domingo, 12 de julho de 2009

Vencendo com ajuda inimiga

Depois de cometer um erro no começo da prova, Mark Webber aliou os erros cometidos pela Brawn com sua performance consistente para vencer pela primeira vez na F-1

Chegou o dia que muitos acharam que não iria chegar: Mark Webber finalmente venceu pela primeira vez na F-1, após terminar o GP da Alemanha na primeira posição. O australiano foi seguido por seu companheiro Sebastian Vettel e por Felipe Massa. Depois de algumas corridas mais fracas, voltamos a ter um pouco mais de emoção. Se não houve tantas ultrapassagens, houve muitas perseguições, sobretudo na primeira parte da corrida, e tensão, principalmente devido a previsões como se certa estratégia daria certo ou não.

Depois de uns anos, Webber nunca deu a impressão de que conseguiria uma vitória na F-1. A primeira vitória de Nick Heidfeld era mais esperada do que a sua. Durante sua carreira, o australiano ficou mais conhecido como leão de treinos, mas em 2009 vinha se especializando em fazer provas discretas e sem erros, o que lhe rendia até mesmo um lugar no pódio. Por isso, é curioso ver que sua vitória veio após cometer um erro que geralmente tira de qualquer um as chances de subir no lugar mais alto do pódio.

Além de cair para segundo na largada, Mark Webber, na ânsia de fechar a porta para cima de Rubinho, tocou perigosamente no carro do brasileiro. Devido a isso, foi justamente punido com um drive through; só não foi mais prejudicado porque, junto com Rubinho, havia aberto uma diferença considerável em relação aos demais, portanto não perdeu muitas posições. A lógica seria terminar a prova em segundo, se nada demais acontecesse. É aí que entram a Brawn GP e Rubens Barrichello na história.

Vamos direto ao ponto: a Brawn arriscou demais ao apostar em 3 paradas com seus dois pilotos, viu Rubinho ser limitado por um valente Felipe Massa, errou no segundo pit stop do brasileiro ao ter problemas no reabastecimento e ainda teve uma atitude suspeita no terceiro pit stop. Rubens largou em 2º e terminou num pobre 6º lugar. E com isso, muito provavelmente as discussão já feitas após a corrida na Espanha irão voltar.

É verdade que Rubens não é santo nessa história toda. Ficou preso atrás de Massa após o primeiro pit e não conseguiu a ultrapassagem em cima do seu compatriota; sabendo do risco das três paradas, deveria ter sido mais ousado para poder tirar suas voltas voadoras na pista. E se Ross Brawn decidiu priorizar Button na terceira parada, isso foi feito porque o inglês construiu uma bela vantagem no ano todo e já havia aberto mais de 20 pontos de vantagem para seu companheiro. Lembro que se comentava que, se Rubinho não reagisse logo, num eventual momento em que a Brawn precisasse priorizar alguém, este alguém seria o atual líder do campeonato. Talvez o dia tenha chegado. Mas também é bom lembrar que Button já estava mais rápido no final da corrida.

Os pilotos da Mclaren largaram bem mas terminaram mal a corrida: Heikki Kovalainen pulou para 3º na largada mas não manteve o ritmo e chegou apenas em 8º. Já Lewis Hamilton quase foi para a ponta no começo da prova, mas ainda nas primeiras curvas teve problemas, perdeu uma volta em relação aos demais e chegou em último

Porém, quanto a Brawn...talvez fosse desnecessário optar por três paradas. Havia mesmo a necessidade de se fazer isso novamente com Barrichello num momento em que ele estava confortável na primeira posição, já que Webber havia sido prejudicado por causa do drive through? Além do mais, se foi pensado uma possível inversão de posições, era tão preciso fazer Button pular de 6º para...5º? Pesando tudo na balança, acho que os erros desta vez pendem mais para a equipe do que para o piloto. Confesso que estou muito curioso para ouvir as declarações de Rubinho e de Ross Brawn sobre o caso. Enquanto isso, Webber e Vettel agradecem por terem tido caminho livre e terem feito mais uma dobradinha no pódio.

Adrian Sutil tinha tudo para fazer excelente prova e conseguir os primeiros pontos da Force India: largou em 7º e chegou a andar em 3º. Porém, se envolveu num incidente com Kimi Raikkonen após seu primeiro pit e foi obrigado a trocar o bico, acabando assim com suas chances de pontuar. Ao contrário do ocorrido em Monaco no ano passado, o erro foi seu.

Quanto aos outros pilotos, o destaque vai para Felipe Massa, que saiu da 8ª posição para terminar em 3º. Fez um excelente largada, suportou a pressão de Vettel no começo da prova e de Rubinho um pouco depois e finalmente viu seus esforços serem recompensados com um lugar no pódio; poderia ter chegado em 2º, mas a RBR foi perfeita na parada do alemão, que conseguiu ultrapassar o brasileiro nos boxes. Além disso, aproveitando os tropeços dos pilotos da Toyota, já está em 5º na classificação geral. Regular e consistente, é um dos melhores pilotos da atual temporada, certamente o melhor e que consegue resultados mais significativos daqueles fora do eixo Brawn – RBR.

Nico Rosberg foi outro que fez uma ótima prova: largou em 15º e chegou numa excelente 4ª posição. Aos poucos, vai se recuperando do fraco começo de ano

Fernando Alonso largou em 12º mas conseguiu chegar aos pontos ao terminar em 7º. Já Nelsinho Piquet, que conseguiu largar na frente de seu companheiro pela primeira vez, não conseguiu largar bem e acabou a prova num decepcionante 13º lugar

A diferença de Button para Vettel e Webber, que ultrapassaram Rubinho, ainda se encontra na casa dos 20 pontos, mas novamente diminuiu. Não é motivo para pânico, mas é bom para mostrar a Brawn que eles não se podem dar ao luxo de cometer outros equívocos nas estratégias.

Foto: www.gpupdate.com

5 comentários:

Marcelonso disse...

Leandrus,


Me incluo nestes que não acreditavam q Webber um dia venceria,venceu e com propriedade.

As Brawn devem voltar a normalidade com o calor Hungaro,a ver.



abraço

Anônimo disse...

Leandrus, eu nem tinha me tocado q o toque do Sutil foi justamente com o msm Raikkonen q lhe tirou os pontos em Mônaco... qta infelicidade dele.. tava indo bem de novo e BOOOM!!! já era. Realmente, não eh possível que Brawn pense q estratégias de 3 pits dêem certo, só davam com o Schummy pq ele era.... o Schummy!!! aiai viu.

Net Esportes disse...

Antes de tudo temos que ter a consciência de que a Brawn não vencedria ontem, estava andando muito menos ..... agora se fosse duas paradas, onde largaria o Rubinho ?? em segundo acho que não .... se muda para duas paradas durante a corrida aí sim, mas mesmo assim ele ia brigar com o massa pelo terceiro lugar ... mesmo assim a Brawn teve o erro feio do reabastecimento, que impediu a briga do Rubinho por no mínimo o quarto lugar ...... pior ainda fez aquela palhaçada de trocar ele de lugar com o Button como se não fosse óbvio que foi de proprósito....

Na Hungria deve fazer calor e acho que a Brawn vai nadar mais que a Red Bull .....

Net Esportes disse...

*nadar quer dizer andar !!!! kkkkkkkkkkk

Leandrus disse...

Pessoal, e se chover na Hungria que nem em 2006? rs

Netesportes, confesso que não tenho certeza, mas acho que Rubinho largaria em segundo mesmo se decidisse por duas paradas. Afinal, o tempo para fazer a primeira parada seria o mesmo; o diferencial seria uma segunda perna, logo após o primeiro pit, mais longa do que se faria ao apostar em 3 paradas. Mas isso é algo que temos que checar.

Ateh!