sexta-feira, 18 de abril de 2008

O jogador-problema

Enquanto os brasileiros vêem com bons olhos a quase certa transferência de Ronaldinho Gaúcho para o Milan e a volta da boa forma de Adriano no São Paulo, poucos são os que acreditam atualmente numa possível recuperação de Carlos Alberto. A lógica até certo ponto é simples: se o jovem jogador teve passagens conturbadas em quase todos os time em que passou e nem mesmo o São Paulo conseguiu “domá-lo”, quem conseguirá fazer isso? As confusões estão tão presentes em seu currículo que é quase impossível pensar nisso.

Todos viram que Carlos Alberto teria um futuro promissor quando surgiu no Fluminense, em 2002: seus dribles e suas cobranças de falta precisas logo chamaram a atenção de todos no Brasil. Não tardou muito e o jogador logo ganhou fama de “carrasco flamenguista”, principalmente por 2 excelentes atuações no Campeonato Carioca de 2003 que levaram o Flamengo a “engolir” duas pesadas derrotas, uma em cada turno. Porém, a atuação irregular de todo o time no Campeonato Brasileiro daquele ano mais o começo da vida boêmia de Carlos Alberto fizeram com que parte da torcida começasse a pegar no seu pé.

Aí Carlos Alberto, como todo jogador brasileiro que desponta no país, foi rapidamente vendido para um clube europeu, o Porto. Ele rapidamente ganhou condição de titular no time, conquistou o carinho da torcida, e ajudou o time a ganhar a Liga dos Campeões, inclusive marcando o primeiro gol do time na final vencida por 3 a 0 em cima do Monaco. Desse jeito, conquistar seu espaço em definitivo na seleção brasileira era questão de tempo, já que estava em ótima fase. Mas no final de 2004 Carlos Alberto começou a mostrar seu temperamento explosivo: após perder seu espaço na equipe no começo da temporada 04/05, brigou com os dirigentes do Porto e pediu (pediu não, exigiu) sua liberação para defender o Corinthians em 2005, que contava com a ajuda da MSI.

E o começo de Carlos Alberto não poderia ser pior. Não teve boas atuações em seus primeiros jogos, brigou com Tevez e ainda marcou um ridículo gol contra numa vergonhosa derrota de 5 a 1 para o São Paulo na terceira partida do Brasileirão. Logo ganhou a condição de reserva no time, sendo ofuscado por Roger, que vinha muito bem. Mas no final do campeonato Roger se machucou, Carlos Alberto o substituiu e teve participação fundamental nas últimas partidas, ajudando o time a conquistar o título.

Mas ainda não seria dessa vez que o carioca apagaria. Após afundar junto com todo o time no Campeonato Paulista e na Libertadores e passar a ser figurinha carimbada nas críticas dos jornalistas esportivos, por causa de sua má forma, reclamou veementemente com Leão após ser substituído ainda no primeiro tempo de um jogo da Copa Sul-Americana. O resultado foi óbvio: foi afastado do grupo pelo técnico.

Então Carlos Alberto voltou ao Fluminense no começo de 2007. Parecia estar mais maduro e comprometido, já que estava em casa. Porém, deixou o futebol em outro lugar: se não causou confusões dessa vez, teve uma passagem muito irregular, e quando estava prestes a ser ofuscado por Thiago Neves, teve uma surpreendente transferência para o Werder Bremen; surpreendente porque não estava mostrando futebol para tanto. Se já estava quase virando reserva no tricolor carioca, como iria disputar posição com Diego no time alemão?

E dessa vez Carlos Alberto se superou: jogou pouquíssimas partidas, muitos problemas com contusões, e trocou socos com o marfinês Sanogo. Logo voltou para o Brasil, dessa vez para o São Paulo.

Então todos pensaram: “Pôxa, o São Paulo recupera todo mundo! Então finalmente Carlos Alberto vai mostrar o futebol do começo de carreira!”. Ledo engano: só atuações sem muito brilho e muitos atrasos, além de mostrar um certo descaso com os problemas que passava. E para finalizar com chave de ouro, uma confusão (outra?) com Fábio Santos (que todos estão tentando entender até agora) que o levou a ser afastado no clube em que estava emprestado (!).

É uma pena que um jogador que teve um começo tão brilhante de carreira agora apareça mais pelas confusões em que se envolve que pelo seu futebol. As pessoas ficam cada vez mais desconfiadas com ele, afinal, não vem se destacando desde o título do Corinthians em 2005. Em julho ele volta ao Werder Bremen; mas se ele estava aqui justamente para recuperar sua boa forma para provar aos alemães que tem condições de ser titular na equipe, o que vão achar dele quando souberem que tudo que arranjou por aqui foi mais confusão?

2 comentários:

Daniel Leite disse...

Eu não acredito na recuperação de CA. Várias coisas estão envolvidas no processo de decadência dele. Inclusive, questões de saúde, o que complica ainda mais o panorama. Se o SP o dispensou, é porque ele fez mais bobagens, além das divulgadas. Ele estava num clube que se preocupa com seus atletas. E nem assim ele conseguiu jogar...

Até mais!

Leandrus disse...

É verdade Daniel, ele deve ter muito mais besteiras do que as anunciadas; incrivelmente, tá conseguindo superar o Adriano...

Até!