sexta-feira, 30 de maio de 2008

Fazendo a faxina

Certamente na quarta-feira passada, durante a final da UCL entre Manchester United e Chelsea, os torcedores do Barcelona ficaram se perguntando: como aquele time que parecia invencível em 2006, quando conquistou a Champions League, pôde cair de produção em tão pouco tempo?
Antes da Copa da Alemanha, o time tinha uma zaga segura liderada pelo raçudo Puyol; um meio campo destruidor e muito técnico com Xavi, Iniesta e Deco, que ainda poderia ser reforçado defensivamente pelos volantes/zagueiros Edmílson e Rafa Marquez; e para finalizar, um dos melhores ataques que vi na minha vida, formado pelo ainda em ascensão Messi, Ronaldinho Gaúcho no auge de sua forma e Eto’o marcando gols como nunca. E ainda havia a opção do eficiente atacante sueco Larsson no banco.

Mas aí os deuses do futebol deram mais uma lição de que nada no futebol é para sempre. Aquele time imbatível, que parecia que só seria parado quando seus jogadores se aposentassem, ficou somente na lembrança. Os reforços Zambrotta (sinceramente, nunca morri de amores pelo lateral italiano, e suas atuações no Barça comprovaram meu ceticismo sobre ele), Thuram (que não trouxe a experiência esperada à zaga do time), Gudjohssen (desculpa, isso não é reforço, esqueci) e até mesmo Henry (que não se adaptou ao esquema do time catalão) não renderam o esperado. A má vontade de Deco e Ronaldinho Gaúcho, que pensavam mais em festas do que em futebol, a gradativa queda de rendimento de Eto’o, a zaga mais perdida do que cego no meio de tiroteio (destaque negativo para Edmílson, Oleguer (?) e Rafa Márquez), as contusões de Messi (o único que se salvava no ataque), aliado à um técnico contestado só pioraram tudo. O empenho de Xavi, Iniesta, Yaya Touré e dos novatos Bojan e Giovanni dos Santos não foi suficiente para salvar o clube. No final das contas, a campanha da última temporada foi tão irregular que o time terminou a competição na 3º posição, sendo obrigado a disputar a fase preliminar da UCL.

E é por essas e outras que sou um dos defensores de uma “faxina” no elenco do Barça, visto a má fase de tantos jogadores. Edmílson já se mandou para o Villarreal; era o melhor a ser feito, já que em alguns momentos o brasileiro causou mal-estar no elenco ao fazer algumas críticas que poderiam ter sido contornadas nos bastidores. Deco já está de malas prontas: só falta decidir o time que irá defender na próxima temporada. Thuram tem proposta do PSG. Rafa Márquez também parece ter propostas para sair. O “reforço” Gudjohssen tem tudo para se mandar da Espanha, já que volta e meia seu nome é comentado em clubes da Inglaterra. Henry e Eto’o também têm seus nomes ventilados nos clubes ingleses. Sem contar Ronaldinho Gaúcho: é incrível, mas a diretoria conta os dias para sua saída: e dou razão a eles, porque ter um jogador desmotivado no elenco, que não possui o menor comprometimento com o clube é a pior coisa que pode acontecer; até mesmo quando o jogador é um craque como o brasileiro.

O time já está finalizando a contratação de Keita, ex-Sevilla. A contratação do lateral direito Daniel Alves é uma ótima pedida, pois não dá para confiar em Zambrotta. O time pretende contratar Ibrahimovic e vender Eto’o; eu prefiro o camaronês, mas confesso que o futebol dele caiu muito nos últimos meses. O atacante Güiza, que desandou a marcar gols no Mallorca, também pode dar as caras no clube catalão; se jogar tudo que jogou nessa última temporada, tem tudo para dar muitas alegrias ao Barça.

Mas ainda é cedo para fazer especulações, até porque grande parte das contratações deverão acontecer após o término da Eurocopa. E até lá, muitos se desvalorizarão e vice-versa. Mas que o Barcelona faz o certo em fazer a faxina, ah, isso faz...

3 comentários:

Daniel Leite disse...

A faxina no Barça é providencial. Só não sei se Guardiola é o melhor treinador para comandá-la. Mas o fato é que esta temporada representou o fim de uma era para o Barcelona. É a hora de novos ídolos, ícones para o clube.

Entretanto, quem mais precisa de faxina no mundo, e até agora nem sequer esboçou grandes mudanças é o Milan. Ancelotti mantido, vários dos antigos (literalmente) jogadores, também. Não há Pato nem Kaká que consigam comandar uma revolução sozinhos. Acordem, Berlusconi e Galliani!

Até mais!

Leandrus disse...

É Daniel, também não sei se Guardiola é o melhor nome. Nesta altura do campeonato, com os holofotes virados para o Barça, talvez fosse melhor um técnico experiente.
E quando estava escrevendo sobre o Barcelona também pensei no Milan; é outro time que precisa ser reformado, mas aí passa pela covardia e insistência do Ancelotti né...

Ateh!

Blog F1 Grand Prix disse...

O Barça joga dinheiro fora com os Zambrotta, Gudjohssen e Oleguer da vida. Mas esse time ainda tem muito potencial. Bojan, Giovanni dos Santos, Messi... quando essa galera começar a jogar tudo que sabe, ninguém segura.

Grande abraço!

Gustavo Coelho