sábado, 31 de janeiro de 2009

Objetivo: não deixar a peteca cair

Com a volta da Bundesliga após a parada de inverno que durou um mês, o Hoffenheim volta a ser o centro das atenções de todos que acompanham o futebol europeu, e principalmente e obviamente o campeonato alemão. Todos querem saber se a equipe manterá o ótimo retrospecto que mostrou no primeiro turno.

Junto com o Hull City, da Inglaterra, a equipe que conta com o brasileiro Carlos Eduardo, ex-Grêmio, foi a grande surpresa da Europa no começo da atual temporada. Enquanto o caçula inglês surpreendeu ao se colocar entre os grandes (com destaque para a vitória em cima do Arsenal na casa do adversário) e alcançar a terceira posição na classificação geral, o caçula alemão não deixou por menos e também logo alcançou as primeiras posições.

Mas o clube que conta com os investimentos do bilionário Dietmar Hopp (que começou a investir pesado na equipe quando ela ainda estava na segunda divisão) fez mais do que isso: dono do melhor ataque e do maior número de vitórias da competição, terminou o primeiro turno como líder, empatado com o Bayern de Munique em número de pontos (35) mas ganhando no saldo de gols, e ainda ofereceu ao campeonato o artilheiro da competição, o bósnio Vedad Ibisevic, que marcou 18 gols. Enquanto isso, o Hull City perdeu o fôlego e vai despencando na tabela da Premier League: até o jogo de hoje contra o West Brom, vinha de 6 derrotas consecutivas, não vencia há 7 jogos e já havia caído para a 10ª posição, a apenas 6 pontos da zona de rebaixamento.

O brasileiro Carlos Eduardo (à direita, nº 33) se transferiu para o Hoffenheim quando o clube ainda estava na segunda divisão e, após ser taxado de louco, é uma das estrelas da sensação alemã no momento

Resultado: enquanto o clube inglês, visivelmente limitado e não passando de um time bem arrumado (que, curiosamente, possui uma das piores defesas do campeonato), já não é mais surpresa para ninguém e começa a se contentar em não cair, o clube alemão, dono de um futebol ofensivo, de um elenco promissor e que já possui até jogador convocado para a seleção alemã (o zagueiro Marvim Compper), inicia o returno sonhando com vôos bem altos para quem acabou de subir para a primeira divisão, como conseguir uma vaga em alguma competição européia.

Sim, uma vaga em uma competição européia. Isso porque, por mais que o time tenha feito uma excelente campanha no primeiro turno, ainda é inexperiente na Bundesliga e isso poderá resultar em alguns tropeços que façam com que o time perca algumas posições na tabela. O fato de carecer de nomes mais tarimbados e experientes pode pesar daqui para a frente. Além disso, a equipe viu o já citado artilheiro Ibisevic romper o ligamento cruzado anterior do joelho direito num amistoso neste mês e não poderá mais contar com o atacante nesta temporada.

O Hoffenheim, ciente de que o elenco ainda precisa de melhorias, contratou o bom mas sumido goleiro Hildebrand e o atacante Sanogo, escolhido para suprir a ausência de Ibisevic. No seu primeiro jogo do returno e na estreia do novo estádio, o promissor clube derrotou o Energie Cottbus por 2 a 0. Resta saber se nas próximas 16 rodadas a surpresa alemã irá manter o ritmo e terminar a temporada numa posição privilegiada na classificação final ou se irá seguir o caminho do Hull City, que hoje empatou com lanterna West Brom em casa por 2 a 2 e continua caindo pelas tabelas da Premier League.

Foto: www.daylife.com

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Até que há um fundo de verdade...

O meia Ramires, do Cruzeiro, no mínimo polemizou ao dizer o seguinte sobre a última convocação da seleção brasileira, que não teve um jogador atuando no Brasil chamado: "É importante olharem até pela questão da motivação dos jogadores brasileiros. Cada vez que convocam mais os caras de fora, aí é que todo mundo quer sair mesmo para chegar à Seleção. Então o trabalho que a gente está fazendo aqui não está valendo de nada para chegarmos à Seleção"

O que Ramires disse é algo que deve ser discutido com cuidado, até porque é relativa a questão sobre atuar no Brasil ou não: logo que um jogador que atua por aqui é convocado para a Seleção, ele pode atuar míseros 5 minutos com a amarelinha que vários times europeus pretenderão contratá-lo. Logo, o jogador que atua em terras brasileiras, por mais mediano que seja, logo se transfere para um clube europeu, dos mais medíocres e obscuros para os mais poderosos.

Talvez essa tenha sido uma declaração inoportuna de Ramires, pois o mesmo implica que Dunga não olha muito para o que acontece no Brasil. É verdade que não são muitas as vezes em que vemos jogadores como o próprio cruzeirense, Hernanes, Juan, Alex, Miranda e Nilmar convocados (quando são escalados então, é quase motivo para festa), mas também é verdade que o técnico da Seleção disse na última segunda-feira que preferiu não chamar nenhum jogador em atividade por aqui pelo fato de todos ainda não estarem no melhor da sua forma física, já que acabaram de sair de uma curta pré-temporada; ou seja, foi uma justificativa até válida e, se perguntarem a Dunga o que ele acha do que Ramires disse, ele logo repetirá (provavelmente com seu jeito rude e mal-educado) tal justificativa. E como forma de mostrar quem manda na Seleção, pode até mesmo não convocar o jogador do Cruzeiro futuramente (o que seria uma retaliação ridícula, mas que pouco importa, pois ele nunca convoca o volante mesmo...).

De fato, até que o argumento de Dunga para não convocar os jogadores brasileiros desta vez não foi dos piores, já que os que atuam por aqui realmente não estão no melhor de sua forma (embora eu ache que, até o dia do amistoso, eles já estarem em condições bem mais satisfatórias). Mas então, como explicar a convocação do zagueiro Thiago Silva, agora no Milan, que chegou há pouco tempo no clube italiano após ficar vários dias parado em razão das férias depois do término do Brasileirão e que mal disputou um mísero amistoso este ano, tendo talvez treinado menos do que muito jogador que fez pré-temporada no Brasil?

Nesse caso, começo a pensar que tenho que dar um pouco de razão ao Ramires...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Somente agora...

...se lembra que o 4º colocado do Campeonato Brasileiro não está totalmente classificado para a Libertadores, tendo que passar por um breve mata-mata para continuar na competição. Se derrotar o adversário, tudo bem, pode continuar a festa de estar na maior competição das Américas; se for derrotado, pode se preparar para as críticas porque o vexame não passará em branco por imprensa e torcedores.

E dessa vez é o Palmeiras que é obrigado a passar pelo risco de deixar a Libertadores mais cedo do que se pensava. O adversário, o Real Potosí, da Bolívia, a princípio não oferece muitos riscos, assim como os times da terra de Evo Morales. O que oferece riscos mesmo é a tão temida altitude que precisará ser encarada pela equipe de Luxa no jogo de volta.

Em 2007, Renato Augusto foi um dos jogadores do Fla que sofreu com a altitude de Potosí, precisando receber oxigênio enquanto a bola ainda rolava

Não é preciso ter memória de elefante para se lembrar das dificuldades enfrentadas pelos times brasileiros recentemente em Potosí. Tendo que encarar os efeitos da altitude, já que o estádio do time boliviano fica a praticamente 4000 metros acima do nível do mar, o Flamengo sofreu para empatar por 2 a 2 em 2007, num jogo em que o time carioca conseguiu o empate quase por milagre, e o Cruzeiro foi goleado por 5 a 1 no ano passado; em ambos os jogos vários jogadores das equipes brasileiras se sentiram (muito) mal, e não era incomum ouvir dos jogadores que jogar em tal lugar era algo desumano.

Por sorte, o alviverde paulista jogará sua primeira partida em casa, na quinta-feira; por azar, não entrará em campo 100%, já que jogou ontem pelo Campeonato Paulista, logo não terá tempo suficiente para descansar. Mesmo assim, o Palmeiras precisa se doar ao máximo em campo e garantir um bom resultado que permita ao time jogar com maior tranqüilidade fora de casa, sem a obrigação de conseguir um ótimo resultado, pois a altitude de Potosí já se mostrou uma grande inimiga dos adversários que não estão acostumados com tal situação e pode ser um peso a mais caso a equipe precise de um bom resultado. O Palmeiras não pode nem pensar em ficar sem essa vaga na Libertadores: além de virar alvo de críticas, teria o primeiro semestre muito prejudicado, sem disputar nem a Libertadores nem a Copa do Brasil, tendo que se contentar apenas com o Paulistão, que cá para nós, dentro das circunstâncias seria no máximo um prêmio de consolação.

Foto: globoesporte.com

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A primeira escolha não foi das melhores

O único atacante de ofício do Fla no jogo de ontem, Obina, ficou boa parte do tempo isolado no ataque, como em diversos momentos do ano passado

É verdade que é cedo para tirar conclusões sobre um time baseado apenas no primeiro jogo da temporada, até porque a maioria dos times estão em fase de experiências. Mas a escolha de Cuca pela manutenção do criticado esquema usado pelo Flamengo em 2008 talvez não tenha sido das melhores e deixou muita gente insatisfeita.

Muitos odiavam o esquema do ano passado e inclusive diziam que uma das causas da não classificação para a Libertadores era a já manjada e às vezes defensiva formação usada para Caio Jr. Não acho que esse tenha sido o principal problema da equipe, mas é verdade que era um esquema limitado, sem variação e com a falta de um 10 no time; por isso esperava algo diferente nesse ano, principalmente com a contratação de um técnico ofensivo e até meio maluco como Cuca. Mas tudo estava lá novamente: time super dependente dos laterais, 3 zagueiros e 3 volantes, Marcelinho Paraíba jogando no ataque, mesmo após já declarar inúmeras vezes que prefere jogar no meio, e o único centroavante do time muitas vezes isolado no meio dos zagueiros adversários.

Creio que a formação do Flamengo não precisava de grandes mudanças. Mas com a manutenção do esquema, ficou a mesma sensação de que havia um volante que muitas vezes tinha pouca coisa a fazer (Willians), de que faltava um homem de maior criatividade no meio (já que Marcelinho estava no ataque e, pela idade, pouco se movimenta) e principalmente que, se o treinador deseja um volante que proteja bem a zaga, fica difícil Ibson e Kléberson jogarem juntos. Ambos possuem características muito parecidas: marcam razoavelmente bem, sabem sair jogando muito bem mas não possuem características ofensivas que façam com que pelo menos um deles assuma o papel de criador de jogadas no meio campo, como um camisa 10. Dessa maneira, o time perde um pouco de criatividade e ambos não rendem tudo o que podem (é como se um atrapalhasse e limitasse o outro), assim como Marcelinho Paraíba, que dos titulares é quem mais pode criar mas, deslocado para o ataque, não joga tudo o que pode.

Com a entrada de Zé Roberto nos próximos jogos, o time deve ganhar um pouco mais de criatividade, com Marcelinho jogando um pouco mais recuado e dividindo a armação de jogadas no meio com o ex-botafoguense. Não acredito que um sairá para a entrada do outro, logo o esquema de ontem deverá no máximo durar mais algumas partidas. Dessa maneira, Ibson ou Kléberson deve sair da equipe, até porque Cuca parece decidido a manter na equipe um jogador no meio com características mais defensivas e este jogador é mesmo Willians, que parece ter agradado o técnico, embora não tenha feito uma boa partida ontem (começou o jogo muito travado e falhando em lances capitais para quem protege a zaga). Como o camisa 7 do Fla está numa melhor fase desde o ano passado, ele deverá permanecer na equipe, e assim talvez a equipe ganhe mais equilíbrio, não sendo muito ofensiva nem tão defensiva como ontem, numa cena que com certeza muitos não querem ver de novo, até porque o Flamengo tem elenco para outros esquemas e o de 2008 já deu o que tinha que dar.

Foto: www.lancenet.com.br

domingo, 25 de janeiro de 2009

Muito trabalho pela frente

Com seus elencos em reformulação, exceção do Flamengo, a primeira rodada do Campeonato Carioca não foi muito boa para os grandes quatro times do Rio. Se antes do começo do torneio os times já sabiam que teriam muito trabalho pela frente, principalmente porque precisam entrosar as equipes, algumas agora viram que terão mais trabalho do que pensavam.

René Simões e Dorival Jr devem estar quebrando a cabeça nesse momento para consertar os erros de suas equipes. Fluminense e Vasco, equipes que comandam, entraram em campo com 6 e 8 jogadores novos em relação ao ano passado e acabaram perdendo suas partidas para Cabofriense e Americano por 3 a1 e 2 a 0, respectivamente. Destaque negativo para o time de São Januário, que teve uma atuação tão ruim a ponto do treinador já deixar a Taça Guanabara de lado e pensar na Taça Rio. O Botafogo também mostrou certa dificuldade por estar com um elenco novo, mas conseguiu derrotar o Boavista por 2 a 1 com gol nos acréscimos; porém, também mostrou que precisa melhorar bastante.

O Flamengo encontra-se numa situação diferente dos outros três porque não mexeu muito no elenco, mantendo a base do ano passado. Porém, os problemas de 2008 continuam e a equipe, que jogou mal, penou para vencer o Friburguense pelo magro placar de 1 a 0, contando com uma ajuda clamorosa do bandeirinha, que invalidou um dos gols mais legítimos da história do futebol. Cuca, que conta com muitas peças mas ainda possui muitas dúvidas quanto a quem escalar, terá trabalho para achar a formação ideal do time, que aliás foi o mesmo criticado esquema usado em 2008 (Marcelinho Paraíba no meio? Esquece...).

E é importante lembrar que em 2009 os 4 grandes voltam a enfrentar os pequenos fora de casa, ao contrário do que ocorreu no ano passado, quando todos os seus jogos foram no Maracanã, Engenhão ou São Januário. Isso pode ser um ingrediente a mais no campeonato, já que os times grandes têm mais chances de serem derrotados, como já aconteceu com o Fluminense hoje, que perdeu jogando em Cabo Frio. Mais situações como essa poderão acontecer, e o campeonato (que infelizmente, continua inchado) não ficará na mesmice de 2008, quando os 4 grandes se classificaram para as semifinais da TG e da TR de maneira tão fácil que beirava o ridículo.

Como os elencos das principais equipes do Rio mudaram bastante e todos ainda estão a procura da equipe ideal, não será surpresa ver mais alguns tropeços pelo menos nas próximas rodadas. Os torcedores devem ficar pacientes e se lembrar que este ainda é um campeonato que permite uma série de testes, já que o torneio mais importante ainda é o nacional; e esse pensamento vale ainda mais para os vascaínos, que não parecem ter um elenco muito bom e talvez precisem de ainda mais tempo para serem competitivos.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Rumo ao tri?

Pelo andar da carruagem, não será surpresa alguma ver o Manchester United repetindo esta cena no fim da temporada

Assim como a última edição do Campeonato Brasileiro, a atual temporada da Premier League pode não conhecer um campeão diferente dos dois últimos anos, já que, mesmo numa das temporadas mais disputadas ultimamente na terra da rainha, o Manchester United parece superior aos rivais e favorito a se tornar campeão.

É verdade que as últimas performances do time não são nada de tirar lágrimas dos olhos. Se o time não perde há 10 jogos, em 6 venceu pelo magro placar de 1 a 0. Isso sem contar os 2 empates sem gols contra Tottenham e Aston Villa fora de casa. Porém, é a equipe mais consistente do campeonato, que inclusive possui a melhor campanha em casa: 9 vitórias e 1 empate; somente o atual vencedor da UCL e o Liverpool não perderam em seus domínios.

Além disso, os tropeços do Manchester United são aceitáveis, nada considerado inesperado: por exemplo, as duas únicas derrotas da equipe de Sir Alex Fergunson foram para os grandes Liverpool e Arsenal. Três dos quatro empates da equipe fora de seus domínios foram para equipes perigosas e que brigam pelas primeiras posições (Chelsea, Aston Villa e Everton), e o outro foi para o Tottenham, que tem uma equipe muito boa mas que não consegue se acertar por vários motivos. Se o Manchester não possui uma campanha tão boa fora quanto a dos outros clubes que estão nas 5 primeiras posições, também não possui das piores: dos cinco melhores da Premier League até agora, apenas o Arsenal conseguiu menos pontos fora de casa, conseguindo 18; os Red Devils conquistaram 19 e Chelsea, Liverpool e Aston Villa, no mínimo 24.

Enquanto o Manchester United conquista o máximo de pontos possíveis e não dá muita chance às zebras, seus concorrentes diretos fazem o oposto. O Liverpool, que liderou por um bom tempo o campeonato, aproveitando o fato dos Red Devils estarem com dois jogos a menos, perde muito pontos para times pequenos: por exemplo, empatou os 2 jogos contra o Stoke e também só conquistou um ponto em casa contra equipes como o Hull City e Fulham. O Chelsea foi muito mal nos clássicos, todos disputados em casa, tendo perdido 2 e empatado 1, e também empatou em pleno Stamford Bridge para West Ham e Newcastle; isso para não lembrar dos vários jogadores que não rendem nada no momento. O Arsenal tem um elenco jovem e talentoso, mas desfalcado e que perde muitos pontos bobos, principalmente quando não consegue controlar um jogo que já estava em suas mãos: isso aconteceu em dezembro contra o Aston Villa fora de casa, quando venciam por 2 a 0 e, após darem a impressão de que poderiam até golear, foram surpreendidos e empataram em 2 a 2. E esse mesmo Aston Villa parece ter atingido o seu potencial máximo e não deve fazer mais do que tirar a 4º vaga da UCL de algum grande (o que já é muito).

Com uma campanha elogiável e tendo grandes jogadores a disposição, como o melhor do mundo Cristiano Ronaldo e Rooney, que vem sendo muito elogiado como um dos melhores da temporada, o time possui grandes chances de vencer a Premier League novamente. Porém, como sempre, há obstáculos no caminho: o elenco começa a ter vários jogadores contundidos (só no jogo contra o Derby County pela Copa da Liga três se machucaram) e o time tem pela frente confrontos duríssimos contra a Inter de Milão pela UCL. Se o elenco for pequeno nos momentos decisivos, as coisas podem se complicar para Fergunson, já que não poderá promover muitos rodízios e os jogadores ficarão ainda mais sujeitos a contusões. Mas como ultimamente tem surgido até brasileiro bom que nem nós sabíamos que existia, pode haver alguma surpresa caso a praga das contusões ataque Old Trafford...

Foto: www.guardian.co.uk

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Sobre a decisão de Kaká

A escolha de Kaká fará com que seja ainda mais querido pelos torcedores do Milan

O que era esperado desde que a proposta milionária foi feita pelo Manchester City na semana passada se confirmou: Kaká resolveu ficar no Milan, para alegria dos fanáticos rossoneri e daqueles que não concordavam com os extravagantes valores incluídos na negociação.

Quem sai ganhando com isso é o próprio jogador, que permanece numa equipe forte e de tradição que briga por títulos. Além disso, vai virar mais do que ídolo: todos sabem que Kaká só iria para o Manchester City por dinheiro; e, na verdade, isso serviria mais um consolo, já que o brasileiro não chegou a dizer que gostaria de deixar o Milan, clube com o qual já possui uma grande identificação e onde pretende seguir por um bom tempo, alcançado até a condição de capitão. Com a recusa do meia de se transferir diante da possibilidade de se enriquecer ainda mais (algo que não é preciso, pois o salário que ganha já é altíssimo), o camisa 22 do Milan será ainda mais idolatrado pelos torcedores do clube; num tempo em que lealdade é palavra cada vez mais rara no dicionário do futebol, os rossoneri poderão bater no peito e dizer que possuem mais um jogador que realmente gosta do clube e se sente bem lá.

Na corrente contrária, estão os dirigentes do Milan, que saem dessa novela como vilões. Os dirigentes do rubro-negro italiano pouco se esforçaram para manter o meia em Milão e, diante de uma quantia tão grande de dinheiro, jogaram a batata quente nas mãos de Kaká, numa tentativa de lavar as mãos caso o brasileiro saísse, com o argumento de que a proposta era excelente tanto para o maior rival da Internazionale quanto para o meia da Seleção. É verdade que o dinheiro oferecido possibilitaria ao clube contratar outros grandes jogadores, mas só a possibilidade de vender um jogador que ultimamente faz a diferença e é um dos melhores do mundo obviamente deixou os torcedores do clube muito irritados. Uma prévia disso foi o ocorrido no jogo contra a Fiorentina no último sábado, quando houve muito protesto antes e durante a partida.

E o Manchester City nessa história toda? Bem, a falha na contratação de Kaká não chega a ser uma humilhação, como disse o jornal inglês Daily Telegraph. Porém, lembra ao primo pobre do Manchester United que dinheiro não compra tudo, e que tradição ainda conta; afinal, o meia brasileiro também deve ter se lembrado que o City ainda tem um elenco bem mediano e está longe de brigar por títulos atualmente, tendo que contratar e muito bem para montar equipes fortes nas temporadas seguintes. Agora, o clube inglês pode gastar a quantia oferecida a Kaká para se reforçar com jogadores que não sejam “top” mas que, juntos, possam formar uma equipe capaz de incomodar os grandes. Porém, parece que primeiro precisam contratar pessoas que entendam de futebol, porque dormir sonhando com Kaká e acordar com Bellamy ao lado, quando contratações bem melhores poderiam ser feitas, não é um bom começo...

Foto: www.telegraph.co.uk

sábado, 17 de janeiro de 2009

Muita calma, Zé Roberto..

A contratação de Zé Roberto pelo Fla traz à tona a mesma questão levantada após Carlos Alberto ter sido anunciado pelo Vasco: será que um jogador ultimamente mais conhecido por ser boêmio e por ter um histórico de confusões no seu currículo, algo que ofuscou suas boas atuações em campo, pode dar certo no clube carioca?

De fato, essa também pode ser considerada uma contratação arriscada: se o novo camisa 10 do Flamengo não possui uma ficha negra tão extensa quanto a do novo meia do Vasco, mas possui um histórico de indisciplinas. Além disso, ficou muito tempo sem jogar na Alemanha, tendo participado apenas de 3 partidas oficiais desde o ano passado.

Porém, é uma aquisição que pode dar certo. Veloz e dono de talento indiscutível, pode ser o camisa 10 que a equipe procura já há algum tempo ou pode até jogar um pouco mais adiantado, deixando Marcelinho Paraíba com a 10 e estando mais próximo de Obina no ataque, algo que a princípio deverá acontecer, já que o ex-jogador do Grêmio, São Paulo e Hertha Berlin disse que esse ano não pretende atuar no ataque, recado provavelmente entendido por Cuca.

Copa de 2010? Vamos com calma, Zé Roberto...

Agora, falar que busca pelo Flamengo chegar à Copa de 2010 já é demais. Ainda mais pra quem ainda tem muito a provar com a camisa rubro-negra(com parte da torcida desconfiada com sua contratação), não joga regularmente há um bom tempo e não vestiu a amarelinha nem na sua melhor fase no Botafogo...

Foto: globoesporte.com

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Mamma mia!

Se a janela européia tinha tudo para ser bem morna em função da crise econômica mundial que também afeta o futebol, de certa forma foi surpreendente a notícia de que o Manchester City ofereceu incríveis 100 milhões de libras pelo brasileiro Kaká, do Milan. O clube estaria disposto, segundo a BBC, a pagar 500 mil libras por semana pelo meia. No meio de algumas informações a princípio desencontradas, o assessor do jogador disse que o Milan já o liberou para conversar com o clube inglês.

Para o Milan, a venda do jogador seria ruim pelo fato de Kaká ser o maestro do time; prova disso foi a forma como conduziu brilhantemente a equipe italiana ao título da Liga dos Campeões na temporada 06/07. Porém, com a quantia recebida pelo craque, seria possível fazer 3 ou 4 excelentes contratações que, além de possivelmente rejuvenescer a equipe, manteriam a qualidade da equipe, credenciando-a como uma das principais candidatas ao scudetto, e por que não, ao título da UCL. Pela chance de adquirir bons reforços, a venda do brasileiro não seria considerada uma verdadeira catástrofe.

Joe Hart deve ser um dos que rezam para que os dirigentes do Manchester City não se esqueçam de reforçar a defesa da equipe: o jovem goleiro já foi buscar a bola no fundo das redes 30 vezes nessa temporada pela Premier League

Já para o Manchester City, a contratação de um dos principais jogadores brasileiros na atualidade poderia ser encarada como a prova de que o clube entra na briga para se tornar um dos principais clubes ingleses, tendo como carro chefe aquele que foi escolhido como o 4º melhor jogador de 2008. Porém, será que o clube precisa tanto de um meia no momento? Quem acompanha os jogos do primo pobre do Manchester United sabe que o time possui uma defesa bem criticada nos últimos meses e que precisa de alguns bons reforços neste setor para se recuperar nessa temporada, já que ocupa um preocupante 15º lugar na liga nacional. A grande quantia de dinheiro que seria usada para contratar Kaká poderia ser usada para adquirir vários bons reforços que no momento tornariam o time melhor como um conjunto; afinal, não é a contratação do camisa 22 do Milan que irá resolver todos os problemas da equipe comandada por Mark Hughes...

E para Kaká...bem, a garantia de títulos está no Milan. No Manchester City, o jogador certamente seria o craque, o cérebro da equipe, mas a princípio jogaria ao lado de jogadores que não estão a altura de seu talento, o que talvez lhe desse somente um título da Copa da Inglaterra ou da Copa da Liga. Com a chegada de outros grandes reforços, aí sim ele estaria num clube para brigar por títulos.

De qualquer maneira, é uma loucura ver tanto dinheiro injetado na contratação de apenas um jogador. O talento de Kaká é indiscutível e o próprio já provou isso, mas as quantias em jogo são absurdas, principalmente o salário que o jogador receberia caso se transferisse para o clube; certamente o trabalho de um jogador de futebol não vale isso tudo (e aí volta a tona aquele papo clichê mas correto de que tem gente que trabalha muito mais e ganha bem menos do que eles). Será que ele precisa se mudar paro o Manchester City para garantir seu futuro? O que ganha no Milan (que já é demais) não é suficiente? Enfim, por mais que goste de futebol, chega a ser inaceitável ver tanto dinheiro sendo gasto no esporte com tantas coisas mais importantes por aí a serem melhoradas...

Foto: www.bbc.co.uk

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Escolha justa

A escolha de Cristiano Ronaldo para melhor jogador de 2008 foi justa principalmente por tudo que conquistou pelo Manchester United

O que já era esperado pela maioria e ainda visto com certa desconfiança por alguns aconteceu: Cristiano Ronaldo levou o prêmio de melhor jogador do mundo de 2008. O jogador do Manchester United foi o segundo português a conquistar tal feito, já que o meia Figo havia levado o troféu em 2001.

A escolha foi justa. Mesmo não tendo muito destaque na Eurocopa, que tem grande peso na eleição (como pôde ser visto na inclusão dos espanhóis Fernando Torres e Xavi entre os finalistas ao prêmio), sendo eliminado ainda nas quartas de finais, o desempenho de Cristiano Ronaldo na temporada passada foi excelente. Cada vez mais se livrando da estigma de firulento e pouco objetivo, sempre usados contra o jogador pelos seus críticos, o camisa 7 do Manchester United conduziu seu time ao título da Premier League e foi muito importante na conquista da Liga dos Campeões, embora quase tenha se tornado vilão ao perder na decisão por pênaltis a cobrança que poderia ter dado o título ao rival Chelsea. Os 42 gols marcados na temporada passada, sendo 31 deles na Premier League (o que fez com que se tornasse o artilheiro da competição), algo impressionante para quem atua como winger também foram essenciais para que o jovem português fosse eleito o melhor jogador do mundo de 2008. Dessa maneira, pôde ganhar a briga com Messi, 2º colocado na eleição, que também teve um ótimo ano e ajudou a seleção argentina a conquistar a medalha de ouro nas Olimpíadas, mas que teve contra si o fato de não ter levado o Barcelona à títulos.

Dando uma olhada nas outras posições, foi curioso ver Xavi em 5º lugar, ou seja, o último entre os finalistas. O jogador do Barcelona foi eleito o melhor da última Eurocopa e mesmo assim ficou atrás de Fernando Torres e de Kaká. Ver El Niño em 3º, na frente de seu companheiro de seleção, não foi tão surpreendente, já que o atacante também teve bom desempenho na Euro 2008, inclusive marcando o gol do título, e foi o destaque do Liverpool junto com Gerrard na última temporada, levando o clube inglês às semifinais da UCL. Porém, Kaká pouco fez para estar a frente do volante do Barça: seu talento é obviamente indiscutível, mas, ao contrário do que fez na temporada 06-07, quando levou brilhantemente o Milan ao título da Liga dos Campeões, não repetiu as mesmas atuações e viu seu clube ser eliminado ainda nas oitavas de finais da competição que havia ganho um ano antes (pior, em pleno San Siro); além disso, terminou o Campeonato Italiano apenas na 5º posição, tendo direito de disputar apenas a Copa da UEFA. Portanto, a 4º posição de Kaká é no mínimo discutível, já que Xavi parece ter tido mais cacife para estar a frente do brasileiro desta vez.

Cristiano Ronaldo, que vai voltando a ser o destaque do seu clube após retornar de contusão que o deixou afastado dos primeiros jogos do Manchester United na temporada, tem tudo para ganhar o prêmio novamente nos próximos anos. O português possui apenas 23 anos e ainda tem grandes objetivos a alcançar, como levar a seleção de seu país a algum título de expressão, o que pode manter o jogador motivado a se destacar cada vez mais. Só não pode imitar Ronaldinho Gaúcho, que anos atrás parecia fora de série e estava em excelente forma e de repente caiu bruscamente de produção por diversos motivos, sendo agora nem sombra do que era a 4 ou 5 anos.

Foto: globoesporte.com

sábado, 10 de janeiro de 2009

Ruim com ele, pior sem ele

Se no ano passado o Flamengo se reforçou bastante, desta vez o contrário acontece, já que a equipe procurou manter a base do ano passado, contratando apenas dois jogadores e dispensando ou vendendo mais de seis. O último a deixar a Gávea foi o atacante Diego Tardelli, que foi para o Atlético-MG.

Muitos torcedores devem ter ficado felizes com a notícia, já que, após o decepcionante 2008 que o Flamengo teve, alguns (ou muitos) torcedores desejam ver diversos jogadores bem longe da Gávea em 2009 (algo com o qual não concordo, até porque atualmente não se acha com facilidade no mercado nomes do quilate de Bruno, Léo Moura, Juan, Fábio Luciano, Ibson e Marcelinho Paraíba, por exemplo; manter a boa base do ano passado não é uma decisão infeliz da diretoria). Tardelli teve seus bons momentos no ano que se passou, com destaque para os gols que deram o título da Taça Guanabara e do Estadual ao Fla; porém, não foi bem em outros momentos (como esperado, já que sempre foi um jogador inconstante), principalmente quando teve a chance de se firmar como titular da equipe após a saída de Renato Augusto e Marcinho. Por jogar muito bem em algumas partidas e mostrar uma sonolência impressionante e irritante em outras, nunca foi unanimidade no Flamengo.

O gol que deu o título da Taça Guanabara ao Fla em cima do Botafogo, marcado já nos acréscimos, foi um dos pontos altos de Diego Tardelli no Fla

O problema é que a posição mais carente do Flamengo no momento é justamente o ataque. A equipe rubro-negra não possui grandes nomes para a posição e Tardelli era uma das melhores opções, ou como outros preferem dizer, uma das “menos piores”. Maxi e Paulo Sérgio, jogadores que como Tardelli são rápidos e procuram o drible, são certamente inferiores ao ex-jogador do São Paulo. Josiel não mostrou a que veio, mal parecendo aquele que foi artilheiro do Brasileirão 2007. Obina a cada dia se torna mais folclore do que esperança de gols no Fla: é tão imprevisível que, minutos depois de acertar um lindo chute, é capaz de mandar uma bola para fora do estádio ou até mesmo para a linha lateral. Vandinho, que não teve muitas chances em 2008 e possui moral com os torcedores do time, é uma boa aposta, pois costumava corresponder quando entrava no decorrer do jogo; porém, quando começava jogando, pouco fazia. E Marcelinho Paraíba já declarou inúmeras vezes que prefere atuar no meio, não no ataque.

O Flamengo, que, sem dinheiro, não pretender fazer loucuras para contratar jogadores, agora tenta assinar com o atacante Mota, ex-Cruzeiro. Um bom nome, mas que a princípio não parece ser o ideal para quem precisa de um nome de peso para a posição. A diretoria rubro-negra pode ter feito um bom negócio, já que a mesma declarou que quitou algumas dívidas com São Paulo e Atlético-MG e ainda recebeu alguma quantia pela transferência; mas é certo que o time perde uma de suas melhores opções para a posição, e terá de repor bem se não quiser ter um ataque ainda mais fraco nesse ano.

Foto: www.correioregional.com

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Fazendo a devida reposição

Diguinho foi uma das melhores aquisições feitas pelo Fluminense para esta temporada

Se os torcedores do Fluminense tinham motivos para ficarem assustados com a saída de jogadores importantes do elenco como Washington, Arouca, Júnior César e Thiago Silva, agora já podem ficar mais tranquilos com a reposição que vai sendo feita pelo clube.

Para o lugar de Washington, veio Leandro Amaral. Se Leandro não possui o estilo raçudo do Coração Valente, pelo menos não é de desperdiçar gols incríveis como o agora jogador do São Paulo costumava fazer. O novo atacante do Flu tem se mostrado confiável e goleador desde que foi contratado pelo Vasco em 2006 e deverá recompensar o esforço da diretoria em contratá-lo. Curiosamente, dos “Três Tenores” que desembarcaram nas Laranjeiras no início de 2008, o único que iniciará a atual temporada no clube será aquele que mal jogou pelo Flu no ano passado, já que Leandro Amaral foi obrigado a retornar ao Vasco ainda em abril.

Diguinho provavelmente fará com que a torcida não sinta muitas saudades de Arouca, embora este seja um jogador jovem e promissor. Enquanto uma das recentes crias de Xerém a algum tempo já não mostrava o excelente desempenho que fez com que se tornasse um dos destaques do Flu em 2005, voltando a se destacar mesmo apenas com a chegada de René Simões, Diguinho vem de duas temporadas muito bem sucedidas no Botafogo. Como marca com muita eficiência e sabe jogar com a bola nos pés, deve ser uma das principais peças do meio campo da equipe.

Outra grande contratação do time foi o lateral esquerdo Leandro, que preencherá muito bem a vaga deixada por Júnior César. O ex-lateral do Palmeiras e do Cruzeiro aparece muito bem no ataque e não compromete na defesa (algo difícil, pois os bons laterais brasileiros atualmente são muito mais alas do que laterais, apoiando muito bem mas sem marcar com a mesma eficiência), faz bons cruzamentos e passa bem a bola. Se bobear, terá um desempenho melhor do que o de Júnior César este ano.

Substituir Thiago Silva é uma tarefa complicadíssima. No Brasil, talvez apenas Miranda seria um nome a altura, já que o Monstro já era zagueiro a nível de seleção. Com a saída do excelente jogador para o Milan, resta apostar as fichas em Edcarlos, reserva no ano passado; se não é o melhor nome, também não deve comprometer, pois não é ruim. Provavelmente formará uma zaga segura ao lado de Luis Alberto.

Além disso, o Fluminense fez outras contratações que não são de muito destaque mas que podem surpreender com o decorrer da temporada, como os zagueiros Xandão (ex-Guarani) e Cássio (ex-Avaí), o lateral direito Mariano, os meias Leandro Domingues e Jaílton (não é dos melhores, mas pelo menos é melhor do que Romeu e Ygor) e os atacantes Válber (ex-Avaí) e Roger (ex-Sport e São Paulo). Além disso, o time conseguiu manter o meia Conca, que foi muito bem no ano passado. O clube das Laranjeiras, sem fazer muito barulho, vai formando um bom elenco para esse ano. Só falta aproveitar melhor os jogadores da base que possui, coisa que o clube não vem fazendo muito bem ultimamente. Não adianta ter Xerém e uma excelente categoria de base e não aproveitá-la devidamente.

Foto: globoesporte.com

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Carlos Alberto e Vasco: esse casamento pode dar certo?

O blog ficou um tempo parado, mas o mercado de transferências no Brasil continuou ativo. Entre as contratações de impacto anunciadas nos últimos dias, destaque para a ida quase certa de Carlos Alberto para o Vasco; o clube carioca espera apenas uma liberação do Werder Bremen para concretizar a negociação.

Carlos Alberto pode reclamar do que quiser, menos de que não recebeu chances no futebol. Isso porque mais um clube aposta suas fichas no jogador, que ultimamente vem se destacando mais por manchar seu currículo do que por mostrar um bom desempenho em campo.

Carlos Alberto brigando com Sanogo no Werder Bremen: talvez o único momento marcante do meia no clube alemão

Talento todos sabem que ele tem. Quem se lembra das partidas dele no Fluminense, logo que surgiu para o futebol, e no Porto, quando ajudou o clube português a conquistar a Liga dos Campeões e marcou até um gol na final contra o Monaco, sabe disso. O problema é que há muito tempo Carlos Alberto não mostra todo seu potencial. Para piorar, sempre está envolvido em confusões. Brigou com a diretoria do Porto para se transferir para o Corinthians, onde não obteve muito sucesso e amargou a reserva por um bom tempo. Ainda no Corinthians, discutiu feio com Leão logo após ser substituído. Pagou mico no Werder Bremen, tornando-se a transferência mais cara do clube mas jogando apenas duas partidas e sendo lembrado apenas por brigar feio com o atacante Sanogo num treinamento. No ano passado, tumultuou o ambiente do São Paulo após brigar com Fábio Santos e ser afastado. Para terminar, após voltar a ter certo destaque nos campos jogando pelo Botafogo, foi acusado de liderar um racha na equipe e de ter disputado uma pelada mesmo estando supostamente machucado enquanto o Botafogo jogava pela Sul-Americana. Com um currículo desses em tão pouco tempo (o meia tem apenas 24 anos), fica difícil prever melhorias no comportamento do jogador.

E é justamente por isso que sua contratação é um risco para o Vasco. Para um clube que tem como objetivo principal a promoção para a Série A, ter como líder e craque do time um jogador que ultimamente se destaca muito mais por estar envolvido em confusões do que por ter um bom desempenho em campo pode não ser uma boa idéia. Além disso, Carlos Alberto possui um salário muito alto (e que não condiz com o que vem mostrando nos campos, diga-se de passagem), o que pode dar uma dor de cabeça das grandes para os cofres vascaínos, principalmente se não render tudo o que se espera dele.

Se a negociação se concretizar, que Carlos Alberto finalmente agarre a chance de voltar a jogar bem. A mancha em seu currículo aumenta cada vez mais, e já está na hora de corresponder as expectativas depositadas nele; daqui a um tempo, se continuar decepcionando, poucos serão os que confiarão no seu potencial. E que o Vasco também tenha sorte nessa contratação: se o jogador mostrar um bom futebol, as chances de sucesso do time na Série B serão grandes; isso não quer dizer que o contrário ocorrerá caso o jogador não tenha sucesso, mas no mínimo a diretoria terá de aguentar uma enxurrada de críticas, pois não foram poucos os que torceram o nariz quando souberam da possível contratação do meia.

Foto: www.estadao.com.br