A situação do Vasco é muito mais do que crítica. Depois da derrota em casa para o líder São Paulo, o clube carioca está na antepenúltima posição do Campeonato Brasileiro e, a duas rodadas do fim, não depende só de si para se manter na Série A.
A 3 pontos do Náutico, primeiro clube que está fora da zona de rebaixamento, o time precisa torcer não só por tropeços do Timbu mas também do Figueirense, com um ponto a mais do que o Vasco, e talvez até mesmo do Atlético-PR. Talvez porque a equipe de Roberto Fernandes enfrentará a de Geninho na próxima rodada nos Aflitos; caso a equipe da casa saia vencedora no confronto, a diferença entre o Furacão e o Gigante da Colina cairá para dois pontos, se o Vasco também vencer na próxima rodada.
É aí que mora o problema. O próximo jogo do Vasco será fora de casa, contra o Coritiba. Vale lembrar que a última atuação do time de Renato Gaúcho fora de São Januário foi para ser esquecida, já que o Atlético-MG impiedosamente goleou o time vascaíno pelo placar de 4 a 1. E o Coritiba não é um time fácil de ser derrotado em casa: embora tenha empatado seis vezes no Couto Pereira, foi derrotado apenas em duas ocasiões, pelo Grêmio e pelo Botafogo, quando estes vinham em excelente fase.
É nessas horas que se lamenta pontos importantes perdidos em rodadas anteriores. O Vasco não foi um bom mandante durante o campeonato. Junto com o Figueirense, foi o time que mais perdeu em casa: 7 vezes. Por exemplo, contra adversários teoricamente tranqüilos, a equipe de Renato Gaúcho perdeu em São Januário para Náutico e o já citado Figueirense, além de ter empatado contra o Atlético-PR. Também houveram tropeços a serem muito lamentados fora de casa: o time perdeu para o Ipatinga e empatou com o Sport após levar o gol já nos acréscimos.
Nesse momento difícil, resta ao grupo trabalhar muito para tentar consertar os erros que prejudicaram o time nas últimas partidas e entrar preparado para a próxima. Será mais importante do que nunca a defesa se acertar, Edmundo liderar a equipe, Mádson mostrar o empenho de sempre em campo e Leandro Amaral acertar a pontaria. Renato Gaúcho precisa também recuperar a auto estima dos jogadores e motivar o time para a “decisão” no próximo domingo. Ontem o treinador disse: “O astral dos jogadores quem passa para os jogadores sou eu. O Vasco está passando por dificuldades, mas não está morto. Tem muita coisa para rolar nesses dois últimos jogos.” Porém, se a todo instante se vê a imagem de um Renato Gaúcho abatido e cabisbaixo, que comandante é esse que irá motivar seus jogadores?
É difícil aceitar isso, mas é bom o torcedor vascaíno já ir se preparando para o pior. A equipe vem de duas derrotas seguidas, não depende só de si e tem um confronto difícil pela frente. Esse não é o começo que Dinamite esperava: ele, assim como a torcida, sabia que o início de seu mandato no Vasco seria muito difícil, pois encontraria um clube quase destruído pela frente. Porém, ser rebaixado logo no primeiro ano certamente não estava nos seus planos. Se o time de São Januário realmente cair, o ídolo e atual presidente vascaíno terá muita pressão pela frente, e terá de contar com muita paciência e ajuda de sua torcida. Uma revolta generalizada no momento vai adiantar pouca coisa; só irá piorar a situação.
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