto o Goiás geralmente faz jogos duros – tanto que foi assim que surpreendeu e fez belíssima primeira metade de campeonato.

O que joga contra é que o primeiro tem um desempenho pífio fora de casa (a esta altura do campeonato, se Flamengo e Cruzeiro não vencerem o Grêmio em seus domínios, irão se complicar feio), e o segundo vem tão mal atualmente que, se apenas o segundo turno fosse considerado, estaria na zona de rebaixamento. E o pior de tudo é que o time vem jogando mal no Serra Dourada: lá, não vence desde 27 de setembro. De lá para cá, perdeu para Botafogo e empatou para Sport e Fluminense. Todos na zona de rebaixamento...

Por isso que, como disse no começo do texto, deve-se esperar os jogos para ver quais serão os resultados. Da mesma maneira que podem dificultar a vida de alguns times, Goiás e Grêmio podem não causar empecilho algum aos times do “G6” (desculpe se você achou horrível, mas não achei outro termo melhor). Mas que parecem ser o que mais podem atrapalhar, isso parece ser verdade.

Foto: esportes.terra.com.br

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Mais dois na briga


Há dois meses, Marquinhos Paraná e Fierro não sabiam que seus clubes estariam brigando por uma vaga na no G4 e, pasmem, pelo título do Campeonato Brasileiro

Na 20ª rodada do Campeonato Brasileiro, no dia 20 de agosto, Flamengo e Cruzeiro se enfrentaram no Maracanã. Ambos lutavam por posições intermediárias na tabela, sem muita perspectiva de brigar por uma vaga no pelotão da frente: os cariocas, porque ainda não haviam achado a formação ideal e contavam com vários desfalques; os mineiros, porque não tinham se recuperado da perda da Libertadores. Os visitantes venceram a partida por 2 a 1 e pularam para a 13ª posição, justamente um posto atrás do clube rubro-negro.

11 rodadas depois, o panorama mudou para muito melhor. Flamengo e Cruzeiro conseguiram emplacar uma excelente sequência de resultados positivos e no momento brigam não só por uma vaga na Libertadores como também pelo título da competição. Algo improvável há dois meses, mas agora possível por causa dos inúmeros e incríveis vacilos daqueles que dominavam a parte de cima da tabela.

Enquanto os líderes tropeçavam – caracterizando este Brasileirão como aquele em que ninguém quer ser campeão, Flamengo e Cruzeiro foram se recuperando até chegarem aonde estão. A equipe rubro-negra contou com o bom trabalho feito por Andrade, a ótima fase de Adriano e Petkovic e o reforço no sistema defensivo após as chegadas de Maldonado e Álvaro para vencer os agora concorrentes diretos São Paulo e Palmeiras e assumir a 5ª posição. Já o Cruzeiro aproveitou os reforços que chegaram após a Libertadores e de mansinho acumulou bons resultados para chegar à 6ª posição. Desde aquele jogo no Maracanã, o clube carioca conquistou 22 dos 33 pontos disputados, enquanto a equipe mineira abocanhou 24 dos 36 pontos que disputou.

Estando numa fase tão boa, é preciso saber se ambos terão fôlego para manter o impressionante ritmo mostrado ultimamente. E mais do que saber se Petkovic, Adriano e a coesa equipe cruzeirense irão se continuar rendendo, é importante analisar a tabela para ver se os dois “emergentes” podem sonhar com vôos mais altos no Brasileirão.

No caso do Flamengo, a tabela não foi muito grata: dos próximos 7 jogos, apenas 3 serão em casa. No Maracanã, enfrentará Goiás e Grêmio, que dependendo das circunstâncias poderão estar brigando por uma vaga no G4; fora, irá encarar Atlético-MG, um Corinthians que ninguém sabe como irá se comportar e um Náutico desesperado para deixar a zona de rebaixamento. A sorte é que terá a chance de tirar pontos de concorrentes diretos; porém, esta sorte poderá se tornar azar caso o resultado final das partidas seja negativo.

Já o Cruzeiro terá uma sequência surpreendente tranquila. Além de atuar 4 vezes em casa, só 1 dos 7 times que irá enfrentar está entre os 10 primeiros: o Grêmio, sendo que este jogo será no Mineirão (lembre-se que o desempenho dos gaúchos é pífio fora de seus domínios). De resto, jogos aparentemente fáceis contra Santo André e Fluminense em casa e outros não tão árduos contra Coritiba (também em casa) e Atlético-PR e Santos (fora). O jogo que tem tudo para se tornar difícil é contra o Sport, já que será disputado no péssimo gramado da Ilha do Retiro contra uma equipe lutando contra o rebaixamento.

Ainda assim, não se pode negar que enfrentar 6 clubes na parte de baixo da tabela, a essa altura do campeonato, é excelente negócio. Isso pode fazer até com que seja mais favorito do que o Flamengo para terminar o campeonato na posição dos sonhos de qualquer um. Aliás, mais favorito do que qualquer um, já que nenhum dos outros times que está a frente dos cruzeirenses terá uma tabela tão tranquila quanto a dos comandados de Adilson Batista. Se mantiver a sequência de resultados positivos, o campeão desse Brasileirão pode ser uma zebra...

De qualquer maneira, é preciso esperar para ver o que acontecerá daqui para a frente. Fato é que Flamengo e Cruzeiro conseguiram colocar ainda mais fogo nessa briga pelo título ou por uma vaga no G4.

E depois ainda reclamam que este campeonato não tem emoção...

Foto: www.lancenet.com.br

sábado, 24 de outubro de 2009

Clássico com ares de decisão


No final da temporada passada, o Liverpool goleou o Manchester United em pleno Old Trafford por 4 a 1. Passando por um momento difícil, os Reds correm o risco de sofrer a revanche quando precisam desesperadamente de uma vitória

Esse fim de semana não será um de jogos decisivos apenas aqui no Brasil. No domingo, um grande jogo será disputado em território inglês: Manchester United x Liverpool. Um clássico que ganhou ares de decisão principalmente para o time da cidade dos Beatles.

O começo de temporada não poderia ser mais desastroso para o Liverpool: após 9 rodadas, os Reds se encontram num decepcionante 8º lugar. Está a 7 pontos dos Red Devils, líderes do campeonato. Mas o que apavora e melhor retrata o início vacilante é o número de derrotas: já foi batido 4 vezes na atual campanha – sendo que uma delas foi em casa, para o Aston Villa. Na última temporada, manteve-se invicto em casa e só perdeu 2 vezes na Premier League.

Rafa Benitez tem suas desculpas para explicar o momento ruim do Liverpool – que também vem mal das pernas na Liga dos Campeões. O time, mais precisamente o meio campo, ainda não se encontrou após a saída de Xabi Alonso – Aquilani ainda não estreou, Lucas está apagado e o Manchester City foi mais rápido na tentativa de contratar Gareth Barry, sonho de consumo do técnico espanhol. Fernando Torres, assim como Steven Gerrard, não pôde atuar em algumas partidas, o que é um verdadeiro tormento para o treinador: o abismo de El Niño para Ngog e Voronin é grande.

Ainda assim, o desempenho do Liverpool no momento poderia ser melhor, até porque há elenco para ficar tranquilamente a frente de Aston Villa e Sunderland na tabela. Além disso, Benitez deveria ter considerado a possibilidade de baixas no elenco com melhores ações na janela de transferências. Algo que nunca foi o seu forte.

De qualquer maneira, é preciso pensar no momento atual, que é crítico. Ainda mais se for lembrado que o clube está sedento por um campeonato nacional, algo que não conquista desde a longínqua temporada 1989-90 – nessa época, o Campeonato Inglês nem havia sofrido a sua tão bem sucedida reformulação. Na temporada passada, o título bateu na trave. Pelo andar da carruagem, na temporada atual a tentativa de gol foi para bem longe.

Uma derrota para o líder, por mais que o campeonato ainda esteja começando, fará com que o clube se distancie mais ainda do sonho de título. Poderá ser o estopim de uma crise que começou a se projetar com duas derrotas seguidas na Premier League e a inesperada derrota em casa (e de virada) para o Lyon na UCL. Para piorar, poderá gerar uma tensão ainda maior entre Benitez e os investidores do clube George Hillet e Tom Hicks, que nunca se deram bem.

Enfim...dependendo do resultado de domingo, a bomba vai estourar em Anfield Road. É esperar para ver.

Foto: www.guardian.co.uk

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Quem esperava isso dele?


Uma foto que mostra perfeitamente o momento do Flamengo: o líder Petkovic a frente de seus coadjuvantes

Você se lembra da sua reação ao saber que Petkovic havia sido contratado pelo Flamengo neste ano? Não lembro da minha exatamente, mas recordo que fiquei surpreso ao mesmo tempo em que torci o nariz. E pode ter certeza que muitos fãs de futebol criticaram a contratação do meia, assim como aproveitaram o fato para criticar a incompetência da diretoria do clube.

Depois de recuperar a forma física, como quem não queria nada, o sérvio foi lentamente entrando em algumas partidas até Andrade, pressionado pelos resultados ruins de sua equipe, colocar em seus pés a responsabilidade de criar as principais jogadas do Fla – algo antes feito pelos laterais. Parecia uma loucura. Mas foi aí que começou a brilhar. A ponto de deixar de brilhar apenas nas partidas no Maracanã contra adversários não mais que medianos para decidir jogos contra bichos-papões do Brasileirão – como São Paulo e Palmeiras.

Agora, todos os que criticaram Petkovic se arrependem de ter feito tal coisa. Alguns perdem perdão, outros aplaudem a sua ressurreição, assim como há os se limitam a dizer que queimaram a língua. Mas, sinceramente: quem criticou a contratação tinha seus motivos para fazer isso.

O herói de um dos tricampeonatos carioca do clube não atuava desde meados de 2008: ou seja, estava completamente fora de forma quando retornou ao Fla. Não atuava bem desde 2005, quando estava no Fluminense; depois disso, teve passagens muito ruins no Santos, Goiás e no Atlético-MG, dando mais a impressão de ser um jogador em decadência do que um que poderia acrescentar algo ao elenco. E ainda tinha a fama de mal-humorado e até mesmo de ser um jogador um pouco marrento, o que poderia tumultuar ainda mais o já conturbado clima na Gávea.

Mas o agora camisa 43 do Fla se superou. Não quer saber de confusão – tanto que não brigou para ter a 10 que é de Adriano, como já fez algumas vezes; assumiu o papel de líder do elenco; não vem tendo problemas físicos; e vem se entregando em campo como nunca se viu. A partida contra o Palmeiras foi um exemplo disso: além de marcar dois belos gols, puxou vários ataques importantes do time com maestria e ainda ajudou na defesa.

Fale com sinceridade agora: você esperava que ele fizesse tudo isso? Meu amigo, isso ele não fez nem na época em que era tratado como rei no Rio, logo após aquela cobrança magistral de falta no fatídico 27 de maio de 2001.

E é por isso que se criticava tanto a contratação do sérvio, inclusive este que escreve o texto: sabendo-se do seu passado, era muito mais fácil esperar o fracasso do que o sucesso de Petkovic na sua nova passagem no Flamengo. Ninguém cogitava a possibilidade dele fazer de tudo para superar as expectativas, até porque fazer muito esforço nunca foi a dele.

Mas quem antes criticou agora sabe elogiar. E digo: Petkovic está jogando muito. E se continuar assim e levar o Flamengo a Libertadores, será sério candidato a melhor do campeonato. É só querer.

Foto: www.lancenet.com.br

Participação em podcast


Esse post é só para deixar o link da minha participação no podcast do blog Futebol Inglês: Ortodoxo e Moderno. Agradeço ao Daniel Leite e ao André Vince pelo convite, que até me fizeram (tentar) aprender a mexer no Skype. Aqui vai o link: http://ortodoxoemoderno.blogspot.com/2009/10/podcast-ortodoxo-e-moderno-rodada-9.html

Mais uma vez, muito obrigado pelo convite e estou esperando a minha camisa do glorioso Charlton!

domingo, 18 de outubro de 2009

Azar, sorte e competência criam novo Interlagazzo


Novamente estragaram a festa brasileira em Interlagos. Se em 2007 Felipe Massa teve que entregar uma vitória quase certa para Kimi Raikkonen e em 2008 o mesmo perdeu o título na última curva, agora foi a vez de Rubens Barrichello ser vítima de um Interlagazzo. Depois de largar na pole, não venceu, não chegou no pódio e ainda viu seu companheiro Jenson Button conquistar o título.

Rubens Barrichello largou muito bem, mas não conseguiu manter um bom ritmo e ainda foi atrapalhado pelo azar

O azar novamente cruzou o caminho de Barrichello: o fato de, após o primeiro pit stop, voltar no meio do tráfego minou suas chances de vitória; e o pneu furado já no fim da prova acabou com suas chances de pelo menos chegar ao pódio. Azar que se tornou trágico para o brasileiro, já que Sebastian Vettel chegou em 4º e assumiu a vice-liderança do campeonato. Rubens terá que se superar em Abu Dhabi para recuperar um vice-campeonato que parecia estar em suas mãos mas que agora está prestes a perder.

Mas é bom que se diga uma coisa: Rubinho outra vez esteve apagado e não conseguiu imprimir um bom ritmo de corrida. Não sei se foi culpa de ter um carro não tão potente ou se foi uma falha sua de não conseguir ser tão rápido em certos momentos – tanto na hora de abrir vantagem para Webber e Kubica quanto na hora de buscá-los. Fato é que deveria ser mais veloz durante toda a prova, e assim como no Japão e em outras provas durante a temporada, não conseguiu. Nesse quesito, ele decepcionou.

Jenson Button fez bela prova até conseguir as ultrapassagens das quais tanto precisava. Depois disso, apenas administrou sua vantagem.

Mas o que Rubens teve de azarado e de apagado, Button teve de sortudo e de brilhante. Sortudo porque foi ajudado pelos incidentes na largada para pular para 9º. Brilhante porque fez ultrapassagens arrojadas e corretas até assegurar uma posição segura e apenas administrar sua confortável situação.

Aliás, o inglês poderia muito bem ter feito uma prova mais conservadora e esperado por erros de outros pilotos, como em Suzuka. Mas depois da péssima qualificação, sabia que precisava buscar no braço algumas ultrapassagens, e foi muito feliz a fazer todas com competência; destaque por não ter se afobado na tentativa de bater o surpreendente Kobayashi, que fez jogo duro para cima do campeão. No final das contas, fez uma de suas melhores – se não a melhor – corridas no campeonato e conquistou o título.

E pelo que fez na temporada, um título merecido. Mas isso fica para outro post.

OBS: Deixemos a vitória de Mark Webber de lado, foi irrelevante hoje. E sem graça demais.

OBS 2: Muito legal ver Robert Kubica finalmente no pódio nesse ano. Seria injustiça um ótimo piloto como ele ter um ano apagadíssimo.

OBS 3: Kobayashi fez uma estreia surpreendente. Fez ultrapassagens arrojadas e teve um momento de glória ao segurar Button por tanto tempo. Até mudei minha opinião em relação a ele.

OBS 4: Não sei por que Trulli ficou tão nervoso. Se Sutil teve culpa de algo, foi de tirar Alonso da corrida. Na verdade, o italiano foi bem mais culpado do que o alemão na saída dos dois.

Fotos: www.motorsport.com

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sobre a possível volta do mata-mata


Ultimamente, saiu na imprensa a informação de que a Rede Globo propôs a abolição do campeonato de pontos corridos e a volta do mata-mata; isso não só como uma resposta negativa a proposta de mudança de calendário feita pelos clubes em agosto, mas também colocando seus interesses publicitários em jogo.

Acompanhando na internet a discussão sobre o tema entre brasileiros fãs de futebol, notei que muitos aprovavam a ideia da emissora. Segundo eles, tal medida traria de volta a emoção que se perdeu desde 2003, quando o Campeonato Brasileiro adotou a fórmula de pontos corridos. Eu, sinceramente, não voltaria com a antiga fórmula usada até 2002.

O principal motivo é um que todos já estão cansados de saber: o sistema de pontos corridos privilegia aquele que foi o melhor durante todo o campeonato, e por isso teve a maior pontuação e foi o campeão, o que é muito justo com aquele que conseguiu ser mais regular. É um tipo de campeonato que privilegia o clube que tem melhor planejamento e que tem competência suficiente para se manter na ponta. Simples assim, como todos já sabem.

Sim, até certo ponto você é culpado por muitos não gostarem do sistema de pontos corridos

Mas é aí que caímos no problema da emoção. Os críticos ferrenhos do campeonato de pontos corridos dizem que esta fórmula não traz emoção. Ora, como não? Pode não ser aquela ansiedade angustiante de uma partida de mata-mata, mas tem sua emoção sim, principalmente quando é bem disputado. Ou vai dizer que a briga que vimos no ano passado, com cinco times lutando pelo título até o fim, foi entediante? Enfim, acho que os irritantemente feios e eficientes times de Muricy Ramalho traumatizaram e ainda traumatizam muita gente; mas vamos deixar essa discussão para outro dia...

Bom, mas o povão quer mesmo emoção. Aquela do mata-mata, que te deixa tremendo o jogo inteiro e com um soro já preparado do seu lado. Aquela que vemos nos Estaduais, na Champions League ou na Libertadores. Ora, então a Copa do Brasil serve para quê? Para passar o tempo? Não! É ela a competição que vai trazer o mata-mata que o pessoal tanto quer ver. É nela que devemos ver quais são os times de chegada, aqueles que crescem em decisões, aqueles que podem contar com torcida como um 12º jogador, etc.

O problema é que a Copa do Brasil é muito mal aproveitada. É curta demais. Não temos tempo de saboreá-la correta e devidamente. Deveriam arranjar uma maneira desta competição durar mais tempo, de preferência começando junto com o Brasileirão e terminando perto ou junto deste. Assim teríamos ao mesmo tempo a competição de pontos corridos, que privilegia a melhor equipe no geral, e a competição de mata-mata, que privilegia aquela que tem os nervos no lugar na hora certa e permite zebras e papelões a vontade. Teríamos dessa maneira a vencedora fórmula adotada na Europa, que vem dando certo há um bom tempo. Para ficar completo, só se a CBF usasse sua força política para fazer com que Libertadores e Sul-Americana durassem uma temporada inteira.

O problema é que para isso o calendário teria que ser totalmente mudado. Os Estaduais teriam que ser reduzidos para que houvessem mais datas para o Brasileirão e a Copa do Brasil. Na verdade, isso seria a tão sonhada mudança do calendário para muitos, exceto para a Globo, que já se mostrou contra isso - tanto que voltou com a ideia do mata-mata. Como a emissora global manda no nosso futebol, é bem capaz que a tal sugestão seja estudada com carinho e seja aceita. Perdemos a chance de fazer uma bela mudança e vamos perder uma fórmula que estava dando certo para quem soubesse se adaptar a ela. Uma pena.

Foto: globoesporte.com

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Recordar é viver: GP do Brasil de 1996...da Indy?


Em semana de GP do Brasil de Fórmula 1, é extremamente normal (e merecido) lembrar das grandes vitórias e feitos de pilotos brasileiros no país natal. Porém, sempre me recordo de um outro grande momento do automobilismo brasileiro em território nacional numa categoria concorrente.

Em 1996, depois de muita insistência – principalmente de Emerson Fittipaldi, que ainda corria pela categoria -, o Brasil sediou pela primeira vez uma prova da F-Indy, no oval de Jacarepaguá (RIP), no Rio de Janeiro. Só o fato de trazer tal corrida para o país já era motivo de comemoração. Mas quis o destino que a festa fosse ainda maior.

Contando com os azares de Alex Zanardi, Gil de Ferran e Greg Moore, o brasileiro André Ribeiro assumiu a liderança faltando 18 voltas para o fim da prova e venceu a corrida, para delírio do público – pequeno, pois havia somente 30 mil pessoas, de acordo com a revista “Grid Indy SBT”.

A festa brasileira não parou por aí: Christian Fittipaldi e Raul Boesel terminaram em 5º e 7º após largarem em 28º e 26º, respectivamente, Roberto Moreno conseguiu (sabe se lá como) um 9º lugar, seguido por Gil de Ferran, Emerson Fittipaldi e Marco Greco. Numa época em que os 12 primeiros pontuavam, quase todos os brasileiros pontuaram – apenas Mauricio Gugelmin não conseguiu tal feito, pois parou na 49ª das 133 voltas com problemas de suspensão.

A vitória de André Ribeiro foi tão marcante para os que aqui habitam que até hoje ele é lembrado por muitos, mesmo sem ter grandes números na F-Indy: ganhou apenas três corridas em quatro anos e nunca chegou a brigar pelo título. Alguns dizem que merecia sorte melhor, enquanto outros dizem que é um piloto extremamente superestimado.

Eu sinceramente não sei avaliar sua carreira: via as corridas mas era criança e não avaliava tudo tão bem, justamente por causa da idade. Mas lembro muito bem daquela corrida e de toda a festa que foi feita em torno do resultado final. E para aqueles que sentiam falta de um piloto brasileiro se destacando numa categoria internacional, a vitória de André Ribeiro foi um prato cheio para quem queria vibrar com um feito histórico.



E admita, mesmo que você não seja daqueles que assiste corridas somente para torcer para brasileiros: foi emocionante e bonito mesmo. Pode conferir no vídeo acima.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Não tenha medo de fazer isso, Dunga



Dunga ainda não confirmou a equipe que enfrentará a Bolívia no domingo, em La Paz. Porém, os coletivos comandados por ele indicam que poupará alguns titulares. E mais: alguns nem devem viajar com a delegação e provavelmente ficarão aqui no país mesmo. Entre eles, os principais jogadores do time, Kaká e Luis Fabiano.

Se isso realmente se concretizar, será uma boa decisão de Dunga. Não só porque irá poupar os principais jogadores da perigosa altitude de La Paz, mas também porque o momento é extremamente propício para que outros jogadores sejam testados.

Com o passaporte para a Copa do Mundo já carimbado e o com o time titular quase fechado, é hora de observar quem pode ser reserva nesse grupo e quem pode arranjar uma vaga de última hora no elenco. Nada melhor do que saber se Luisão e/ou Miranda têm condições de substituir Juan na zaga. Se Josué é uma boa sombra a Gilberto Silva. Se Diego Souza pode quebrar o galho caso (bate na madeira) Kaká se machuque. Se pode mudar a característica do seu ataque com Nilmar no lugar de Robinho. E se Adriano pode ser o reserva de luxo de Luis Fabiano.

Parece que isso tudo Dunga irá fazer na partida contra Bolívia. E deve fazer. Afinal, não há nada a perder. Os que estão recebendo a oportunidade de ouro devem estar tão sedentos por mostrar que têm qualidade para continuar no grupo que certamente não deixarão a peteca cair e irão fazer frente ao adversário.

E digo mais: se Dunga fosse um pouco mais ousado e encarasse definitivamente esse jogo como teste, poderia até colocar Helton ou Victor no lugar de Júlio César. Já está na hora de sabermos se há um goleiro confiável no banco como a Seleção teve nas últimas edições da Copa do Mundo. Até agora, não parece que o Brasil possui algum goleiro próximo do nível do arqueiro da Internazionale. Mas só vamos ter certeza disso se algum reserva dele jogar...

Foto: www.cbf.com.br

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ficou ainda mais difícil


Depois da última quinta-feira, o clima nas Laranjeiras era dos melhores possíveis, como há muito tempo não se via. As duas vitórias nos últimos dias e uma pequena melhora nas atuações da equipe indicavam que o Fluminense ainda poderia sonhar com uma antes improvável saída da zona de rebaixamento. E o clássico contra o Flamengo poderia ser o divisor de águas do time de Cuca.

Mas a derrota não permitiu isso. O clube não perdeu só nas arquibancadas (havia muito mais rubro-negros do que tricolores no estádio) como também no campo. Tomou um baile a partir do momento em que se viu em desvantagem no placar. E ainda viu derrotas particulares. Viu Digão, que provocou Adriano no meio da semana, ser batido pelo Imperador no segundo gol do Fla. Viu Fabinho, citado por Cuca como prova da recuperação do time, falhar nos dois gols. Viu Alan, um dos que mais se destacou nas partidas contra Avaí e Alianza, perder um gol feito quando o placar marcava 0 a 0 e ainda sair mais cedo após levar a pior num choque com o zagueiro adversário David.

Não há duvidas de que a derrota caiu como uma ducha de água fria em cima do Fluminense. Não somente por ter sido contra o rival, mas também por esfriar a reação do time justo na rodada em que viu rivais diretos na briga para deixar a zona de rebaixamento se darem bem. E o baque foi facilmente percebido logo após o segundo gol de Adriano: abatido, os erros do Flu aumentaram e o Flamengo só não marcou mais vezes porque enfeitou demais.

Depois de falhar no momento em que poderia embalar, será fundamental a reação do elenco a esse resultado negativo. O time não pode se abater neste momento, mas a verdade é que é difícil isso não acontecer depois da decepção de domingo. A moral deve cair mais ainda após um acontecimento tão frustrante – ver as esperanças de melhoras destruídas por um rival. E num clube afundado numa grave crise política, que tem o emocionalmente fraco Cuca como técnico e sem um verdadeiro líder no elenco, fica difícil acreditar que haverá uma união ou um pacto no elenco capaz de tirar o time desse momento desesperador.

E cá para nós: não deve ser nada fácil se motivar sabendo que um time que é o último colocado no campeonato e não consegue uma boa sequência no campeonato ainda tem pela frente, a 11 jogos do fim, Corinthians, Internacional, Goiás, Atlético-MG, Cruzeiro e Palmeiras.

A situação do Fluminense no Brasileirão se torna cada vez mais complicada. E ainda tem Sul-Americana para cuidar...

domingo, 4 de outubro de 2009

O que Sutil e Kovalainen têm a ver com isso?


Na 14ª volta do sonolento GP do Japão (não esperava isso de Suzuka...), Heikki Kovalainen e Adrian Sutil duelavam pela 8ª posição, enquanto Jenson Button, em 10º, acompanhava os dois de perto. Eis que no fim dessa volta o alemão tenta a ultrapassagem na clássica chicane do circuito, consegue a preferência mas ainda assim é fechado pelo finlandês. Resultado: ambos se tocam, rodam e deixam o 8º lugar de bandeja para Button, que lá permanece durante o restante da prova. Depois disso, nosso ilustríssimo locutor global aproveita para dar a entender que Kova e Sutil foram “meio que culpados” pelo fato do inglês entrar na zona de pontuação e dificultar ainda mais a tarefa de Rubens Barrichello.

Como já é de costume, mais uma prova da torcida exagerada do locutor aos brasileiros (torcer não é problema, o problema é quando se torna algo exagerado). O que ele queria, que Sutil e Kovalainen fizessem um acordo para ajudar Barrichello não deixando Button passar, nem que para isso abdicassem de disputar posições? Pai nosso...

Corrida burocrática de Rubens Barrichello o impediu de tirar uma diferença considerável para Jenson Button e tornou sua caminhada para o título quase impossível

Enfim, fato é que Barrichello não tinha que contar com a ajuda de ninguém para tirar alguns pontos de diferença para Button. Tinha que meter o pé no acelerador, fazer uma bela prova e chegar numa boa posição, para que pelo menos diminuísse a diferença para o líder do campeonato em 3 ou 4 pontos – algo que era uma possibilidade real quando víamos o grid de largada.

Mas não foi isso que aconteceu. Rubens disse que foi agressivo, mas seus tempos não mostraram isso. Sua segunda perna, após o primeiro pit, foi muito ruim, sem conseguir voar na pista e sem chegar a ameaçar Kimi Raikkonen. E ainda viu a estratégia de Nico Rosberg dar certo e cair para a 7ª posição, onde terminou.

Era consenso de que ele, se quisesse conquistar o título, precisava ser nas provas aquele excepcional que venceu duas provas esse ano. Mas o Rubinho do Japão lembrou muito mais aquele irregular, que não consegue fazer sua parte, do que aquele rápido e genial que vimos em Valência e na Itália. Aí fica difícil, até porque desde Monza Button consegue os pontos necessários para manter uma vantagem confortável em relação ao seu companheiro de equipe.

A situação de Barrichello está extremamente complicada. Quase desesperadora. Está 14 pontos atrás de Button a 2 corridas do fim do campeonato. Precisa de resultados muito bons no Brasil e em Abu Dhabi e ainda tem de contar com cagadas homéricas do líder do campeonato. O que não deve acontecer: se não é dos mais geniais da categoria, não é nenhum garoto que comete erros bobos. Já tem experiência suficiente para saber que é só não cometer erros e fazer provas conscientes – algo que já vem fazendo muito bem há um bom tempo - para ser campeão mundial

Jenson Button está praticamente com as duas mãos no título. Parece apenas questão de tempo poder realmente comemorar a conquista. E a situação parece tão tranquila que até mesmo uma vitória de Barrichello no Brasil talvez seja insuficiente. Será que veremos outra vitória de um brasileiro no seu país natal com gosto amargo?

Foto: www.gpupdate.net

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Duas manobras memoráveis (e nada elegantes) em Suzuka


Com a farsa da Renault feita em 2008 mas só descoberta há poucas semanas, palavras como jogo sujo, trapaça e outras do mesmo naipe voltaram ao vocabulário da Fórmula 1. Algo que, de certa maneira, sempre volta a tona cada vez que a categoria volta ao Japão, mais especificamente à Suzuka.

Essa pista foi palco de dois episódios que acirraram ainda mais uma das maiores rivalidades vistas na F-1, entre Alain Prost e Ayrton Senna. Dois episódios marcados por atitudes contestadas e não muito (ou nada) limpas. Que tiveram em comum o fato de dar um título ao dono da manobra nada merecedora de aplausos.

Tudo começou com o ato de Prost no GP do Japão de 1989. A poucas voltas do fim da corrida, Senna tentou uma ultrapassagem arriscada em cima do francês na chicane localizada pouco antes da reta dos boxes. O “Professor” não aliviou, causando um choque inevitável entre os dois e seu conseqüente abandono. O brasileiro voltou à prova e venceu a mesma, mas foi desclassificado minutos antes de ir ao pódio, o que sacramentou o terceiro título de Prost e gerou a ira de Senna e uma verdadeira novela dali para a frente.



Pode-se até achar que Senna foi afoito demais ou que foi com muita sede ao pote. Mas haviam fatos que iam além do que ocorria na pista que levavam a crer que Prost tinha sido o culpado daquele incidente, que realmente havia fechado a porta de propósito para causar o acidente e ser campeão de vez. O fato de reclamar do brasileiro em todas as oportunidades possíveis desde que um acordo entre os dois foi quebrado no GP de San Marino daquele ano e de estar irritado com toda aquela situação me fazem acreditar nisso. E por último, o teor de sua entrevista logo após a corrida no Japão denunciou que aquele toque era muito mais do que um acidente de corrida. Disse Prost:

“Para ser honesto, eu tinha toda a certeza que venceria ou que teria um acidente como esse. O problema com Ayrton é que não aceita não vencer e nem que resistam a uma ultrapassagem. EM 88, dei-lhe passagem muitas vezes, e se não tivesse dado teríamos batido assim. Antes da prova, disse que não daria passagem. O modo como ele dirige é muito bom. Ele é incrivelmente rápido mas força demais. Se a Fórmula 1 tivesse dois pilotos assim, teríamos acidentes em todas as provas. Foi meu pior ano na Fórmula 1.”

Mas em 1990 a situação se inverteu. Era Senna quem chegava com a vantagem de poder ganhar o título em Suzuka. E foi ele quem praticou uma manobra livre de qualquer suspeita.

Logo na largada, Senna perdeu a primeira posição para Prost, agora na Ferrari. Mas ele tratou de acabar com o campeonato ali mesmo, acertando o carro do francês na primeira curva, acabando com a corrida de ambos e conquistando seu segundo título.



A atitude do brasileiro foi compreensível se levarmos em conta que ele ainda não havia engolido o acontecido no ano anterior. Assim como o estresse pré-largada que teve, após Balestre não aceitar a ideia de deixar Senna, o pole da prova, mudar de lugar no grid para que largasse de um lado que realmente favorecesse o pole position – a decisão havia sido aceita momentos antes pelos comissários. Ou seja, tudo soava como uma revanche e também dava a impressão de que o acidente era mais do que um acidente de corrida. Parecia uma atitude até mais premeditada do que a que o mundo havia visto em 1989.

Porém, isso não apaga a mancha que ficou no seu segundo título: como ele mesmo reconheceu em 1991, foi um título, digamos “triste”. Não ganhou de maneira digna, da qual realmente se possa comemorar, como havia acontecido com Prost um ano antes.

Em suma, foram títulos marcados pelo clima esquisito misturado ao sabor da vitória. E marcado por atos no mínimo a serem lamentados – tenham sido feitos por revanche ou não – de dois dos maiores pilotos que a categoria já viu.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

10 de agosto: o dia que pode ter decidido o destino do Botafogo


Depois de sair do Botafogo, Ney Franco vem conseguindo obter os resultados estipulados no Coritiba. Já o seu antigo clube vem numa decadência sem fim.

10 de agosto pode ter sido um dia decisivo para o Botafogo em 2009. Foi nessa data que a diretoria do clube decidiu demitir Ney Franco, logo após a derrota para o Atlético-PR em casa. Uma atitude que se revela precipitada a cada rodada que passa.

Na época em que foi mandado embora do clube, já não aprovava a decisão da diretoria. Para quem tinha um time muito limitado em mãos e que até hoje sente a falta de Maicosuel – Lúcio Flávio nem de longe substitui a altura o agora meia do Hoffenheim – Ney Franco fazia muito pelo Botafogo. Conhecia bem o grupo com que trabalhava e cumpria a tarefa de deixar a equipe numa posição intermediária na tabela – com o elenco que lá está, não dá para ir mais adiante. E só não conseguia estar numa posição melhor porque era prejudicado pelos constantes erros da arbitragem e pelas falhas clamorosas da sua defesa – não por armar mal esse setor, mas sim pela ruindade de seus defensores mesmo.

Pois bem, preferiram trocar o certo pelo duvidoso. Uma ruptura num trabalho que merecia continuidade. No meio de um campeonato complicado e nivelado, colocar um técnico (Estevam Soares) que não é tão gabaritado assim – no máximo, via sua carreira numa ascendente – e não conhecia o grupo. E o resultado foi desastroso: o ex-treinador do Barueri não venceu uma partida sequer das 9 que disputou no Brasileirão e conquistou míseros 6 dos 27 pontos disputados.

Será que o desempenho de Ney Franco seria melhor? Bom, não sou vidente. Mas é fato que Estevam não fez nada que melhorasse o desempenho de sua equipe; tanto que a equipe vem numa descendente, mostrando que o elenco realmente é limitado e sobretudo que a culpa não era do agora técnico do Coritiba (que por sinal conquistou 14 dos 24 pontos disputados sob seu comando e tirou o time da zona de rebaixamento).

Estevam Soares não tem a confiança de ninguém agora. Não tem mais clima no clube. Não parece que vai dar jeito no clube. Então o que fazer agora? Demitir o treinador e assumir que se precipitou ou insistir ainda mais e correr o risco de ver a equipe afundar mais e mais? E se optar pela demissão, vai contratar quem? Quem está disposto a tirar o clube do rebaixamento, tem competência para isto e está disponível no mercado?

A diretoria do Botafogo, com seu planejamento de reconstrução lenta mas honesta do clube, não merecia esse sofrimento. Tampouco merece um rebaixamento. Mas o desempenho recente do clube mostra cada vez mais que a atitude tomada naquele 10 de agosto foi um erro. Caia ou não para a Série B esse ano, que o episódio sirva de lição para o futuro.

Foto: www.terra.com.br

domingo, 27 de setembro de 2009

Um balde de água fria em Barrichello


No belo mais entediante GP disputado em Cingapura, Jenson Button levou a melhor sobre Rubens Barrichello

GP chato disputado hoje em Cingapura. Os donos da F-1 podem fazer um trabalho muito legal tornando as provas mais glamurosas e levando corridas para lugares sem tradição no automobilismo, enchendo ainda mais os seus bolsos. Porém, vemos cada vez menos emoção na pista e cada vez mais provas sendo decididas nos boxes – hoje houve mais na tensão no momento em que as paradas foram feitas do que nas tentativas de ultrapassagens, que por sinal foram raras. Seria muito bom se Bernie Ecclestone e sua trupe pensassem mais em promover corridas realmente atraentes do que torná-las um mero detalhe, valendo muito mais todo o clima de festa criado em cima das provas.

Porém, Lewis Hamilton não tem nada a ver com isso. E aproveitou as condições extremamente favoráveis para vencer a corrida – largava na frente, tinha gasolina suficiente para não entrar no boxes tão cedo e ainda contou com os contratempos de Rosberg e Vettel. Mas quem ficou realmente satisfeito com o resultado final desta corrida foi seu compatriota piloto da Brawn GP.

O fato de Jenson Button terminar na frente de Rubens Barrichello foi uma vitória moral para o inglês na guerra psicológica entre os dois e um balde de água fria na reação do brasileiro. Fazia um bom tempo que o inglês não terminava uma prova na frente de seu companheiro – mais precisamente desde o GP da Hungria.

Só para constar: não é preciso jogar pedras em Rubinho por não ter chegado na frente de Button. Ele fez uma boa corrida, e o inglês também. Só que Button foi beneficiado por estar mais pesado do que seu companheiro e fazer uma segunda perna mais longa. Tem que agradecer a entrada do safety car também.

É verdade que Barrichello tem motivos para não lamentar tanto o resultado. Largou em 9º devido a punição que recebeu por trocar o câmbio, logo terminar em 6º não foi mal negócio. Mas Button largou mais atrás, em 11º, e, ajudado pelo safety car, terminou em 5º. Da mesma maneira, ter conseguido somente um ponto a mais pode parecer irrelevante para o líder do campeonato. O problema é que é consenso que Rubens deveria, a cada corrida, abaixar sua diferença em relação ao inglês. E ver o oponente aumentar a diferença, por menor que ela tenha sido alargada, incomoda. Se já incomodaria se ele tivesse tirado apenas 1 ou 2 pontos...

Faltando três corridas para o final e 15 pontos atrás de Button, Barrichello tem cada vez mais a obrigação de conseguir resultados positivos, de preferência vitórias - e não apenas uma. Além disso, terá de contar com erros e atuações apáticas de Button, para que ele não pontue muito nas próximas provas – claro que isso pode acontecer, como já aconteceu, mas nunca é bom depender disso.

Sim, o título ainda é possível. Mas vai se tornando cada vez mais uma tarefa complicada.

Foto: www.gpupdate.net

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Quase OFF: Blogueiro vidente


Nos dias que antecedem uma corrida de F-1, é sempre legal relembrar alguma prova disputada no circuito que será o palco de todas as atenções no domingo. Porém, Cingapura só sediou alguma prova uma única vez; e os acontecimentos principais daquela corrida - o acidente de Nelsinho Piquet e o desastroso reabastecimento de Felipe Massa – já foram tão comentados ultimamente que dedicar um post a uma análise deles soará um tanto repetitivo.

Mas há algo sobre esta corrida que (acho que) não comentei aqui no blog. Esta página teve recorde de acessos num só dia (165) quando Reginaldo Leme, no GP da Bélgica deste ano, deu informações de que a Renault estava sendo investigada por tudo que aconteceu no dia 28 de setembro do ano passado. Como a notícia caiu como uma bomba no mundo da F-1, muitos digitaram algo relacionado a Nelsinho Piquet + Renault + GP Cingapura no Google e acabaram acessando o meu post sobre tal GP no ano passado.

Até aí, tudo bem. Comentei este fato no Twitter e Daniel me avisou que meu blog havia citado num Twitter de algum jornalista (não me perguntem quem era a pessoa, eu já não lembro; na verdade, lembro nem se era jornalista mesmo, rs). Fuçando google e tudo mais o que tem direito, descobri o porque desta pessoa ter citado o meu blog: tudo por causa deste comentário “vidente” do Net Esportes no dia do GP de Cingapura, que pode ser visto aqui:

“pura estratégia da Renault, o Briatore armou tudo !!!!!”

Como costumo dizer, Net Esportes deus, gênio, mito, estou até escrevendo de pé em cima da cadeira. Sabia de tudo antes da FIA e afirmou o poucos ousavam acreditar: eu achava que era coincidência, Marcelonso acreditou que era ruindade do Nelsinho mesmo, Luis nem tinha se ligado na "coincidência", Felipe quis zoar Piquet, Marcos deu indícios de que quer que Alonso dê o troféu a Rosberg e Daniel e Vinicius foram os únicos que chegaram perto da opinião do Netesportes, mas sem tanta precisão. Da próxima vez, aproveite e me passe os números da Mega-Sena também.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Nessa Andrade acertou


Depois de ver seu time caminhando para a parte de baixo da tabela, Andrade resolveu arriscar e mudar o esquema. E acertou.

4 jogos de invencibilidade. 10 pontos conquistados dos últimos 12 disputados. Nesse tempo, 9 gols marcados e nenhum sofrido. Números como esses fizeram com que o Flamengo pulasse para a 8ª posição do Brasileirão nas últimas rodadas e voltasse a sonhar com uma vaga no G4 – no momento, o clube carioca está a 5 pontos de tal zona.

Vários fatores contribuíram para que a paz e a esperança voltassem à Gávea: a contratação de Álvaro e Maldonado, a volta dos titulares contundidos, o grande momento vivido por Adriano e Petkovic e até mesmo o fato das últimas quatro partidas terem sido disputadas contra equipes que estão na parte de baixo da tabela. Porém, tão importante quanto isso foi a escolha de Andrade por um novo esquema.

Não foi mera coincidência que os últimos resultados positivos do Flamengo vieram ao mesmo tempo que o 4-4-2 foi implantado. O já mais que manjado 3-5-2 foi deixado de lado para a entrada de uma formação que vem dando resultados.

No esquema anterior, as principais jogadas ofensivas eram armadas pelos laterais, que subiam ao ataque praticamente sem se preocupar com a defesa. Para isso, a equipe sempre contava com 3 zagueiros e geralmente com 2 volantes. Tal ideia era muito boa se o jogo com os alas fluísse, mas não dava certo quando eram bem marcados. Quando isso acontecia, o time carecia de criatividade: como no meio campo havia muitos jogadores de características defensivas e sem tanta habilidade para levar o time para a frente, o ataque acabava prejudicado, pois não era devidamente municiado. E isso já vinha acontecendo com certa frequência ultimamente.

Agora, os ofensivos laterais Léo Moura e Everton se preocupam mais com a defesa e só sobem “na boa”, o que não quer dizer que abdicaram do ataque. A zaga, com um homem a menos, continua bem protegida por dois volantes de ofício. E Andrade depositou a responsabilidade de armar as jogadas no sérvio Petkovic – que vem dando conta do recado até o momento. Quando este está sobrecarregado, recebe a ajuda ou dos laterais ou do terceiro homem do meio campo: Zé Roberto, se o time estiver mais ofensivo, ou Fierro, se o técnico quiser um homem que se preocupe mais em ajudar Léo Moura e que tenha um mínimo de noção de como defender e como atacar.

Com isso, o time ganhou mais consistência, não deixou de ficar desprotegido na defesa e ainda possui um leque maior de opções no ataque. E ainda por cima abriu mão de um esquema que se tornava cada vez mais fácil de ser marcado: afinal, era só proteger as laterais que o Flamengo se via em dificuldades.

É justamente por isso que Andrade merece palmas. Deixou de lado o que os antigos treinadores do clube pensavam – que era quase impossível fazer o Fla jogar sem um esquema que priorizasse o jogo pelas pontas – e montou uma formação que está fazendo o Flamengo jogar bem. Claro que o esquema não é perfeito e ainda precisa ser testado mais vezes; mas já é um sopro de inovação depois da mesmice dos últimos tempos e que pode gerar bons frutos.

Foto: www.flamengo.com.br

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Se ele não quer...


A Copa do Mundo de 2006 definitivamente foi uma espécie de divisor de águas para Ronaldinho Gaúcho. Se até o início da competição o jogador estava numa incrível forma, depois do seu desempenho pífio no torneio sua carreira começou a caminhar ladeira abaixo.

Com atuações cada vez mais decepcionantes pelo Barcelona, conseguiu o que parecia ser impossível em 2004 e/ou 2005: ser praticamente chutado do clube. Não se firmou no Milan, fracassou na tentativa de levar a seleção olímpica ao ouro inédito, perdeu sua vaga na seleção brasileira principal e não consta mais nas listas de melhores jogadores do mundo no momento. Detalhe: para que isso acontecesse, não sofreu uma contusão grave, nem teve um problema particular sério – se teve, não foi noticiado, mas acredito que não teve mesmo.

Dunga (na foto, com Ronaldinho Gaúcho) e Leonardo também já perderam a paciência com o brasileiro

Pois bem: na minha santa inocência, sempre achei que, quando um jogador chega ao fundo do poço, ele deve botar a cabeça no lugar, avaliar o que está fazendo de errado e tentar reverter a situação. Afinal, foi tão difícil chegar ao topo que não se pode deixá-lo tão facilmente.

Mas não é isso que parece acontecer com Ronaldinho Gaúcho. Pelo contrário. No momento, dá mais a impressão de ser um jogador acomodado, que pensa que já conquistou tudo na vida e não tem a menor pretensão de voltar a velha forma. Que não quer mais ser considerado o craque do seu time, não quer lutar por um lugar na seleção de seu país e só quer saber da vida noturna. E se promete melhorar seu rendimento em campo, sua intenção é somente da boca para a fora, porque não é isso que vemos ele demonstrar nos gramados. Em suma: cada vez mais desperdiça o seu talento.

E sabe o que é pior? Enquanto o meia parece ignorar sua decadência, alguns (ou muitos, não sei) de nós ficamos animados com qualquer partida em que ele atue bem, ou faça um gol bonito, ou mostre um lance da sua genialidade que está escondida há algum tempo. Ficamos apostando que o velho Ronaldinho está voltando para depois se decepcionar com as performances seguintes e ver que tudo aquilo não passou de ilusão.

Foi assim nesse começo de temporada – pois é, míseras 4 ou 5 partidas foram suficientes para se constatar isso. Depois de, junto com Alexandre Pato, ter sido o melhor em campo na partida contra o Siena pela abertura do Calcio, e ter ressuscitado discussões do tipo “Será que o velho Ronaldinho voltou?”, teve uma atuação apagada contra a Internazionale e outra contra o Livorno para depois já esquentar o banco no jogo contra o Olympique de Marselha – com direito a ver seu substituto, o holandês Seedorf, dar os passes dos dois gols do Milan.

Como ele reagirá a isso? Não sei. Muito provavelmente ignorando esse fato, voltando a fazer mais uma meia dúzia de partidas boas numa sequência de mais de trinta e se contentando com isso. Perdendo a chance de ir a sua terceira Copa seguida. Perdendo crédito com o torcedor e fã do futebol bem jogado – a quem, obviamente, não deve dar satisfações, mas irrita por saber que pode jogar muito, mas muito mais.

Eu que não vou mais me preocupar com isso. Porém, admito que é frustrante saber que alguém que tinha futebol para mais umas 5 ou 6 temporadas fantásticas desperdiçar o seu talento tão precocemente, antes mesmo de chegar a casa dos 30 anos de idade.

Foto: www.estadao.com.br

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Red Bull Racing out


Depois de acompanhar com certo temor os resultados significativos conquistados pelos pilotos da Red Bull justo no momento em que Jenson Button começava a cair de produção, Ross Brawn já pode respirar aliviado. Após os resultados do GP da Itália, ficou praticamente decidido que os pilotos da equipe dos energéticos não participarão da briga pelo título da competição, deixando a tarefa aos pilotos da Brawn GP. E o próprio dono da equipe, Dietrich Mateschitz, já jogou a toalha.

Na verdade, a prova disputada em Monza serviu apenas para concretizar algo que já vinha sendo construído desde Valência. Se foi lá que Rubens Barrichello iniciou sua recuperação no campeonato, também foi lá que os pilotos da RBR começaram a minar suas chances de se sagrarem campeões.

Depois de terminar em nono tanto em Valência quanto na Bélgica, Mark Webber viu suas chances de ser campeão praticamente irem para o espaço com o abandono na primeira volta na Itália

Desde o GP da Europa, Rubinho conquistou 22 dos 30 pontos disputados e seu companheiro, 10. Enquanto isso, Sebastian Vettel ganhou apenas 7, e Mark Webber teve um desempenho para se esquecer: não conseguiu um ponto sequer.

Ou seja: tendo que conseguir bons resultados para ainda tentar alcançar Button – algo que apenas Barrichello, de quem menos se esperava, conseguiu -, Webber e Vettel fizeram justamente o oposto. O primeiro mais parecia o piloto apagado de 2008, jogando sua regularidade no lixo, enquanto o segundo também esteve um pouco apático, além de contar com o problema da quantidade de motores a serem usados na temporada, algo que certamente o limitou na pista.

Com o alemão a 26 pontos do líder e o australiano a 28,5 e com apenas mais quatro corridas a serem disputadas, o título é algo praticamente impossível para ambos. Para conseguir tal feito, um deles teria que talvez vencer todas as provas – na situação atual, não dá para revezar no número de vitórias - e torcer para uma série incrível de erros e abandonos dos pilotos da Brawn. Algo que será muito difícil de acontecer, principalmente porque Button possui uma ainda confortável vantagem que lhe permite ser mais cauteloso nas próximas provas.

No momento, para garantir o sucesso em 2009, o melhor garantir boas performances nas próximas corridas afim de assegurar os 3 º e 4º lugares. Afinal, Kimi Raikkonen – a 11,5 de Webber e dono de quatro pódios consecutivos - vem se recuperando no campeonato e já aparece no retrovisor, pronto para colocar a Ferrari num lugar que parecia impensável no começo do campeonato.

Foto: www.motorsport.com