segunda-feira, 19 de maio de 2008

[SHOW] Whitesnake ou Whistesmake?

A faculdade cada vez mais tira meu tempo, mas continuo sendo filho de Deus e no dia 7 de maio fui ao Citibank Hall para assistir o show do Whitesnake. Já havia visto Coverdale e sua tropa em setembro de 2005, quando abriram para o Judas Priest, fazendo um excelente show de apenas 1 hora. Depois de 2 anos e meio de muita espera, finalmente a banda voltou fazendo um show completo.
Quem chegava ao Via Parque (shopping que abriga esta casa de shows) e olhava para a placa indicando os próximos 3 shows do Citibank Hall se assustava ao ler “Whistesmake” ao invés de “Whitesnake”. Ah, se o Coverdale lesse isso...

Felizmente o Citibank Hall recebeu um bom público (segundo alguns sites, mais de 3000 pessoas compareceram a casa de shows neste dia). Assim como em 2005, Coverdale veio acompanhado dos guitarristas Reb Beach (Winger, ex-Dokken) e Doug Aldrich (ex-Dio), do baixista Uriah Duffy e do tecladista Timothy Drury (“carinhosamente” apelidado de irmão de Jimmy Page por algumas pessoas próximas a mim); a única diferença em relação ao último show no Brasil era a entrada do baterista Chris Frazier no lugar de Tommy Aldridge.

Com 40 minutos de atraso (e olha que o Coverdale é inglês!), às 22:10, as luzes se apagam, os gritos tomam conta do local e a banda entra tocando “Best Years”, do novo cd, “Good to Be Bad”. Uma música legal, mas convenhamos: quem já viu a banda abrindo com “Burn” sabe que ela tem o efeito de um tornado no público, tamanha empolgação que causa no público. Porém, a banda logo trata de pôr o Citibank abaixo com os clássicos “Fool For Your Loving” e “Bad Boys”. Coverdale finalmente se comunica com o público e, em português, dá bom dia a todos os presentes. Bom dia? Acho que o intérprete do Whitesnake no Brasil quis sacanear toda a banda...

A banda toca mais uma nova, “Can You Hear The Wind Blow”, e ao término dessa, Coverdale diz que a próxima música é dedicada à Mel Galley (ex-guitarrista da banda, que está em fase terminal de cancêr); a música só poderia ser “Love Ain’t no Stranger”, mais conhecida pela minha mãe como “a música do cigarro”, já que ela tocava numa propaganda de cigarros nos anos 80. Desnecessário dizer que a maior parte do público acompanhou a letra de cabo a rabo.

Depois deste clássico, é tocada a última do novo cd na noite, “Lay Down Your Love”; na minha opinião, poderiam ter tocado outras músicas do álbum no lugar desta, como as ótimas “Call on Me” e “All For Love”. Porém, agora não adianta chorar...

E aí chega a hora da música mais conhecida do Whitesnake, o ultra-super-hiper-mega hit “Is This Love”, que até sua tia que só ouve Reginaldo Rossi deve conhecer. Nesse momento, braços levantados, casais se beijando e até uma garota jogando uma calcinha para Coverdale! Mas, estranhamente, ele recusou, ao contrário de outras vezes! Tá, né....

Depois do momento “namoro ou amizade”, o momento chato do show. Os guitarristas fazem um rápido duelo e a banda segue tocando a instrumental “Snake Dance”, seguida de “Crying In The Rain”; durante este clássico gravado no álbum “Saint and Sinners” e regravado no indispensável “1987”, houve o já tradicional e esperado solo de bateria (que não foi dos melhores). Não gosto de solos de bateria, nem de duelos de guitarra, muito menos de faixas instrumentais durante o show; logo achei esse o momento dispensável do show. Porém, sei que Coverdale precisa descansar sua voz, então não posso fazer nada além de descansar também...

A banda toda volta e toca o final de “Crying in the Rain”. Coverdale puxa “Ain’t No Love In The Heart Of The City”, que embora tenha sido mais um momento legal do show, é uma música, digamos, questionável, que poderia ter sido facilmente trocada por “Guilty Of Love” (tocada em SP), “Don’t Break My Heart Again”, “Ready And Willing”, “Blindman”, entre outras.

A interação entre a banda e o público já era tão boa durante esta altura do show que alguém na platéia jogou uma cobra de brinquedo para Coverdale. A reação do cantor foi imediata: "That's my white snake!" (ui!). Importante lembrar que no final da maioria das músicas, o vocalista fazia gestos, digamos, “estranhos” com o pedestal, que são meio fortes para eu relatar aqui...

A surpresa do show veio a seguir, com uma belíssima versão acústica de “The Deeper The Love”, muito bem recebida pelo público, que acompanhou toda a letra com Coverdale. Este, inclusive, se emocionou o final da música, derramando algumas lágrimas por motivo desconhecido pelos que estavam lá. Um momento muito bonito e marcante para todos que compareceram ao show.

Depois desta surpresa, a banda toca mais dois grandes clássicos que levantaram o público: “Give Me All Your Love” e “Here I Go Again”. Após a execução das 2, a banda sai de cena, e enquanto todos esperam ansiosamente pelo “bis”, eu e mais algumas pessoas descobrimos que o Flamengo estava perdendo por 3 a 0 para o América-MEX. Quase passei mal nessa hora (rs), porque não acreditava que isso estava acontecendo, mas enfim...

Enfim, a banda volta tocando a bombástica “Still of the Night”, me pegando de supresa, porque eu ainda estava atordoado com as notícias do Fla. Bom, no meio da música, vendo todos cantando a música, lembrei-me que eu estava num show e deveria me concentrar nele, ainda mais que uma das minhas músicas preferidas estava sendo tocada!

Mas ainda havia mais surpresas naquela noite. À capela, Coverdale canta “Soldier of Fortune”, música da época em que era o vocalista do Deep Purple. E para completar a alegria de todos, a banda finaliza o show tocando o hino “Burn”! Sim, a banda não havia se esquecido dela e a música foi muito bem recebida por todos, até porque o Deep Purple não toca essa música ao vivo e a única chance de ouvir uma versão fiel da mesma é com o Whitesnake. A banda ainda toca um trechinho de “Stormbringer” no meio de “Burn”, para nostalgia total dos mais velhinhos e alegria dos mais novos. Depois desse final apoteótico, a banda agradece bastante e sai do palco. Final de show? Não para os vascaínos, tricolores e botafoguenses, que saíram do Citibank Hall cantando “Adeus Mengo” e “Créu” para os pobres flamenguistas que estavam tão felizes com a ótima performance de Coverdale e sua banda. Mas como nada é perfeito...

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