segunda-feira, 27 de abril de 2009

Não pode deixar chegar...

No futebol carioca, entre outras coisas, há quase um consenso quando se diz que não pode deixar o Flamengo chegar. Mas parece que o Botafogo ainda não aprendeu essa lição: nesse ano, no jogo entre os dois na Taça Guanabara, deixou o Fla empatar aos 47 do segundo tempo; na final da Taça Rio, cedeu muito espaço ao time de Cuca, que fez campanha irregular na competição, e foi derrotado por 1 a 0; e agora, numa partida muito boa e tensa, digna de uma final, deixou a equipe da Gávea empatar já aos 39 da etapa final, depois de perder algumas chances de aumentar o placar.

No primeiro tempo, até marcar pela primeira vez, o Flamengo realmente estava melhor. Como de costume, priorizava o jogo pelas laterais; tinha maior posse de bola e domínio territorial, enquanto o Botafogo apostava nos contra-ataques; nada muito diferente do esperado. Mas quando Juan abriu o placar, numa cobrança de pênalti, aos 20 minutos, as coisas começaram a desandar para o time de Cuca.

De time que criava mais chances, aos poucos o Flamengo passou a ser dominado pelo Botafogo. O Fla não conseguia mais acertar passes seguidos e errava demais na saída de bola; (Zé Roberto estava muito mal e parecia desinteressado, perdendo todas as bolas e divididas; Léo Moura também errava tudo e perdeu um gol feito logo após o primeiro gol). Já Wellinton e Willians não conseguiam parar Maicosuel, que fazia o que queria na área rubro-negra. Para piorar, o time até então vencedor no placar dava cada vez mais espaços para o adversário chegar, fazendo com que os volantes botafoguenses, mesmo que limitados, se aproximassem dos homens de ataque. Dessa maneira, o Botafogo não só empatou como virou o jogo, com gols de Juninho, aos 37 minutos, e Reinaldo, aos 43.

Juan abriu o placar no Maracanã através de cobrança de pênalti, que na verdade não existiu, assim como a falta que originou o primeiro gol do Botafogo. Mais tarde, o esquentado lateral voltou a ser protagonista da partida ao, de maneira ridícula, provocar Maicosuel após ser driblado pelo botafoguense

No segundo tempo, Cuca acertou ao tirar o horroroso Zé Roberto e colocar Josiel; se o atacante não foi tão bem e não teve muitas chances, pelo menos ajudou ao servir como referência e não deixar somente Emerson em evidência aos zagueiros. Porém, embora parecesse que o Flamengo tivesse mudado sua atitude, o Botafogo continuava melhor: o sistema defensivo rubro-negro continuava falhando muito e dando espaços para o ataque adversário. Destaque negativo para Wellinton: o jovem zagueiro, de poucos recursos entrou muito nervoso na partida, tomou um baile de Maicosuel, errou nas saídas de bola e depois de certo tempo perdeu quase todas as divididas, comprometendo a defesa de seu time

Até uma boa parte do segundo tempo, com o Flamengo procurando cada vez mais o gol, o Botafogo, aproveitando as brechas que apareciam, teve boas chances de marcar. Porém, desperdiçou-as, ora por boas intervenções de Bruno, ora por falta de capricho. O castigo começou a vir aos 18 minutos, quando o Botafogo se viu sem Maicosuel e Reinaldo, que se machucaram no mesmo lance. Sem dois de seus melhores jogadores, o Botafogo começou a recuar demais, como num replay do que aconteceu na semana passada: mesmo assim, ainda teve boas oportunidades de marcar, com Jean Carioca e Victor Simões: porém, novamente não as aproveitou.

Com espaços para jogar, o Flamengo, que melhorava após as entradas de Everton Silva e Erick Flores nos lugares do apagadíssimo Leo Moura e do desastroso Wellinton, voltava a dominar por completo o jogo. Porém, tocava demais a bola sem objetividade, o que vem sendo bem comum na era Cuca: o time toca, toca, toca, toca e não finaliza; ou acaba apelando para um chuveirinho que não resulta em nada ou então perde a bola e arma um ataque apara o adversário. Então, o gol salvador não poderia vir de outra maneira: num lance de raça de Willians, que tentou cruzar e contou com um desvio no braço de Emerson (de novo o botafoguense) para que o a bola fosse para as redes.

Enquanto o Botafogo não aprender que se não matar o jogo rapidamente pode sofrer o revés, vai continuar tomando esses gols bobos. Porém, o Flamengo não pode se apegar na sorte: ainda possui problemas e precisa resolvê-los logo, antes que o Botafogo resolva parar de entregar o jogo de mão beijada.

Foto: www.lancenet.com.br

2 comentários:

Marcel Jabbour disse...

Lá no Diletra temos a dúvida: quem é mais zicado?´Botafogo ou Cuca?

Domingo que vem teremos a resposta!
Acho que dá Flamengo e o fogão espera mais um ano...

Abração

diletra.blogspot.com

Vinicius Grissi disse...

O Flamengo é forte. Mas o Campeonato não está definido ainda. O segundo jogo vai dar o que falar.