terça-feira, 23 de dezembro de 2008

OFF: Agora, só em 2009

Pessoal, Leandrus escreve para lhes comunicar que o post sobre o Flamengo foi o último de 2008. Agora, o blog só será atualizado no ano que vem, muito provavelmente no dia 5 de janeiro.

Então, este é o momento de desejar a todos vocês que visitam este espaço um Feliz Natal e um ótimo 2009, com muita paz, saúde, sucesso, dinheiro e o que mais vocês quiserem de bom. E também aproveito para agradecer a todos que acompanharam este blog, que fará um ano em fevereiro do ano que vem. Não quero citar alguns nomes para não ser injusto com alguém; por isso agradeço de coração a todos aqueles que leram e comentaram em meus posts, desde aqueles que passaram por aqui quando esta página ainda estava engatinhando até os que começaram a visitá-la no meio ou no final do ano. Agradeço também aos que me adicionaram no msn e/ou no orkut e se comunicaram comigo através de e-mails. A força e a ajuda de vocês foram muito importantes para que eu prosseguisse com este blog; e sinceramente, por mais clichê que seja falar isso, nem achei que ia gostar mesmo de escrever sobre futebol e F-1 e até mesmo fazer novos amigos virtuais.

Então, nos vemos no ano que vem! Como diria Téo José, “um forte abraço e cuide-se bem!” Ateh!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Fim de ano com um gosto amargo

Para o Flamengo, 2008 pode ser visto de duas maneiras: uma delas, mais otimista, é a de um clube que voltou a figurar entre os grandes do Brasil; a outra, mais melancólica, é a de um time que colecionou vexames que certamente ficarão marcados na história do clube.

Se em 2006 e em 2007 o Flamengo voltou a ser destaque nacional de maneira positiva com a conquista da Copa do Brasil e a 3º posição no Brasileirão, respectivamente, 2008 foi o ano em que o Flamengo voltou a ser considerado um dos melhores times do Brasil. Após manter a base de ano anterior e reforçar o elenco nas posições consideradas carentes, o Flamengo não só foi considerado um dos favoritos ao título do Carioca como também do Campeonato Brasileiro, além de estar no grupo dos que prometiam chegar longe na Libertadores. É necessário lembrar que rebaixamento foi uma palavra que, diferentemente dos últimos anos, não foi dita na Gávea durante toda a temporada, já que o time sempre esteve brigando pelas primeiras posições no campeonato nacional. Por último, o rubro-negro carioca teve sua melhor pontuação no Campeonato Brasileiro desde que a fórmula de pontos corridos foi adotada: com os 64 pontos conquistados, terminou na 5º posição.

Porém, provavelmente isso será esquecido por todos quando 2008 for lembrado na história do Flamengo. Isso porque, embora o clube tenha conquistado mais um Estadual e tenha se juntado ao Fluminense como o maior vencedor da competição, este, de certa maneira, foi um ano decepcionante para o clube. A equipe rubro-negra falhou em diversos momentos decisivos, e poderia ter tido melhores resultados na temporada não fosse alguns tropeços históricos.

A derrota para o América-MEX em pleno Maracanã entrou para a galeria de vexames da história do Flamengo

Pior do que ter tropeçado em momentos decisivos foi ter falhado na maioria das vezes em pleno Maracanã, ou seja, diante de uma torcida que nunca abandonou o time durante o ano. Como esquecer o tropeço homérico do time na Libertadores, quando perdeu diante de 50 mil rubro-negros para o América-MEX por 3 a 0 (Maracanazzo? Oba-oba? Apagão?), dias após a conquista do Carioca e podendo perder por 2 gols, acarretando na eliminação do clube ainda nas oitavas de finais? E como esquecer a campanha do time no Campeonato Brasileiro, quando o time perdeu diversos pontos em casa? Tudo bem, perder para São Paulo, Cruzeiro e Vitória chegou a ser aceitável, já que os três estavam numa boa fase; mas empatar para a Portuguesa na zona de rebaixamento, empatar com o Goiás quando antes o Fla vencia por 3 a 0 e perder para um irregular Atlético-MG por 3 a 0 no jogo em que a torcida bateu recorde de público, com ingressos esgotados dias antes do jogo, foi inaceitável para um time que brigava pelo título. Se em 2007 o Flamengo era quase imbatível em casa, em 2008 houve momentos em que era mais fácil esperar um tropeço do time quando jogava no Maracanã.

A saída do artilheiro Marcinho em julho seguida da falta de reposição prejudicou o desempenho do Fla no Campeonato Brasileiro

Além desses insucessos que deixaram um gosto muito amargo na boca dos rubro-negros, o clube passou por diversas turbulências no ano. Por exemplo, a venda de jogadores de ataque no meio do Brasileiro (principalmente Marcinho), quando o Fla era líder disparado da competição, seguida da falta de reposição, fez com que o time caísse bruscamente de produção e conquistasse míseros 2 de 21 pontos possíveis; isso fez com que houvesse forte revolta da torcida, com direito a invasão de alguns torcedores em pleno treinamento. Some-se isso a suposta agressão a prostitutas numa festinha particular promovida por alguns jogadores, um técnico (Caio Jr.) fortemente pressionado pela torcida e não muito bem aceito por alguns jogadores, reforços que não renderam o esperado (Jônatas, Fierro, Josiel e até mesmo Kléberson) e declarações inoportunas do presidente Márcio Braga e será possível entender porque muitos rubro-negros passaram boa parte do ano de cabeça quente.

Num ano de altas expectativas, os tropeços, e por quê não, vexames na Libertadores e no Brasileirão fizeram com que o Flamengo terminasse o ano sem uma vaga na maior competição das Américas e sendo extremamente criticado por torcedores e imprensa. Tudo bem, comparado a anos anteriores, o Fla mostrou uma ótima evolução (um 5º lugar no Campeonato Brasileiro seria muito comemorado em outras épocas), tanto que o clube voltou a ter jogadores convocados para a Seleção: Léo Moura foi convocado para um amistoso em fevereiro e Juan, para dois jogos das Eliminatórias; mas, por ter tido tantas decepções, principalmente durante o 2º semestre, o que predomina é uma visão negativa do ano e de que o desempenho do time poderia ter sido melhor.

Fotos: 1ª e 2ª - globoesporte.com/ 3ª - esporte.ig.com.br

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Um ano de altos e baixos

Se 2008 prometia ser um grande ano para Renato Gaúcho, o mesmo valia para o Fluminense. O clube das Laranjeiras havia se recuperado de um 2006 decepcionante com a conquista da Copa do Brasil e a 4º posição no Campeonato Brasileiro em 2007, e finalmente voltaria a disputar a Libertadores, motivo de muito orgulho para seus torcedores. Com o término da temporada, pode-se dizer que foi um ano tanto de alegrias quanto de decepções para os tricolores.

O Fluminense, junto com o Flamengo, era o favorito para conquistar o Carioca, já que havia mantido seus melhores jogadores e havia se reforçado muito bem, com destaque para as contratações do argentino Conca e do chamado “Três Tenores”, como foi apelidado o novo trio de ataque formado por Washington, Dodô e Leandro Amaral. Porém, o desempenho tricolor foi frustrante: Renato Gaúcho passou a competição toda tentando achar a formação ideal da equipe, principalmente porque não conseguia encaixar os três atacantes juntos em campo. Quando percebeu que isso não era possível, já havia sido eliminado da Taça Guanabara. O treinador ainda teve a vida facilitada pela volta forçada de Leandro Amaral para o Vasco, mas ainda assim não levou o time à final da competição. De positivo, a goleada por 4 a 1 em cima do Flamengo na TG e o fato de a competição ter servido como teste para a Libertadores.

O gol da classificação para as semifinais da Libertadores marcado por Washington já nos acréscimos pode ser considerado um momento marcante na campanha do Fluminense neste ano

E foi mesmo na Libertadores que o Fluminense teve seu grande momento no ano. Embora tropeçasse de vez em quando no Carioca, o time dava show no torneio continental. Enquanto o rival Flamengo era campeão estadual e logo depois eliminado vergonhosamente do principal torneio das Américas, o Fluminense comemorava vitórias épicas e históricas em cima de São Paulo e Boca Juniors, que colocaram o clube na final do torneio e em evidência internacionalmente depois de um bom tempo.

O adversário da final era a LDU, clube para o qual o Flu não havia perdido na fase de grupos. O time perdeu por 4 a 2 no Equador e venceu por 3 a 1 no Rio, mas acabou sendo derrotado nos pênaltis diante de um Maracanã lotado e mesmo após sensacional exibição de Thiago Neves em ambos os jogos. No geral, o Flu jogou melhor, mas prejudicou e muito a atuação do time nos primeiros 45 minutos no jogo na casa da LDU, quando o tricolor carioca foi para o intervalo já perdendo por sonoros 4 a 1. Um triste fim após uma campanha tão bela e marcante feita pelo time, que, embora não tenha terminado como os torcedores desejavam, não pode ser facilmente esquecida.

Restou ao time disputar o Brasileirão. Mas como encará-lo com um elenco abatido pela perda do título, um técnico criticado pelas suas declarações infelizes antes da final do torneio continental e pela discutível decisão de colocar o time reserva enquanto o clube disputava a Libertadores, o que deixou o time quase na última posição? Conseguindo apenas resultados medianos, Renato Gaúcho foi demitido. Cuca foi colocado em seu lugar, o que se mostrou uma péssima decisão desde o início: o treinador estava tão abatido quanto Renato em virtude de seus insucessos em 2008 e só piorou a situação do time. Este período, entre julho e setembro, foi o pior do clube no ano, quando poucos jogavam bem, Thiago Neves e Cícero haviam se transferido, Dodô, brigado com todos, já havia ido embora, e o time se via cada vez mais próximo do rebaixamento.

Mas René Simões trouxe a paz de volta às Laranjeiras. O técnico, que assumiu o time em outubro sob muita desconfiança, fez um excelente trabalho, recuperou a auto-estima do time e foi essencial na recuperação de jogadores como Arouca, Tartá, Maicon e Romeu. Dos 30 pontos possíveis, 18 foram conquistados, com destaque para o empate com o São Paulo em pleno Morumbi na penúltima rodada que quase botou água no chope do tricolor paulista. O time, único carioca a terminar o campeonato em festa, salvou-se do rebaixamento e ainda se classificou para a Sul-Americana (o que não é motivo de tanto orgulho, mas...).

Enfim, foi um ano de altos e baixos para os tricolores, que tiveram de conviver com diversos sentimentos durante 12 meses. O time, merecidamente, manteve René Simões no cargo, mas já perdeu peças importantes, como Thiago Silva, que finalmente se transferiu para o exterior, e Júnior César e Washington, que foram para o São Paulo (os “Três Tenores” foi literalmente dissolvido). Luis Alberto e Arouca também devem deixar o clube. Mais do que nunca, com a ajuda de seus parceiros, o Fluminense terá de reconstruir bem o seu elenco para não sofrer como durante boa parte do segundo semestre.

Fotos: 1ª - globoesporte.com/ 2ª e 3ª - esporte.ig.com.br

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A síndrome continua

O objetivo era acabar com a fama de “time do quase”; porém, isso não foi possível. Assim como em 2007, o Botafogo foi vice do Carioca, caiu nas semifinais da Copa do Brasil, ficou perto de conquistar uma vaga na Libertadores e foi eliminado na Sul-Americana por um time argentino. Novamente se viu envolvido em algumas polêmicas e terminou o ano em séria crise.

Havia muita desconfiança no início do ano por uma série de fatores: o time havia perdido peças importantes como Dodô, Zé Roberto, Juninho e Joílson; a diretoria havia formado uma equipe mais barata, com jogadores que estavam meio sumidos como Zé Carlos, Wellington Paulista e André Luis, outros desconhecidos, como Edson e Fábio, e até mesmo alguns renegados pela torcida, como Alessandro. Além disso, apostava em jogadores estrangeiros de qualidade duvidosa, como Castillo, Ferrero e Escalada.

Para quem passava por uma reformulação na equipe, o Botafogo foi muito bem no Carioca. O time se acertou rapidamente, conquistando belas vitórias nos dois turnos da competição. Wellington Paulista e Lúcio Flávio comeram a bola no campeonato. Chegou à final do Estadual e perdeu para o Flamengo nos dois jogos, mas mostrando muita disposição e luta. Porém, o que irá ficar marcado é a reclamação do clube após a derrota por 2 a 1 para o Fla na final da Taça Guanabara, com direito a entrevista coletiva com todos os jogadores reunidos sem terem tomado banho e renúncia de Bebeto de Freitas.

Cena marcante no ano: a revolta alvinegra após a derrota para o Fla na final da Taça Guanabara

O que isso trouxe para o Botafogo? Nada de bom. O alvinegro carioca tinha um belo desempenho no ano até então, e manchou boa parte do que tinha feito ao reclamar exageradamente da arbitragem. Seria mentira falar que não houve erros que prejudicaram o time de Cuca naquele 24 de fevereiro. Mas é bom lembrar que alguns dos erros apontados por jogadores e dirigentes não aconteceram e que também houveram erros que prejudicaram o Flamengo. Só restou mesmo a fama de time chorão, que agora permanecerá por um bom tempo.

Ainda restava a Copa do Brasil no 1º semestre. Mas o Botafogo não fez uma campanha tão boa. Tudo bem, chegou à semifinal, mas sem convencer muito e tropeçando fora de casa contra times inferiores como River-PI e Portuguesa. Mesmo lutando muito, perdeu para o Corinthians na decisão por pênaltis diante de um Morumbi lotado.

O clube só voltou a ter destaque nas páginas policiais, quando André Luis foi preso após uma grande confusão no jogo contra o Náutico no Estádio dos Aflitos. O clube só voltou a se destacar nas páginas esportivas quando Ney Franco assumiu a equipe, após o fracasso de Geninho, que não substituiu Cuca a altura após a eliminação do clube da Copa do Brasil. O treinador, que havia pego o time quase na zona de rebaixamento, levou-o a incríveis 11 jogos sem perder no Brasileirão. O Botafogo, muito bem armado em campo, chegou a estar ma 4º posição no campeonato e parecia ser um sério candidato a uma vaga na Libertadores. Só parecia, pois o time começou a perder pontos preciosos para times que estavam na parte de baixo da tabela, como Náutico, Portuguesa, Vasco e Santos e foi caindo pelas tabelas. Dessa maneira, a Copa Sul-Americana passou a ser priorizada.

Talvez o dia 1 de outubro tenha sido um dos mais importantes do Botafogo esse ano. Foi quando o time enfrentou o América de Cali pela Sul-Americana em casa e o derrotou por 3 a 1, conseguindo a classificação para a próxima fase após suportar forte pressão do adversário nos minutos finais; se o time colombiano marcasse um gol, o time carioca seria eliminado da competição. Isso provou que a dolorosa eliminação na edição anterior da Sul-Americana estava superada.

Mas não teve jeito; o Botafogo voltou a ficar marcado negativamente numa edição da competição continental sem ao menos ter chegado na final do torneio. Tudo por causa da cena ridícula de André Luis no jogo que eliminou o time carioca da competição, quando o zagueiro tomou furiosamente o cartão amarelo das mãos do juiz. No mínimo, um lance bizarro, que só serviu para reafirmar a já famosa frase: “Tem coisas que só acontecem com o Botafogo”...

O que restou no final do ano foi um time novamente sem títulos e pior, afundado numa crise financeira que atrasou absurdamente o salário dos jogadores e tirou o foco da equipe no Brasileirão, fazendo com que o time perdesse vários jogos, dos mais fáceis até os mais difíceis. Como consolo, o Botafogo ainda derrotou o Palmeiras em pleno Palestra Itália na última rodada e terminou o campeonato na 7º posição, a melhor do clube desde 1995. Mas isso de pouco adiantou, já que o fantasma do “quase” continua atormentando o clube. Pelo menos não se viu em campo um time sendo eliminado das competições de forma humilhante: o botafoguense dessa vez pelo menos teve um pouco mais de dignidade.

Quanto aos jogadores: Lúcio Flávio, Túlio, Diguinho (que conseguiu jogar ainda melhor do que em 2007), Renato Silva (que subiu demais de produção) e Wellington Paulista foram os destaques do ano. Castillo e Renan finalmente deram segurança ao gol alvinegro. Thiaguinho foi a surpresa do ano. Carlos Alberto conseguiu mostrar um bom futebol e ajudou a equipe em certos momentos, mas, como sempre, saiu do clube pela porta dos fundos. As contratações estrangeiras acabaram não vingando, sendo Castillo a exceção e Escalada, a piada. Mas as contratações infelizes não foram só essas: Túlio Souza e Gil também decepcionaram. Mas esse último já não engana mais ninguém mesmo...

Fotos: 1ª e 4ª - globoesporte.com/ 2ª - www.estadao.com.br/ 3ª - www.lancenet.com.br

sábado, 13 de dezembro de 2008

Chances de ouro

Tendo poucas opções no mercado e visando o início do planejamento para 2009, Vasco e Flamengo já decidiram quem serão seus comandantes no próximo ano (pelo menos inicialmente): Dorival Júnior treinará a equipe de São Januário e Cuca, a da Gávea.

A escolha do Vasco foi excelente; como o Corinthians, contratou um técnico para treinar um time na Série B quando este poderia perfeitamente comandar uma equipe da Série A. Um dos melhores nomes da nova geração de técnicos, Dorival se saiu muito bem no São Caetano, Cruzeiro e Coritiba, por exemplo, e levou alguma de suas equipes a um patamar que poucos esperavam. Já mostrou que pode fazer ótimos trabalhos de reformulação, justamente o que o Gigante da Colina precisa depois de um ano tão trágico como 2008.

A contratação do Flamengo já é mais arriscada. Cuca fez bons trabalhos até 2007, mas 2008 foi um ano negro em seu currículo: não foi mal no Botafogo, mas teve um desempenho decepcionante no Santos e no Fluminense, deixando ambos os times em péssima situação no Campeonato Brasileiro. Ou seja, pelo seu retrospecto nesse ano, terminar o ano como o escolhido para comandar o Fla no ano que vem foi um verdadeiro presente de natal. Pesa também o fato de ainda não ter conquistado um título como treinador e ter sérios problemas no aspecto psicológico. Mas se saiu muito bem no Goiás em 2003 e só não foi campeão com o alvinegro carioca em 2007 porque, como diz o ditado popular, tem coisas que só acontecem com o Botafogo...

Com certeza tanto Dorival Júnior quanto Cuca receberam chances de ouro; o primeiro pode ficar marcado como o técnico que levou o Vasco de volta à Série A, e o segundo pode ser lembrado como o treinador que colocou o Flamengo de volta aos trilhos e que compensou o decepcionante 2008 que o clube teve. De qualquer maneira, ambos terão muito trabalho pela frente, e já devem começar a trabalhar nos próximos dias, analisando e adiantando as contratações, dispensas e renovações de que suas equipes necessitam.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Do céu ao inferno

2007 foi um ótimo ano para o Renato Gaúcho: o ex-jogador conquistou seu primeiro título como treinador ao conquistar a Copa do Brasil com o Fluminense, assegurando dessa maneira uma vaga na Libertadores do ano seguinte, e ainda levou o time à 4º posição do Campeonato Brasileiro, o que também dava direito ao clube de ir à competição continental, mesmo sabendo que o elenco tinha poucas pretensões no torneio nacional. Renato tornou-se muito respeitado e as expectativas para 2008 eram as melhores possíveis. Mas as coisas não saíram como planejadas.

O treinador teve dificuldades para armar o Fluminense no começo do ano e acabou decepcionando no Carioca, não conquistando nenhum dos dois turnos e ficando de fora da final da competição. Porém, fez ótima campanha na Libertadores, ajudou a colocar o nome do clube em evidência fora do país, derrotou os temidos São Paulo e Boca Juniors de forma épica, mas perdeu na final para a LDU na decisão por pênaltis, em pleno Maracanã.

Foi um duro golpe para Renato Gaúcho. O técnico virou motivo de chacota por causa de polêmicas declarações antes dos jogos contra a LDU. Tudo bem, talvez elas tenham sido mal-interpretadas ou não expressaram bem o que o treinador queria dizer, mas a verdade é que foram fortes demais, deixando um ar de provocação no ar, e inoportunas para o momento. Extremamente abatido, o treinador não conseguiu recuperar o Fluminense na competição que lhe restava, o Brasileirão, e foi demitido.

Apenas uma das inúmeras brincadeiras feitas com Renato após a perda do título da Libertadores

Depois de tanto estresse, talvez a melhor coisa a ser feita fosse mesmo descansar e se preparar para o ano seguinte. Afinal, por maior que fosse a decepção por não ter conquistado a Libertadores, o fato de ter levado o clube à final da competição não poderia ser esquecido; Renato teve os seus méritos e deve ser respeitado por isso. Com certeza teria mercado em 2009 e algum clube forte iria contratá-lo. Mas ele assumiu um risco e aceitou o desafio de comandar um decadente Vasco um mês depois de ser demitido do Flu.

O começo foi difícil, assim como toda a trajetória do clube até a última rodada. O time era limitado, estava visivelmente abatido e, embora Renato tentasse de tudo, demorou a engrenar. Prova disso é que só foi conquistar a primeira vitória na sua sexta partida no comando da equipe, mesmo após boas exibições contra Sport e Flamengo. No final das contas, o treinador até fez um bom trabalho, reagindo no final do campeonato. Mas acabou num cenário parecido com o da Portuguesa: fez boas partidas, mas, prejudicado pelo desespero que bateu no time nos últimos jogos e pelos resultados ruins da era Antônio Lopes e principalmente da era Tita, não resistiu e acabou rebaixado.

Aí fica a pergunta: não seria melhor ter se preservado para 2009? Na verdade, isso já era discutido no momento em que resolveu treinar o Gigante da Colina. Talvez sim, justamente por ter agora seu nome associado à tragédia que ocorreu ao clube e ter se desgastado mais ainda. Mas é importante lembrar que era uma ótima chance do técnico se recuperar, e ele quase conseguiu isso; mas, por inúmeros fatores, como limitação do elenco e tropeços em São Januário, não foi possível se salvar do descenso.

A verdade é que, em um ano, Renato Gaúcho foi do céu ao inferno. Cada um ficará com uma impressão diferente sua, mas ele não pode cair no esquecimento por causa das decepções que teve esse ano, como não deverá acontecer (comenta-se que o Grêmio deseja contratá-lo caso Celso Roth não renove), pois também mostrou ser um ótimo treinador e que tem muito futuro. O certo é que deve pensar nos erros que cometeu, principalmente nas suas declarações desastradas, para que cresça como técnico. E por favor, pare de ficar abatido a cada derrota: ninguém vai querer um comandante mais desanimado que os jogadores.

Foto: www.kibeloco.com.br

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Ele não foi o maior culpado

Cena comum nos últimos meses: torcida do Fla desejando a demissão de Caio Jr.

Não teve jeito: Caio Jr. não é mais técnico do Flamengo. A demissão não foi surpreendente, já que sua relação com a torcida do clube estava totalmente desgastada e o time que dirigia não conseguiu a classificação para a Libertadores após ter tido diversas chances para se classificar para a competição.

Em certas ocasiões, até que a torcida teve razão em criticar o treinador. Em alguns jogos, Caio Jr. tomou decisões precipitadas, como na fatídica derrota para o Atlético-MG no Maracanã, quando insistiu em Sambueza jogando na ala esquerda até o fim da partida, não colocando um lateral de origem na posição, e jogando o garoto Erick Flores na fogueira; falhou também ao muitas vezes deixar um irreconhecível Kléberson em campo. Isso para não falar quer era nítido em vários momentos do campeonato que seu time não conseguia jogar quando Juan e/ou Léo Moura não atuavam bem ou eram bem marcados; o ex-técnico do Palmeiras nunca achou uma maneira de desafogar o jogo nas laterais (neste caso, deve-se lembrar que as más atuações de Ibson e Kléberson atrapalharam a sua vida). Para piorar, Caio nunca conseguiu controlar focos de insatisfação na equipe; por exemplo, não conseguiu acalmar os ânimos do já citado Ibson, Cristian e Jônatas quando estes mostravam descontentamento por serem substituídos ou barrados.

Mas Caio não pode ser usado como bode expiatório, pois não foi o culpado da decepcionante campanha do Fla. Se chegou a errar em algumas substituições ou na escalação do time, é verdade que muitos jogadores não corresponderam durante o campeonato. Jogadores como Sambueza, Dininho, Fierro e Josiel não mostraram a que vieram, servindo apenas como meras opções no banco; Kléberson não mostrou todo o seu potencial, Jônatas foi uma piada e Ibson só foi melhorar na reta final do campeonato. Isso atrapalhou e muito a formação de um time durante o Brasileirão. A torcida do Flamengo sempre reclamava das escolhas de Caio Jr., mas se alguém perguntasse a formação ideal do time para 5 ou 7 torcedores, certamente não haveria uma escalação igual, e sim um criticando o outro pelos jogadores escolhidos; isso ocorreria justamente porque foi uma tarefa bem ingrata achar a equipe ideal durante a competição, o que de fato não aconteceu.

Além disso, é importante lembrar: nem sempre a culpa das derrotas do Flamengo em casa foi de Caio Jr. Por exemplo, a derrota para o Cruzeiro ocorreu após desatenção do sistema defensivo do Fla nos dois gols num curto espaço de tempo e contusão de Diego Tardelli após as três substituições já terem sido feitas; na derrota para o Vitória, houve um gol legítimo de Tardelli anulado pela bandeirinha quando o jogo ainda estava 0 a 0. Já no incrível empate contra o Goiás, Jaílton (duas vezes) e Fierro falharam clamorosamente nos gols do adversário.

Por último, ainda teve a famosa janela do meio do ano que levou praticamente o ataque do Flamengo. É verdade que àquela altura do campeonato Souza estava em má fase, mas Renato Augusto vinha bem e Marcinho era o artilheiro do campeonato. A diretoria demorou demais a repor as peças perdidas, Tardelli, eventual substituto dos jogadores vendidos, machucou-se, e o resultado disso foram 2 pontos conquistados de 21 possíveis.

Caio Jr. obviamente não era um treinador perfeito, mas não se pode colocar toda a culpa do que aconteceu no Campeonato Brasileiro em suas costas. É um bom e jovem técnico, que tem suas deficiências mas ainda pode corrigi-las. De qualquer maneira, é bom já pensarem em quem colocar no cargo. A torcida e a diretoria do Flamengo deseja um técnico “top”, mas talvez Luxemburgo não saia do Palmeiras, há poucas peças disponíveis no mercado, nem todas de boa qualidade e Felipão e Muricy, merecidamente elogiados por todos, não irão para o Flamengo, pelo menos neste momento. Contratar um novo técnico não será uma tarefa das mais fáceis; rubro-negros, torçam para que não surja um Júlio César Leal da vida, senão já podem encomendar a faixa “Volta Caio Jr”...

Foto: globoesporte.globo.com

domingo, 7 de dezembro de 2008

Final previsível de um campeonato imprevisível


Este último Campeonato Brasileiro pode ter sido o mais disputado e imprevisível dos últimos anos, mas a última rodada não destinou tantas surpresas. Como esperado, o São Paulo foi campeão, Cruzeiro e Palmeiras asseguraram as duas vagas restantes para a Libertadores e o Vasco realmente foi rebaixado.

O fato desta edição do Brasileirão ter sido a mais disputada dos últimos anos não impediu que o campeão fosse o mesmo do dos últimos dois anos. Com o seu futebol eficiente, o São Paulo tomou a liderança da competição já em novembro para não mais largá-la; assustou seus torcedores empatando com o Fluminense em pleno Morumbi na penúltima rodada, mas não deu sopa ao azar e, embora o gol tenha sido irregular, derrotou tranqüilamente o Goiás por 1 a 0, assegurando assim seu hexacampeonato. Um prêmio merecido para uma equipe que nunca desistiu do título mesmo quando poucos acreditavam que isso pudesse acontecer e que não perde há incríveis 18 jogos. Quando faltou regularidade aos adversários, o time de Muricy Ramalho mostrou uma impressionante, de dar inveja a qualquer um; esperar um tropeço do tricolor paulista era quase impossível na reta final do torneio, e isso foi essencial para que o time conquistasse o torneio. Restou ao Grêmio ficar com o vice-campeonato, que não pode ser desprezado: poucos imaginavam que o por vezes menosprezado time de Celso Roth chegaria em tal posição após ficar de fora da final do Campeonato Gaúcho. Com um time inferior e mais barato no papel, ficou com sobras na frente de Palmeiras e Flamengo, por exemplo, tendo um desempenho mais satisfatório do que ambos durante a competição.

Falando em Palmeiras e Flamengo...bem que o time de Luxemburgo tentou ajudar a equipe de Caio Jr, querendo coroar a última rodada com um resultado imprevisível. O alviverde paulista conseguiu a proeza de perder para um Botafogo que não vencia há 6 jogos (pior, colecionando resultados pífios contra times que lutavam para não cair) em pleno Palestra Itália. Só não houve repeteco do ano passado, quando o time não se classificou para a Libertadores após perder para o Atlético-MG dentro de casa na última rodada, porque o rubro-negro carioca não aproveitou a chance (mais uma dentre milhares), já que perdeu por 5 a 3 para o Atlético-PR (com atuação sofrível do sistema defensivo e de ambos os laterais). Um fim de campeonato melancólico para os times que mais investiram para essa temporada. Pior para o time de Caio Jr., que vai encarar uma forte revolta da torcida nos próximos dias, já que o Flamengo teve todas as chances para se classificar para a maior competição das Américas e sempre jogou a vaga pela janela. Já o Cruzeiro, após tomar um susto ao sair para o intervalo perdendo em casa para a rebaixada Portuguesa por 1 a 0, acabou goleando o adversário: 4 a 1 em cima da Lusa, e vaga assegurada para a Libertadores depois do 3º lugar no Brasileirão. É importante lembrar que o Palmeiras, por ter terminado na 4ª posição, terá de disputar a Pré-Libertadores.

E mais uma vez o Brasileirão foi cruel com um time grande. Depois da era dos pontos corridos rebaixar times grandes como Grêmio e Corinthians, o Vasco foi o novo premiado, caindo para a Segundona; algo que já era esperado, é verdade, mas que ainda era meio difícil de se acreditar. O time perdeu em casa para o Vitória por 2 a 0, mas mesmo se tivesse ganho desceria, pois todos os outros resultados foram contra o Gigante da Colina. Era um castigo que Dinamite não merecia, e o novo presidente vascaíno terá ainda mais trabalho para reerguer o clube; do mesmo jeito que a torcida fez nos últimos jogos, terá de apoiar e muito a equipe no ano que vem, porque a caminhada rumo a Série A será dura. E que não caiam no erro de começarem a louvar a era Eurico Miranda, pois o antigo presidente do clube é um dos maiores responsáveis por essa catástrofe na história do Vasco.

Tristeza tão grande quanto a do Vasco teve a torcida do Figueirense, que viu seu time derrotar o Internacional por 3 a 1 mas mesmo assim ser rebaixado. O rebaixamento do time de Santa Catarina também não foi uma grande surpresa, já que fez uma reta final de campeonato ruim (na era Mário Sérgio, apenas 1 vitória em 10 jogos, vitória essa curiosamente em cima do Vasco), mas ficou um gosto amargo pelo fato do time ter vencido os últimos 3 jogos, sob o comando de Pintado (técnico com 100% de aproveitamento mas ainda assim rebaixado; algo no mínimo curioso). O time dependia, assim como o Vasco, de derrotas do Náutico e do Atlético-PR, mas o primeiro empatou sem gols com o Santos na Vila Belmiro e o segundo, como já citado, derrotou o Fla por 5 a 3. Dessa maneira, ambos se juntam a Portuguesa e a Ipatinga no G-4 maldito.

E assim terminou o melhor Campeonato Brasileiro da era dos pontos corridos. Deixará saudades pela emoção presente a cada rodada que passava e pelos resultados imprevisíveis que deixavam todos boquiabertos. É verdade que o nível técnico da competição não foi dos melhores, mas isso não apaga o bom torneio que assistimos desde maio. Que venham mais campeonatos como esse!

Foto: esporte.ig.com.br

sábado, 6 de dezembro de 2008

Tentando evitar uma tragédia

Domingo, enquanto São Paulo e Grêmio, já garantidos na Libertadores do ano que vem, estiverem disputando o título do Campeonato Brasileiro, Palmeiras, Cruzeiro e Flamengo tentarão salvar o ano conquistando uma das duas vagas para a principal competição das Américas.

Os times não pensam em outra coisa senão conseguir a classificação para o torneio. Vanderlei Luxemburgo, ao falar do jogo do Palmeiras contra o Botafogo, definiu muito bem não só o clima que envolve o jogo do seu time como também o dos seus concorrentes: “é o jogo do ano neste domingo”. Guilherme, atacante do Cruzeiro, foi mais além: segundo ele, seria uma tragédia ficar sem a vaga para a Libertadores.

Talvez o artilheiro do Cruzeiro não esteja exagerando. Os três times deram esperanças de ganhar o título do Campeonato Brasileiro ao conquistarem seus respectivos estaduais, disputaram a primeira posição do Brasileirão durante a maior parte do campeonato e possuem torcedores insatisfeitos com seus técnicos, questionando suas opções a todo o instante. Para quem sonhou em ser campeão, não se classificar nem para a Libertadores é um pesadelo, ainda mais para Palmeiras e Flamengo, que montaram elencos bem caros já planejando a conquista da maior competição nacional.

Falando do lado financeiro, a classificação para a Libertadores não dá apenas o direito a um time de participar de uma competição importante, como também dá maior visibilidade ao clube e traz certo retorno financeiro. O Flamengo, por exemplo, após investir bastante no elenco deste ano, já contava com a classificação para a competição do ano que vem; tanto que o planejamento do clube para 2009 há muito tempo conta com a arrecadação de dinheiro proveniente do torneio continental.

E para desespero de Kléber Leite e cia., é bom o Flamengo já ir arranjando um plano B para o ano que vem. Isso porque a equipe carioca é quem tem a missão mais difícil no domingo. Além de ter de derrotar um preocupado Atlético-PR ainda com chances de ser rebaixado na Arena da Baixada, lugar em que o Fla não vence há um bom tempo, precisa torcer por derrotas ou do Cruzeiro para a já rebaixada Portuguesa ou do Palmeiras para o já em clima de férias Botafogo. Como agravante, os times de Adilson e Luxa irão jogar diante de suas torcidas, o que facilita ainda mais a tarefa dessas equipes.

Se o Fla realmente não conquistar a vaga para a Libertadores, a diretoria que se prepare: a torcida irá ficar bem furiosa e o time vai ter que se recuperar e muito bem no ano que vem; uma novo título estadual não irá amenizar as coisas. E a mesma coisa vale para os outros dois times. O mundo irá literalmente desabar em cima do 5º colocado do Brasileirão, e conquistar a Copa do Brasil no ano seguinte virará praticamente uma obrigação.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O campeão de tudo

O resultado final foi como o esperado; mas depois do primeiro jogo, disputado fora de casa, a forma como tudo aconteceu não foi como a esperada. Em uma partida extremamente dramática, o Inter empatou com o Estudiantes por 1 a 1, após gol de Nilmar já no segundo tempo da prorrogação, e se tornou a primeira equipe brasileira a conquistar a Sul-Americana. Agora, o clube gaúcho possui no currículo o Mundial, a Libertadores, a Recopa e a Sul-Americana, sem contar os Brasileiros já conquistados. Não é mentira dizer que o Colorado tem uma das salas de troféus mais invejadas da América.

É necessário dizer que o Inter não atuou tão bem quanto se esperava. Se no primeiro tempo o time foi superior à equipe argentina, o contrário aconteceu na segunda etapa, quando o Estudiantes abriu o placar aos 20 minutos e poderia ter ampliado se tivesse aproveitado melhor o desespero e a desorganização da equipe gaúcha. Isso para não falar do azar de Tite, que colocou Gustavo Nery momentos antes do gol da equipe argentina: a substituição não trouxe benefício algum ao time, já que o (ex?) lateral-esquerdo não fez praticamente nada de útil em campo. Porém, o Inter voltou bem melhor para a prorrogação e não deu chances ao time de Veron e cia.: depois de muito tentar, conseguiu marcar através de Nilmar, aos 8 minutos do segundo tempo, num dos gols decisivos mais chorados dos últimos tempos.

Aliás, muito se fala em Alex nos últimos tempos, mas foi Nilmar o melhor jogador colorado nos dois jogos da final do torneio. No primeiro jogo, mostrou um fôlego invejável durante os 90 minutos mesmo jogando isolado no meio dos zagueiros após a expulsão de Guiñazu, e foi impondo impressionante correria que forçou um pênalti depois bem batido pelo camisa 10 do Inter. Ontem, mesmo estando bem marcado e ao lado de um Alex apagado (tanto que foi substituído por Taison numa tentativa de melhorar o time ainda na 2º etapa do tempo normal) e um D’Alessandro que foi caindo de produção durante a partida, foi muito perigoso e acabou sendo premiado com o gol que deu o título ao Internacional. É um atacante que merece ser convocado para a Seleção, já que é veloz e, mesmo sendo franzino, não tem medo de disputar bolas com os zagueiros nem de partir para cima dos mesmo.

O título veio na hora certa para o Internacional. O time prometia muito para esse ano, mas foi eliminado precocemente da Copa do Brasil e não rendeu tudo que poderia no Brasileirão. E é verdade, só por isso foi dar atenção à Copa Sul-Americana. Mas pelo menos mostrou que essa competição não pode ser desprezada e, se não é um título dos mais sonhados, pelo menos pode servir como um belo prêmio de consolação, já que não deixa de ser uma conquista continental, além de dar uma boa visibilidade ao campeão.

Foto: oglobo.globo.com

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Duplo destaque

Só por jogar contra o time que está prestes a ser campeão, o Goiás já tinha tudo para estar em destaque nos próximos dias. Mas isso parece não ter sido o suficiente: a diretoria do clube resolveu aumentar absurdamente o preço do ingresso para o jogo contra o São Paulo, que será disputado no Bezerrão, mesmo palco do jogo entre Brasil e Portugal dias atrás, alegando que os custos aumentarão por não poderem jogar no Serra Dourada. Primeiramente, foi resolvido que cada ingresso custaria 400 reais, mas quem fosse estudante ou levasse algum donativo pagaria metade do valor. Após muitas reclamações, foi acertado que haverá ingressos de 150, 200 e 250 reais; somente estudante terá direito à meia-entrada.

Incrível! Agora os clubes também estão loucos e cobram preços absurdos por jogos que não valem isso tudo. Que o presidente do Goiás não venha dizer que é a decisão do maior campeonato do mundo, porque o Campeonato Brasileiro, embora esta edição tenha sido muito disputada e emocionante, não é mesmo o melhor. Sem sombra de dúvidas há campeonatos europeus de muita qualidade, superiores aos disputados no Brasil. Isso para não falar que nem torcedor brasileiro tem esse dinheiro todo para gastar com jogos de futebol.

Nessas horas, o preço do jogo entre Fluminense e LDU no Maracanã em julho parece ter sido uma pechincha. Embora muitos tenham reclamado que o preço do ingresso subiu para 80 reais, ainda assim é bem mais barato do que qualquer um dos cobrados para o jogo do próximo domingo no Bezerrão. E era um jogo muito mais importante (assim como o campeonato), pois “somente” decidia quem seria o campeão da Libertadores, maior competição das Américas, e consequentemente definia o representante do continente no Mundial da Fifa. Uma partida dessas valia muito mais do que uma decisão do Brasileirão, certo, Pedro Goulart?

É, eu já temo pelo preço dos ingressos da Copa 2014...

Mas mesmo assim, o Goiás ainda pode ser o protagonista da rodada se não levarmos em conta o aumento do preço dos ingressos, já que o time pode fazer o que na semana passada parecia impossível e tirar o título do São Paulo e dá-lo ao Grêmio caso a equipe gaúcha vença o Atlético-MG dentro de casa. Curiosamente, o time de Hélio dos Anjos pode decidir pela 2º vez seguida o destino de uma equipe paulista na última rodada da competição: ano passado, o clube esmeraldino, após derrotar o Internacional no Serra Dourada por 2 a 1, permaneceu na Série A e rebaixou o Corinthians, que dependia de um resultado negativo da equipe de Paulo Baier e cia. para não cair. Se acabar com o sonho do tricolor paulista de se tornar hexacampeão brasileiro, pode se tornar o verdadeiro carrasco dos paulistas.

Porém, até agora só vem sendo carrasco dos pobres torcedores que querem ou queriam ir ao estádio...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Resultados imprevisíveis como o campeonato

O Grêmio foi ajudado pelo tropeço do São Paulo e ainda possui alguma chance de ser campeão

O Campeonato Brasileiro deste ano é mesmo o mais disputado e imprevisível da era dos pontos corridos. Quando todos já davam a conquista do São Paulo como certa já na 37º rodada, o São Paulo frustrou seus torcedores e, num Morumbi lotado, empatou com o Fluminense em 1 a 1, deixando a decisão do título para a última rodada.

A decepção foi grande. Talvez a ansiedade de conquistar o título diante da torcida tenha mesmo atrapalhado, como afirmou Hernanes, mas é bom lembrar que o Fluminense jogou muito bem; quem, como eu, achava que o time entraria em campo mais relaxado por já possuir poucas chances de ser rebaixado se enganou, já que a equipe carioca incomodou bastante o time da casa. Porém, o resultado não chegou a ser catastrófico para o tricolor paulista, já que ainda precisa somente de um simples empate fora de casa contra o Goiás. Por mais que o time de Muricy Ramalho possa ser contestado nos próximos dias pelo resultado inesperado diante de uma equipe que aparentemente não era tão forte, é um time eficiente e que provou na reta final de campeonato estar sempre concentrado em campo. O time não vai deixar esse título escapar com tanta facilidade.

Há quem ache que o Goiás botará ainda mais água no chope do São Paulo na semana que vem. Tudo bem, o time é perigoso, vem fazendo excelente campanha no segundo turno e tem o 4º melhor desempenho entre os 20 participantes do campeonato. Mas se quiserem tomar o jogo contra o Flamengo como exemplo de que o Goiás é uma equipe perigosa, que adaptem a partida como um exemplo perfeito de como não entregar um jogo já praticamente ganho. Porque o que o Flamengo fez ontem foi digno de um daqueles vexames imprevisíveis e imperdoáveis. O rubro-negro carioca, que fazia boa partida e vencia por tranqüilos 3 a 0 ainda no 1º tempo, resolveu ressuscitar o adversário, deixando-o marcar 2 vezes antes do intervalo. No 2º tempo, o bom time de Hélio dos Anjos conseguiu empatar a partida e ainda teve chances de virar, do mesmo jeito que o Fla quase desempatou já nos acréscimos. No final das contas, serviu muito bem para mostrar o que a equipe de Caio Jr. vem fazendo no campeonato: decepcionando a torcida nos momentos decisivos. Agora, terá de vencer o Atlético-PR fora de casa na última rodada e torcer para Cruzeiro ou Palmeiras perderem ou empatarem, o que não será muito fácil.

Mas os jogos imprevisíveis envolvendo os times de cima não pararam por aí. O Cruzeiro, provando que não rende tão bem fora de casa, perdeu para o Internacional no Beira-Rio. Até aí tudo bem, não fosse o fato do Colorado jogar praticamente com o time reserva. A equipe mineira não conseguiu tirar proveito disso como o Fluminense na rodada passada e perdeu excelente chance de garantir sua vaga na Libertadores; caso vencesse, não poderia ser mais alcançado pelo Flamengo, pois possui maior número de vitórias. Porém, também não possui motivo para se desesperar: enfrentará a Portuguesa na semana que vem em pleno Mineirão. Como o time de Adilson é forte em casa e a Lusa, já rebaixada, é fraca fora, a Raposa deverá assegurar sua vaga na competição sem maiores problemas.

Porém, a rodada foi nada surpreendente para Palmeiras e Grêmio. O primeiro empatou com o Vitória em Salvador sem gols e precisa de uma vitória em cima do Botafogo no Palestra Itália para voltar a Libertadores; uma tarefa tão fácil quanto a do Cruzeiro, já que a fase do time de Ney Franco é horrorosa por diferentes motivos e sua equipe não vence há 6 jogos. Já o Grêmio fez sua parte e derrotou o fraco Ipatinga fora de casa por 4 a 1. Com o tropeço do rival São Paulo, o tricolor gaúcho faz jus ao apelido e se mantém imortal na luta pelo título do campeonato. A não ser que o time queira ter seu momento de Flamengo, vencer o Atlético-MG é mais fácil do que o Goiás derrotar o São Paulo. Porém, de um time que já subiu para a Série A da maneira mais dramática e inesperada possível eu espero tudo, principalmente um título conquistado do jeito mais surpreendente possível...

Foto: globoesporte.com