segunda-feira, 29 de junho de 2009

Quem disse que não haveria teste?

Lúcio, junto com Luis Fabiano, foi o salvador da pátria, ao marcar o gol da virada brasileira

Muitos ficaram extremamente decepcionados quando souberam que a final da Copa das Confederações seria disputada entre Brasil e EUA. Afinal, todos esperavam uma partida entre a seleção canarinho e a temida Espanha, para que a força real da equipe brasileira fosse finalmente testada, algo que parecia que não aconteceria num encontro com a seleção norte-americana. Só parecia...

Um surpreendente início da equipe dos Estados Unidos complicou a tarefa do Brasil e quase fez com que o mundo visse a maior surpresa numa competição de futebol desde que a Grécia conquistou a Euro 2004 ao abrir 2 a 0 em 27 minutos. A Seleção não vinha jogando mal até então; digamos que a atuação era regular. Mas os adversários marcaram através de um gol em que faltou uma marcação mais forte em cima de Dempsey e outro em que provou do seu próprio veneno: um contra-ataque mortal finalizado por Donovan, com direito a belo corte em Ramires.

O primeiro gol norte-americano não desestabilizou o Brasil, mas o segundo sim. Era visível que o golpe havia sido sentido. E se o teste contra a forte e concisa seleção espanhola não veio, a equipe de Dunga havia ganho outro: marcar no mínimo 2 gols furando o forte sistema defensivo dos EUA. Justo o ponto fraco da equipe do jovem treinador.

No primeiro tempo a seleção brasileira não conseguiu fazer isso. A melhor arma eram os chutes de fora da área, mas Howard estava muito seguro. Os cruzamentos tentados eram inúteis, ainda mais com o Fabuloso sozinho na área. Kaká e Robinho estavam discretos, e os outros que tentavam apoiar não estavam bem. Mas no segundo, com uma atuação quase que heróica, conseguiu.

Luis Fabiano fez o que era preciso: marcou o mais rápido possível – em menos de 1 minutos, para ser mais preciso - , para acalmar um pouco os ânimos. O Brasil partiu de forma mais ousada para o ataque (até mesmo deixando espaços na defesa, algo que era preciso no momento), chegou bastante na área adversária, acertou o pé nos cruzamentos e martelou até empatou através de Luis Fabiano, novamente. A virada veio com uma cabeçada de Lúcio, já quase na casa dos 40 minutos. A fama de não conseguir furar times bem armados defensivamente, foi para o espaço desta vez. E desta vez não foi preciso contra-ataques para marcar. Ganhou de uma seleção fraca? Talvez sim. Mas o problema era passar por cima de times que tinham um forte bloqueio, não é mesmo?

Uma vitória em que não houve realmente grandes destaques individuais, a não ser Luis Fabiano, pelos seus 2 gols decisivos e extremamente importantes. Mas isso não quer dizer algo ruim. A seleção brasileira jogou como um grupo unido, sem muito individualismo, e partiu em busca de uma grande vitória, conquistando-a de maneira merecida. Assim como em todo o campeonato, em que nenhum jogador realmente se sobressaiu aos demais. O Brasil saiu com um saldo positivo da Copa das Confederações - claro que persistiu com algumas falhas, mas os acertos foram maiores -, assim como seu técnico e seu elenco e time titular. Mas isso já é papo para outros posts, que espero publicar no decorrer da semana.

Foto: www.lancenet.com.br

sexta-feira, 26 de junho de 2009

As consequências de uma eliminação

Um excelente retrato do jogo: um espanhol inesperadamente caído diante de um norte-americano

- Mas você não falou que a Espanha era a melhor seleção do mundo?

Essa foi uma das frases que tive que ouvir no mesmo dia, assim como no seguinte, da eliminação da Fúria da Copa das Confederações, na última quarta-feira. Uma derrota inesperada, pois muitos já davam como certa a presença da equipe espanhola na final da competição.

Pelo que li e pelo pouco que pude ver, tudo não passou de um dia atípico, em que a Espanha teve a chance de vencer a partida mas acabou vacilando e caindo diante de uma equipe muito disciplinada taticamente e aguerrida. Por mais que o resultado tenha sido decepcionante, nem mesmo essa derrota será capaz de apagar o belo trabalho feito pelos atuais campeões da Eurocopa desde após a Copa de 2006 até agora. Como o critério para se avaliar quais as melhores equipes do mundo é a sua performance naquele momento e não a sua história e tradição, ainda acredito que a Fúria pratica o melhor e mais convincente futebol na atualidade.

Porém, não se pode fechar os olhos para as más consequências que esta derrota trará para a Espanha. Certamente a fama de “amarelão” voltará (na verdade, há aqueles que não se convenceram com a conquista da Euro 08 e se deliciaram com o que aconteceu anteontem): se ela provavelmente retornaria caso o Brasil a derrotasse, imagine perdendo para uma zebra como os EUA, e pior, sem não ter conseguido chegar às finais da competição? Desconfiança será uma palavra que novamente será ligada a seleção espanhola daqui para a frente.

Com a volta da fama, a pressão em cima dos jogadores espanhóis poderá aumentar, principalmente em eventuais jogos decisivos pela Copa do Mundo. É quase impossível pensar que Xavi, Torres e seus compatriotas entrarão em campo numa partida contra equipes tradicionais como Brasil, Itália ou Alemanha sem o peso a mais de provar que não são apenas “queridinhos” da crítica muito menos “amarelões”. Não tem jeito, não haverá como fugir disso justo na competição mais importante do mundo, em que todos os holofotes do planeta estão sobre aqueles 22 atletas que estão em campo. Sem contar que a pressão é maior para quem precisa ajudar sua seleção a ganhar o primeiro título do que para aqueles que jogam por outras já consagradas, campeãs e tradicionais.

Uma vitória na Copa das Confederações seria muito importante para que evitassem tocar neste assunto nos próximos meses que antecedem o maior torneio de futebol do mundo. Já que ela não veio, será essencial que os espanhóis não se abatam, amadureçam com essa derrota fora do script e continuem confiando que ainda formam uma das melhores equipes da atualidade (sem soberba, claro, somente a confiança que cada um deve ter em si mesmo). Caso contrário, todo o trabalho que vem sendo construído pelo menos nos últimos três anos irá por água abaixo em menos de um mês. E então, dá-lhe “Fúria amarelona” de novo...

Foto: gazetaonline.globo.com

domingo, 21 de junho de 2009

O show deve continuar na F-1

OBS: Devido a falta de tempo ( = final de período na faculdade), só volto a atualizar o blog na sexta-feira, falando algo sobre a Copa das Confederações (não vi o jogo da Espanha e nem poderei ver o do Brasil, nem mesmo por VT, por causa de imprevistos). Também não poderei visitar os blogs amigos neste tempo.

No último álbum do Queen com Freddie Mercury (Innuendo), o finado vocalista cantava The Show Must Go On (O Show Deve Continuar, em português), música que contém uma letra que pode ser vista como uma alusão aos seus últimos momentos de vida. Da mesma maneira, num ambiente tenso e marcado pela expectativa de uma brusca ruptura da categoria – embora muitos acreditem que isso não acontecerá – a F-1 continuou seu espetáculo manchado nos últimos dias pela briga FOTA x FIA com o GP da Inglaterra, disputado em Silverstone. No mesmo lugar onde começou, a F-1 pode ter iniciado o seu fim. Bom, vamos deixar esse clima fúnebre de lado e falar da corrida em si.

Corrida perfeita de Sebastian Vettel hoje, premiada com hat-trick: pole, vitória, e melhor volta da corrida.

Ao contrário do que vinha ocorrendo nas últimas corridas, dessa vez não deu Button, nem mesmo entre os três primeiros. Porém, o vencedor de hoje já tinha ganho uma prova em 2009, pois Sebastian Vettel já havia triunfado na China. Portanto, tivemos apenas “meia-novidade” no lugar mais alto do pódio, completado por Mark Webber e Rubens Barrichello.

Na verdade, a referência toda a show feita no início do texto vai por água abaixo se analisarmos a corrida. Muito monótona, com mudanças de posições somente nos boxes e sem disputas no pelotão da frente, restritas apenas aos pilotos que brigavam pela décima-num sei o que posição. Assim fizeram durante toda a prova Hamilton, Alonso, Heidfeld, Kubica e Nelsinho.

Os carros da Red Bull simplesmente sobraram em Silverstone. Vettel e Webber foram imbatíveis todos os dias, e o passeio de ambos hoje foi apenas uma prova disso. O alemão levou vantagem porque conseguiu largar a frente de seu companheiro e porque o australiano perdeu muito tempo atrás de Barrichello até a primeira parada, quando ultrapassou o brasileiro nos boxes e assumiu a 2ª posição. Mas aí já era tarde demais pra tirar a gigante diferença que tinha para o menino prodígio.

Já os carros da Brawn não tiveram o mesmo desempenho de outras corrida. Rubens não conseguiu ser superior às RBRs, além de sempre ser ameaçado de perto por Rosberg e Massa. Jenson Button teve uma corrida decepcionante: largou mal e caiu de 6º para 9º. Reclamando de problemas no carro e sem conseguir pressionar seus adversários durante boa parte da prova, ficou no lucro ao chegar em 6º e conseguir 3 pontos. Mas a verdade é que poderia ter conseguido algo melhor se não falhasse na largada e não tivesse ido mal no Q3. Acabou não repetindo as performances perfeitas de outrora e não indo ao pódio pela primeira vez na temporada justamente em casa.

Fim de semana para o piloto da casa Lewis Hamilton esquecer: largou em 19º após ver sua última volta rápida no Q1 abortada por causa de uma bandeira vermelha e chegou em 16º. Para sua sorte, Button também não conseguiu o desempenho esperado

A Ferrari novamente viu seus dois pilotos pontuarem. Felipe Massa fez ótima largada após sair de 11º para 8º, se deu bem ao apostar num trecho mais longo antes do primeiro pit stop e terminou numa excelente 4ª posição. Pena que as ultrapassagens foram feitas no boxes, o que tira um pouco do brilho desses pilotos que vão bem na corrida por ganharem posições por causa da estratégia nos pits – pelo menos para mim. Raikkonen terminou na 8ª posição, decepcionante por ter feito uma largada tão boa quanto a de Massa, pulando de 9º para 5º; como ele aconteceu o inverso do que ocorreu ao seu companheiro, pois apostou numa primeira parte mais curta e pagou por isso.

Nico Rosberg conseguiu fazer boa corrida e chegou na 5ª posição, levando sua equipe a uma posição decente em casa. Seu companheiro Kazuki Nakajima foi prejudicado por ir aos boxes cedo e não conseguiu pontuar ao chegar em 11º. Má sorte tremenda do japonês, que chegou a andar em 4º nas primeiras voltas

Mais um fim de semana decepcionante para a Toyota: depois de largar em 4º com Trulli e em 8º com Glock, viu o italiano terminar apenas em 7º e o alemão, em 9º

A vitória de Vettel e o fato de Button ter conquistado apenas 3 pontos abre a discussão: será que o inglês não é tão invencível assim? Não é bem assim. Foi a primeira vez que o inglês teve uma atuação abaixo da média, coisa que Vettel já teve em Monaco, na Turquia e nos pontos perdidos de bobeira na Austrália. Rubinho ainda não reagiu. A diferença ainda é muito confortável, e da mesma maneira que o piloto da equipe de Ross Brawn pode perder mais alguns pontos importantes, ele pode administrar bem a vantagem, que é de 23 para seu companheiro, de 25 para o alemão e de quase 30 para Webber. A esperar os próximos capítulos...

De novo, no quase: Fisichella surpreendeu ao fazer uma boa corrida, ter um rendimento consistente e terminar na 10ª posição, depois de uma boa largada

Fotos: www.gpupdate.com

Mudar, talvez não. Ajudar, sim

O texto está sendo publicado depois da ideia do blogueiro Breiller Pires de comemorar o Dia Universal Olímpico com um post sobre o seguinte tema: "o esporte é capaz de transformar o mundo e a sociedade em que vivemos".

É difícil pensar num mundo sendo mudado pelo esporte. Ainda mais quando se percebe a sua condição atual: quantias absurdas cada vez mais gastas em salários astronômicos e sedes de instituições luxuosas, ingressos para assistir torneios pessoalmente cada vez mais caros, altos investimentos para se iniciar uma carreira em determinadas modalidades...ao afastar os mais desfavorecidos e “peneirar” como seguidores aqueles de melhor situação econômica, o esporte se torna cada vez mais outro meio de exclusão. A preocupação com os interesses financeiros de cada um parece se sobrepor cada vez mais a ideia de ver o esporte como instrumento de transformação social.

Além disso, embora seja capaz de unir classes diferentes em eventos grandiosos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, ainda não foi capaz de resolver muitas diferenças históricas. As diferenças entre católicos e protestantes na Escócia e as de origem sócio-econômica entre torcedores de Roma e Lazio, entre outras, nunca foram amenizadas pelo futebol; pelo contrário, por ele foram são ainda mais alimentadas. Assim, acabam criando sentimentos de ódio e agem de maneira violenta ao considerar outros como rivais, fazendo do esporte uma guerra.

Porém, o cenário não é tão negativo. Não há como não perceber o sucesso, por exemplo, dos projetos sociais. No Brasil, são implantados em comunidades carentes, como forma de entreter os jovens que lá moram e ajudá-los a se afastarem dos perigos e problemas que tanto assolam essas áreas. Um projeto de destaque é o do judoca Flávio Canto, medalha de bronze nas Olimpíadas de Atenas-2004, que, após criar o Instituto Reação, leva o esporte que pratica aos jovens de alguns lugares mais pobres do Rio , tendo sucesso na sua tarefa – a campeã mundial júnior de judô em 2008, Rafaela Lopes, saiu de um desses projetos. Com a ajuda de patrocinadores e com uma boa estrutura ao seu redor – o projeto também oferece, dentre outras coisas, aulas de inglês e reforço escolar, dá a chance a pessoas mais necessitadas de crescer na vida e alcançar uma posição na sociedade melhor no futuro.

Infelizmente, ações como essas ainda são isoladas e sem o devido apoio não só no nosso país, mas no mundo todo. Por isso o esporte sozinho ainda não foi nem é capaz de causar mudança neste planeta em que vivemos. Porém, pode se tornar um fator muito importante nessa tarefa, como esse projeto de Flávio Canto e de tantos outros, a partir de outras modalidades, provam, principalmente quando se alia à educação (como foi feito em Cuba) e a outros instrumentos que ajudam os indivíduos a crescerem na vida e a viverem como plenos cidadãos.

Foto: oglobo.globo.com

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Fim de linha

Depois de muito tempo no cargo, Muricy Ramalho foi demitido do São Paulo. Mesmo tendo um ótimo desempenho, o fato de não ter conquistado o tão esperado título na Libertadores em quatro oportunidades pesou. Isso para não falar de um certo desgaste com jogadores...

Não é segredo para ninguém que a cada ano que se inicia o São Paulo estabelece como meta a conquista da Libertadores. Enquanto todos os outros clubes do país lutam pelo título do Campeonato Brasileiro, o tricolor paulista, que monopolizou a principal competição nacional ao vencê-la nos últimos três anos, aposta todas as suas fichas no torneio continental.

É inegável que o clube paulista possui uma estrutura fantástica, a melhor do país, provavelmente. Além disso, se esse ano, ao contrário dos anteriores, não possui o melhor elenco do país, com certeza está no grupo dos cinco melhores. E ainda tinha um dos técnicos mais badalados do Brasil. Ou seja, tudo do bom e do melhor para alcançar seus principais objetivos.

Muricy Ramalho, o tal treinador badalado, tinha total consciência disso. Da mesma maneira, devia saber que estava devendo na competição que seu clube tanto quer ser campeão. Mesmo com o maior tempo do mundo para treinar sua equipe – até porque ficou diversos dias sem jogar após ser eliminado do Campeonato Paulista -, falhou pela quarta vez seguida. E o pior: em todas as ocasiões foi eliminado por uma equipe brasileira, mesmo sendo do mesmo nível ou até mesmo superior ao adversário – o que ocorreu na maioria das vezes.

Muricy sempre compensou a eliminação na Libertadores conquistando o Brasileiro; conseguiu isso treinando a equipe a ponto de torná-la praticamente imbatível no segundo semestre. Não duvido que isso poderia acontecer novamente em 2009, embora o nível da competição seja bem mais alto agora. Porém, o objetivo do clube está bem explícito, assim como certamente ficará no ano que vem. A instituição São Paulo não poderia esperar mais 10 anos até o técnico finalmente levar seu time ao título da mais importante competição das Américas. Então, mesmo sabendo que perdeu um técnico muito competente e que fez um excelente trabalho, não chegou a ser equivocada a decisão do time paulista; afinal, o clube precisa de alguém que seja no primeiro semestre tão bom quanto no segundo. E talvez uma renovação no cargo, desde que eficiente, talvez até faça o futebol da equipe são-paulina melhorar, já que o que foi mostrado nas últimas partidas foi bem insatisfatório...

Foto: www.espn.com.br

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Desta vez sem sufoco

Na manhã de hoje, o Brasil derrotou os EUA por 3 a 0 pela Copa das Confederações. Diferentemente do que aconteceu no jogo contra o Egito, foi uma vitória sem sufoco e mais fácil do que se pensava. Tudo só não foi perfeito porque a Itália foi derrotada por Zidan e cia mais tarde, fazendo com que a seleção canarinho não conseguisse a classificação antecipada para as semifinais da competição.

A tarefa se tornou muito mais fácil pelo fato de a Seleção já feito 2 a 0 com 20 minutos de jogo. Aliás, os dois primeiros gols mostraram ao mundo quais são as principais jogadas do Brasil no momento. O primeiro, logo aos 7 minutos, saiu através da bola parada: Maicon bateu falta para o meio da área e Felipe Melo cabeceou para as redes. Já o segundo foi marcado depois de um contra-ataque, eficiente desde os primórdios da era Dunga: depois de um escanteio mal batido pelo adversário, Ramires carregou a bola até a área adversária e tocou na hora certa para Robinho mandar para as redes.

A partir daí, o Brasil fez o certo: apenas administrou o jogo, desta vez sem dar muitas chances para o adversário encostar no placar. Passou a não brilhar em campo, mas soube segurar a bola e atacar no momento certo. E dessa maneira ainda marcou o terceiro, após forte chute de Maicon.

Ramires não se intimidou em campo, participou de dois gols e foi um dos melhores jogadores em campo

Dunga foi muito feliz ao entrar em campo com uma equipe mista: manteve seus principais jogadores no time, como Kaká, Robinho, Luis Fabiano e Lucio e poupou outros para dar uma chance àqueles que já mereciam uma oportunidade na equipe principal, algo que precisava fazer há algum tempo. Dessa maneira, o técnico não teve uma equipe desfigurada em campo e ainda pode ver excelentes atuações de alguns reservas. Ramires participou dos dois últimos gols, foi muito participativo e deu uma bela ajuda a Maicon na direita, não deixando ninguém com saudades de Elano. Já o lateral da Inter de Milão, que já começava a perder seu espaço para Dani Alves, também entrou muito bem, e, tirando proveito da sua excelente condição física, fez talvez sua melhor partida na Seleção, coroada com um gol.

Quanto aos dois outros suplentes que entraram como titulares, não há muito o que dizer. Miranda e André Santos tiveram pouco trabalho e tiveram atuações não mais do que discretas. O lateral, em quem se depositava muita expectativa pelo fato de poder roubar a vaga de Kléber, não apareceu tanto, nem mesmo no ataque, até porque as jogadas se concentraram mais pelo lado direito. Portanto, é cedo para julgar se o corintiano deve assumir a vaga de titular.

Mesmo atuando contra um adversário que decepcionou (esperava-se muito mais da seleção norte-americana, principalmente por causa da sua usual eficiente marcação), não se pode deixar de elogiar a boa atuação da seleção brasileira, que convenceu principalmente durante os minutos em que a diferença no placar ainda não era confortável. Assim, a equipe ganha ainda mais confiança para os próximos jogos, e apaga a má impressão deixada pelo ocorrido no segundo tempo do jogo contra o Egito. E acima de tudo, Dunga agradece.

Foto: www.lancenet.com.br

terça-feira, 16 de junho de 2009

A culpa é de quem?

No meio de uma temporada repleta de altos e baixos, o Flamengo volta a se encontrar em crise. Duas derrotas humilhantes no Campeonato Brasileiro, em partidas em que time de Cuca esbanjou ineficiência e falhas defensivas, foram suficientes para que o clima tenso voltasse a Gávea. Só que desta vez o sinal de alerta pisca com maior intensidade. Afinal, o time ainda não conseguiu convencer este ano, nem quando conquistou o Carioca, e a paciência do torcedor já está se esgostando.

Time/elenco, técnico, dirigentes...praticamente todos no clube estão cometendo alguns deslizes no momento que no conjunto da obra comprometem o rendimento do Flamengo e campo. Por que então estão atrapalhando tanto a performance do time?

O momento atual de Juan e Bruno mostram que as coisas não vão nada bem no Flamengo. Antes cotados até mesmo para serem convocados para a seleção brasileira, os dois estão em má fase, bem longe de seus melhores momentos com a camisa rubro-negra

Time/ Elenco – A queda de produção da equipe rubro-negra recaiu sobre todos os setores, sem exceções. A começar pelo gol: Bruno não é o mesmo que esteve em ótima forma nas finais do Carioca: dos últimos 9 gols que sofreu, falhou em pelo menos 4. Na zaga, Airton e Willians se destacam mais pela violência e o garoto Wellinton faz partidas desastrosas quando começa como titular. Ronaldo Angelim, como esperado, sente a ausência de Fábio Luciano. Ao lado do agora aposentado zagueiro, o camisa 4 subiu de produção absurdamente; agora, embora não comprometa tanto, não vem tendo o mesmo rendimento.

O Flamengo também sofre com a má fase de duas de suas principais peças ofensivas. A queda de rendimento de Léo Moura não parece ter fim: o lateral direito peca por carregar demais a bola e ser ineficiente com ela nos pés, raramente chegar a linha de fundo e se descuidar da marcação. Juan, que parece cada vez mais desinteressado em campo, também vai mal. Assim, a responsabilidade de armar as jogadas cai nos pés de Ibson, que até tenta, mas não consegue fazer tudo sozinho. Dessa maneira, a bola pouco chega ao ataque, o que acarreta nas atuações de Adriano e Josiel dignas de papel entre Gasparzinho e sua turma.

Além disso, o banco de reservas não está conseguindo dar o suporte necessário ao time principal: Jonatas e Zé Roberto só fazem número no banco e não parecem se esforçar para serem titulares. Everton e Erick Flores pecam pela inexperiência e irregularidade e Everton Silva, embora sempre entre com muita vontade, não passa de um lateral limitado. Já Maxi...

Treinador – Embora seus jogadores não correspondam em campo, Cuca também é culpado pelo momento atual do Flamengo. O treinador insiste no manjado desde o ano passado esquema de três zagueiros e dois volantes para que os laterais tenham liberdade para atacar. Porém, mesmo com tantos jogadores de características defensivas, a defesa possui buracos, e com a má fase dos alas e conseqüente falta de criatividade da equipe, os atacantes ficam isolados. Ainda que os problemas persistam desde o começo do ano, o ex-técnico do Botafogo pouco mexeu na formação, e quando fez isso, não houve mudanças significativas.

O zagueiro Wellinton pode até já ter participado de competições com a seleção brasileira sub-20, mas vem se queimando no Flamengo com atuações ruins e falhas infantis . Porém, isso não é suficiente para que Cuca preserve o garoto; pelo contrário, o jovem zagueiro continua entrando regularmente na equipe, e volta e meia compromete a equipe

Isso sem contar que vem insistindo demais em alguns jogadores que não rendem. Por exemplo, mesmo sendo visível que Wellinton comete erros infantis pela sua inexperiência, sempre o coloca para jogar, prejudicando seus sistema defensivo e queimando o jovem zagueiro. Antes, insistia tanto em Obina que parecia colocá-lo em campo somente por ter pena do atacante. Resultado: prejudicava o time com sua a chuva de gols perdidos. Também insiste nos laterais que não vem bem. Porém, essa questão foge dos seus poderes, como será dito a seguir.

Dirigentes – Que a maioria dos dirigentes do Fla são verdadeiros fanfarrões todo mundo já sabe. Só que agora estão com o péssimo agravante de passar a mão na cabeça dos jogadores. Adriano, por exemplo, claramente recebe regalias no clube, falta aos treinos, e não é punido. Juan já brigou com o preparador físico, arrumou confusão em treinos, fez cara feia ao ser bem substituído e chiou. Mas também ninguém fez nada. Além disso, Kléber Leite e cia não dão o suporte necessário para Cuca fazer algumas mudanças (= barrar jogadores). Respaldo ao treinador parece passar longe na Gávea.

Depois dos dois últimos vexames, todos prometeram que as coisas vão mudar. Mas sem vontade dos jogadores (a de muitos parece ter ido para o espaço), sem mudanças do treinador (talvez precise de algumas até mesmo radicais) e sem a ajuda significativa dos dirigentes, pouca coisa vai mudar. No momento, todos precisam se unir, entender seus erros, e, com sinceridade e atitude e não somente com discursos da boca para fora, treinar (é treinar mesmo, não fazer recreativo) e conseguir resultados expressivos.

O problema é que o Flamengo é o time do oba-oba. Uma vitória contra um Internacional com a cabeça na Copa do Brasil no próximo domingo e já vão achar que tudo está bem...

Fotos: 1ª - www.lancenet.com.br/ 2ª - www.flamengo.com.br

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Tudo por causa de dois minutos...

Menos de dois minutos foram suficientes para que o Brasil quase começasse a Copa das Confederações com o pé esquerdo. Depois de bom um primeiro tempo, que terminou com a seleção canarinho vencendo por 3 a 1, o Egito surpreendeu na volta do intervalo, conseguiu um empate relâmpago e deixou o jogo em aberto. A equipe de Dunga, depois de muito sofrer, marcou o gol salvador já aos 45 minutos do segundo tempo, que decretou sua vitória por 4 a 3.

O sofrimento foi totalmente desnecessário. Tudo bem que o adversário não era tão fácil quanto parecia. Campeão das duas últimas edições da Copa das Nações Africanas, o Egito, assim como outras famosas seleções do continente, se mostrou bem perigosa no ataque, o que ficou visível no até surpreendente gol de empate, após falha de Kléber, minutos após Kaká abrir o placar. Porém, é fraca na defesa, outra tradição de equipes provenientes da África: os três gols sofridos nos 45 minutos iniciais, assim como a performance pífia nas bolas aéreas, provaram isso. Sem destaques individuais em campo mas tendo uma boa atuação, o Brasil teve o controle do jogo no primeiro tempo e, tocando bem a bola, conseguiu manter a confortável vantagem de dois gols de diferença no placar.

Um dos méritos da seleção brasileira no jogo contra o Egito foi sua atuação nas bolas aéreas. Dois gols seriam a partir dessa jogada, que foi um verdadeiro tormento para a zaga adversária

Porém, o Egito voltou diferente no segundo tempo. Pressionou a saída de bola brasileira, tirou proveito da vontade do adversário de somente administrar o resultado e aproveitou duas falhas na marcação, tanto dos zagueiros quanto dos volantes, para empatar o jogo com gols aos 9 e 10 minutos. Se em outros jogos desse ano Júlio César salvou sua defesa e encobertou algumas atuações não tão eficientes deste setor, dessa vez isso não foi possível, até porque hoje encontrou atacantes que sabiam finalizar. Aliás, o goleiro da Internazionale não foi tão seguro, errando algumas saídas de bola e soltando certas bolas fáceis.

Os acontecimentos durante esses míseros dois minutos fizeram as coisas desandarem. Ao contrário do rival, a Seleção perdeu confiança, a marcação ficou confusa (fraca atuação de Juan e Lúcio como há tempos não se via), o time passou a errar demais na saída de bola e o ataque, sem poder de fogo e de reação, encontrou muitos problemas para criar e finalizar. O sumido Robinho já havia sido bem substituído e Kaká, Pato e Luis Fabiano não conseguiam fazer muita coisa no meio de diversos defensores, enquanto os atacantes adversários, principalmente Zidan, levavam muito perigo do outro lado do campo. Não seria surpresa se o Egito virasse o jogo, tamanha queda de rendimento do Brasil.

No final, a seleção canarinho acabou achando um gol, já que o pênalti convertido por Kaká no final da partida foi marcado de forma bem controversa. No final das contas, a vitória teve um sabor meio amargo. Parte da confiança que o torcedor começava a adquirir em relação a esta equipe foi por água abaixo. Confiança essa que lutava contra uma certa desconfiança depositada no técnico Dunga, que na verdade nem foi o culpado pelo ocorrido na etapa final, mas que certamente será um dos responsabilizados por tudo o que ocorreu. O apagão geral, a fragilidade defensiva e a dificuldade no ataque no segundo tempo não podem ser esquecidos e devem ser consertados, para que o Brasil não sofra mais nessa Copa das Confederações, até porque nenhum time que a Seleção irá enfrentar daqui em diante será mais fraca que o adversário de hoje.

Foto: www.cbf.com.br

sexta-feira, 12 de junho de 2009

É essa a F-1 que queremos ver?

Depois de três temporadas bem disputadas, parecia que 2009 seria “o ano” da F-1. Com o gradativo aumento da competitividade na categoria e o fim de diversos apetrechos aerodinâmicos, a atual campeonato prometia ser ainda melhor que o dos anos anteriores. Mas depois de 7 corridas, este sentimento se esfriou, pelo menos por enquanto.

É verdade que o começo da temporada foi interessante. A incrível e assustadora inversão de valores que vimos nas três primeiras provas, aliada às condições climáticas adversas que predominaram nas corridas iniciais animaram qualquer um. Só que, cá para nós, ninguém está disposto a ver o que está acontecendo agora: um campeonato que vai ficando monótono, marcado pela soberania de uma equipe, que possui um piloto que praticamente passeia na maioria dos circuitos e que parece não ter um concorrente pronto para derrotá-lo.

É óbvio que Jenson Button não tem culpa de nada. Mas ninguém queria ver tão cedo um campeonato de um piloto só, pois já havíamos visto isso pelo menos 3 vezes nos últimos anos com Michael Schumacher. Contentes com isso, somente o próprio piloto, sua família, seus fãs incondicionais, os que gostam de seu estilo de pilotagem e integrantes da Brawn GP. O fato de um piloto já desacreditado ter dado a volta por cima pode parecer legal, mas da maneira que está acontecendo a competitividade está passando longe. Sem ninguém para desafiá-lo (Barrichello e Vettel, os que têm condições para tal coisa, já bobearam diversas vezes nesse campeonato), o inglês dá uma aula de como se agarrar todas as chances que vê pela frente mas ao mesmo tempo monopoliza a categoria ao vencer 6 das primeiras 7 corridas, somente tendo que fazer muito ou algum esforço na Espanha e talvez na Turquia.

A situação seria um pouquinho melhor se pelo menos pudéssemos acompanhar um leque maior de ultrapassagens. Mas parece que elas resolveram tirar férias, porque nas últimas 4 corridas elas pouco apareceram. Isso ficou visível em Istambul: quase todos os 8 primeiros colocados foram elogiados pelas suas consistentes performances, mas se formos contar as ultrapassagens na pista que os que pontuaram fizeram, tirando as casuais que ocorrem na largada, não dá para usar nem todos os dedos de uma mão. Na Espanha, houve perseguições durante toda a prova, mas as trocas de posições aconteceram somente nos boxes. As mesmas passaram longe no Bahrein e em Monaco. Isso ajuda ainda mais a dar a sensação de que estamos passando por um momento sem graça, sobretudo nas últimas 4 corridas.

A situação de Mark Webber na F-1 em 2009 exemplifica a falta de ultrapassagens nas últimas corridas: vem tendo ótimas performances, mas fica marcado por fazer provas consistentes e discretas e ganhar posições nos boxes

E para piorar ainda mais a situação, o circo da F-1 está no meio de uma guerra não vista há muito tempo, talvez desde o altamente conturbado ano de 1982, quando houve até boicotes de equipes resultando num GP de San Marino com apenas 14 carros na pista. Depois da polêmica dos difusores, as escuderias bateram de frente com Max Mosley e sua tentativa de implantar o teto orçamentário. A situação está tão chata e incômoda quanto ao caso de espionagem envolvendo Mclaren e Ferrari há 2 anos. Quem não gosta da politicagem da esporte, como eu, acaba praticamente se desligando dos principais acontecimentos da categoria, já que os noticiários destacam este embate que não parece ter fim a todo instante, deixando até mesmo as provas um pouco de lado. As matérias na tv que falavam sobre a corrida na Turquia, por exemplo, focavam mais nas reuniões da FOTA do que na prova de domingo.

Campeonato de um piloto só, pouca emoção na pista, briga nos bastidores...todos esses elementos formam uma bola de neve de frustração àquele torcedor que esperava um ano ainda mais disputado e interessante do que os anteriores. Resta a todos lembrar que o campeonato ainda não chegou a sua metade e que as coisas ainda podem mudar. Só espero que para melhor...

Foto: www.motorsport.com

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Passaporte praticamente carimbado

O Brasil não foi brilhante, mas competente o suficiente ontem para derrotar o Paraguai por 2 a 1, de virada, com gols de Robinho e Nilmar (Cabañas marcou para o adversário). Com esse resultado, se mantém na liderança das Eliminatórias e, a 4 jogos do fim da competição, deve se classificar para a Copa do Mundo mais cedo do que todos pensavam.

Não foi um jogo fácil. O primeiro tempo foi duro, já que o Brasil mostrou velhos erros, como a dificuldade em superar o sistema defensivo adversário (pelo menos tentou resolver isso com chutes de fora da área). A lenta saída de bola também prejudicava a equipe, pois impossibilitava a equipe de armar rápidos ataques; dessa maneira, a Seleção perdia a chance de usar a velocidade de Robinho e Kaká e também não justificava a escalação de Nilmar, escolhido para substituir Luis Fabiano justamente pela sua rapidez. O gol do Paraguai, marcado por Cabañas (ou por Elano, se preferir), piorou ainda mais a situação.

Por causa dessas dificuldades, duas coisas foram essenciais para o Brasil na etapa inicial. Primeiro, a postura da torcida que compareceu ao Arruda: ao invés de vaiar a equipe canarinho, manteve-se apenas em silêncio, o que já era suficiente para não deixar o time de Dunga mais nervoso em campo (que já errava passes e jogadas em demasia, pois o Paraguai havia apertado ainda mais a marcação dentro de seu campo). Segundo, o gol de Robinho já aos 40 minutos, porque deu maior tranquilidade à seleção brasileira na saída para o intervalo, tirando a pressão de ter de voltar a campo com a responsabilidade de marcar pelo menos dois gols e virar o jogo.

Na foto, os protagonistas do segundo gol brasileiro em ação. Nilmar foi bem, marcou o gol da vitória e deixou boa impressão. Felipe Melo, embora tenha errado um passe no seu próprio campo que poderia ter resultado num erro crucial, também teve boa atuação. O camisa 5 da seleção brasileira prova que Dunga acertou ao apostar nele

E Dunga não poderia ter tido surpresa melhor ao ver seu time marcar o gol da virada logo aos 4 minutos do segundo tempo, quando Nilmar aproveitou belíssimo passe de Felipe Melo. Tendo que buscar o resultado mas sem forças para isso, os paraguaios sucumbiram diante do Brasil, que com mais espaços já jogava melhor. A seleção pentacampeã mundial só não marcou novamente porque seus contra-ataques, marca principal dessa equipe atual, não encaixaram, já que Alexandre Pato não entrou tão bem no jogo no lugar de Nilmar e Robinho ou perdeu boas chances ou errou no passe final.

É difícil apontar destaques individuais pelo jogo de ontem, mas fica o registro das boas atuações de Daniel Alves e Nilmar, duas apostas do treinador e capitão do tetra para os jogos contra Uruguai e Paraguai. O lateral direito do Barcelona, assim como na partida anterior, foi ótima opção no ataque brasileiro e provou que tem tudo para brigar por uma vaga com o ainda contestado Maicon naquele setor; já o atacante do Internacional deixou boa impressão por não se omitir do jogo e ainda marcar o gol da vitória.

O Brasil não teve uma bela atuação, mas foi bem e praticamente carimbou o passaporte para a Copa de 2010. Confirmou uma leve melhora que já havia mostrado em partidas anteriores. Ainda não é o ideal, possui deficiências que estão claras a qualquer um, mas elas cada vez mais comprometem menos. Agora, com a chegada da Copa das Confederações, seria muito bom um duelo da seleção canarinho com a espanhola, a melhor da atualidade. Esse seria o principal teste de Dunga de 2006 até agora, e poderíamos ter uma ideia ainda melhor do verdadeiro potencial desta equipe.

Foto: www.cbf.com.br

sábado, 6 de junho de 2009

Mais fácil do que o esperado

OBS: Amanhã passarei o dia inteiro fora de casa e muito provavelmente não terei tempo para fazer comentários sobre o GP da Turquia (na verdade, nem sei se será possível ver a corrida ao vivo). Da mesma maneira, a não ser que aconteça uma reviravolta, só poderei voltar a visitar blogs amigos na quarta-feira. Foi mal, pessoal!

Uma péssima atuação do sistema defensivo uruguaio, falhas do goleiro e um bom aproveitamento no ataque. Esses foram os ingredientes para que a seleção brasileira finalmente quebrasse um incrível tabu de 33 anos e vencesse o Uruguai na sua casa por 4 a 0. No dia em que os torcedores locais quiseram relembrar o passado com uma faixa remetendo ao Maracanazzo da Copa de 1950, o Brasil mostrou a eles que o presente é difícil de aceitar: a Celeste está muito longe dos seus dias de glória.

A tarefa foi mais fácil do que esperada. O gol de Daniel Alves logo aos 11 minutos, após um frangaço de Vieira (e aí uruguaios, não é bom deixar o campo numa condição lamentável?), abriu a porteira. Novamente a Seleção encontrou um time que caiu no erro de atacá-la e deixar sua defesa totalmente vulnerável. Então, bastava roubar uma bola na defesa e apostar num passe direto para o trio Kaká – Robinho – Luis Fabiano que a zaga adversária ia a loucura. Foi dessa maneira, apostando em diversos contra-ataques (que já é a principal característica da era Dunga), que o Brasil construiu o placar. Além do trio já citado, destaque para a boa atuação do lateral-direito do Barcelona: um dos principais nomes da avassaladora campanha da equipe catalã nessa temporada, pode concorrer tranquilamente com Maicon por uma vaga na posição.

Luis Fabiano teve nova boa atuação e foi premiado ao marcar um belo gol. Infelizmente, foi expulso após duas interpretações equivocadas do juiz, já que não mereceu nenhum dos dois cartões amarelos que recebeu

Porém, é bom que se diga que o placar talvez tenha sido muito elástico. O Uruguai atacou bastante e merecia ter marcado pelo menos uma vez. O gol da equipe local só não saiu por dois motivos: pelas suas pífias finalizações (será que somente argentinos e brasileiros tem capacidade para tal coisa aqui no nosso continente?) e por outra grande atuação de Júlio César. Talvez tenha sido o destaque individual da seleção canarinho, com ótimas intervenções, principalmente no segundo tempo. Além disso, o Brasil voltou a mostrar o grave problema de recuar demais após marcar pela primeira vez, o que pode ser fatal quando encontrar uma esquadra que seja mais competente ofensivamente.

O Brasil encarará o Paraguai na próxima quarta-feira, em Recife. Este seria um ótimo teste para a única seleção pentacampeã mundial: além do Brasil ter maior dificuldade para jogar em casa do que fora, pelo fato de ter dificuldades em furar retrancas, enfrentaria uma equipe num bom momento. Porém, os paraguaios não vencem a três jogos e já não são mais os líderes das Eliminatórias sul-americanas. Ainda assim, a partida servirá para comprovar a boa fase do time de Dunga antes de partirem para a África do Sul.

Foto: www.cbf.com.br

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Saindo de cabeça erguida

Mais uma vez o Vasco bateu na trave e não conseguiu o título da Copa do Brasil. Assim como no ano passado, foi eliminado nas semifinais, após dois empates com o Corinthians (perdeu no critério de gols fora de casa). Dessa maneira, mantém o jejum de não ser campeão de qualquer competição desde 2003, quando conquistou o Carioca.

Porém, com certeza dessa vez a equipe vascaína sai muito mais de cabeça erguida do que frustrada. Afinal, jogou com muita dignidade e conseguiu encarar o Timão, um dos principais times do Brasil atualmente, de igual para igual. E com um pouquinho mais de competência e talento poderia até mesmo ter complicado a vida dos paulistas em pleno Pacaembu. Claro que devemos considerar o incrível perdido por Ronaldo e o fato da sua equipe ter recuado no segundo tempo, mas é fato que o Vasco teve bons momentos e ainda por cima um pênalti não marcado.

E na verdade, quem esperava que o Gigante da Colina chegasse tão longe na competição? O cenário no começo do ano era totalmente adverso: a instituição em reconstrução após a tão esperada saída de Eurico Miranda e a queda para a Segundona possuía um elenco totalmente novo e de qualidade duvidosa, após ver seus principais jogadores saírem do clube e contratar uma série de jogadores desconhecidos.

Torcida vascaína lotou o Maracanã no jogo contra o Corinthians; prova de que todos estão reconhecendo a ótima fase da equipe

Mas graças ao belo trabalho de Dorival Júnior, transformou em pouco tempo uma equipe não mais do que modesta em competitiva, aproveitando para revelar bons nomes como Ramon, Elton e Rodrigo Pimpão e supreendemente recuperar o zagueiro Fernando e o goleiro Tiago (que coincidentemente estão machucados no momento). Dessa maneira, fez boa campanha no Carioca, sobretudo na Taça Rio, e chegou longe na Copa do Brasil, mais do que seus rivais Fla – Flu, que fizeram investimentos bem maiores.

E se a maioria dos adversários que enfrentou na competição são inexpressivos, como Central e Icasa, se saiu muito bem nos encontros contra times da Série A: deu uma sapatada no Vitória em São Januário e segurou um empate com os baianos fora e conseguiu dois empates com um dos times finalistas do torneio. Tudo bem que o clube carioca talvez figurasse apenas na parte intermediária da tabela no Brasileirão se lá estivesse, pois numa competição por pontos corridos o esquema é outro, mas o desempenho do time contra os times teoricamente superiores foi muito bom.

A boa campanha no principal campeonato de mata-mata do Brasil, além de deixar o torcedor orgulhoso da sua equipe, mostra que a equipe tem potencial para conseguir voltar à Primeirona: se talvez não será tão avassalador como o adversário de ontem foi no ano passado, provavelmente conseguirá isso de uma maneira tranquila, não com tanto desespero e aflição. Claro, tudo baseado no que vimos até agora, porque o desempenho no momento está acima do esperado.

Foto: www.lancenet.com.br

terça-feira, 2 de junho de 2009

Fim da era Ancelotti? Só no Milan...

Finalmente foi anunciado que Carlo Ancelotti não é mais o técnico do Milan. Depois de longos oito anos a frente do clube, há um misto de sucesso e frustração na passagem do italiano pelo clube de Milão. Por um lado foi o vencedor da Liga dos Campeões duas vezes (nas temporadas 02-03 e 06-07), o que é algo bem notável, além de ter conquistado a Copa da Itália e o Mundial de Clubes da Fifa uma vez. Mas por outro, não teve um desempenho tão satisfatório no Calcio, tendo assegurado o scudetto apenas uma vez, na temporada 03-04. Ultimamente, enquanto lutava para conseguir sua vaga na UCL, assistiu passivamente ao passeio da rival Internazionale, vitorioso nos últimos quatro campeonatos nacionais.

Como se isso não bastasse, sempre foi muito criticado por suas táticas defensivas, até mesmo pelo próprio presidente do Milan, Silvio Berlusconi. Ultimamente, teve o agravante de ter em mãos um elenco com média de idade muito alta, o que também fez com que se tornasse alvo de muitas reclamações. É exatamente por esses pontos negativos que o ex-jogador da Roma e do Milan deixa a equipe italiana com um certo gosto amargo, se não com um “graças a Deus!” de alguns (talvez muitos) torcedores.

(Algo parecido com a Suderj na Itália) informa: sai Ancelotti, entra Leonardo

O Milan foi rápido e já contratou seu substituto: trata-se do brasileiro Leonardo, que já era dirigente do clube mas nunca trabalhou como técnico. Com certeza não terá tarefa fácil na sua primeira experiência: provavelmente participará intensamente de uma reformulação radical, tanto no elenco (que precisa de renovação e um toque de juventude) quanto no estilo de jogo. Sem contar que os torcedores já devem estar ávidos por um scudetto, algo que não conquistam há seis temporadas. Assim como por melhores participações a nível internacional: nas duas últimas temporadas, foi derrotado nas oitavas de finais da UCL pelo Arsenal em pleno San Siro e em outra ocasião nem se classificou para competição, se contentando apenas com a Copa UEFA, aonde foi eliminado precocemente pelo Werder Bremen. Com tanta coisa ser feita e pela inexperiência, pode ser que ele não tenha bons resultados de imediato, sendo necessário dar tempo para ele se ajustar no cargo.

Enquanto isso, Ancelotti ficou pouquíssimo tempo sem clube, pois no mesmo dia em que Leonardo foi apresentado como o novo treinador do Milan, foi anunciado que o ex-meia italiano é o novo treinador do Chelsea. Muito provavelmente terá como tarefa principal dar uma Champions League ao clube inglês, que já bateu na trave inúmeras vezes nos últimos anos. Estou curioso mesmo para ver como ele armará sua equipe. Será que ele levará Ambrosini, Bonera e outros jogadores defensivos de qualidade questionável para Londres também?

Foto: fourfourtwo.com

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Empecilho

Entra ano, sai ano e a história é a mesma: no seu início, a Série A do Campeonato Brasileiro nunca recebe a atenção devida por todos os clubes que a disputam. Envolvidos em jogos decisivos pela Copa do Brasil ou pela Libertadores, a grande parte dos técnicos resolve mandar um “mistão” bem “chulé” ou até mesmo um time completamente reserva para o campo nos jogos da principal competição de pontos corridos do país.

O resultado geralmente é o mesmo: com a cabeça no mundo da lua e as vezes com formações de qualidade infinitamente inferior em relação à titular, esses times perdem pontos preciosos no Brasileiro que podem fazer muita falta lá na frente. E dessa maneira, alguns clubes não tão bem cotados no começo do campeonato acabam figurando nas primeiras posições: indicados para ficar no meio da tabela, Santos e Atlético-MG apareçam no início da classificação geral, assim como o Náutico, um dos candidatos ao rebaixamento. Porém, esbarram nas próprias deficiências e perdem a chance de ter uma pontuação melhor e acumular certa “gordura” a ser gasta nas próximas rodadas (o Peixe já empatou para o Goiás em casa, e o Galo, para o Santo André).

Em 2009, temos sete clubes disputando duas competições ao mesmo tempo. São Paulo, Cruzeiro, Palmeiras e Grêmio ainda estão vivos na Libertadores, enquanto Coritiba, Internacional e Corinthians lutam por vagas na final da Copa do Brasil; a maioria destes também são candidatos ao título da Série A, o que na verdade não é uma coincidência. Os resultados dessas equipes mostram que está sendo difícil conciliar os torneios: enquanto o Inter é a “ovelha negra” do grupo e aparece em primeiro, os outros estão espalhados pela tabela. Enquanto os mineiros são o 7º, o tricolor paulista, o 8º e o Verdão, o 11º, o Imortal Tricolor está numa modesta 13ª posição, o Timão vem logo atrás e o Coxa amarga a lanterninha.

Um dos clubes que ainda precisam conciliar o Brasileirão com outra competição (no caso, a Copa do Brasil), o Coritiba perdeu mais uma vez em casa na última rodada, desta vez para o Goiás, e continua na lanterna da competição

Aliás, o caso do Coritiba mostra perfeitamente os riscos de praticamente abandonar um campeonato enquanto disputa o outro. No Campeonato Brasileiro, já perdeu pontos bobos e foi derrotado nos dois jogos que disputou em casa. A situação pode piorar se o elenco se abalar com uma provável eliminação para o Inter. Se chegar à final, também podem colocar mais algumas derrotas na conta do Coxa, que certamente irá abdicar do Brasileirão e correrá o risco de imitar o Fluminense do ano passado. Ao priorizar a Libertadores, o clube carioca atuou durante quase 2 meses com o time reserva no principal torneio da CBF; depois de ser derrotado pela LDU na final, se viu na última posição na competição nacional e só escapou do rebaixamento graças a uma incrível sequência de resultados positivos nas rodadas finais.

Já o Internacional mostra como é possível participar de dois torneios ao mesmo tempo. Assim como muitas equipes européias que resistem a essa “maratona” no seu continente, o Colorado formou um grande elenco a ponto de não perder sua competitividade quando seus principais jogadores são poupados. O resultado é excelente: 100% de aproveitamento na Série A e classificação para a final da Copa do Brasil bem encaminhada.

Mas vamos ser justos: a situação do Inter é algo muito difícil de acontecer, principalmente aqui no Brasil, onde não há grande disparidade técnica entre os times. È como se fosse algo que ocorresse somente nas grandes famílias. Porque sinceramente, não é fácil manter o foco em duas competições ao mesmo tempo quando há uma série de jogos decisivos num espaço tão curto de tempo. Enquanto mudanças na tabela não são feitas ou uma simples solução não é encontrada, o Brasileiro não ganha fôlego, nos impede de medir a real força das 20 equipes e não fica tão interessante como tinha de ser e será a partir de agosto. Aí sim a competição será encarada com seriedade por todos, pois será o momento em que todos irão focar num só torneio, deixando até mesmo a Sul-Americana de lado para fazer isso...

Foto: www.lancenet.com.br