terça-feira, 29 de julho de 2008

A culpa é do trauma

Num momento em que o Flamengo necessita de um grande reforço para o ataque, principalmente após as transferências de Marcinho, Renato Augusto e Souza e o baixo rendimento dos atacantes nos últimos jogos, a contratação de Vandinho, que já marcou 27 gols neste ano com a camisa do Avaí, não foi tão bem recebida pelos rubro-negros.

Não é muito difícil entender o ceticismo que muitos torcedores carregam consigo com a contratação do vice-artilheiro do Brasil até o momento. Afinal, nos últimos anos o Flamengo contratou 2 jogadores que eram artilheiros em seus clubes mas que não repetiram a mesma performance pelo time da Gávea. O primeiro foi Dimba, artilheiro do Brasileirão 2003 após marcar 31 gols com a camisa do Goiás. O jogador irritou profundamente os rubro-negros com várias oportunidades perdidas que acabaram tirando alguns pontos que seriam preciosos ao Fla, principalmente em jogos no Maracanã (quem se lembra de Flamengo 0 x 0 Coritiba sabe do que estou falando); seus 7 gols marcados no Brasileirão 2004 não foram suficientes para ter algum crédito com a torcida. O outro caso é bem recente: Souza, artilheiro do Brasileirão 2006 com 17 gols, sempre foi muito contestado no clube, principalmente entre os torcedores: embora até tenha marcado gols importantes no Campeonato Estadual do ano passado e tenha contribuído para todo o time fazendo o papel de pivô e marcando alguns gols importantes pelo Campeonato Brasileiro do ano passado, sempre foi criticado por ser lento, ser muitas vezes dispersivo e também perder alguns gols incríveis.

Além disso, um sinal de alerta é aceso no torcedor cada vez que ele lembra de algumas contratações desastrosas feitas nos últimos tempos de jogadores vindos de clubes modestos, como Marcos Denner, Negreiros, Dill, Josafá...ou seja, cada vez que um rubro-negro ouve falar em um jogador oriundo de um time modesto, más lembranças o faz sentir calafrios.

Porém, embora o sucesso de Vandinho no Fla ainda seja incerto, é preciso paciência com o atacante. O fato do jogador vir de um time de pouca tradição não é motivo para conclusões precipitadas sobre o mesmo. Para finalizar, só lembro a todos de uma coisa: Liédson chegou na Gávea, em 2002, quase despercebido e desacreditado. E hoje, muitos torcedores rezam por sua volta.

Foto: http://www.avai.com.br

domingo, 27 de julho de 2008

Ou botam o pé na forma, ou...

O placar do jogo entre Flamengo e Botafogo não reflete o que aconteceu durante os 90 minutos jogados no Maracanã. Qualquer um dos times poderia ter saído com a vitória: o time da Gávea jogou muito bem o 1º tempo; já o time de General Severiano foi melhor no 2º, e, embora tenha levado certo sufoco do adversário no final do jogo, chegou a massacrar o adversário durante a mesma etapa.

Então, o que faltou para que um dos times saísse vencedor? A resposta é simples: finalizações precisas. Ambos os times pecaram demais na hora da conclusão, mesmo depois de construírem ótimas jogadas. E nem se pode dizer que os goleiros de cada time fizeram defesas sensacionais: salvo 1 ou 2 lances, a culpa foi mesmo dos finalizadores.

Do lado do Flamengo, faltou competência (e bota competência nisso!) ao atacante Obina. Aquele que muitas vezes é aclamado por ser melhor do que Eto’o perdeu no mínimo 4 grandes chances de gol (a maioria no 2º tempo, quando o Fla já era fortemente pressionado), incluindo uma no último lance da 1º etapa em que driblou Castillo e teve seu chute bloqueado em cima da linha pelo zagueiro Renato Silva. O atacante foi vaiado, mas a torcida precisa aprender que o camisa 18 é limitado e desengonçado; as chances de acertar um lindo chute são as mesmas de o atacante tentar um chute colocado e errar bisonhamente, como fez no jogo de hoje, em um dos seus últimos lances. Além das oportunidades perdidas pelo folclórico atacante, Éder e Juan também perderam lances gols incríveis (principalmente o lateral esquerdo, ao errar uma cabeçada com Castillo praticamente batido; é, mas o Obina também fez isso...); porém, neste caso o fator principal não chegou a ser a competência, e sim a tranqüilidade (aliás, a falta desta já está incomodando o Flamengo; é só lembrar do nervosismo de Ibson ao bater os pênaltis contra a Portuguesa na quarta passada...).

Já do lado do Botafogo...bem, do lado do Botafogo faltou um pouco de sorte, já que Wellington Paulista mandou uma bola na trave de Diego e Jorge Henrique, num lance idêntico ao de Obina no final do 1º tempo, teve um chute cortado por Fábio Luciano em ciam da linha. O que não explica alguns chutes que pareciam ser perigosos mas passaram longe do gol de Diego, dados por Lúcio Flávio, Alessandro e Jorge Henrique (este último sempre teve problemas com finalizações, algo que Ney Franco está tentando consertar).

Se quiserem algo a mais neste Brasileirão, os 2 times não poderão repetir o mesmo desempenho no ataque futuramente. O Fla não possui nenhum finalizador confiável no time (não, Souza não era um) e precisa contratar um atacante com esta característica urgentemente; algo que já era comentado antes, mas que fica mais visível a cada jogo. O Botafogo tem Wellington Paulista, mas o atacante não consegue reeditar as ótimas atuações do Campeonato Carioca, além de constantemente acertar a trave (como no jogo de hoje); como o time não possui um reserva à altura (Gil, Fábio e o já citado Jorge Henrique não são grandes finalizadores), as expectativas ficam depositadas no argentino Zárate, recentemente contratado. O que não pode é ver ambos os times perdendo tantos gols a cada rodada, prejudicando o desempenho do time na classificação do campeonato.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

E quem paga o pato?

Ontem no Palestra Itália, o Santos já perdia por 3 a 0 para o Palmeiras ainda aos 30 minutos do 1º tempo. Tudo fruto da lentíssima zaga santista e da grande colaboração do goleiro Felipe no 3º gol. Como a situação do time de Cuca é crítica e o técnico não consegue achar o time ideal de maneira alguma, era quase impensável uma recuperação do time santista. Surpreendentemente, o Santos diminui para 3 a 2 ainda no 1º tempo. Porém, praticamente no último lance da mesma etapa, o Palmeiras marca o 4º gol em nova falha de Felipe e praticamente sepulta as chances de reação do Santos. E quem será o bode expiatório? Claro, o principal candidato é o coitado do Cuca, que não joga e não tem culpa nenhuma pelas falhas individuais de seu time...

Na 4º feira, no jogo entre Botafogo e Atlético-MG disputado no Engenhão, César Prates comete pênalti com menos de 1 minuto de jogo, permitindo ao alvinegro carioca sair na frente do placar. Não contente, o lateral direito (ou esquerdo) é expulso no 2º tempo. Yuri, “muito solidário”, é expulso minutos depois. O resultado não é surpreendente: Botafogo 4 a 0. Além disso, os atacantes do time mineiro continuam perdendo inúmeras oportunidades de gols (quando as criam). E quem é o culpado? Gallo, que pode ser demitido mesmo sem agredir o adversário ou perder algum gol incrível...

Na mesma 4º feira, o Vasco ganhava o Fluminense por 3 a 1, com excelente atuação dos jogadores de ataque do time até então vencedor. Mas a defesa vascaína falhou e permitiu o empate do tricolor carioca. O que não foi algo de se estranhar: os zagueiros são fracos, inseguros e atabalhoados (lembram-se do 2º gol do Flamengo contra o Vasco semanas atrás, quando Eduardo Luiz se jogou na frente de Tiago, atrapalhando o goleiro e “servindo” Fábio Luciano, já que o capitão rubro-negro ficou livre para marcar seu gol?); quando o ataque não resolve ou a sorte não deixa, o estrago está feito. E quem sempre está na corda bamba? Claro, Antônio Lopes, que não tem culpa nenhuma se não possui melhores zagueiros do que os fraquíssimos que possui...

E pode ter certeza que, na maioria dos casos, o culpado não será outro...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

A competência em questão

Sir Alex Ferguson, técnico do Manchester United, tocou em alguns pontos importantes sobre o Chelsea numa tacada só: falou sobre a idade dos jogadores do clube de Roman Abramovich, os favoritos ao título da EPL e a competência de Felipão . Obviamente, a imprensa brasileira, como qualquer uma de outro país, focalizou no que mais interessa para ela: o trecho em que Ferguson, embora tenha admitido que “Big Phil” é um bom treinador, disse que o mesmo dificilmente baterá a campanha de José Mourinho no clube.

Realmente, pelo mito que os brasileiros criaram sobre Felipão, a declaração não soa muito bem. Afinal, o técnico gaúcho é quase unanimidade no Brasil, já que conquistou a Copa do Mundo de 2002 quando poucos apostavam na seleção canarinho; isso sem contar os ótimos trabalhos realizados no Grêmio e no Palmeiras, clubes em que o treinador conquistou a Taça Libertadores.

Porém, às vezes tem-se a impressão de que Felipão ainda é visto com certa desconfiança na Europa por não ter treinado um clube de expressão no Velho Continente. Seus feitos (consideráveis, diga-se de passagem) pela seleção portuguesa talvez fossem mais respeitados se o treinador tivesse conquistado algum título dirigindo os portugueses. Como não conseguiu, surgem declarações como a de Ferguson ou a extremamente polêmica e exagerada de Noel Gallagher, guitarrista do Oasis e fanático torcedor do Manchester City, quando perguntado sobre a possível contratação de Scolari para o cargo de técnico de seu amado clube. Isso é algo muito comum, até mesmo (ou muito mais) aqui no Brasil: por exemplo, Cuca fez bons trabalhos no Botafogo, Goiás e até mesmo no São Paulo, mas nunca conquistou um título, e ainda é visto com certo desprezo por parte de alguns por isso.

Porém, se Ferguson fosse mais atento, visse que a seleção portuguesa não é nenhuma maravilha (logo, entenderia que o brasileiro fez ótimo trabalho ao levar a seleção à 4º posição na última Copa do Mundo e ao vice campeonato na Euro 2004) e considerasse o retrospecto de Felipão no Brasil (o que não é difícil; o próprio escocês já teve um duelo contra o brasileiro, num jogo em que o Palmeiras perdeu para o Manchester United pela antiga Interclubles; jogo esse em que o time paulista tomou um gol bobo e perdeu diversas chances de gols), talvez o escocês reconhecesse o talento de Felipão. Ou ele só irá perceber isso quando Scolari conquistar títulos por 3 anos seguidos?

OBS: O que será mais difícil: provar sua competência ou montar o meio campo tendo Ballack, Lampard, Deco e Essien?

Foto: Globoesporte.com

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Um dia no céu, outro no inferno

Como rubro-negro, certamente saí irritado do Maracanã após o jogo de ontem, quando o Flamengo perdeu mais um jogo importante em casa. Porém, não estava mais irritado com Souza, Egídio ou qualquer outro jogador que tenha se saído mal, mas sim com a própria torcida.

Afinal, assim como todo o time, a torcida não foi nada bem no jogo de ontem. A fanática legião de rubro-negros, conhecida por empurrar o time durante os 90 minutos, botando fogo na partida e ajudando a amedrontar o adversário, foi justamente o oposto ontem: criticou o time durante a maior parte do tempo, vaiou alguns jogadores desde o primeiro tempo...enfim, fez o papel de “corneta” durante boa parte do jogo, só realmente levando o time para a frente durante o começo do segundo tempo, até o Vitória marcar o seu primeiro e solitário gol. Aí que a casa caiu de vez.

Tudo bem que Souza, um jogador muito contestado na Gávea ultimamente, fez outra péssima partida, errando várias jogadas. Tudo bem que Egídio, que nunca foi visto com bons olhos, fez outra partida horrorosa. Mas porque criticar Tardelli durante todo o jogo (ou chamá-lo de horroroso (sic), como ouvi diversas vezes ontem), sendo que muitos pediam que o atacante entrasse no lugar de Marcinho ou Renato Augusto desde quando os 2 ainda estavam no Fla? Porque taxar o meio campo do time de “defensivo” quando, na semana passada, após a vitória convincente em cima do Vasco, o mesmo era elogiado por ser composto por jogadores que defendiam e atacavam com a mesma eficiência? E pasmem, porque em menos de 1 mísera semana Léo Moura, jogador que todos pediam na seleção brasileira, virou horroroso e mascarado? Nem mesmo o pobre do Erick Flores, garoto promissor, de bom toque de bola e raçudo, foi poupado: antes chamado de nova jóia rubro-negra, agora já é considerado um simples jogador de elenco. E isso porque só jogou 3 partidas com a camisa do Fla!

Digo novamente: tudo bem, o time jogou mesmo mal ontem. Mas já vi outras partidas em que o time não vinha tão bem em campo, mas a torcida continuou empurrando o time para frente. E isso não faz muito tempo: foi ano passado mesmo, em jogos difíceis contra Corinthians e Santos durante a arrancada até a 3º posição do Brasileirão. Além disso, parece que ninguém percebeu que o Vitória veio muito bem armado, com um sistema defensivo duro de ser quebrado e efetivo nos contra ataques (Vágner Mancini foi muito bem ontem, como de costume; talvez dispensá-lo foi um dos maiores erros do Grêmio nos últimos anos). Que toda a torcida rubro-negra repense as atitudes de ontem; se é para vaiar, que vaie no final do jogo ou quando o mesmo já estiver perdido. Mas enquanto o time precisar de forças para vencer, é necessário apoiar. Senão o slogan da torcida do Flamengo está errado...

Resultados esperados e inesperados

O inglês Lewis Hamilton fechou com chave de ouro seu fim de semana em Hockenheim vencendo o GP da Alemanha, após fazer excelente corrida. Até aí, tudo bem. O que não se esperava era que o brasileiro Nelsinho Piquet, após largar numa pífia 17º posição, chegasse na 2º posição, conquistando assim seu primeiro pódio na F-1 já no seu 1º ano na categoria. Felipe Massa, visivelmente sem um bom rendimento durante a parte final da corrida, completou o pódio, o que resultou na primeira vez que 2 brasileiros vão ao pódio desde 1991, quando Ayrton Senna e Nelson Piquet subiram ao pódio no GP da Bélgica.

Hamilton largou muito bem, sem dar espaços para Massa, que largava ao seu lado. Heikki Kovalainen ainda tentou ganhar a posição do brasileiro, mas o piloto da Ferrari conseguiu manter a 2º posição conquistada no treino de classificação. O destaque da largada foi Robert Kubica, que ultrapassou Kimi Raikkonen logo nas primeiras curvas e aproveitou uma briga mal-sucedida entre Alonso e Trulli para pular para a 4º posição. Não houve problemas no pelotão de trás, ao contrário do que acontece na maioria das corridas.

Após a ultrapassagem de Raikkonen em cima de Alonso, logo nas primeiras voltas, não houve maiores trocas de posições. Hamilton logo abriu uma diferença de 7 segundos para Massa após 10 voltas, mostrando que realmente iria sobrar na corrida.

Na 18º volta, Hamilton foi aos boxes para fazer seu 1º pit stop. Uma volta depois, foi a vez de Massa fazer sua parada. A maioria dos pilotos fez o mesmo, exceto alguns que largaram mais para trás com maior quantidade de combustível, como Nick Heidfeld, Timo Glock e Nelsinho Piquet; os 2 primeiros, inclusive, assumiram as primeiras posições por retardarem ao máximo suas paradas. Com a maioria das primeiras paradas realizadas, Raikkonen já se encontrava na frente de Trulli e Alonso; este, mantendo a tradição de perder posições durante as trocas de pneus e reabastecimento, também foi ultrapassado por Sebastian Vettel.

A corrida ia ficando mais animada. Na 30º volta, Heidfeld, ao sair dos boxes após finalmente fazer sua primeira parada, travou um rápido duelo com Vettel e Alonso; o piloto alemão se manteve justamente à frente do espanhol, para desespero do piloto da Renault. Os pilotos da Honda também tiveram um duelo rápido, com vantagem para Barrichello. Enquanto isso, Massa, andando “no limite extremo” (aprendi, Galvão?), abaixava em alguns míseros segundos sua já desconfortável diferença para Hamilton.

E então veio um momento crucial da prova: na 35º volta, Glock teve sua suspensão direita traseira quebrada, o que ocasionou numa forte batida na reta dos boxes; o alemão demorou a se levantar, saiu tonto do cockpit, mas está bem (mesmo assim, passará a noite no hospital em observação). Como havia muitos detritos na pista, oriundos da batida do piloto da Toyota, a bandeira amarela foi acionada; logo que o pit lane foi aberto, a maioria dos pilotos foram fazer suas paradas. Raikkonen acabou sendo o maior prejudicado com essa parada, pois teve que esperar seu companheiro Felipe Massa terminar seu pit stop para realizar sua troca de pneus e reabastecimento, o que acarretou na perda de posições.

Foi aí que a sorte sorriu para Nelsinho Piquet; e que sorte! O brasileiro estava numa discreta 12º posição quando entrou nos boxes para fazer sua única parada durante toda a corrida justamente quando Glock sofreu seu acidente. Como a maioria dos pilotos decidiram entrar nos boxes, o brasileiro iria ganhar muitas, mas muitas posições nos boxes.

A bandeira amarela reservava mais surpresas: Lewis Hamilton não foi chamado para fazer sua parada; a Mclaren preferiu manter o inglês na pista, algo que poderia ser muito arriscado, pois o piloto poderia perder posições preciosas quando fosse fazer seu pit stop, o que seria excelente para Felipe Massa. A ordem inicial era a seguinte: Hamilton, Heidfeld (que também não fez sua parada durante o tempo de bandeira amarela), Nelsinho e Massa.

Enquanto os 4 primeiros mantiveram suas posições na relargada, a briga continuava quente no pelotão intermediário. Kovalainen logo ultrapassou Kubica; Alonso tentou fazer o mesmo em cima de Vettel, mas foi fechado pelo alemão e ainda perdeu posições para Raikkonen e Rosberg. Aliás, é de se elogiar o desempenho do jovem piloto da Toro Rosso, que sempre defendeu muito bem sua posição durante toda a corrida, mesmo disputando posição com pilotos donos de carros superiores; mesmo assim, Vettel não foi páreo para a Ferrari de Raikkonen na 43º volta. O finlandês não perdeu tempo e logo ganhou a posição de Trulli.

Enquanto isso, Hamilton abria uma absurda vantagem para os outros. Heidfeld seguia tranqüilo na 2º posição, enquanto Nelsinho, fazendo uma corrida consistente, nem chegava a ser atacado por Massa. A diferença do brasileiro da Ferrari para o piloto da Mclaren aumentava cada vez mais, já que o inglês fazia voltas muito rápidas.

Na 50º volta, Hamilton foi obrigado a fazer sua 2º parada, voltando atrás de Massa; 3 voltas depois, foi a vez de Heidfeld ir para os boxes. Isso significava que Nelsinho Piquet, que pouco era ameaçado por Massa, era o líder da corrida faltando 15 voltas para o final. Seria o dia da 1º vitória do brasileiro?

Não foi. Hamilton, após fazer voltas muito rápidas (chegando a tirar praticamente 1 segundo por volta), facilmente ultrapassou Massa (Schumacher, que estava no pit lane, deve ter pensado: "Ah, se eu estivesse no lugar do Massa..."); o brasileiro errou ao pensar que poderia dar o “X” no inglês, pois não esperava a malícia do piloto da Mclaren ao “espalhar” propositadamente, sem dar chances de recuperação ao piloto da Ferrari. E foi com a mesma manobra que Hamilton ultrapassou Nelsinho, após facilmente alcançá-lo, e tomou a liderança faltando 8 voltas para o final.

Os 3 primeiros mantiveram suas posições até o final da corrida; Heidfeld ainda tentou pressionar Massa, mas ficou mesmo com a 4º posição diante de sua torcida. A zona de pontuação foi completada por (nesta ordem) Kovalainen, Raikkonen, Kubica e Vettel. Rubens Barrichello foi tocado por Coulthard na 49º volta e abandonou a corrida. Mas a corrida ficou mesmo marcada pelo fraco desempenho da Ferrari, pela excelente corrida de Hamilton e pela igualmente excelente posição conquistada por Nelsinho Piquet: se o brasileiro contou e muito com a sorte, também não cometeu erros durante a corrida (finalmente parou de rodar durante as provas) e não deu chance para Massa ultrapassá-lo. A redenção do brasileiro veio antes do esperado e em ótima hora (para desespero de Alonso, que ficou num decepcionante 11º lugar...).

sábado, 19 de julho de 2008

O futuro do Milan

Após uma temporada irregular e decepcionante, era claro que o Milan precisava de peças novas no elenco. Com um time de alta média de idade, com jogadores em má forma e marcado por inúmeros empates e até algumas derrotas em pleno San Siro, o time treinado por Carlo Ancelotti foi alvo de duras críticas durante todo o tempo; o time chegou ao cúmulo de não conseguir terminar o campeonato na faixa de classificação para a Champions League, algo impensável se tratando de um clube da grandeza do Milan.

E com 3 ótimas contratações, o time rossonero começou muito bem o trabalho de reconstrução do elenco. Zambrotta é um dos melhores laterais italianos, e pode jogar nas 2 alas. Flamini teve uma evolução impressionante na última temporada e pode ajudar Pirlo na missão de desarmar os adversários e levar o time para a frente; foi jogando dessa maneira que Arsène Wenger não pensou 2 vezes em barrar Gilberto Silva no Arsenal. E Ronaldinho Gaúcho, se estiver motivado para jogar tudo aquilo que jogou no Barcelona no período entre 2004 e 2006, tem tudo para ser um dos melhores do mundo novamente.

Até aí tudo bem. O problema é que os dirigentes do Milan já declararam que, com a contratação de Ronaldinho, o ciclo de contratações está encerrado para esta temporada. Tudo bem que o clube fez 3 ótimas contratações, mas uma rápida análise do elenco mostra que talvez o time ainda precise abrir o cofre novamente.

Os problemas já aparecem no gol. Dida não é o mesmo desde o jogo da Champions League 04-05 em que foi atingido por um sinalizador jogado por torcedores da Internazionale. Mesmo após ser um dos únicos que se salvaram do fiasco brasileiro na última Copa do Mundo, o ex-goleiro do Corinthians e do Cruzeiro colecionou contusões, confusões e muitas falhas. E se o baiano já não é mais confiável, Kalac, seu reserva, também não é; embora tenha feito boas partidas na última temporada, quando substituiu Dida com certa freqüência, o australiano também falhou em alguns jogos, deixando seu time numa situação desconfortável.

A defesa também apresenta seus problemas. A contratação de Zambrotta pode resolver os problemas nas laterais, mas o miolo da zaga não foi reforçado. Certamente Nesta e Maldini são excelentes zagueiros, mas não se pode confiar muito na idade já avançada dos 2 (principalmente do segundo), já que ambos podem sofrer com contusões inesperadas. Seus reservas, Kaladze, Bonera e Simic, não são dos jogadores mais confiáveis, além de também não serem muito jovens. Diante de tanta experiência, um toque de juventude faria bem à zaga do Milan, principalmente em jogos contra ataques muitos rápidos (mas que fique bem claro que esse jogador não seja Digão, pois quem o viu jogar sabe que o irmão de Kaká...bem, melhor deixa para lá...).

Com a contratação de Flamini e Ronaldinho Gaúcho (que pode jogar mais adiantado, ao lado de algum atacante), o Milan pode formar um dos melhores meio campos do mundo. O problema é como Ancelotti vai escalar o time. Se analisarmos a qualidade dos jogadores, o meio campo seria composto por Gattuso, Pirlo, Seedorf, Kaká e Ronaldinho. O problema é que o técnico italiano adora um volante (seu queridinho é Ambrosini, mas ele também gosta bastante de Brocchi e Emerson). Então, Seedorf e Flamini, jogadores de muita qualidade, podem acabar no banco, tendo que dar lugar à algum volante. Isso sem contar que Ancelotti terá que encaixar Ronaldinho e Kaká no mesmo time, algo que os técnicos da seleção brasileira não conseguem há tempos. Muito treino será necessário para isso, coisa que pouco ocorreu na nossa seleção

E por último, o ataque. Pelo que parece, o time jogará apenas com um atacante na frente, que provavelmente será ajudado por Ronaldinho. Pato é o favorito para a posição, mas é preciso lembrar que, mesmo sendo muito talentoso, ainda é inexperiente; inclusive, já mostrou que nem sempre será a solução nos seus primeiros 6 meses de clube. Para a reserva, o time possui o veterano Inzaghi, que, embora seja um bom jogador e sempre faça seus golzinhos, vive na posição de impedimento, além do jovem Paloschi e do vai-e-volta Borriello. Pois bem, Paloschi mostrou que pode ser uma boa opção para o futuro, mas seria bom que o jovem fosse emprestado afim de ganhar mais experiência, já nem sempre o melhor lugar para ganhá-la é um clube grande, pois o jogador pode sentir a pressão. Já Borriello só foi mostrar sua competência na última temporada (quando fez boa temporada pelo Genoa) e ainda precisa provar que pode ser útil ao time rossonero. Ou seja, é uma incógnita, assim como o ataque do Milan, que pode sofrer com a falta de opções quando Pato ou Inzaghi se machucarem.

Incógnita como será o time do Milan para a temporada. O clube começou bem as ciclo de contratações, mas as deficiências do time pedem mais, assim como o momento do clube, que precisa se recuperar de uma campanha ruim. Se ninguém mais for contratado, Ancelotti terá de treinar muito bem esse time (já que precisa resolver os problemas que, acredito eu, não serão resolvidos apenas com essas contratações) afim de sair vitorioso nesta temporada.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Pirraça?

A notícia é assustadora, mas é verdadeira: o Chelsea tentou a contratação de Robinho por 60 milhões de euros, a pedido do novo técnico Luiz Felipe Scolari. Pior: além de recusar a proposta, Ramón Calderón, presidente do Real Madrid, disse que Robinho vale muito mais do que isso.

Na verdade, Robinho pode sim valer algo em torno de 60 milhões de euros. Porém, precisa ser aquele jogador atrevido e temido da época de Santos, que não tinha medo de passar pelos zagueiros truculentos e enchia os olhos dos torcedores numa época em que jogadas bonitas se tornam cada vez mais raras (pedaladas?). Mais do que isso, precisa ser o jogador que comandou uma fraca seleção brasileira à conquista da última Copa América, chamando a responsabilidade para si e sendo efetivo acima de tudo.

Porém, o Robinho que passou os últimos anos no Real Madrid não vale nem metade do preço proposto pelo time de Roman Abramovich. Isso porque suas temporadas jogadas no time merengue foram marcadas por altos e baixos: quando o camisa 10 parecia que iria finalmente engrenar, voltava a ter uma série de atuações ruins, voltando a freqüentar o banco de reservas. Devido a essa irregularidade, Robinho não foi um dos jogadores chaves nos 2 últimos títulos nacionais de seu time; isso para não citar as eliminações precoces nas últimas edições da Champions League.

Na verdade, Robinho ainda precisa mostrar no Real Madrid porque é o jogador cuja contratação foi pedida insistentemente por Vanderlei Luxemburgo em 2005. Contratação que não correspondeu na época, porque a vontade demonstrada pelo jogador em campo não compensava as jogadas que simplesmente não conseguiam ser executadas por ele. O alto valor de sua contratação e a falta de resultados imediatos (assim como aconteceu com Júlio Baptista) devem ter ajudado na queda de Luxemburgo, já que parte daquele dinheiro gasto poderia ter sido usado no reforço de outras posições carentes do time na época (como era a zaga e a sua proteção).

Considerando tudo que Robinho fez no Real Madrid até hoje, o preço pedido por Robinho é muito, mas muito alto. Na verdade, às vezes tenho a impressão de que o valor pedido pelo ex-jogador do Santos é equivalente à pirraça de um jogador de Football Manager (o tradicional FM), quando este não quer vender um jogador mas quer brincar com a máquina pedindo valores exorbitantes...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Acumulando vitórias

Talvez a maior vitória do Flamengo não foi vencer o arqui-rival Vasco da Gama ontem à noite no Maracanã, mas sim manter Caio Júnior no comando do time. Até agora, o jovem técnico não sentiu a pressão de trabalhar num clube grande (algo que também não havia acontecido quando treinou o Palmeiras) e faz um ótimo trabalho na Gávea, levando o time à liderança do Campeonato Brasileiro.

Afinal, temos que lembrar que Caio Júnior desembarcou na sede rubro-negra no pior momento possível: justamente após a traumática, ridícula e patética (e o que mais você quiser chamar) eliminação da Libertadores. Porém, o técnico conseguiu manter o bom momento que o time passava até aquele fatídico jogo de maneira brilhante: não fez grandes alterações no esquema até conhecer bem o elenco; passou muita confiança aos insatisfeitos jogadores reservas, o que acarretou na subida de produção de jogadores como Jônatas e Obina; não inibiu a ofensividade e produtividade dos laterais Léo Moura e Juan, os principais jogadores do time; foi esperto ao perceber o ódio da torcida por Jaílton, colocando-o na geladeira por um tempo, até escalá-lo num jogo fora de casa (contra o Sport) em que o volante cumpriu bem seu papel, o que resultou até em alguns elogios ao jogador por parte da torcida nas últimas semanas. O “Harry Potter” brasileiro até conseguiu o que muitos duvidavam: conquistou pontos valiosos fora de casa, incluindo vitórias contra o Ipatinga e o temido Sport Recife.

O resultado de seu bom trabalho pôde ser visto no jogo de ontem, na vitória rubro-negra por 3 a 1. Um jogo em que o Flamengo foi superior ao Vasco durante a maior parte do tempo: contando com a ajuda da péssima zaga adversária, o Fla facilmente abriu uma vantagem de 2 gols no primeiro tempo (gols de Ibson e Fábio Luciano, após uma verdadeira lambança do vascaíno Eduardo Luiz), deixando o 3º e mais bonito gol do time da Gávea para o segundo tempo, num momento em que o Fla já tirava o pé do acelerador, quando Cristian acertou uma verdadeira bomba de fora da área, lembrando seus bons tempos de Paulista. Como no jogo contra o Náutico, o time deixou a impressão que marcaria mais uma vez quando quisesse (teve grandes chances, algumas desperdiçadas por puro preciosismo), o que possibilitou a chegada do Vasco ao ataque, que foi presenteada com o solitário gol de Alex Teixeira já no fim do jogo.

Porém, esse relaxamento do Flamengo só se deu porque o placar foi construído de forma esmagadora ao decorrer da partida, com todas as características do time formado por Caio Júnior: Jônatas deu grandes passes e armou diversos contra ataques, Léo Moura e Juan levaram os adversários à loucura e o time foi ofensivo durante a maior parte do tempo. Se o time mantiver a ótima forma tanto dentro como fora de casa, o casamento entre Caio Júnior e Flamengo tem tudo para durar por muito tempo. E os maiores vencedores certamente serão o clube e a torcida.

sábado, 12 de julho de 2008

Deixando saudade...ou não?

O dia 13 de julho de 2008 será histórico: o Vasco enfrentará seu maior rival, o Flamengo, pela primeira vez sem Eurico Miranda como dirigente do clube. Se os vascaínos irão sentir saudades do ex-presidente, não sei; acredito que não. Mas certamente os rubro-negros irão.

Óbvio que Eurico Miranda nunca comandou o Flamengo ou ajudou na contratação de um grande jogador para o time da Gávea. Mas suas declarações polêmicas e iradas contra o clube e toda a sua torcida sempre tiraram uma motivação extra dos jogadores: Eurico chegou a dizer em diversos momentos que o possível título vascaíno já estava garantido ou que a vitória em cima do Fla era equivalente a um título. Analisando somente fatos recentes, certamente essas declarações ajudaram os jogadores rubro-negros a tirarem gols praticamente espíritas da cartola, como o gol de Rodrigo Mendes que deu o título ao Fla em 1999, quando, após uma falta não muito bem batida, a bola desviou na barreira e enganou Carlos Germano; isso para não lembrar de 2001, quando Petkovic marcou um dos gols de falta mais lindos da história do Maracanã após errar várias cobranças durante o jogo, dando o terceiro título seguido ao Fla em cima do Vasco após reverter uma derrota por 2 a 1 no primeiro jogo.

Mais do que a motivação extra dada aos jogadores, que ajudou na conquista do tricampeonato estadual (1999/2000/2001), as vitórias conquistadas em cima do rival tinha um sabor totalmente especial, pois lavavam a alma do torcedor rubro-negro. O dia seguinte era muito mais do que um dia de glória para os flamenguistas, já que debochavam não só dos vascaínos mas também de Eurico Miranda, deixando o dirigente quieto em São Januário, enquanto os torcedores de seu clube praguejavam contra o comportamento do ex-presidente, que contribuiu e muito para a sina de “vice do Flamengo” criada nos últimos anos.

Amanhã é dia de uma nova era no Vasco em relação a este clássico. Roberto Dinamite adotou uma postura extremamente pacífica; chegou a convidar Márcio Braga para assistirem o jogo juntos, o que foi aceito pelo presidente do Flamengo. Dependendo do resultado de amanhã, talvez os flamenguistas até peçam para Eurico Miranda voltar ao cargo...

sexta-feira, 11 de julho de 2008

O teu futuro é duvidoso

Depois de 2 temporadas decepcionantes, era quase óbvio que o Barcelona precisava fazer uma séria reformulação na equipe. O técnico Rijkaard já saiu do cargo, assim como Deco, Edmílson, Thuram e Giovanni dos Santos, enquanto Ronaldinho Gaúcho e Eto’o esperam propostas para deixar o clube. Enquanto isso, ao contrário da maioria dos times europeus, vários jogadores chegaram: o lateral direito Daniel Alves, os zagueiros Piqué, Henrique e Martín Cáceres e meio-campista Seydou Keita já desembarcaram no Camp Nou. O problema mora justamente aí.

Exceto Daniel Alves (que veio por um preço talvez exagerado, já que aproximadamente 30 milhões foram gastos na sua aquisição), as contratações feitas pelo principal clube da Catalunha foram normais; talvez normais demais para um clube de ponta como o Barcelona. Henrique mal estourou no futebol brasileiro, Cáceres é uma incógnita e Piqué ainda é uma aposta para o futuro. Já Keita é um bom jogador e mostrou isso no Sevilla, mas parece estar num nível abaixo dos ótimos Iniesta e Xavi, que devem ser peças-chave no novo time montado por Guardiola.

O que os torcedores certamente esperavam eram contratações de peso, como um novo meio-campista ofensivo e um atacante (já contando com as saídas de Ronaldinho Gaúcho e Eto’o). O momento ruim do time catalão exige grandes aquisições, já que os adeptos do clube estão sedentos por títulos e grandes atuações, principalmente nos clássicos contra o Real Madrid. Porém, nenhuma ainda foi acertada: tudo que o clube conseguiu até agora foi um “não” de Trezeguet. Além disso, parece que perderá uma possível briga pelo atacante Adebayor para o Milan (o que não acontecerá se Ronaldinho for para o time de Kaká, já que o vice presidente do clube declarou que somente o togolês ou o brasileiro será contratado).

Claro que o mercado somente começou a se movimentar agora, mas a diretoria precisa se mexer rapidamente (o que inclui não só a contratação de novos jogadores, mas também a certeza das saídas do atacante camaronês e de “Ronnie” e a solução dos problemas políticos). Pelo menos, o clube vem tentando contratar Van de Vaart, David Silva e Hleb e Drogba volta e meia tem seu nome citado nas listas de contratações. Mas se o nível das contratações continuar o mesmo, o Barça pode passar por maus bocados durante a temporada.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

OFF: Férias!

Fiéis leitores deste humilde blog, finalmente entrei de férias da faculdade. Com certeza este foi o pior dos 6 semestres que já cursei, com milhares e milhares de textos e livros para ler, o que me atrapalhou demais nos últimos meses, quando estive muito ocupado e deixei de postar aqui neste espaço várias vezes. Hoje, colocarei meu quarto e meu computador em ordem e amanhã o blog volta a ser atualizado normalmente, diferentemente do que ocorreu nos últimos 2 meses.

Ateh!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Mas...

Saiu a "tão esperada" convocação da seleção olímpica, que tentará conquistar o único título que resta à seleção brasileira. Aí estão os 18 que nos farão acordar no meio da madrugada para assistir os jogos (ou não...):

Goleiros : Diego Alves - Almería/ Renan - Internacional

Zagueiros: Alex Silva - São Paulo/ Breno - Bayern de Munique/ Thiago Silva - Fluminense

Laterais: Ilsinho - Shakhtar Donetsk/ Rafinha - Schalke 04/ Marcelo - Real Madrid

Meias: Anderson - Manchester United/ Diego - Werder Bremen/ Hernanes - São Paulo/ Lucas - Liverpool/ Ronaldinho - Barcelona/ Thiago Neves - Fluminense

Atacantes: Alexandre Pato - Milan/ Jô - Manchester City/ Rafael Sóbis - Real Bétis/ Robinho - Real Madrid

Realmente, todos os convocados são jogadores de muita qualidade. Mas Dunga mal formou um time, e provavelmente tem vagas idéias de como montar o time titular. Esquema? Piorou! Sem nem a seleção principal tem esquema, o que pensar da "pobre" seleção olímpica, que Dunga desprezou para "treinar" a seleção principal contras as "poderosas" Canadá e Venezuela! Posso até me dar ao luxo de escalar a minha seleção: Diego; Rafinha, Alex Silva, Thiago Silva e Marcelo; Lucas, Hernanes, Anderson e Ronaldinho Gaúcho; Robinho e Pato.

Sinceramente, em 1996, quando eu era criança, e em 2000, quando já tinha alguma noção de futebol e já frequentava o Maracanã, eu tinha mais esperanças em conseguir o ouro...

OBS: Mas vai que o Dunga traz né, ele conseguiu vencer a Copa América...

domingo, 6 de julho de 2008

Fazendo o dever de casa

Em mais uma ótima corrida marcada pela chuva, Lewis Hamilton fez uma excelente corrida e venceu o GP da Inglaterra diante de sua eufórica torcida. Completaram o pódio os surpreendentes Nick Heidfeld, da BMW, e Rubens Barrichello, da Honda; surpreendentes porque o alemão vem sendo ofuscado por Robert Kubica nas últimas corridas, até tendo seu futuro duvidado na escuderia, enquanto o brasileiro, dirigindo uma carroça, largou num distante 16º lugar.

A largada já foi dada com a pista molhada, tornando as primeiras voltas da corrida muito movimentadas. Heikki Kovalainen manteve a ponta, enquanto Hamilton aproveitou uma brecha dada por Mark Webber para pular de 4º para 2º. Ainda na primeira volta, Webber rodou e caiu para as últimas posições, estragando todo o seu trabalho construído na qualificação. Felipe Massa, que havia ganho apenas 1 posição na largada, também rodou e se juntou ao australiano da RBR nas últimas posições. Ainda no final da mesma volta, Sebastian Vettel se enroscou com David Coulthard, acarretando no abandono dos 2 pilotos. Curiosamente, o alemão é considerado o favorito para substituir o escocês na próxima temporada.

Nas voltas seguintes, Alonso, que havia sido ultrapassado por Nelsinho Piquet, ultrapassou o brasileiro e Nick Heidfeld com certa facilidade, mostrando porque é considerado um dos melhores pilotos que dirigem na chuva na atualidade. Enquanto isso, Massa provava o contrário e rodava pela segunda vez, tornando sua corrida muito mais complicada. Na 10º volta, Kovalainen, que já havia sido ultrapassado por Hamilton, acabou cometendo um pequeno erro (coisa que aconteceria em vários momentos da prova) e foi ultrapassado por Raikkonen.

Webber vinha sendo o grande nome da corrida, fazendo várias ultrapassagens no pelotão de trás. Ao contrário, Felipe Massa, que vinha sendo cauteloso por já ter rodado 2 vezes, demorou várias voltas para ultrapassar Rosberg e Fisichella. Porém, neste momento, o foco da corrida passava a ser outro: Raikkonen abaixava assustadoramente sua vantagem para Hamilton. Os dois entraram juntos nos boxes para fazerem suas paradas: um momento crucial para a corrida.

Como a pista estava secando, a Ferrari optou por não trocar os pneus de Raikkonen, deixando os pneus de chuva já desgastados, assim como faria com Massa e a Renault, com Alonso; isso não impediu que Hamilton voltasse na frente do finlandês. Porém, voltou a chover no circuito, o que arruinou a corrida dos 3: a corrida de Massa finalmente foi para o espaço e Raikkonen e Alonso foram ultrapassados facilmente na luta pelas primeiras posições.

Durante essas voltas de agonia dos 3 pilotos já citados, os pilotos da BMW se destacavam. Heidfeld pulou de 4º para 2º, ao ultrapassar Raikkonen e Kovalainen quando o piloto da Mclaren ultrapassava o atual campeão da F-1. Poucas voltas depois, Kubica passou com extrema facilidade Piquet, Raikkonen e Kovalainen.

Aí começou o drama dos pilotos e a alegria dos fãs: a chuva apertou, e muito. Glock, Kubica, Hamilton, Kovalainen, Raikkonen e Massa deram mais de um passeio na grama. Nelsinho Piquet, que vinha fazendo uma discreta mas excelente corrida, abandonou após parar na caixa de brita. Uma pena, pois o brasileiro vinha na 4º posição, novamente fazendo uma corrida muito segura; de qualquer maneira, deve ter deixado boa impressão entre os chefões da Renault.

E aí começou a brilhar a estrela de Rubens Barrichello. O brasileiro, que havia colocado pneus de chuva, começou a andar muito mais rápido do que os outros. Mesmo com uma carroça, ops, uma Honda, o ex-piloto da Ferrari começou a fazer várias ultrapassagens com facilidade, chegando à 2º posição. Enquanto Rubinho conseguia se manter na pista sem rodar, os outros pilotos continuavam protagonizando um festival de rodadas, com destaque para a dupla da Ferrari e para Kubica, que de tanto abusar da sorte acabou indo parar na caixa de brita, abandonando a corrida e perdendo grande chance de ser o líder isolado do campeonato.

Faltando 14 voltas para o final, Barrichello foi obrigado a visitar os boxes novamente, fruto de um problema no seu 2º pit stop, caindo para a 4º posição. Porém, Trulli também precisou fazer sua 2º parada, e o brasileiro voltou à 3º posição.

Agora confesso: a partir desse momento, comecei a torcer descaradamente para Rubens não quebrar, pouco prestando atenção na corrida. Mas o final ainda reservou uma boa briga pela 4º posição: Alonso, Raikkonen e Kovalainen brigavam por ela. O finlandês da Ferrari levou a melhor, deixando um decepcionante 5º lugar para o piloto da Mclaren e um importante 6º lugar para o espanhol.

Enquanto isso, Hamilton, Heidfeld e Barrichello terminaram a corrida tranqüilamente, sem serem incomodados. A propósito, Barrichello acabou tendo uma corrida na chuva para ficar na história: afinal, o brasileiro largou em 16º e chegou no pódio, sempre se mantendo longe dos problemas. Se Donnington 93 e França 99 foram cruéis com ele, essa corrida foi justamente o oposto. A zona de pontuação foi fechada por Trulli e Nakajima. Felipe Massa terminou na última posição, num dia a ser esquecido: o brasileiro chegou a rodar 5 vezes, por exemplo.

Só para constar: Hamilton merece elogios pela corrida de hoje. Fez ótima largada e não deu sopa para o azar em nenhum momento, compensando os erros cometidos na qualificação. Esse sim é o Hamilton tão elogiado no ano passado, ao contrário do barbeiro do Bahrein e do Canadá.

OFF: Depois do Kubica...

Olha quem tá ali do lado direito da foto, olha, olha!


O post sobre a corrida vem depois. Preciso recuperar-me dessa emoção...

sexta-feira, 4 de julho de 2008

A recuperação é possível

A ressaca continua, a decepção ainda está estampada no rosto de todos, mas vai chegando o momento de sacudir a poeira. Após a perda do título da Libertadores, o Fluminense volta a concentrar suas forças somente no Campeonato Brasileiro. Porém, a situação não é nada favorável: devido à decisão da comissão técnica de poupar os titulares (quase sem exceção) durante os 8 jogos já disputados, o tricolor carioca se encontra na última posição, com apenas 3 pontos, sem nenhuma vitória e 16 pontos atrás do líder Flamengo.

Renato Gaúcho, assim como a comissão técnica do Fluminense, acredita que não só irá se recuperar no campeonato como conseguirá uma das vagas para a Libertadores do ano que vem. A maioria dos jornalistas, em cima do muro, prefere não arriscar palpites muito audaciosos, mencionando apenas que os jogadores precisam se recuperar do baque sofrido na última quarta-feira o mais rápido possível. Os torcedores adversários, felizes com destino tricolor, repetem que, devido à péssima campanha inicial, o time brigará para não ser rebaixado.

Creio que o time de Renato Gaúcho ainda tem chances de brigar pela vaga na próxima Libertadores. Um time que chegou na final da Libertadores e jogou partidas dominadas pelo nervosismo e pela tensão contra São Paulo e Boca Juniors tem total capacidade para reverter essa situação, mesmo tendo a pior campanha de um lanterna na 8º rodada do Brasileirão na era dos pontos corridos. E não me baseio na fenomenal e surpreendente arrancada rubro-negra no ano passado, mas sim no desempenho do Vasco do próprio Renato Gaúcho em 2006. Naquela ocasião, o Vasco tinha perdido a final da Copa do Brasil para o Flamengo e, após se abater e encontrar um elenco abatido e desanimado, Renato quase levou o time à Libertadores. Obviamente lembro que o Vasco não era o último colocado do Campeonato Brasileiro naquela época, mas tinha um elenco muito mais limitado do que o atual time do Fluminense.

Renato Gaúcho terá que fazer a mesma coisa que fez em 2006: levantar a moral dos jogadores o mais rápido possível. E mesmo sendo um técnico que se abate e se irrita facilmente nas derrotas, o ex-jogador do Grêmio tem todas as condições de fazer isso novamente. Talvez a reação não seja imediata, mas sim dentro de algumas rodadas. É importante lembrar que, no ano passado, o Flu terminou na 4º do Brasileirão após disputar várias partidas sabendo que já estava classificado para a Libertadores, graças ao trabalho de Renato, que não deixou os jogadores se desmotivarem em momento algum.

Porém, há um problema que pode atrapalhar os planos do Flu: o assédio europeu aos seus jogadores. Thiago Neves, Thiago Silva, Arouca e Gabriel, todos jogadores importantes ao time, estão próximos de saírem do clube, graças à exposição que o clube ganhou chegando à final da Libertadores. Isso pode atrapalhar e muito o clube, já que o mercado não oferece tantas opções de reposição no momento.

No entanto, mais um fator ajuda o Flu: das próximas 6 partidas, 4 serão no Maracanã. Para melhorar, esses adversários serão Atlético-PR, Vitória, Figueirense e o arqui-rival Vasco, equipes que não são muito perigosas fora de casa. Ou seja, a torcida também terá papel fundamental no processo de recuperação do time: será a hora de cada um provar que a torcida do Flu não é “torcida de modinha”, como muitos costumam chamar os tricolores, e que os jogadores ainda possuem a sua confiança.

A tarefa será árdua, mas não impossível. Se o título está distante, a vaga para a Libertadores não está tanto, e ainda é cedo para falar em rebaixamento. Cabe aos jogadores levantarem a cabeça e jogarem com o mesmo empenho mostrado na maior competição internacional da América (não com a apatia mostrada no Campeonato Carioca), ressuscitando o grito de “Eu Acredito” tão citado nos últimos dias.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Mas que destino...

OBS: Sei que já é meio tarde para postar isso, mas enquanto eu não entrar de férias, só posso postar matérias no blog nesse horário...

Nos seus últimos 3 jogos no Maracanã pela Libertadores, o Fluminense venceu seus adversários pelo placar de 3 a 1. Este resultado levou o time das Laranjeiras à classificações heróicas e históricas contra São Paulo e Boca Juniors, além de permitir que a equipe anulasse o resultado negativo conquistado na primeira partida contra a LDU, levando o jogo à prorrogação. Coincidência ou não, o mesmo placar impôs ao Flu uma decepcionante derrota na decisão de pênaltis, calando aproximadamente 80 mil torcedores em pleno Maracanã, criando a nova versão do tão temido “Maracanazo” e dando o título ao time equatoriano.

Os primeiros minutos foram assustadores para o Fluminense. Logo aos 5 minutos, Guerrón partiu para cima de Ygor, e, após fazer um carnaval em cima do volante, cruzou para o centro da área; a bola encontrou Bolaños livre, que concluiu no canto direito de Fernando Henrique. Para piorar, logo após Washington perdeu um gol na frente de Cevallos (gol que centroavantes não podem perder), Bieler perdeu gol tão incrível quanto o perdido pelo camisa 9 do Fluminense.

Mas a sorte, que acompanhou o Fluminense durante toda a campanha da Libertadores (junto com a competência, claro), voltou a sorrir para o time. Aos 12 minutos, Thiago Neves arriscou de fora da área, Cevallos não alcançou a bola (alcançável, na minha opinião) e empatou o jogo.

Com tão pouco tempo de jogo, já era possível perceber que a LDU não marcava tão bem quanto se espera de um time que joga fora de casa numa final de uma competição importante. Porém, o Fluminense marcava tão mal quanto no jogo em Quito, mostrando as mesmas deficiências nas laterais. Por isso, o jogo ficou muito disputado, com jogadas perigosas de ambos os times a todo instante.

Então, aos 28 minutos, o Fluminense virou a partida, num erro grotesco da zaga da LDU: Cícero, que estava atrás de toda a zaga adversária, foi lançado em cobrança de lateral; o jogador dominou a bola, cruzou rasteiro para o centro da área e a bola foi ao encontro de Thiago Neves, que marcou. A zaga da LDU estava tão desatenta neste lance que o brasileiro passou por trás de Calle sem que o zagueiro percebesse. Com a pressão tricolor dentro e fora de campo, a LDU começou a catimbar em campo, enquanto o juiz Hector Baldassi começou a errar em vários lances; o argentino chegou até mesmo a não marcar um pênalti claro em cima de Washington.

O Fluminense voltou para o segundo tempo com Dodô no lugar do inoperante Ygor (aliás, até quando os times do Rio terão de agüentar Jaíltons, Ygors e Túlio Souzas?). O Flu continuou em busca do terceiro gol, enquanto a LDU continuou dando muitos espaços lá atrás (principalmente o espaço entre os volantes e os zagueiros, quase inexistente). O resultado não poderia ser outro: Thiago Neves, em linda cobrança de falta (mas de novo com certa colaboração de Cevallos) marcou o terceiro gol do Flu e seu hat-trick. A pressão do Flu era tanta até aquele momento e a marcação da LDU era tão frouxa que parecia que o quarto gol tricolor sairia em pouco tempo.

Mas o Flu tirou o pé do acelerador. O jogo começou a ganhar tons dramáticos, já que a LDU começava a arriscar mais jogadas. Bolaños quase marcou em certo momento do segundo tempo; Guerrón tentava criar jogadas, mas, isolado, perdeu quase todas as disputas. Mas o Flu não estava morto: Júnior César crescia cada vez mais de produção e, ao contrário do que aconteceu no confronto em Quito, começou a criar várias jogadas pela esquerda, procurando Dodô e Washington na área. Porém, quando o lateral não cruzava mal e não tinha seus cruzamentos facilmente interceptados, os atacantes, que não vinham bem no jogo, não conseguiam finalizar as jogadas. A melhor jogada do Flu no segundo tempo acabou sendo um chute de Conca em que Cevallos acabou espalmando de maneira esquisita, quase entregando mais um gol para o Flu. Importante lembrar que Hector Baldassi continuou mal no jogo, invertendo laterais e não marcando várias faltas para ambos os times; porém, quem esteve no Maracanã ano passado no jogo Flamengo x Defensor não se assustou com isso...

Então o jogo foi para a prorrogação. Os dois times, já cansados e receosos, não levaram tanto perigo. O drama ficou reservado para os últimos minutos do segundo tempo da prorrogação: aos 11, Bieler teve um gol mal anulado pelo juiz. Aos 12, Cevallos se redimiu em parte das falhas cometidas durante o jogo ao fazer grande defesa em chute de Thiago Neves. Aos 14, Guerrón, após aproveitar bobeira do Fluminense, puxou um perigoso contra ataque que foi parado por Luís Alberto; o capitão tricolor acabou sendo expulso por ser o último homem. Mas a falta foi mal cobrada e o jogo foi para os pênaltis.

E então Cevallos finalmente brilhou: defendeu a derradeira cobrança de Washington, além das de Conca e Thiago Neves, enquanto Fernando Henrique pegou apenas a de Campos. A LDU acabou calando 80 mil incrédulos torcedores, levando muitas crianças, mulheres e marmanjos às lágrimas. Uma derrota pelo placar de 3 a 1, que tanto ajudou o Flu...

A derrota tricolor não foi patética como a do Flamengo contra o América. Porém, foi tão ou mais decepcionante quanto, porque os torcedores tinham certeza que a LDU não era dos adversários mais fortes (um time com sérias deficiências, principalmente defensivas): certamente a derrota em Quito foi determinante para esse resultado. Além de tudo, foi um desfecho triste para um time que teve vitórias épicas contra o São Paulo e o Boca Juniors. Coisas do futebol, um esporte viciante que pode levar times e torcedores do céu ao inferno em pouco tempo...