segunda-feira, 15 de março de 2010

Diferença

Neste domingo, pudemos finalmente acompanhar duas provas muito esperadas pelos brasileiros: a estreia da F-1, no Bahrein, e a primeira corrida da F-Indy nas ruas de São Paulo. Um prato cheio para quem pouco havia visto provas nesse ano e tinha que se contentar com vts de corridas antigas somente para matar a saudade.

Curiosamente, os melhores resultados tupiniquins em ambas as provas foram de pilotos que voltaram às pistas depois de um longo tempo. Felipe Massa, 2º no Bahrein, havia disputado sua última prova oficial em julho, no GP da Alemanha, antes de sofrer grave acidente na Hungria. Já Vitor Meira , 3º no controverso traçado de São Paulo, não corria há quase um ano, depois de se acidentar seriamente em Indianápolis. Ambos conseguiram resultados com sabor de vitória. Porém, outra análise da prova nos leva a interpretações finais com sabores diferentes.

Por mais que não seja anormal ficar atrás de um Fernando Alonso com um carro finalmente a altura do seu nível de pilotagem, o resultado do brasileiro vice-campeão mundial em 2008 é um pouco amargo. Depois de surpreendentemente se sair melhor do que o companheiro na classificação – digo isso pelo fato de ter colocado uma diferença significativa em relação ao espanhol (três segundos) –, Felipe não largou bem e perdeu a posição para Alonso. E foi justamente esse resultado que fez a diferença no final. Se Massa tivesse mantido sua posição inicial na largada, muito provavelmente teria ganho a corrida, já que o seu desempenho era similar ao de Fernando e as ultrapassagens no circuito de Sahkir eram limitadas. Vendo dessa maneira, é de se lamentar pelo menos um pouco o resultado final do brasileiro, já que isso significa a começar a disputa interna na Ferrari perdendo (mas não me refiro a disputa idiota inventada pelas imprensas brasileira e espanhola). Além disso, nunca é bom deixar um piloto como Alonso deixar ganhar confiança já na primeira corrida

Já o resultado de Meira teve realmente o sabor de uma vitória. Vitor não tem – e nunca teve – um dos melhores equipamentos na categoria, mas foi bem durante a prova e teve competência e muita sorte para não deixar que os acontecimentos malucos da corrida atrapalhassem o seu desempenho. O seu resultado foi mais um daqueles que mostra que o brasileiro possui habilidade para se virar com equipamentos inferiores, quando comparados aos dos pilotos “tops”, além de fazer com que nós torçamos pela sua primeira vitória na categoria – ele já foi segundo em algumas corridas, até mesmo em Indianápolis há dois anos, mas ainda não conseguiu subiu no lugar mais alto do pódio.

Dura realidade: enquanto Luciano do Valle continuar narrando corridas da Indy, Vitor Meira ("Vitinho", para o locutor), continuará tendo dificuldades para vencer uma prova

De qualquer maneira, deve-se destacar o fato de que seus resultados no Bahrein e em São Paulo, respectivamente, provaram que ambos não perderam a velocidade de antes. E que ainda podem render bastante e alcançarem seus objetivos – um, o de ainda ser campeão mundial, embora a tarefa pareça cada vez mais difícil, e o outro, o de pelo menos conseguir uma vitória na Indy (para pelo menos não virar o novo Raul Boesel…)

Foto: www.motorsport.com

segunda-feira, 1 de março de 2010

Maldita Copa do Mundo


No começo da atual temporada, apostei que, com a saída de Cristiano Ronaldo do Manchester United, Wayne Rooney assumiria a condição de líder dos Red Devils. O inglês vinha fazendo grandes temporadas e vinha sendo o coadjuvante perfeito do atual jogador do Real Madrid; logo, parecia pronto para assumir um papel essencial na equipe. Só não esperava que fosse superar as minhas expectativas, que já eram muito boas.

Wayne Rooney mais uma vez decidiu o jogo para o seu time nessa temporada e ajudou o Manchester United a conquistar a Copa da Liga

Rooney marcou o gol que deu o título da Copa da Liga ao Manchester United na vitória de 2 a 1 sobre o Aston Villa. É verdade que é uma conquista, digamos, não tão importante diante do glorioso momento que a equipe de Sir Alex Ferguson vive, mas que serviu muito bem para mostrar a fantástica fase que vive o atacante inglês. Ele já alcançou a excelente marca de 28 gols em 35 jogos da temporada, o que já comprovaria a ótima fase que vive. Mas vem sendo muito mais do que isso: afinal, vem sendo letal, capaz de decidir jogos decisivos com grandes atuações individuais, gols e participações em quase todas as jogadas do time – ah, e claro, de vez em quando carregando jogadores em má fase, como Berbatov, nas costas. Enfim, certamente já substituiu Cristiano Ronaldo com sobras, sem dar chances à oportunidade de algum torcedor sentir saudades do português.

Sem sombra de dúvidas peça fundamental do Man Utd e melhor jogador do futebol inglês nessa temporada, também não seria exagero dizer que Wayne Rooney é o melhor do mundo no momento. Talvez seja estranho dizer isso, porque ele não é exatamente um jogador técnico, como costumam ser os premiados pela FIFA. Não que não seja habilidoso, mas preza muito mais pela luta mostrada em campo, pelas atuações consistentes e por ser muito participativo. Porém, pegue, por exemplo, os 5 melhores jogadores do mundo de 2009: nenhum deles vem jogando mais do que Rooney. Nem mesmo os jogadores do Barcelona, que, embora venham jogando em alto nível, não vem tendo tantas grandes atuações e decidindo tantos jogos como “Shrek” – que praticamente decidiu jogos a favor de seu time contra Milan e Arsenal recentemente. Se continuar mostrando um bom futebol – o que deve acontecer – e se mantiver seu time na luta pelo título da Liga dos Campeões e da Premier League, o camisa 10 dos Red Devils será um fortíssimo candidato ao prêmio no final do ano.

O problema é que estamos em ano de Copa do Mundo; e como todos sabemos, geralmente o eleito melhor do mundo nos anos em que o torneio é disputado é aquele que se nele se destaca – de preferência sendo da equipe campeã. E ninguém imagina como a Inglaterra se comportará no torneio. Acredita-se que a equipe virá muito forte, porque Fabio Capello conseguiu arrumar a equipe, deixando-a com uma consistência impressionante. Porém, o English Team ainda é visto com certa desconfiança porque não passou por nenhum teste de fogo ultimamente – era para ter sido a Eurocopa, mas Steve Mclaren conseguiu a proeza de não classificar a seleção inglesa para a competição.

Então, se Rooney deseja conquistar o prêmio, além de continuar em grande forma na sua equipe, precisa arrebentar na Copa do Mundo, para todo o mundo ver como está se saindo bem (mas, desta vez, sem comparações com Pelé, por favor). Como não é o jogador que costuma amarelar em grandes jogos, não aposto que isso vá acontecer durante o principal torneio de futebol. Mas garantir que levará a equipe ao bicampeonato com a ajuda de Lampard, Gerrard e cia é outra história…

Foto: globoesporte.com