domingo, 18 de maio de 2008

Se não fosse o Bruno...

Com atuação inspirada de Bruno e uma pitada de sorte, o Flamengo arrancou, no sufoco, um empate sem gols contra o Grêmio no Olímpico. O jogo mostrou que o Fla ainda precisa acertar alguns detalhes se quer brigar pelo título. Também ficou claro a importância do clássico “pivô” entre os titulares, já que a forma como o Fla joga pede uma referência no ataque, coisa que o time não teve hoje.
Logo aos 4 minutos, Marcinho tocou em profundidade para Juan, que deu ótimo passe para Diego Tardelli: porém, este não alcançou a bola e desperdiçou a ótima oportunidade criada. Aos poucos foi diminuindo o ímpeto inicial rubro-negro e o Grêmio foi se mandando para o ataque; as jogadas eram criadas nas costas dos laterais do Flamengo, que marcavam muito mal no começo do jogo e estavam sem a cobertura adequada.

O Flamengo não adiantava a sua marcação e esperava o Grêmio no seu campo de defesa. Como o meio campo do time da Gávea estava congestionado e a marcação nas laterais já havia sido acertada, o time gaúcho só levava perigo nas cobranças de falta, sempre interceptadas por Bruno, que já começava a mostrar serviço. O goleiro começava a se destacar, e, aos 29 minutos, fez linda defesa após uma bomba de Perea, que aproveitou a indecisão de Fábio Luciano para cortar um cruzamento vindo da direita. O Flamengo tentava sair nos contra ataques, mas Ibson e Juan erravam muitos passes; além disso, Tardelli se movimentava demais para os lados e deixava o time sem uma referência na área, o que já começava a prejudicar o time, acostumado a encontrar Souza ou Obina fixos na área. O Grêmio, comandado por Roger e Perea, aumentava cada vez mais o seu volume de jogo; porém, isso não foi suficiente para que o time abrisse o placar do jogo.

O Grêmio voltou com tudo para o 2º tempo e logo no 1º minuto Pereira cabeceou no travessão após cobrança de escanteio. O Fla parecia ainda mais acuado, mas mesmo assim Leo Moura conseguiu ir até a linha de fundo e cruzou para Marcinho perder o gol mais fácil da sua vida. O time gaúcho respondeu aos 11 minutos, quando Bruno salvou o time mais uma vez.

O jogo ficava cada vez mais corrido e o Fla começava a aparecer no ataque. Leo Moura e Juan chegavam cada vez mais à linha de fundo, mas Tardelli continuava se movimentando muito e deixava o time sem referência fixa no ataque. E é por isso que acho que Souza faz falta ao time: a torcida o odeia, ele perde muitos gols e mesmo assim tem um ego do tamanho da China, mas a sua função é essencial para o Fla; fazendo o papel de pivô, o time tem uma referência na área e sabe que pode cruzar para área que alguém estará lá para cabecear. Mesmo que Souza não consiga na maioria das vezes cabecear a bola, alguém estará perto para pegar a sobra e dar continuidade a jogada. Tardelli não sabe fazer isso, e Obina faz da maneira errada, porque tenta tirar vantagem do seu porte físico e acaba fazendo muitas faltas.

E se o Fla não conseguia finalizar suas jogadas, o Grêmio conseguia. Aos 20 minutos, o zagueiro Léo se aventurou no ataque e mandou a bola no travessão. Caio Jr. já achava o empate um bom resultado e trocou Tardelli por Cristian. Essa foi a senha para Celso Roth mandar seu time para frente, que botou Bruno para trabalhar no fim do jogo: o goleiro fez grandes defesas em chutes de Rodrigo Mendes, aos 44, e de Eduardo Costa, aos 47.

Bruno mostrou porque é um grande goleiro salvando o Fla da derrota. Da nova geração de goleiros e dos que jogam no Brasil, talvez só esteja abaixo de Diego Cavalieri. Uma pena que ele seja inconstante, podendo falhar num momento crucial, como já aconteceu na final do Carioca e em outros muitos momentos. Quando ele for mais regular, certamente será ainda mais cotado para vestir a camisa da seleção, que tem cada vez menos opções.

4 comentários:

Vinicius Grissi disse...

Realmente, ponto creditado na conta do Bruno é o mais justo. Salvou o time! Mas você disse tudo: é um goleiro que precisa ser mais constante, para assumir de vez um lugar que ele pode merecer um dia.

Daniel Leite disse...

De fato, impressionante a atuação do Bruno. Para piorar, ao final, Léo Moura se atrapalhou todo com a bola na chance citada de Eduardo Costa, aos 47 do segundo tempo. Mas, de todo modo, o empate foi bom para o Flamengo num jogo em que o normal é o visitante perder, pois o Grêmio, em casa, é sempre muito forte.

Até mais!

Iro. disse...

Olá!
Bruno fechou o gol, grande tarde.
Não acho o Bruno tão irregular.
Sei que falhou, falha e falhará. É o normal da posição. Contudo, concordo com você, ele é jovem e ganhando experiência com certeza será uma das possibilidades de Dunga.

Leandrus disse...

Breves comentários:

Vinicius, depois do jogo contra o América o Bruno estava devendo essa, rs

Daniel, quando o Leo Moura se enrolou com a bola meu coração disparou, juro por Deus! Foi um bom resultado do Fla, mas evidenciou alguns defeitos que precisam ser corrigidos logo por Caio Jr.

5.16, talvez a palavra irregular não seja tão boa para o Bruno, e sim melhor para goleiros como Fernando Henrique, que não inspiram muita confiança. Porém, lembrando os jogos do Fla, sempre lembro de uma falha do Bruno em um curto espaço de tempo: esse ano, por exemplo, falhou na final da TG, e em jogos da Libertadores contra Cienciano e América (em casa) e Nacional (fora); isso para não falar do jogo fatal contra o Madureira ano passado (4x1 na TG), onde ele falhou em 3 gols (amadureceu muito depois disso, reconheço), e sua deficiência na bola parada, que ele vem melhorando ultimamente, pois chega a ficar treinando após o término do treino. Por isso falei do fato dele ser inconstante.

Ateh!