quinta-feira, 30 de julho de 2009

Calmaria no meio da tempestade


Por pouco: Michael Schumacher estreou na F-1 na Bélgica, em 1991. Ele quase retorna à categoria no mesmo lugar; havia Valência no meio do caminho

Dia desses estava assistindo o Review Oficial da F-1 da temporada de 1991, na qual Ayrton Senna se sagrou tricampeão no GP do Japão. Na entrevista coletiva após a corrida, logo depois o clássico momento em que afirmou que foi roubado em 1989, o brasileiro disse que o campeonato de 1990 foi um “campeonato triste” devido a questões políticas. No momento, pensei: essa frase se encaixa, em partes, no momento que a categoria vive.

Somente neste ano já encaramos ameaças de um desmanche da categoria, as surpreendentes retiradas da Honda e da BMW, o sentimento crescente de que as montadoras também são um mal à F-1...tudo isso piorado pelo campeonato não mais que mediano que estamos assistindo, que no início empolgou pela inversão de valores mas que depois caiu numa medonha monotonia (com uma certa melhora nas duas últimas provas). Dava para piorar? Dava: afinal, voltamos a questionar a segurança na nas corridas depois do acidente de Felipe Massa, por mais que ele tenha sido uma fatalidade e que o piloto tenha tido muito azar na ocasião.

Mas no meio de tanta carga negativa, talvez tenhamos algo a comemorar. Afinal, não há como ignorar a volta certamente inesperada de Michael Schumacher à F-1. Já na casa dos 40 anos, o alemão foi o escolhido para substituir Felipe Massa enquanto este não volta a correr. O ex-piloto da Jordan, Benetton e Ferrari pode até mesmo correr até o final do ano.

Além de dar uma senhora abafada no repentino abandono da BMW, o retorno do heptacampeão faz com que a F-1 ganhe uma atração a mais e consequentemente esqueça de alguma forma os seus problemas recentes. Isso porque todos vão querer conferir como se sairá aquele que é um dos maiores pilotos que a categoria já viu. Será que ainda tinha lenha para queimar. Será que pode ajudar a Ferrari a manter o bom ritmo que vinha mostrando nas últimas corridas? E pasmem, será que pode bater de frente com seu companheiro Kimi Raikkonen e sonhar com um pódio (vitória já é demais...)?

Tanto os chefões da categoria quanto grande parte dos seus fãs certamente gostaram da ideia. Pode ter certeza que muita gente que não estava acompanhando a categoria voltará a ligar a tv nos fins de semana só para ver como o alemão desprezado por Galvão Bueno em 1991 se sairá. Ele não tem nada a perder: só manchará sua carreira se fizer uma bobagem homérica – e mesmo assim terá a desculpa de que estava parado por muito tempo. E se for bem-sucedido, ganhará ainda mais admiradores e terá um reconhecimento ainda maior. Já pensou como serão os elogios para um piloto que não corria desde o GP do Brasil de 2006 e ainda assim superou as expectativas?

Quem começava a se desiludir com a atual temporada agradece. Essa foi uma das melhores notícias do ano para os amantes da F-1 (EDIT - 31/07 - 15:13: agora percebo que nem todos ficaram tão contentes com a decisão. Então, a notícia foi uma das melhores do ano para grande parte dos amantes da F-1). Exceto para Raikkonen. Se o alemão for competitivo a ponto de superar o finlandês, talvez o fim de linha para o Iceman na escuderia do cavalinho chegue mais cedo.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Saudades? Mais ou menos...


Pelo menos em campo, Emerson e Adriano não deixam o torcedor sentir saudade alguma de Obina

Quase 6 meses sem marcar um mísero gol e 2 pênaltis perdidos foram suficientes para acabar com o casamento da torcida do Flamengo com o antigo xodó Obina. Em má fase e justamente criticado, o atacante foi emprestado ao Palmeiras. A mudança de ares não poderia ter um efeito melhor: novamente motivado e com 8 gols no Brasileirão, é um dos vice-artilheiros do campeonato.

O Flamengo poderia estar arrependido no momento. Afinal, depois de falhar ao tentar colocar o atacante em forma, é inevitável um sentimento de inveja ao ver o atacante se destacando em outro clube. Porém, não há tantos motivos para reclamar: primeiro, como foi dito, Obina necessitava dessa mudança de ares para ver se reencontrava seu bom futebol.

E segundo, porque, neste momento, o ataque está longe de ser o problema do time carioca. Adriano e Emerson estão se entendendo tão bem no ataque rubro-negro que ambos não deixam ninguém sentir saudades do Eto’o brasileiro cada vez que ele marca mais um gol pelo Palmeiras: o Imperador também já marcou 8 vezes, enquanto o Sheik da Gávea já marcou 6. Dos 20 gols marcados pelo Fla até agora, nada menos do que 14 foram feitos pelos dois, o que é uma marca expressiva.

E os dois atacantes vêm completando um ao outro em campo. Adriano dispensa comentários: devido ao seu físico, protege a bola como poucos no futebol brasileiro, surpreende em suas arrancadas e finaliza muito bem. Enquanto isso, Emerson vem superando as expectativas demonstrando muita vontade em campo, dando velocidade ao time e sem se esconder para o jogo. Os gols de ambos vêm sendo decisivos: Adriano marcou marcou três vezes contra o Inter e fez gols importantíssimos contra Atlético-PR e Santos, enquanto Emerson salvou a equipe de derrotas para Botafogo e Barueri, além de quase ter dado ao time a classificação para as semifinais da Copa do Brasil.

De principal problema da equipe - teve um desempenho pífio no Carioca - , o ataque virou o setor de destaque do Flamengo. O ótimo desempenho dos dois atuais atacantes faz com que ninguém sinta muita saudade de Obina em campo; e esse sentimento pode continuar se Dênis Marques, que estreará daqui a alguns dias, também corresponder quando tiver sua chance.

Além disso, é bom lembrar que Obina não é um atacante muito confiável. Sem querer cornetar, mas é verdade: sua passagem no Flamengo mostra que ele é um jogador de altos e baixos, que pode ter uma fase em que marca muitos gols (como foi sob comando de Ney Franco) ou pode viver uma verdadeira “seca” dos mesmos (como neste ano ou em partes de 2007 e 2008). Os camisas 10 e 11 do Fla são muito mais confiáveis e constantes do que o “Anjo Negro”, que ainda luta contra o estigma de ter um “prazo de validade”.

Não renegue seu passado, rubro-negro. Você gostava dessa época...

Porém, não há como negar que Obina faz falta no quesito folclore. O baiano obviamente tinha e tem suas limitações, mas seu carisma, sua simplicidade e sua combinação de lances bizarros com gols decisivos criaram uma divertida mística principalmente nas arquibancadas que poucas vezes foi e será vista na história do clube. Nesse aspecto, não há gols de Adriano e Emerson que superem o mito criado em torno do atual camisa 9 do Palmeiras.

Mas como não se pode ter tudo...

Foto: 1ª - www.lancenet.com.br/ 2ª - desciclo.pedia.ws

domingo, 26 de julho de 2009

Uns tentam ressurgir, outros continuam caindo


Depois do susto que o acidente “meio bizarro” de Felipe Massa deu em todos no treino de ontem, a F-1 tentou voltar a normalidade com a corrida na Hungria. Uma prova que tinha tudo para ser extremamente chata, como as últimas duas disputadas em Hungaroring. Até que no final das contas ficou a sensação de que poderia ter sido pior: afinal, houve muitas perseguições na pista e um certo clima de indecisão devido a erros nos boxes e abandonos de alguns dos principais pilotos. Porém, devido ao baixo número de ultrapassagens, a qualidade da prova ficou muito, mas muito longe daquelas disputadas no final dos anos 80 e começo dos anos 90, quando o ponto de ultrapassagem no final da reta principal era bem mais utilizado.

E o que se viu no circuito húngaro foi uma reedição do que acontecia até o ano passado: pilotos das principais e mais tradicionais escuderias da F-1 nas primeiras posições. Numa temporada marcada pelo domínio dos carros da Brawn e da RBR, um surpreendente Lewis Hamilton terminou na primeira posição, seguido por Kimi Raikkonen. O outro piloto da Mclaren, Heikki Kovalainen, ainda terminou na 5ª posição; a Ferrari só não pontuou com outro piloto por causa do acidente de Massa, mas o brasileiro já estava classificado para o Q3 e poderia até terminar numa boa posição hoje.

Lewis Hamilton comemora sua surpreendente vitória. Surpreendente porque poucos esperavam uma vitória de um piloto da Mclaren ainda em 2009

Aliás, alguém esperava que a Mclaren ainda vencesse uma prova nessa temporada? Estariam Mclaren e Ferrari voltando ao seu devido lugar, de principais potências do grid da categoria? O resultado de hoje pode até ser um indício disso, já que a escuderia italiana vinha evoluindo nas últimas provas (é o terceiro pódio da equipe no ano), assim como o novo pacote que a Mclaren deu a seus dois pilotos hoje fez ambos mostrarem um desempenho muito melhor do que aquele das últimas corridas.

Porém, é importante dizer que houve alguns fatores que permitiram o bom resultado de Mclaren e Ferrari. Os pilotos da RBR, por exemplo, tiveram o desempenho de sempre e poderiam incomodar, mas foram prejudicados: Mark Webber teve problemas no pit stop e perdeu a segunda posição para Raikkonen. Vettel teve um dia para se esquecer: se perdeu na largada e ainda teve que abandonar. Além disso, o KERS nunca foi tão fundamental como hoje e mostrou que não deve ser totalmente desprezado: Raikkonen fez uma ótima largada devido a este equipamento, assim como Hamilton, que também o utilizou para ultrapassar o vice-líder do campeonato voltas depois. Como talvez algumas condições que ajudaram as equipes hoje talvez não ocorram no futuro, é bom esperar mais um pouco para conferir a evolução de ambas. Mesmo assim, é inegável que o que foi mostrado hoje dá esperanças às duas para a fase final do campeonato.

Mas se a corrida na Hungria permitiu tirar conclusões de algo, foi que a Brawn GP precisa reagir urgentemente. O clima de Budapeste favorecia a equipe, mas Button e Barrichello foram muito mal, fato que também favoreceu Hamilton e Raikkonen. O brasileiro, que chegou em 10º, ainda tem a desculpa dos problemas no treino que o tiraram do Q3, mas a corrida do inglês, que se classificou mal e lutou contra o carro durante toda a corrida, mostra que a equipe está perdendo em relação as outras no quesito evolução. Tudo que o time inglês conseguiu foi um 7º lugar chorado com o líder do campeonato. O saldo seria muito pior se a RBR também não tivesse problemas hoje; por outro lado, Webber fez outra prova muito regular e cada vez mais assusta.

Por último, menção ao espanhol Jaime Alguersuari, que fez uma corrida correta. Não causou problemas na largada, não fez besteiras, e ainda se aproveitou de um erro do companheiro Buemi para não amargar a última posição na sua primeira prova na categoria. O tempo pode até mostrar que não merece uma vaga por lá, mas hoje não mereceu críticas. Aliás, não entendi porque Galvão Bueno reclamou tanto do espanhol durante todo o fim de semana: ora bolas, a F-1 sempre teve pilotos que claramente não tinham condições de estar lá – o último que me lembro foi Sakon Yamamoto - , como os famosos pay drivers e os que trazem um belo “paitrocínio”; então, porque atacar justo o novato da STR? Será que ele disse o mesmo quando Pedro Paulo Diniz, um piloto que não conquistou quase nada nas categorias menores, entrou na F-1? Deixa pra lá...

A largada, o único bom momento de Fernando Alonso na corrida. O espanhol abandonou depois de um pit stop desastroso que o deixou sem uma roda no meio do circuito. É bom dizer que Alonso talvez não teria um bom resultado hoje, porque até entrar nos boxes não havia aberto uma boa vantagem em relação aos demais para fazer valer sua estratégia de largar com o tanque quase que vazio

Nico Rosberg novamente conseguiu um ótimo resultado e terminou em 4º. O alemão vai fazendo um excelente campeonato depois de corridas iniciais decepcionantes

Curiosamente, numa corrida em que o KERS foi essencial, a BMW, equipe que melhor desenvolveu o equipamento, teve novo desempenho pífio: Heidfeld terminou em 11º, e Kubica, em 13º

Fotos: 1ª/2ª - www.gpupdate.net
3ª/4ª - www.motorsport.com

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Assim Ney Franco entra na beira do caos


Tantas falhas no final das partidas deixam o pacato Ney Franco na beira do caos, numa piração total. E até o ajuda a se irritar com a arbitragem, como fez após o jogo contra o Flamengo, o que não costuma(va) fazer

O Botafogo começa a se recuperar no Campeonato Brasileiro: o time carioca não perde há quatro jogos. É verdade que em três ocasiões a equipe saiu de campo apenas com o empate, mas já está de bom tamanho saber que o time que iniciou o mês como lanterna não perde há um bom tempo e se prepara para deixar a zona de rebaixamento.

Por outro lado, o alvinegro carioca poderia estar numa situação mais tranquila. Na verdade, bem mais tranquila. Isso porque chega a ser impressionante como o time desperdiça chances de conseguir mais pontos e subir na tabela, principalmente ao falhar já no final das partidas. Algo que faz o torcedor mais comedido afirmar: “tem coisas que só acontecem com o Botafogo”.

Por exemplo: se o Botafogo conquistou 6 pontos dos últimos 12 disputados, poderia ter conquistado 10. Na primeira partida dessa série de 4 invictas, contra o Atlético-MG (1 x 1), Alessandro poderia ter calado 48 mil atleticanos se não perdesse uma oportunidade incrível após contra-ataque no último minuto. No jogo contra o Flamengo (2 x 2), a equipe de Ney Franco poderia ter acabado com a alegria momentânea do rival se não desperdiçasse outro incrível contra-ataque já nos acréscimos da partida.

E se estamos lembrando dos empates, por que não lembrar das derrotas? Afinal, a derrota é mais doída quando o placar é definido no final do jogo, e isso não aconteceu somente uma vez com o Botafogo neste campeonato. Contra o Vitória fora de casa, a equipe conseguiu empatar a partida após estar perdendo por 3 a 1, teve a oportunidade de virar o placar, mas uma falha de Renan aos 43 minutos do segundo tempo pôs o adversário novamente na frente do placar. Contra o Fluminense, foi a vez de Fred cometer o crime, ao coincidentemente marcar também aos 43 da segunda etapa. Seriam mais dois pontos que não só dariam uma ajuda à equipe carioca na tabela como também levantariam a moral do time, principalmente o conquistado na Bahia.

Isso só mostra como o Botafogo não consegue controlar muito bem a partida, principalmente nos momentos finais. Eu não quero acreditar numa sina da equipe alvinegra, e sim numa desatenção dos atuais titulares que prejudicam o clube na tabela. E acredito que uma equipe com um grande número de jogadores de características defensivas deveria se comportar melhor defensivamente, principalmente num momento tão crucial como o fim de um jogo. Assim como uma em um momento tão delicado não se pode dar ao luxo de perder chances importantíssimas nos últimos minutos de qualquer encontro.

Com os 6 pontos aqui lamentados, os botafoguenses já estariam na 9ª posição e com um jogo a mais a disputar. Ney Franco já teria muito mais tranquilidade para melhorar essa equipe. O Botafogo tem tudo para crescer com as chegadas de André Lima e Jonatas e as entradas de Batista e Renato entre os titulares. Mas precisa se concentrar urgentemente para que não perca mais pontos preciosos. Aliás, não só no final da partida: afinal, ontem contra o Náutico, o time teve um verdadeiro apagão no início do segundo tempo e levou a virada. Isso depois de Renato perder um gol incrível no final da primeira etapa, que faria o Botafogo estar dois gols a frente no placar. Sorte que dessa vez Reinaldo conseguiu igualar o placar a tempo.

Foto: www.estadao.com.br

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O Fluminense não serve de parâmetro para o Cruzeiro


O abatimento de Renato Gaúcho após a perda da Libertadores foi um dos motivos para o Fluminense fazer uma campanha tão ruim no Brasileirão. Adilson Batista não parecer ir pelo mesmo caminho

Ontem o Cruzeiro perdeu por 2 a 1 para o Corinthians em pleno Mineirão, na sua primeira partida depois da fatídica decisão da Libertadores. Com a derrota, o clube mineiro caiu para a zona de rebaixamento. Embora todos saibam que apenas agora a equipe irá priorizar o Brasileirão, parte da imprensa já não deixou de perguntar: será que a Raposa vai repetir o mesmo filme vivido pelo Fluminense no ano passado?

Realmente, a história é até parecida. Ambos estiveram muito perto de ganhar o campeonato continental diante de suas respectivas torcidas, mas tiveram um final frustrante, o que certamente causa um baque incrível no grupo. Mas as semelhanças param por aí.

É óbvio que todo o time sente a perda de um título tão importante e não esquece isso facilmente. Mas no ano passado, não foi só o elenco da equipe carioca que sentiu muito aquela derrota; o técnico Renato Gaúcho sentiu mais ainda. Justo o líder que precisava dar um tratamento de choque nos jogadores para que reagissem no torneio era o maior retrato do abatimento e desmotivação que pairou sobre as Laranjeiras. Isso atrapalhou tanto que foi demitido depois de um tempo.

E é muito importante se lembrar de um grave erro cometido pela diretoria do Fluminense logo após a demissão de Renato Gaúcho. No momento em que precisavam de um técnico que desse uma chacoalhada no elenco, quem foi escolhido para dirigir a equipe? Cuca, outro treinador que se abate facilmente nos momentos difíceis e que já vinha pressionado por causa de um trabalho ruim no Santos. Aí não tinha como reerguer a equipe psicologicamente, o que somente René Simões – este sim alguém que consegue mexer com o emocional do seu elenco – conseguiu.

Adílson Batista não parece ser Renato Gaúcho nem Cuca. É claro que se mostrou chateado com a derrota, mas desde as entrevistas no Mineirão na quarta-feira passada esteve bastante lúcido e mostrava estar empenhado e motivado para levar seu time à recuperação no Brasileirão. Além disso, consciente, sabe que ainda não possui motivos para se desesperar após a derrota de ontem (que foi para o campeão da Copa do Brasil e não foi conquistada de maneira fácil).

E realmente, não é preciso se desesperar quando se está na zona de rebaixamento mas apenas um ponto atrás do primeiro fora desta faixa. Ainda mais com o bom elenco que a equipe mineira possui, que perdeu Ramires mas aos poucos está se reforçando. Bem diferente daquele Fluminense que tinha míseros 3 pontos, perdia dois de seus principais jogadores, Dodô e Thiago Neves, e tinha um banco fraco em relação ao time titular.

O fato de não precisar se descabelar pela situação da equipe na tabela não é questão de soberba diante dos outros, mas sim acreditar no potencial do elenco e saber que o momento é totalmente reversível. Dos próximos 5 jogos, 3 serão fora de casa, mas somente um realmente é um confronto muito complicado (enfrentará o Grêmio no Olímpico). O time é capaz de conseguir bons resultados contra Sport e Atlético-PR em casa e Fluminense e Santo André fora. Num campeonato em que todos os times ainda estão errando bastante, não será tão surpreendente daqui a pouco ouvir o Cruzeiro já falando em entrar na zona da classificação para a Libertadores.

Foto: www.estadao.com.br

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Em defesa de Bourdais


Sebastian Bourdais em um dos seus últimos momentos na F-1, no GP da Alemanha

A França está definitivamente sem representantes na F-1. Depois de perder neste ano o GP que era disputado no país, os franceses se vêem também sem nenhum piloto local, já que Sebastian Bourdais foi demitido da Toro Rosso.

A demissão do tetracampeão da Champ Car não foi tão surpreendente. Desde antes do começo da temporada havia boatos de que o francês seria chutado da STR, algo que a equipe adora fazer – Scott Speed, este demitido também no meio de uma temporada, e Vitantonio Liuzzi já sentiram isso na pele.

Surpreendente foi ser chutado no meio da temporada mesmo. Até porque Bourdais não vinha tendo um desempenho tão pífio para que isto acontecesse. Só está apático como toda a equipe este ano, longe daquela que conseguiu se recuperar na segunda metade de 2008. Tanto que atualmente briga quase de igual para igual com a Force India pelas últimas posições nos treinos de qualificação. E cá para nós, ser batido pelo novato Sebastian Buemi da maneira que está sendo, por apenas um ponto (3 a 2), não é tão catastrófico assim. O suíço pontuou na Austrália e na China e todos perceberam isso. O francês pontuou também na terra dos cangurus e em Monaco, mas ninguém percebeu. O banho veio nas qualificações: goleada do rookie por 7 a 2.

Obviamente a surra que levou de Sebastian Vettel pesou: a primeira vista, defender o francês quando ele perdeu a disputa interna por um placar de 35 a 4 é “tenso”. Mas Bourdais teve muitos azares em 2008 que o alemão não teve, algo que deveria ser levado em conta pela sua equipe. Por exemplo, logo na sua primeira corrida, Bourdais era 4º até a STR lhe trair no fim da prova. Mesmo abandonando, terminou em 7º e garantiu dois pontinhos; mas certamente ficou o gosto de que poderia ter conseguido mais. Quando a Toro Rosso decolou no campeonato e ofuscou a RBR, três acontecimentos foram decisivos para que não conquistasse mais pontos.

Na Itália, largaria em 4º, mas seu carro ficou parado no grid, o que o fez perder uma volta em relação aos demais. A vitória de Vettel naquela prova mostrou que o francês brigaria para pontuar bem, mas o problema logo no início lhe tirou qualquer chance de mostrar isso. No Japão, chegou em 6º, mas foi punido e perdeu os 3 pontos conquistados depois da direção da prova culpá-lo após toque com Felipe Massa, num caso que achei injusto. E não há como esquecer o ocorrido na Bélgica, quando a chuva caiu já nas últimas duas voltas e fez com que ele caísse de 3º para 7º .

Com um pouco mais de sorte, Bourdais teria feito quase que metade dos pontos de Vettel. É claro que a diferença entre os dois ainda seria grande, mas pombas, era uma disputa contra um alemão que extraía o impossível de um carro que ainda era limitado; foi a partir de seus feitos que mostrou que pode se tornar um dos grandes nomes da categoria. O mais novo demitido da F-1 mostrou que não era um piloto extraordinário, mas sim um que cumpria um bom papel dentro de uma equipe mediana, exatamente o que a Toro Rosso é. E sinceramente, acredito que isso já estava bom demais para se manter por lá.

E mesmo assim, se seu desempenho não o sustentasse para continuar em 2010, não era ruim a ponto de ser chutado no meio do ano. Como a fila anda, seu substituto deve ser o espanhol Jaime Alguersuari, campeão da F-3 Inglesa em 2008 mas atualmente apenas em 9º no World Series by Renault. Nunca andou num carro de F-1. O tempo vai mostrar se a equipe acertou ao escolher no meio de uma temporada um grande piloto, um tapa-buraco ou outro piloto mediano, assim como Bourdais é.

Foto: www.motorsport.com

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Ações bem-sucedidas e perigosas


A contratação de Carlitos Tevez sem sombra de dúvidas foi excelente para o Manchester City. Mas por incrível que pareça, o clube precisa de mais; porém, não necessariamente no ataque.

No início de setembro de 2009, o grupo de investimentos Adu Dhabi United Group, capitaneado pelo sheik Mansour Al Nahyan, comprou o Manchester City. Com rios de dinheiro para gastar, o clube, primo pobre do Manchester United e de participações modestas nas últimas edições do Campeonato Inglês, sonhou alto. Dormiu pensando em ter Messi, Cristiano Ronaldo e principalmente Kaká. Acordou com de Jong, Bellamy e Robinho.

A campanha na Premier League, que rendeu aos Blues apenas a 10ª posição na classificação final, e a recusa de grandes nomes do futebol mundial de se transferirem para o clube talvez tenham feito os proprietários do Manchester City colocarem a cabeça no lugar. Enquanto ainda cogitavam a contratação de jogadores considerados top, fizeram para esta temporada excelentes aquisições para um clube médio que deseja se tornar grande. Até o momento, já adquiriram o meia Gareth Barry, destaque recente do Aston Villa, e o atacante paraguaio Roque Santa Cruz, que pelo Blackburn foi fantástico na temporada 07-08 mas decepcionante na 08-09. O pulo do gato pode ter vindo com a contratação de Carlos Tevez, assim como foi (ou era para ter sido) Robinho anteriormente (e como o brasileiro, talvez pudesse ter arranjado um clube mais forte e tradicional, mas enfim...).

Essas boas contratações permitem ao técnico Mark Hughes reforçar posições que se mostraram carentes no passado. A chegada de Barry permite a formação de um meio campo mais forte para essa temporada, com o inglês ao lado de Ireland, de Jong, Wright-Phillips e Elano, que, reserva nos últimos jogos da equipe, deve e tem que se esforçar para garantir sua vaga para a Copa do Mundo. A contratação dos dois atacantes permite ao treinador formar o que talvez seja um dos melhores ataques do país, já que o estilo dos sul-americanos faz com que um complete o outro: o argentino é veloz e lutador, enquanto o paraguaio é um bom finalizador. E Robinho pode ser colocado tanto no ataque quanto mais recuado pela esquerda. Está aí uma boa base para começar a pelo menos se sobressair entre os médios da Inglaterra; e se o Arsenal não se reforçar e depender demais de Fabregas, Arshavin e van Persie, até mesmo roubar o posto dos Gunners no "Big Four", composto também por Man Utd, Liverpool e Chelsea.

Porém, as ações da equipe inglesa podem revelar dois problemas para a atual temporada. Ainda não houve nenhum reforço para o setor defensivo, que também mostrou muitas carências em 2008 e 2009. Atualmente, o zagueiro-lateral Micah Richards e o lateral esquerdo Wayne Bridge talvez sejam as únicas boas posições para o setor. Se o clube não agir, muito provavelmente o nome de Shay Given, melhor aquisição do clube na temporada passada, voltará a ficar em evidência, como ficou ao muitas vezes salvar seu time após atuações desastrosas da sua defesa. Da mesma maneira, ainda falta a equipe um volante de melhor marcação, que proteja mais a defesa, algo que Barry e de Jong não fazem tão bem.

Além disso, outro problema que ironicamente pode se tornar realidade é o alto número de atacantes de bom nível no clube. O Manchester City contratou Santa Cruz e Tevez, já havia contratado Bellamy em janeiro, possui Robinho e ainda está perto de contratar Emmanuel Adebayor, segundo a BBC noticiou nas últimas horas. São excelentes opções, mas no máximo três destes devem ser titulares. E muito provavelmente quem for reserva irá reclamar, já que todos possuem gênios indomáveis. Se isso realmente acontecer, Hughes terá problemas para controlar e acalmar todos eles.

Porém, ainda falta muito tempo para a janela fechar. Reforços ainda podem chegar, assim como jogadores podem sair. Até agora, o clube vem agindo muito bem na janela do verão europeu. Mas ainda precisa analisar melhor seu elenco, suas contratações e deficiências se não quiser passar por mais uma temporada decepcionante depois de se criar altas expectativas.

Foto: globoesporte.com

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Por que não parou?


Agora não adianta espernear...

Carlos Alberto Parreira saiu desmoralizado da Copa do Mundo de 2006. Foi teimoso ao optar por jogadores em má fase e não teve pulso para combater o oba-oba e a festança que foi feita em torno da Seleção antes e durante a competição. Desgastado, odiado e tachado de ultrapassado, o momento parecia propício para que encerrasse sua carreira de técnico. Preferiu aceitar o convite da África do Sul para treinar a seleção local.

O cenário que encontrou no país africano não foi o que esperava. Logo reconheceu diversos pontos que precisavam ser melhorados. Os resultados iniciais não foram bons. Parecia que o inferno astral vivido em 2006 não havia terminado. Após quase dois anos por lá, deixou o cargo no ano passado por causa de problemas familiares, sem deixar muitas saudades. Sua carreira poderia ter parado por aí.

Mas no final de 2008 e no começo de 2009, seu nome começou a ser ventilado no mercado carioca, para assumir o cargo de consultor, de técnico ou algo parecido. Mesmo sem há muito tempo treinar um clube e sob certo olhar de desconfiança, acabou se tornando o treinador do Fluminense em março. Depois de uma passagem fraca e de muitas decepções, foi demitido hoje, 4 meses depois de ser contratado.

Muito querido nas Laranjeiras, pela sua história dentro do clube, Parreira foi muito aquém do que se esperava dele. É verdade que foi atrapalhado pela tensão que se acumulou nas Laranjeiras neste ano. Assim como é verdade que o elenco que tinha em mãos não era nenhuma maravilha. Mas, comandando jogadores do quilate de Fred, Thiago Neves, Conca e outras boas revelações como Maicon e Tartá, poderia ter conseguido muito mais do que ser eliminado do Carioca ainda nas semifinais da Taça Rio, ser desclassificado da Copa do Brasil nas quartas de finais em pleno Maracanã e acumular resultados negativos que deixaram o Fluminense na zona de rebaixamento do Brasileirão. No final, seu time não era mais do que um time apático, sem poder de reação, sem fazer as estrelas brilharem e sem conseguir aproveitar as boas revelações de Xerém (na verdade, fazê-los render na equipe principal parece um mistério que nem Sherlock Holmes e Hercule Poirot conseguem resolver).

O que a passagem no Flu lhe trouxe? Nada positivo, e sim o contrário. É somente mais uma mancha no seu currículo que faz com que esqueçam um pouco de suas conquistas e lembrem de seus fracassos. Teve mais um desempenho que serviu somente para seus muitos críticos o considerassem ultrapassado, desgastado e pronto para pendurar o agasalho de técnico. O que, na verdade, no auge de seus 66 anos, já deveria ter sido feito. Afinal, se é para se sair tão mal no comando de um clube e manchar o currículo cada vez mais, é melhor sair um pouco do mundo do futebol e cuidar mais da família, como diz tanto que deve fazer quando declara não ser mais o técnico de uma equipe.

Foto: www.estadao.com.br

domingo, 12 de julho de 2009

Vencendo com ajuda inimiga

Depois de cometer um erro no começo da prova, Mark Webber aliou os erros cometidos pela Brawn com sua performance consistente para vencer pela primeira vez na F-1

Chegou o dia que muitos acharam que não iria chegar: Mark Webber finalmente venceu pela primeira vez na F-1, após terminar o GP da Alemanha na primeira posição. O australiano foi seguido por seu companheiro Sebastian Vettel e por Felipe Massa. Depois de algumas corridas mais fracas, voltamos a ter um pouco mais de emoção. Se não houve tantas ultrapassagens, houve muitas perseguições, sobretudo na primeira parte da corrida, e tensão, principalmente devido a previsões como se certa estratégia daria certo ou não.

Depois de uns anos, Webber nunca deu a impressão de que conseguiria uma vitória na F-1. A primeira vitória de Nick Heidfeld era mais esperada do que a sua. Durante sua carreira, o australiano ficou mais conhecido como leão de treinos, mas em 2009 vinha se especializando em fazer provas discretas e sem erros, o que lhe rendia até mesmo um lugar no pódio. Por isso, é curioso ver que sua vitória veio após cometer um erro que geralmente tira de qualquer um as chances de subir no lugar mais alto do pódio.

Além de cair para segundo na largada, Mark Webber, na ânsia de fechar a porta para cima de Rubinho, tocou perigosamente no carro do brasileiro. Devido a isso, foi justamente punido com um drive through; só não foi mais prejudicado porque, junto com Rubinho, havia aberto uma diferença considerável em relação aos demais, portanto não perdeu muitas posições. A lógica seria terminar a prova em segundo, se nada demais acontecesse. É aí que entram a Brawn GP e Rubens Barrichello na história.

Vamos direto ao ponto: a Brawn arriscou demais ao apostar em 3 paradas com seus dois pilotos, viu Rubinho ser limitado por um valente Felipe Massa, errou no segundo pit stop do brasileiro ao ter problemas no reabastecimento e ainda teve uma atitude suspeita no terceiro pit stop. Rubens largou em 2º e terminou num pobre 6º lugar. E com isso, muito provavelmente as discussão já feitas após a corrida na Espanha irão voltar.

É verdade que Rubens não é santo nessa história toda. Ficou preso atrás de Massa após o primeiro pit e não conseguiu a ultrapassagem em cima do seu compatriota; sabendo do risco das três paradas, deveria ter sido mais ousado para poder tirar suas voltas voadoras na pista. E se Ross Brawn decidiu priorizar Button na terceira parada, isso foi feito porque o inglês construiu uma bela vantagem no ano todo e já havia aberto mais de 20 pontos de vantagem para seu companheiro. Lembro que se comentava que, se Rubinho não reagisse logo, num eventual momento em que a Brawn precisasse priorizar alguém, este alguém seria o atual líder do campeonato. Talvez o dia tenha chegado. Mas também é bom lembrar que Button já estava mais rápido no final da corrida.

Os pilotos da Mclaren largaram bem mas terminaram mal a corrida: Heikki Kovalainen pulou para 3º na largada mas não manteve o ritmo e chegou apenas em 8º. Já Lewis Hamilton quase foi para a ponta no começo da prova, mas ainda nas primeiras curvas teve problemas, perdeu uma volta em relação aos demais e chegou em último

Porém, quanto a Brawn...talvez fosse desnecessário optar por três paradas. Havia mesmo a necessidade de se fazer isso novamente com Barrichello num momento em que ele estava confortável na primeira posição, já que Webber havia sido prejudicado por causa do drive through? Além do mais, se foi pensado uma possível inversão de posições, era tão preciso fazer Button pular de 6º para...5º? Pesando tudo na balança, acho que os erros desta vez pendem mais para a equipe do que para o piloto. Confesso que estou muito curioso para ouvir as declarações de Rubinho e de Ross Brawn sobre o caso. Enquanto isso, Webber e Vettel agradecem por terem tido caminho livre e terem feito mais uma dobradinha no pódio.

Adrian Sutil tinha tudo para fazer excelente prova e conseguir os primeiros pontos da Force India: largou em 7º e chegou a andar em 3º. Porém, se envolveu num incidente com Kimi Raikkonen após seu primeiro pit e foi obrigado a trocar o bico, acabando assim com suas chances de pontuar. Ao contrário do ocorrido em Monaco no ano passado, o erro foi seu.

Quanto aos outros pilotos, o destaque vai para Felipe Massa, que saiu da 8ª posição para terminar em 3º. Fez um excelente largada, suportou a pressão de Vettel no começo da prova e de Rubinho um pouco depois e finalmente viu seus esforços serem recompensados com um lugar no pódio; poderia ter chegado em 2º, mas a RBR foi perfeita na parada do alemão, que conseguiu ultrapassar o brasileiro nos boxes. Além disso, aproveitando os tropeços dos pilotos da Toyota, já está em 5º na classificação geral. Regular e consistente, é um dos melhores pilotos da atual temporada, certamente o melhor e que consegue resultados mais significativos daqueles fora do eixo Brawn – RBR.

Nico Rosberg foi outro que fez uma ótima prova: largou em 15º e chegou numa excelente 4ª posição. Aos poucos, vai se recuperando do fraco começo de ano

Fernando Alonso largou em 12º mas conseguiu chegar aos pontos ao terminar em 7º. Já Nelsinho Piquet, que conseguiu largar na frente de seu companheiro pela primeira vez, não conseguiu largar bem e acabou a prova num decepcionante 13º lugar

A diferença de Button para Vettel e Webber, que ultrapassaram Rubinho, ainda se encontra na casa dos 20 pontos, mas novamente diminuiu. Não é motivo para pânico, mas é bom para mostrar a Brawn que eles não se podem dar ao luxo de cometer outros equívocos nas estratégias.

Foto: www.gpupdate.com

segunda-feira, 6 de julho de 2009

OFF: Mais uma pausa

Quem me acompanha no Twitter sabe que eu não desapareci, embora eu tenha abandonado o blog nos últimos dias. Isso aconteceu porque, como já havia avisado em posts anteriores, estou muito atarefado nas últimas semanas com os afazeres da faculdade e estou sem tempo e sobretudo sem cabeça para postar algo por aqui. Escrevo algo no Twitter porque não é preciso pensar muito para escrever algo com apenas 140 caracteres, mas quem viu minhas últimas mensagens por lá está sabendo mais do meu "drama" com os trabalhos a serem entregues nos últimos dias do que pitacos de futebol, rs.

Enfim, só passei aqui para comunicar que o blog ainda vai ficar mais um tempo parado, muito provavelmente até o domingo que vem. A partir do dia 12, este espaço voltará a sua programação normal (e também voltarei a visitar os blogs amigos).

Ateh!