segunda-feira, 30 de junho de 2008

Conquistando respeito

Finalmente, chegou o tão esperado dia. A Espanha derrotou a Alemanha por 1 a 0, gol de Fernando Torres, aos 33 minutos do primeiro tempo, e conquistou a Eurocopa 2008; um título da importância da principal competição entre seleções depois da Copa do Mundo não era conquistado pela “Fúria” desde 1964, quando a seleção espanhola venceu a mesma competição dentro de seus domínios. Mais importante do que esse feito, só o respeito que a Espanha adquire com essa conquista.

Isso porque a Espanha sempre foi conhecida como a seleção do ‘quase’; percebemos isso pelo retrospecto recente da seleção em Copas do Mundo. Em 1998, foi desclassificada ainda na primeira fase, após ser surpreendida pela Nigéria e pelo Paraguai. Em 2002, a seleção foi injustamente derrotada pela Coréia do Sul nas quartas de finais, durante a loteria dos pênaltis: injustamente porque a “Fúria” marcou dois gols legítimos durante o jogo que foram incorretamente anulados. Em 2006, numa Copa em que os favoritos estavam mal e a Espanha vinha se mostrando um favorito ‘de última hora’ (devido ao seu desempenho durante a fase de grupos), teve o azar de pegar a perigosa mas já insossa França durante ainda nas oitavas de finais, sendo derrotada por 3 a 1.

Porém, tudo mudou da água para o vinho. A Eurocopa mostrou que a Espanha determinada a apagar o estigma de ‘cavalo paraguaio’. E acabou provando isso, já que a competição serviu como um verdadeiro teste (e que teste!): fez gol no último minuto num jogo difícil contra a Suécia; mandou a tradicional Itália para casa, vencendo na decisão por pênaltis: decisão que mostrou que os nervos dos espanhóis estavam no lugar, até mesmo depois de Guiza perder sua cobrança. E por último, não deixou o nervosismo bater enquanto o time vencia a Alemanha na final.

Então, o geral parte para o particular. Isso porque o respeito que a seleção espanhola adquire influi na reputação de vários jogadores espanhóis, que serão muito mais respeitados a partir de agora. Casillas, que era visto com certa desconfiança no hall dos melhores goleiros da atualidade, ganhou pontos com muitos fãs de futebol depois de suas seguras atuações durante a competição; isso sem contar os pênaltis defendidos contra a Itália. David Villa se recuperou das atuações irregulares pelo Valencia na última temporada e voltou a ser visto como um atacante perigoso e matador. Fernando Torres deixou de vez de ser uma promessa, já que finalmente conquistou um título importante em sua carreira. Iniesta e Xavi deixam de ser peças talentosas no meio campo do Barcelona que podem ser trocadas vez ou outra. E as atuações de Marcos Senna deixarão os brasileiros se perguntando como deixaram um jogador como ele se naturalizar, numa posição carente na atual seleção brasileira.

A Espanha já figura como uma das favoritas ao título da próxima Copa do Mundo. Sem o título de seleção do ‘quase’ e com jogadores jovens e já vitoriosos misturados a outros com maior experiência e igualmente vitoriosos, a “Fúria” promete.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Desta vez, só sobrou a sorte

Nos jogos contra São Paulo e Boca Juniors, o Fluminense teve um misto de competência e sorte, principalmente quando jogou no Maracanã, diante de sua torcida. Porém, ontem somente a sorte acompanhou o tricolor carioca na altitude de Quito; isso porque a derrota para a LDU por 4 a 2 foi pouco para o péssimo desempenho do representante brasileiro na final da Libertadores 2008 no jogo de ontem.
O primeiro tempo foi horrível, pavoroso, horripilante ou qualquer outro adjetivo que traduza a tragédia tricolor em campo inimigo. Os primeiros 15 minutos já mostravam como seria o jogo: a LDU jogava pelas pontas, principalmente com Guerrón (seu principal jogador), mas dava muitos espaços para o Fluminense, deixando grandes buracos na defesa, principalmente nas laterais (semelhantes aos deixados pelo Boca Juniors nos confrontos da semifinal). Já o Fluminense marcava muito mal e pouco aproveitava os espaços dados pelo time equatoriano. O gol prematuro da LDU, logo aos 2 minutos, numa jogada feita por Guerrón, e a incrível chance perdida por Washington, logo após o gol do time da casa, provaram o prenúncio. De diferente, só o lindo gol de falta marcado por Conca aos 11 minutos, empatando o jogo e dando esperança ao Fluminense.

Esperança essa que lentamente foi indo por água abaixo. O time equatoriano foi se recompondo do susto aos poucos, ajudado pelo fato de o time brasileiro pouco aproveitar os espaços dados pelo adversário. Aos 28 minutos começou o massacre da LDU, com o gol de Guerrón. Jairo Campos, aos 33, e Urrutia, aos 45 trataram de afundar o Fluminense, impondo ao time uma sonora goleada de 4 a 1 em pleno primeiro tempo (a bola parada foi a grande arma da LDU, já que 2 gols saíram dessa maneira). Sinceramente, não tinha visto o Flu jogar tão mal nesse ano. O forte sistema defensivo sempre armado por Renato Gaúcho ficou nas Laranjeiras: havia vários espaços no meio campo tricolor, que foram bem aproveitados pelo adversário. Arouca, Cícero e Ygor estavam totalmente perdidos, sem saber o que fazer. Júnior César, que vem jogando muito bem esse ano (talvez brigando com Juan pelo título de melhor lateral esquerdo do Brasil até o momento), dava muito espaço à Guerrón, que deitava e rolava por seu setor: por lá, foram criadas as melhores jogadas da LDU no 1º tempo. E para piorar, os homens da frente não aproveitavam a má performance defensiva da LDU e os vários passes errados dos seus jogadores. Aonde está a sorte nisso tudo?

No segundo tempo, a sorte começou a aparecer (finalmente); isso porque logo aos 6 minutos Thiago Neves diminuiu, após aproveitar escorregão de um zagueiro da LDU e cabecear quase sem marcação. O Flu certamente melhorou no 2º tempo, mas principalmente porque seu adversário visivelmente abaixou o ritmo. Mesmo assim, o Flu não conseguiu se aproveitar da má marcação da LDU e ainda teve sorte quando, aos 43 minutos, Urrutia acertou um chute na trave. Se o jogo tivesse terminado 5 a 2, a tarefa do Flu seria muito mais difícil no Maracanã.

A LDU provou que, embora perigosa, não é um bicho papão (e isso eu já tinha falado faz tempo, nos primórdios deste blog); já o Flu teve uma atuação para ser esquecida. Cabe ao tricolor carioca se concentrar nos próximos dias para não cometer os mesmos erros de ontem, que podem ser fatais na próxima quarta-feira. Ah, e claro: é preciso aproveitar os espaços deixados por Guerrón e cia.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Alento aos decepcionados

A atual edição da Eurocopa vem surpreendendo muita gente; felizmente, de forma positiva. Um ótimo remédio para aqueles que ainda não conseguiram engolir a última edição da Copa do Mundo, recheada de jogos chatos, sem surpresas durante toda a competição e que ainda premiou as burocráticas seleções da Itália e da França, que não encheram os olhos de ninguém.

Nessa Eurocopa, tudo mudou. Como aperitivo, já fomos surpreendidos com a não classificação da Inglaterra, uma tradicional seleção européia, que, diga-se de passagem, teve atuação pavorosa na última Copa do Mundo. A França e a Itália, que mostraram o mesmo futebol insosso da Copa da Alemanha, já voltaram para casa (merecidamente, diga-se de passagem). A Suíça, outra representante do antifutebol na última Copa do Mundo, foi eliminada diante dos próprios torcedores ainda na primeira fase. Isso sem falar na Grécia, que desde a Copa das Confederações de 2005 é castigada por ter ganho uma competição tão importante com um futebol tão feio e defensivo; Charisteas e seus companheiros foram eliminados sem ganhar um mísero ponto.

Já tivemos grandes jogos, que ficarão na lembrança de muita gente por um bom tempo. Afinal, quando veremos jogos como Alemanha 3 x 2 Portugal, Holanda 4 x 1 França, ou qualquer uma das 3 sensacionais viradas da Turquia? (por favor, considerem o empate heróico contra a Croácia na prorrogação como uma “virada simbólica”)

Por isso devemos elogiar as 4 seleções classificadas para as semifinais. A Turquia vem mostrando uma capacidade de recuperação impressionante durante os jogos, jogando com uma garra cativante. A Espanha vem mostrando que tem tudo para acabar com o estigma de “seleção que amarela”: possui um ataque jovem e talentoso (Torres e Villa), jogadores do meio campo que sabem atacar e defender com muita eficiência (Xavi, Iniesta e até mesmo Fabregas) e um goleiro que se firma cada vez mais entre os melhores do mundo (Casillas); para melhorar, os jogadores parecem cada vez mais amadurecidos. Quanto à Rússia, confesso, só assisti um jogo: justo o primeiro, em que os comandados de Guus Hiddink foram goleados pela Espanha. Mas pelo que tenho visto, é uma seleção que vem mostrando um futebol competente e ofensivo, capaz de arrancar elogios daqueles que antes torciam para a Holanda.

E a seleção alemã? Muitos dizem que é o “câncer” entre as quatro seleções restantes. Porém, tenho outra opinião: creio que essa Alemanha treinada por Joachim Löw possui um toque de criatividade e talento que a difere das seleções alemãs de outros anos. Não por causa de Ballack, mas sim por Schweinsteiger, Podolski e Lahm, que vêm fazendo ótima Eurocopa e possuem uma habilidade atípica dos seus conterrâneos. Se não enche os olhos, também não está no “grupo burocrático” da França e da Holanda.

Os decepcionados com a última Copa do Mundo agradecem.

domingo, 22 de junho de 2008

Tentando fazer história

Numa corrida que não foi tão chata quanto se imaginava (pelo contrário, teve até bons momentos), Felipe Massa contou com uma pitada de sorte e venceu o GP da França. De quebra, assumiu a liderança do campeonato: além de ser um fato inédito na sua carreira, um brasileiro não alcançava tal feito na F-1 desde 1993, quando Ayrton Senna ainda estava na Mclaren. Kimi Raikkonen, que liderava com certa tranqüilidade até ter problemas com o sistema de escapamento, foi o segundo, enquanto o italiano Jarno Trulli conseguiu uma excelente terceira posição.

Raikkonen e Massa largaram bem e mantiveram suas posições iniciais, ao contrário de Alonso, que acabou caindo para 5º, sendo ultrapassado por Trulli e Kubica. Ainda durante a primeira volta, o polonês tentou ganhar a 3º posição de Trulli, mas acabou sendo fechado pelo italiano e ultrapassado por Alonso. Enquanto isso, Hamilton, que havia largado em 13º, fruto da punição de 10 posições pela lambança feita em Montreal, ganhava a 10º posição de Vettel. Porém, o inglês acabou “cortando caminho” e não devolveu a posição ao jovem alemão.

É Hamilton, nem sempre a F-1 premia os “espertões”. Após ultrapassar Kovalainen (com certa facilidade; o finlandês deve ter recebido ordens para deixar o inglês passar) e duelar por algumas voltas com Nelsinho Piquet pela 8º posição, Hamilton foi punido pela ultrapassagem, hã, “ilegal” sobre Vettel (foi obrigado a passar pelos boxes), arruinando toda a sua corrida.

A corrida seguiu num ritmo normal; Raikkonen e Massa dispararam em relação aos demais, sendo que Raikkonen aumentava sua diferença para Felipe volta a volta. Todos os pilotos fizeram suas paradas normalmente. Se tinha alguém quase dormindo em frente à tv, logo acordaram quando viram Nelsinho Piquet, inusitadamente, sendo ultrapassado por Kovalainen. Explico: o brasileiro segurou o piloto da Mclaren durante várias voltas, até ambos pararem para o primeiro pit stop ao mesmo tempo. O piloto da Renault saiu na frente, mas acelerou o carro tarde demais após passar pela linha branca que determina o limite de velocidade nos boxes e foi ultrapassado ali mesmo por Kovalainen. Que coisa...

Após o primeiro pit stop da maioria dos pilotos, a corrida começou a ganhar em emoção. Kubica, que havia ganho a posição de Alonso, começou a pressionar Trulli, dando uma prévia do quanto o italiano sofreria até o final da corrida. Raikkonen, que aumentava cada vez mais sua vantagem para Massa, começou inexplicadamente a ver sua vantagem reduzida em relação ao brasileiro, que chegou a ser de 6 segundos.

As próximas voltas seriam cruciais para o resultado final da corrida; era cada vez mais visível que Raikkonen perdia rendimento, embora ninguém soubesse o motivo. Massa rapidamente encostou no finlandês e o ultrapassou na 38º volta, conquistando a liderança do GP. Enquanto Massa abria cada vez mais em relação à Raikkonen, Trulli, Kubica e Alonso disputavam a 3º posição, enquanto Kovalainen fazia uma bela ultrapassagem em cima de Webber e conquistava a 6º posição.

Faltando menos de 20 voltas para o término do GP, durante o 2º pit stop da maioria dos pilotos, alguns pingos de chuva começaram a cair sobre o circuito. Porém, a mesma acabou não interferindo muito no resultado da corrida, já que ninguém foi obrigado a colocar pneus de chuva.

O fim da corrida ainda reservava um ótimo duelo: Kovalainen, que havia ganho a posição de Kubica nos boxes, tentava ganhar de qualquer maneira a 3º posição de Trulli. Porém, o italiano, experiente, conseguiu segurar muito bem o finlandês. Em vários momentos, Kovalainen apareceu ao lado do piloto da Toyota, chegando até a se tocarem faltando 2 voltas para o final; porém, o italiano conseguiu segurar sua posição até o final da corrida. Um merecido resultado para ambos: o pódio de Trulli premiou a boa fase da Toyota, e a boa corrida de Kovalainen pode ser o sinal de recuperação para o jovem finlandês, que vem de seguidos insucessos.

À parte dessa briga, Massa terminou a corrida tranqüilamente na 1º posição, seguido por Raikkonen, ainda brigando com o problema de escapamento. Se Massa não fez nada de espetacular durante a corrida (não chegava a assustar Raikkonen até o finlandês ter problemas), também não cometeu erros. Trulli, Kovalainen e Kubica permaneceram em suas posições (não foi um bom fim de semana para a BMW, já que Heidfeld chegou num distante 13º lugar), enquanto Webber terminou em 6º. Nelsinho Piquet finalmente conseguiu seus primeiros pontos, terminando em 7º, após ultrapassar seu companheiro Alonso a 2 voltas do final, depois de um erro do espanhol. Tirando o erro do pit stop, Nelsinho fez uma boa corrida: conseguiu suportar a pressão de Hamilton e Kovalainen e não perdeu tempo rodando a todo instante. Rubens Barrichello terminou na 14º posição, finalizando melancolicamente um péssimo fim de semana da Honda.

Ih, faltou falar do Hamilton, né? Pois é, terminou em 10º, e já está ficando para trás no campeonato de pilotos...

sábado, 21 de junho de 2008

Sad but true

É incrível, mas parece que a Holanda está fadada ao mesmo destino. Quando parecia mais uma vez favorita absoluta ao título, devido a um estilo de jogo envolvente e cativante, a "Laranja Mecânica" foi derrotada pela Rússia na prorrogação (3 a 1, 1 a 1 no tempo normal) e está fora da Eurocopa. Não comentarei nada sobre o jogo porque preferir ir ao Maracanazinho assistir os Globotrotters (sim, os times para os quais eu torço sempre perdem quando eu não assisto seus jogos).

Mas posso dizer que fiquei realmente triste com a derrota dos comandados de Van Basten (agora ex-comandados). Triste porque a Holanda surgiu como uma esperança: esperança de que os técnicos finalmente acreditassem que o futebol ofensivo pode dar resultados positivos, e que não é preciso ser extremamente defensivo e burocrático para ser campeão; vencedores de competições do porte da Eurocopa geralmente causam uma revolução nos esquemas dos times de futebol. Mas agora tudo foi por água abaixo.

Só falta a Itália ser campeã de novo...

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Criatividade - onde encontrá-la?

Dessa vez a culpa não foi do Gilberto Silva, nem do Mineiro, muito menos do Josué. Falta de vontade? Graças a Deus, dessa vez passou longe. Mas a mesma falta de criatividade predominante no jogo de domingo pairou sobre a Seleção Brasileira no jogo contra a nossa maior rival, a Argentina. O resultado? Um chocho 0 a 0.

E sabe o que é pior? Não há perspectiva nenhuma de melhora nesse aspecto. Robinho ainda é irregular na seleção, assim como no Real Madrid: vive de lampejos, o que não é suficiente para quem é considerado o principal jogador da seleção atual. Diego não consegue reeditar as boas atuações que o levaram a ser considerado um dos craques do Campeonato Alemão; é ainda mais dependente de lampejos do que Robinho, o que é pouco para quem é responsável pela ligação do meio campo com o ataque. Júlio Baptista é raçudo, usa bem o corpo, mas convenhamos, não é o jogador mais adequado para armar jogadas: pode ser na Europa, mas não aqui no Brasil.

Se os jogadores do meio campo não ajudam, então vamos recorrer aos nossos laterais; afinal, os laterais brasileiros são tão ofensivos que, quando chegam na Europa, viram meias ofensivos. Mas os laterais de Dunga não são assim: Gilberto é bem discreto no apoio, enquanto Maicon está em má fase há muito tempo; suas pífias tentativas de cruzamentos para Adriano mostraram isso.

Então, chegamos a conclusão de que, se não há jogadores criativos na seleção, Dunga será obrigado a convocar outros jogadores, de preferência apoiadores. Mas quem? Afinal, o melhor apoiador do Campeonato Brasileiro é um chileno; todas as nossas revelações da posição acabam indo para Ucrânias e Rússias da vida, sumindo do mapa e desaprendendo a jogar futebol (Jádson, ex-Atlético-PR é um exemplo); e outros jogadores em que depositávamos nossas esperanças estão em má fase ou vivem contundidos (por exemplo, Alex do Inter, Renato Augusto, Thiago Neves). Outra opção seria ressuscitar Alex, do Fenerbahce. Mas, do Campeonato Turco, Dunga só vê os jogos do Besiktas...

Então chegamos à seguinte conclusão: somos dependentes de Ronaldinho Gaúcho e Kaká. Afinal, são jogadores de classe mundial, de qualidade ofensiva indiscutível, que podem decidir um jogo a qualquer momento; inclusive, já mostraram isso no passado. Já foram castigados pelo descaso da Copa da Alemanha? Creio que sim. Não passam pela melhor fase? Não, não mesmo. Mas recordar é viver: em 2002, Ronaldo vinha totalmente desacreditado, após sérias contusões no joelho. Felipão passou confiança ao jogador, enquanto toda a imprensa e torcida brasileira imploravam por Romário, e o final da história todos nós sabemos. Precisamos recuperar os nossos craques: eles precisam da seleção, como trampolim para recuperação, e nós também precisamos deles.

Mas enquanto isso não acontece, a gente espera, né...

terça-feira, 17 de junho de 2008

Eu não aguento, eu não aguento...

OBS: O texto pode soar atrasado, já que o jogo foi domingo, mas eu não consegui entrar de jeito nenhum no blogger.com ontem. Portanto, peço desculpas.


Que a seleção brasileira já não empolga mais, todos já sabem. Que há muitas pessoas que desconhecem alguns jogadores convocados, algo quase impensável no passado, também. Que Dunga se mostra cada vez mais incompetente, mais ainda. E que Mineiro, Josué e Gilberto Silva se mostram cada mais dispensáveis para seleção, nem preciso comentar. A prova real disso foi o jogo de anteontem, quando o esquema com 3 volantes armado pelo “técnico” brasileiro sucumbiu ao Paraguai, que, pasmem, jogou com 3 atacantes. O resultado não poderia ter sido diferente: derrota por 2 a 0, diante de 30 mil paraguaios enlouquecidos; placar que traz muita preocupação aos brasileiros, já que o próximo jogo é contra o maior rival do Brasil, a Argentina.

A atuação dos volantes foi horrorosa no jogo contra os paraguaios. Destaque (negativo, óbvio) para Josué e Mineiro; como há muito tempo, os ex-volantes do São Paulo pareciam baratas tontas em campo: perdiam divididas, chegavam atrasados na marcação e corriam atrás dos paraguaios, tentando roubar a bola, sem muito sucesso. Dava dó: só não sei se era dó do esforço deles ou dó de mim, torturado em frente à tv.

Ainda não consigo entender a insistência de Dunga com esses 3 jogadores. Mineiro consegue a proeza de ser reserva no Hertha Berlin, que joga num esquema super defensivo. Gilberto Silva perdeu espaço há muito no Arsenal, sendo ofuscado na última temporada por Flamini e amargando a reserva por muito tempo; quando foi titular, não deu conta do recado. Josué é o menos pior dos 3 no momento, mas mesmo assim demorou bastante para arranjar espaço no Wolfsburg, falhando muito nas primeiras partidas. Neste caso, a regularidade priorizada por Dunga em suas entrevistas é negativa: todos vêm jogando regularmente mal. Então, Dunga está certo, não posso contestá-lo.

Para acabar com minha paciência, Dunga ainda vem com o papo de que ganhou a Copa América com os 3 volantes, provando que (segundo ele) o esquema dá certo. É, realmente ganhamos a Copa América sim, mas não sei como: 2 partidas decididas pelo talento de Robinho, 1 partida onde os deuses do futebol deram uma forcinha na decisão por pênaltis (na semifinal contra o Uruguai), 1 partida horrorosa contra o México, e apenas 2 partidas boas: uma goleada surpreendente em cima do Chile, e outra esmagadora contra a Argentina, na final, aonde ganhamos pela força que a amarelinha ainda impõe, aliada à apatia argentina. Isso mesmo: 2 partidas boas dos volantes brasileiros, contra várias em que eles jogaram mal; só Dunga não enxerga isso?

Maldito dia em que Riquelme resolveu ceder à marcação de Mineiro...

domingo, 15 de junho de 2008

A grata surpresa

Vem do grupo da morte a grata surpresa da Eurocopa. Mostrando um belo futebol, a Holanda esmagou seus adversários e já garantiu sua vaga para a próxima fase, goleando as “fracas” seleções da Itália e da França por 3 x 0 e 4 x 1, respectivamente.

Tudo bem que Itália e França sentem a falta de um líder dentro de campo (no caso da Itália, fora também, porque talvez Donadoni deve ser tão contestado quanto Dunga é) e precisam passar por uma séria renovação. Mas a Holanda não vinha nada bem nos últimos anos; precoce eliminação na Copa da Alemanha, um técnico criticado no cargo e sua briga com alguns jogadores importantes como Van Bommel e Seedorf, levando-os a pedir dispensa.

Mas tudo tem funcionado nessa Eurocopa. O ataque está sendo destruidor: Kuyt vem mostrando o bom futebol da sua última temporada no Liverpool, Sneijder, que misturou boas e más atuações pelo Real Madrid, tornando-se uma incógnita para esse campeonato, também vem jogando bem e Robben está jogando o futebol que chamou a atenção de Chelsea e, posteriormente, Real Madrid. Com isso, o matador Van Nistelrooy até vem sendo de certa forma ofuscado. E opções no banco não faltam, até porque Van Persie já mostrou que pode ganhar uma vaga no time titular tranqüilamente.

Nesse cenário, até a zaga surpreendentemente vem jogando bem, já que não há nenhum zagueiro que possa ser considerado unanimidade: Boulahrouz, Mathijsen e Ooijer estão longe disso. Porém, Van Basten ainda precisa acertar alguns detalhes da sua defesa: a França só não marcou o segundo gol no último jogo pela incompetência de seus jogadores. Pelo menos, já conseguiu montar uma esquema defensivo que não é alvo de duras críticas sem esquecer do ataque, como alguns técnicos gostam de fazer...

E por último, os contra ataques mortais. As jogadas têm sido tão bem feitas que a seleção holandesa vem propiciando os mais belos momentos da Eurocopa nos contra ataques. Os gols de Van Persie e Sneijder contra a França exemplificam isso.

A Holanda pode até não ganhar a Eurocopa, mas já impressionou a todos. Tenho certeza que muitos já estão torcendo pelos comandados de Van Basten; os mesmos que ainda não se contentam com a celebração do anti-futebol na última edição do torneio, quando uma extremamente defensiva Grécia conquistou o título e o já esquecido Zagorakis foi eleito o melhor jogador da competição (?!).

E entre esses, me incluo.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

OFF: Tá brabo...

Leitores do meu humilde blog, tenho estado muito atarefado nos últimos dias (mal tenho tido tempo para ver alguns jogos da Eurocopa); por isso não posto nada há algum tempo. Infelizmente, só voltarei ao ritmo normal de atualizações no domingo.

Ateh!

domingo, 8 de junho de 2008

Kubica's day

O GP do Canadá gosta de criar pódios com pilotos que normalmente não brigam pelas 3 primeiras posições: Boutsen, Patrese e de Cesaris em 89, Stefano Modena em 91, Alesi, Barrichello e Irvine em 95, e até Hamilton, Heidfeld e Wurz no ano passado. Esse ano não foi muito diferente: o pódio foi composto por Kubica, Heidfeld e Coulthard (esse nem sabia mais o que era ficar entre os 3 primeiros). Peraí: eu disse Kubica? Sim! Finalmente o polonês conquistou sua primeira vitória na F-1, justamente um ano depois de sofrer um grave acidente na mesma pista; de quebra, a BMW também venceu pela primeira vez, e ainda fez dobradinha, já que Heidfeld é da mesma escuderia.

Mas vamos à corrida. A largada não teve maiores confusões: Hamilton, Kubica e Raikkonen mantiveram suas posições iniciais, enquanto Alonso foi ultrapassado por Rosberg e teve que travar um duelo com Massa para ficar com a 5º posição. Mais atrás, Barrichello ganhou duas posições, pulando para 7º; porém, logo foi ultrapassado por Kovalainen, provando que os carros da Honda possuem graves deficiências nas retas, problema que seria evidenciado durante a corrida.

Na 14º volta, Adrian Sutil abandonou a corrida. Como o alemão parou justamente em lugar perigoso, o Safety Car entrou na pista. Hamilton, Kubica e Raikkonen, que já se distanciavam dos demais, aproveitaram a bandeira amarela para fazerem suas paradas, assim como a maioria dos pilotos. Aí aconteceu um dos momentos-chave da corrida.

Raikkonen e Kubica foram mais rápidos que Hamilton e ultrapassaram o inglês nos boxes. Como a luz dos boxes ainda estava vermelha, os dois pararam na saída do pit lane, já que os pilotos já tiveram tempo suficiente para assimilar esta regra e não repetir o erro de Massa e Fisichella na mesma pista no ano passado (os 2 foram desclassificados por não respeitarem a sinalização dos boxes). Hamilton, talvez nervoso por ter perdido posições nos boxes, não percebeu a luz vermelha; o inglês ainda tentou frear, mas acabou atingindo a traseira de Raikkonen. Os dois acabaram saindo da corrida, para desespero do inglês e fúria de finlandês, que, ao sair do carro, foi logo reclamar com Hamilton. A desculpa de que Raikkonen não deu a seta não deve ter funcionado, e o “queridinho de Ron Dennis” já foi punido com a perda de 10 posições para o grid do próximo GP.

Outros pilotos que se deram mal no pit stop foram Rosberg, que atingiu de leve Hamilton e acabou tendo seu bico danificado, e Massa, que teve problemas no seu reabastecimento e foi obrigado a voltar aos boxes, caindo para a última posição.

Quando a corrida finalmente foi reiniciada, todos puderam perceber que a classificação estava totalmente embolada. Alguns pilotos não fizeram suas paradas, e isso permitiu que Heidfeld, Barrichello, Nakajima, Webber, Coulthard, Glock e Trulli ocupavam as 7 primeiras posições. Dos que haviam feito seus pit stops, Kubica era o primeiro, na 10º posição.

Heidfeld se distanciou de Rubinho rapidamente; o alemão conseguiu uma distância tão confortável que, ao voltar do seu pit stop, estava exatamente na frente de Kubica. Porém, o alemão logo cedeu sua posição ao polonês, a pedido da BMW, para que Kubica não tivesse sua estratégia atrapalhada e pudesse andar o mais rápido possível.

Quando todos fizeram suas paradas, os 2 pilotos da BMW estavam nas primeiras posições, seguidos de perto por Alonso, que fazia excelente corrida. Enquanto isso, Nelsinho Piquet, para não perder o costume, rodou mais uma vez e abandonou a corrida, ao mesmo tempo que Felipe Massa vinha muito rápido e fazia várias ultrapassagens no pelotão de trás.

Logo após o abandono de Nelsinho, na 41º volta, Kubica começou a abrir ótima vantagem para Heidfeld. O alemão era muito pressionado por Alonso, mas o espanhol acabou batendo, sendo obrigado a abandonar a corrida. Kubica, já a uma distância confortável de seu companheiro de equipe, fez seu 2º pit stop e ainda voltou à frente de Heidfeld. Enquanto isso, Massa protagonizava uma das cenas mais belas da corrida: o brasileiro acabou achando uma brecha no momento em que Kovalainen ultrapassava Barrichello e ganhou a posição dos 2, pulando para 4º. Uma pena que o brasileiro da Ferrari foi obrigado a fazer seu 2º pit stop logo depois disso...

Mas nada estava perdido para o brasileiro. O brasileiro estava em 6º, quando Timo Glock, que estava na 4º posição, errou na frente de Trulli e Massa; o italiano foi obrigado a frear para evitar o toque com seu companheiro de equipe, e o piloto da Ferrari acabou conquistando a 5º posição de Trulli. Mui amigo esse tal de Glock...

E então só restou a Kubica cumprir seu papel e vencer pela primeira vez na categoria; o polonês teve um dia tão bom que assumiu a liderança do campeonato, ajudado pelos problemas dos pilotos da Ferrari e de Hamilton. Glock, Massa e Trulli mantiveram suas posições até o final, enquanto Barrichello, sofrendo com seu carro deficiente nas retas, conseguiu segurar Vettel e Kovalainen até o final, conquistando a 7º posição; no final foi um bom resultado, já que o brasileiro correu com a garganta inflamada.

Depois de uma corrida, tão boa, é brochante saber que o próximo GP é no chatíssimo circuito de Magny-Cours...

sábado, 7 de junho de 2008

Cuidado!

Walt, ops, Lewis Hamilton, deu uma de "estraga prazer" e tirou a pole position do polonês Robert Kubica no final do treino. Seria fantástico para o polonês conquistar a pole position no mesmo circuito onde sofreu um sério acidente ano passado.

De qualquer maneira, pelo amor de Deus, cuidado com o muro...



OBS: O dono do blog ainda está muito revoltado, já que ele não verá a corrida ao vivo amanhã. Logo, ele não quer fazer maiores comentários sobre o treino de hoje...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Competência ou sorte?

A vitória do Fluminense em cima do Boca Juniors no jogo de ontem não foi tão épica quanto a do jogo contra o São Paulo, mas talvez tenha sido mais histórica, já que, além de conseguir a inédita vaga na final da Libertadores, finalmente um time brasileiro derrotou o “bicho papão” argentino. Uma vitória aonde a competência do time carioca esteve sempre aliada à sorte.

O Flu não fez um bom primeiro tempo. O Boca, fora de casa, fazia justamente o que o tricolor carioca não fez corretamente quando jogou na Argentina: explorou as laterais ao máximo, tentando sempre achar Palermo na área; Riquelme, mesmo não estando no melhor de sua forma, tentava distribuir as jogadas. Enquanto o Boca tentava criar várias jogadas de perigo, o Fluminense vivia de lampejos, que não foram suficientes para abrir o placar. Se não fossem as fracas finalizações do time argentino e pelo menos 2 defesas salvadoras de Fernando Henrique, talvez o Flu já saísse para o intervalo em desvantagem. Muita sorte? Ela só estava começando a aparecer...

O jogo continuou da mesma maneira no segundo tempo: o Boca, pacientemente, tentava chegar ao gol, enquanto o Flu continuava acuado; Palacio estava sumido, mas Dátolo vinha bem. Riquelme não jogava seu melhor futebol, mas Palermo levava muito perigo ao gol tricolor. E foi o camisa 9 do time argentino quem abriu o placar, aos 12 minutos, após se livrar da frouxa marcação de Thiago Neves após uns agarrões na área.

Os minutos seguintes eram decisivos. Se o Flu marcasse o gol logo, jogava a pressão de volta ao Boca e incendiava sua torcida; caso contrário, corria o risco de se desesperar e dar um gol de bandeja ao time argentino, o que poderia matar o jogo.

Mas Renato rapidamente colocou Dodô em campo. Logo em um dos seus primeiros lances, sofreu uma falta muito perigosa próxima à área. Washington bateu com precisão e empatou o jogo. Assim como no jogo contra o São Paulo, o time voltou ao jogo cedo. Sorte? Talvez. Mas que competência para bater aquela falta, hein...

O Boca partiu para cima, surpreendentemente, de forma atabalhoada, deixando vários buracos na defesa. Na verdade, “vários buracos” foi uma generosidade minha, porque os 2 zagueiros do time argentino ficaram cara a cara com Dodô, Washington e Conca. E foi a partir de uma dessas disputas desleais que, num contra ataque, Conca cruzou e Ibarra mandou contra a própria meta. Competência do Flu, por não desperdiçar o ótimo contra ataque, mas sorte pelo pé “salvador” do lateral do Boca...

Mas a sorte não deixava o Flu. O Maracanã presenciou, nos minutos seguintes, um verdadeiro bombardeio do Boca. Teve de tudo: grandes defesas de Fernando Henrique, chutes inofensivos dos jogadores do Boca, Thiago Silva tirando bola em cima da linha, e até um travessão no meio do caminho! Não era mesmo o dia do Boca: tanto que, aos 46, já num momento de desespero, Palacio, para fechar com chave de ouro sua apagada atuação, deu um presente para Dodô na sua própria área; o camisa 11, que já havia perdido ótimas chances de gol, agradeceu à sorte e marcou o gol.

Um jogo que mostrou que não é só competência que faz um time ganhar o jogo; sorte também faz parte do futebol. Afinal, você já viu um campeão sem sorte?

terça-feira, 3 de junho de 2008

Indo às compras no Brasil

O mercado da bola já começa a se movimentar na Europa; embora a maior parte das contratações deverão ser feitas após o fim da Eurocopa, muitas especulações já são feitas. Como esperado, as mesmas atingem os clubes e jogadores brasileiros, que, na condição de país do futebol, sempre são atingidos neste momento do ano. No momento, 2 nomes são fortes candidatos a saírem do Brasil: Thiago Neves e Diego Cavalieri.

No caso do primeiro, o maior candidato a contratá-lo parece ser o Hertha Berlin. Se o camisa 10 realmente se transferir para o clube alemão, provavelmente cometerá o mesmo erro de Mineiro e André Lima, que vinham muito bem no São Paulo e no Botafogo, respectivamente, antes de se transferirem para o time da capital alemã.

Quem já viu algum jogo do Hertha sabe que eles apostam num esquema extremamente defensivo: um atacante fica isolado na frente esperando algum bicão salvador do time, e faz o papel de pivô até seus companheiros chegarem ao ataque. O problema é que somente 2 ou 3 jogadores chegam para ajudar o atacante, já que o time é repleto de volantes, zagueiros e alas inoperantes. Por isso, André Lima marcou somente 2 míseros gols durante todo campeonato, enquanto Mineiro em nada lembrava seus tempos de glória no São Paulo, perdido no meio de vários volantes e muitas vezes amargando a reserva. Se Thiago realmente for para o clube alemão, ficará sozinho na criação de jogadas, sem muita ajuda de seus companheiros. Como o camisa 10 do Flu não é dos mais pacientes, ainda pode acabar se irritando com a dura marcação alemã, acumulando alguns cartões vermelhos durante a Bundesliga.

Mas Thiago Neves também está sendo assediado por Sevilla, Manchester City e Werder Bremen. O primeiro seria uma boa escolha, já que é um clube emergente e que ainda carece de uma camisa 10 que abasteça Kanoute e Luis Fabiano. O segundo também é uma boa escolha, já que poderá jogar ao lado de Elano e outros bons atacantes; o problema é que nem todo brasileiro se adapta rapidamente ao futebol inglês, por causa do jogo muito pegado e corrido. No terceiro, Thiago pode ser ofuscado por Diego, mas poderá dividir a responsabilidade das jogadas com o ex-jogador santista; como o Werder Bremen é um dos time alemães que priorizam o ataque, pode se adaptar bem ao time.

Já Diego Cavalieri é vítima de um caso raro no futebol brasileiro. Um dos melhores goleiros do Brasil na atualidade, só foi barrado por causa da confiança (merecida) que todo técnico tem num Marcos em forma. Se Diego esperar um pouco, Marcos se aposentará e ele logo herdará a vaga de titular no Palmeiras.

Porém, segundo o goleiro, algumas propostas do exterior foram feitas; a imprensa diz que o Valencia já o fez o contato com o jogador. Se time espanhol realmente pretende contratá-lo, Diego fará uma ótima escolha. Cañizares não atua bem há um tempo, o time está fase de renovação e Cavalieri pode se destacar na Espanha a tal ponto de chamar a atenção de Dunga (o que já deveria ter acontecido há muito tempo).

E enquanto isso, os torcedores morrem de medo...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Com a cara de Caio Júnior

Ficou um certo desapontamento no ar entre os torcedores do Flamengo após a magra vitória por 1 a 0 em cima do time reserva do Fluminense, após cobrança de pênalti de Leo Moura, aos 42 minutos do 2º tempo. A fortíssima retranca armada por Renato Gaúcho certamente dificultou as ações do time rubro-negro no ataque (o que não me surpreendeu, porque Renato sempre montou ótimos esquemas defensivos), mas o time da Gávea se mostrou um pouco perdido em campo, não tendo a atuação que todos esperavam.
É necessário lembrar que o time vem ganhando a cara de Caio Jr; já é visível algumas mudanças em relação ao esquema e às peças usadas pelo ex-técnico Joel Santana. Logo, é natural que alguns defeitos sejam identificados nos primeiros jogos. Relato aqui alguns deles:

- Ao invés de deixar Cristian ou Jaílton jogando como um 3º zagueiro, Caio Jr. prefere escalar Toró protegendo Fábio Luciano e Ronaldo Angelim. Por um lado, é uma boa opção pela raça sempre mostrada pelo jogador; por outro, é ruim, porque ele comete muitas faltas. Como a maioria deles são feitas próximo à grande área, o time sofre sérios riscos de tomar um gol de falta, como quase aconteceu logo nos primeiros minutos do jogo de ontem, em cobrança de Dodô. Cristian talvez fosse o mais indicado para a posição, até porque este se enrolou muito na hora de sair jogando, função talvez mais apropriada a Toró.

- Falando em defesa, as laterais estão totalmente desprotegidas. Juan continua subindo muito ao ataque, mas não há ninguém para cobrir aquela faixa do campo; isso não acontece com Leo Moura porque o lateral direito não vem arriscando tantas subidas ao ataque ultimamente. Como o lateral esquerdo demora uma eternidade para voltar para a defesa, a maioria das jogadas do time adversário concentra-se por aquele lado. Isso já aconteceu no jogo contra o Internacional e voltou a ocorrer ontem; quando o Fla encontrar um time que aproveite bem os espaços deixados naquele lado...

- As jogadas pelo lado direito não estão saindo. Porém, isso não está acontecendo somente porque Leo Moura está mais preso a defesa, e sim porque Tardelli ou Marcinho precisam ocupar melhor aquela faixa. Em vários momentos do primeiro tempo havia um vazio naquele local; se os 2 não jogassem tão próximos a Souza e abrissem mais o jogo, jogando pelas laterais, o time teria mais opções de jogadas.

Quanto ao resto, o time vai bem. As atuações apagadas de Marcinho, Jônatas e Tardelli ontem foram mais por apatia dos próprios jogadores. Caio Jr já vem acertando em alguns pontos: já percebeu que Jaílton não pode continuar como titular e que Maxi é uma ótima opção para o banco. Se o Fla conseguir resultados positivos em casa nos próximos 2 jogos (contra Figueirense e São Paulo), não tiver uma campanha tão irregular fora de casa, e acertar o esquema aos poucos, certamente surgirá um grande candidato ao título do Brasileirão.

domingo, 1 de junho de 2008

Hora de mudar?

Irritante é a melhor maneira de adjetivar o amistoso da seleção brasileira contra a limitadíssima seleção canadense. Após mais uma vitória sofrida (e sofrível) do Brasil por 3 a 2 em cima do Canadá, ficou ainda mais claro o quanto esses amistosos se tornam cada vez mais inúteis, coisa que só o técnico brasileiro não entende.

Afinal, as antigas deficiências do esquema montado por Dunga nunca são corrigidos. Os laterais sobem e deixam uma verdadeira avenida atrás, protegidas por Deus e mais ninguém. Talvez essa tarefa coubesse aos volantes Josué e Mineiro, mas ambos não protegem nem os laterais nem a zaga; parecem 2 baratas tontas, já que se limitam a dar toques laterais e perdem a maioria dos combates aos adversários. Júlio Baptista mostra pouca utilidade ao time titular: só Dunga ainda não descobriu isso. Luís Fabiano parece muito isolado, pois seu companheiro de ataque Robinho sai para buscar o jogo em vários momentos, deixando o atacante do Sevilla no meio dos zagueiros, sem tem muito o que fazer.

Sinceramente, se a seleção brasileira não resolve esses problemas contra a fraca seleção do Canadá, que chutou inúmeras vezes ao gol e só não saiu do Qwest Field com um melhor resultado pela baixa qualidade de seus jogadores, como ela fará frente à poderosa seleção argentina, por exemplo? Dunga fala num suposto entrosamento do time titular, mas tudo que se vê são os mesmos defeitos, visíveis desde a Copa América, que nunca são consertados. A falta de treino existe, mas o time já jogou tantas vezes juntos em amistosos que muitos desses problemas já poderiam ter sido corrigidos.

É aí que entra a questão da seleção olímpica. Dunga poderia testar vários jogadores com idade olímpica, como Lucas, Alexandre Pato, Anderson, Hernanes, Ramires, Rafinha, Marcelo; todos jogadores que serão essenciais em Pequim e que podem tranqüilamente disputar vagas na seleção principal, tamanha qualidade que possuem. Mas, para infelicidade geral da nação, exceto seus familiares e Ricardo Teixeira, ele insiste com o tal discurso do “entrosamento e importância das eliminatórias.” Será que ele já pensou que um resultado pífio nas Olimpíadas pode causar sua demissão do cargo?

E mesmo se alguns dos jogadores citados não forem testados, porquê não dar mais tempo de jogo a eternos reservas como Kléber (lateral esquerdo do Santos) e a jogadores como Adriano, Leo Moura, Richarlyson (não na lateral, mas sim no meio campo) e outros que esqueço o nome agora? Se mais de 10 jogos não são suficientes para ver a ineficiência de Josué, Gilberto Silva, Gilberto no time principal, porque míseros 30 minutos são suficientes para os outros?

A mudança de atitude de Dunga, infelizmente, não parece estar próxima. Enquanto isso, os brasileiros são obrigados a agüentar “grandes testes” contra as “poderosas” seleções do Canadá, da Argélia, de País de Gales, da Irlanda...