quinta-feira, 28 de maio de 2009

A beleza venceu a eficiência

O posto de campeão da Liga dos Campeões tem novo dono. O Barcelona impediu o bicampeonato do Manchester United e derrotou a equipe inglesa por 2 a 0, com gols de Eto’o e Messi. De quebra, tornou-se o primeiro time espanhol a conquistar a tríplice coroa, pois já havia ganho o Campeonato Espanhol e a Copa do Rei nessa temporada.

Num duelo entre os times que muitos consideram os melhores da atualidade, a beleza acabou vencendo a eficiência. Afinal, durante toda a temporada o Barcelona ficou conhecido por arrasar seus adversários (pergunte só aos merengues...) e apresentar um futebol vistoso. Já o Manchester United, mesmo tendo um elenco mais completo e numeroso, nem sempre fez isso, ganhando muitas partidas de maneira burocrática e através de placares magros; o resultado sempre veio antes do futebol bem jogado, enquanto o Barça juntou os dois elementos. Na final, os Red Devils passaram longe de brilhar, e isso foi um dos fatores para sua derrota; já os catalãos não mostraram 100% do que podem fazer, mas ainda assim tiveram momentos em que atuaram muito bem e dominaram o rival.

Momento extremamente importante: aos 9 minutos, Eto'o se livra de um marcador e chuta de bico para abrir o placar. Assim, abria o placar para o Barcelona e jogava um balde de água fria em cima do Manchester United, que vinha muito melhor até o momento

Pode-se dizer que momento chave da partida foi o gol de Eto’o, logo aos 9 minutos do primeiro tempo. Até aquele momento, o Barcelona não vinha muito bem: parecia nervoso em campo, errava passes bobos e era constantemente atacado pelo adversário. Porém, após o tento do camaronês, a situação se inverteu: o Manchester começou a falhar demais e o Barça, lentamente, foi tomando controle do jogo. No segundo tempo, a equipe catalã foi sempre segura na defesa e muito perigosa no ataque, aproveitando a frouxa marcação dos rivais principalmente no meio campo. Depois de perder algumas boas chances (ora por preciosismo, ora por boas defesas de Van der Sar), Messi marcou o segundo gol e matou o jogo; se os Red Devils já não vinham bem, foi nesse momento em que sua derrota foi decretada.

No duelo individual entre os dois melhores jogadores do mundo, Messi levou a melhor. Mesmo não tendo sido o craque do jogo e até errando mais do que de costume, lutou muito e foi premiado com o segundo gol. Já Cristiano Ronaldo ficou devendo: depois de um ótimo começo, em que era a principal peça ofensiva do Manchester United, foi caindo de produção até se tornar quase nulo na segunda etapa, quando foi muito bem marcado por Puyol; tão bem marcado que chegou a se estranhar com o raçudo zagueiro mais de uma vez, chegando a quase agredir o espanhol.

Como já disse, Messi não foi a estrela do jogo. Os meias Xavi e Iniesta se destacaram mais do que o argentino, dominando por inteiro o meio campo, principalmente no segundo tempo. O camisa 6 do Barça, considerado o “Man of the Match”, chegou a assustar pela calma e postura na hora de sair jogando, mesmo quando estava pressionado pelos adversários no seu campo defensivo na tentativa de ajudar na transição da defesa para o ataque. Os zagueiros Puyol e Piqué também tiveram atuação destacada, com cortes precisos e marcação ferrenha em cima dos atacantes da outra esquadra.

No lado do Manchester United, muita decepção, já que a atuação foi bem abaixo da média;.Até mesmo jogadores como Rooney e Giggs, mais regulares, não foram bem; o primeiro ficou isolado, e o segundo, perdido no meio, sem atacar nem defender bem. Faço menção somente a Van der Sar, que fez ótimas intervenções, principalmente nos 45 minutos finais. Com isso, os que estavam no Estádio Olímpico de Roma foram privados de presenciar um placar mais elástico.

E por último, deve-se dizer que o jovem técnico Josep Guardiola é um dos grandes responsáveis por esse sucesso do Barcelona, coroado com o título da UCL. No seu segundo ano na profissão (treinou o Barcelona B na temporada passada), reconstruiu brilhantemente a equipe catalã, que vinha de duas temporadas irregulares. Contratou bem, manteve Messi em grande fase, fez Eto’o e Henry voltarem a boa forma e ainda teve tempo para revelar jogadores da base. Isso tudo com o já manjado esquema 4-3-3 e dando aos torcedores, jogo após jogo, atuações de encher os olhos. Com um estilo ofensivo, formou um Barça tão destruidor quanto aquele de Eto’o, Deco, Messi e Ronaldinho de 2004 a 2006.

Foto: www.bbc.co.uk

terça-feira, 26 de maio de 2009

O calvário da BMW

Decepcionante é uma das várias palavras de sentido negativo para classificar o desempenho da BMW neste ano. Depois de duas ótimas temporadas, os resultados da equipe caíram absurdamente em 2009, justo no ano em que pareciam que entrariam de vez para o grupo das grandes escuderias do momento. A situação chega a lembrar o que ocorreu com a Honda em 2007, quando marcaram apenas 6 pontos no mundial de construtores, uma verdadeira miséria perto dos 86 conquistados no ano anterior.

A decepção aumenta quando se lembra que a equipe começou a desenvolver o carro deste ano desde metade da temporada passada, o que pôde ser claramente percebido na queda de rendimento de seus dois pilotos depois da histórica dobradinha feita no Canadá. A equipe investiu sobretudo no KERS, mas parece que a aposta não deu muito certo, o que é uma grande ironia para quem lutou tanto para que o equipamento fosse usado ainda em 2009. Até agora, Heidfeld conquistou somente 6 pontos e Kubica está zerado. Para quem se acostumou a ficar ao lado de Hamilton, Massa, Raikkonen e Alonso na classificação geral, é desastroso agora ter a companhia de Fisichella, Nelsinho Piquet e Nakajima...

Enquanto outras equipes que também começaram mal a temporada vão se recuperando aos poucos – a Mclaren marca seus pontinhos com Hamilton e a Ferrari já conseguiu até pódio na última corrida – a BMW só despenca, sem dar sinais de melhoras. Depois do quase pódio de Kubica na Austrália e do 2º lugar de Heidfeld na Malásia, seus carros mal passaram para o Q3 nos GPs seguintes. Na última prova, tiveram a desagradável sensação de largarem atrás das Force Indias, fazendo dobradinha na penúltima fila.

Os dois carros da Force India na frente de Heidfeld no GP de Monaco. E o alemão não estava para dar uma volta em Sutil e Fisichella não...

Mario Theissen diz que as coisas irão melhorar. Seus pilotos rezam por isso. O polonês, que já demonstrou publicamente sua insatisfação com o desempenho do carro, certamente já desistiu da ideia de ser campeão neste ano. E o alemão, coitado, talvez não consiga a tão esperada primeira vitória ainda nessa temporada. E enquanto as coisas não melhorarem, o calvário da BMW continuará...

Foto: www.motorsport.com

domingo, 24 de maio de 2009

E Button vence de novo...zzz...

Deu Button de novo. Você já deve estar entediado com isso, mas ele talvez não...

Vou direto ao ponto: não há muito o que falar sobre o GP de Monaco. Exceto o momento em que Sebastian Vettel tentava de todas as maneiras segurar Felipe Massa e acabava por criar um trenzinho atrás de si, a corrida teve pouquíssimos atrativos. Até a largada foi sem graça, quase sem ultrapassagens ou toques entre os pilotos, comuns na Saint-Devote. Numa prova sem novidades, Jenson Button venceu pela 5ª vez no ano.

Novamente uma vitória incontestável, construída desde uma volta espetacular no momento decisivo dos treinos até uma largada sem problemas, um excelente ritmo de corrida e pit stops eficientes. Agora está a 16 pontos a frente do 2º colocado no mundial de pilotos (Rubens Barrichello) e a distantes 28 do 3º (Vettel). Os dois parecem ser o que mais podem ameaçar o passeio do inglês na temporada, mas o ex-piloto da Williams e da Renault bate seu companheiro de equipe com frequência e toma proveito do fato do jovem alemão da RBR perder alguns pontos preciosos (como hoje, quando errou e abandonou ainda no começo). Além disso, faz um trabalho quase que perfeito na pista. É verdade que ainda há muito campeonato pela frente, mas cada vez mais Button se consolida como principal candidato ao título.

Rubens Barrichello conseguiu uma importante ultrapassagem em cima de Kimi Raikkonen na largada, o que foi essencial para que chegasse em 2º e ajudasse a Brawn a conseguir mais uma dobradinha

E quanto ao domínio da Brawn (5 vitórias, 3 dobradinhas e pódio em todas as provas), é bom fazer uma constatação. Por um lado, é sim legal essa nova inversão de valores que está acontecendo esse ano, com equipes grandes lutando para chegar na zona de pontuação e outras menos tradicionais chegando na frente constantemente. Porém, já começa a ficar monótona a soberania da equipe de Ross Brawn, principalmente por causa da facilidade encontrada por Button para conquistar suas vitórias. É tudo muito parecido com aqueles anos em que a Ferrari de Schumacher vencia tudo; a diferença é que desta vez tudo é bonitinho pelo fato de uma equipe emergente estar na frente. Mas já é incômodo e preocupante a falta de briga nas primeiras posições a cada prova que passa, assim como ouvir o hino inglês ao final de cada GP.

E falando na Ferrari, esta finalmente teve uma atuação decente. 3º lugar para Raikkonen e 4º para Massa, sem maiores dramas como nas últimas corridas e ainda com o primeir pódio da temporada como prêmio. Pode ser o início de uma, ainda que tímida, reação da equipe italiana, mas talvez tarde demais para chegar no nível da Brawn GP e da RBR.

Ao contrário da Ferrari, corrida ruim para a Mclaren: Kovalainen bateu quando estava em 7º e Hamilton chegou apenas em 12º. E como prova de que os tempos mudaram rapidamente, levou uma volta do compatriota Button, ao contrário do que acontecia nos 2 últimos anos...

Nos outros lugares, nenhuma surpresa. Mark Webber conseguiu um bom 5º lugar, Nico Rosberg ficou em 6º, Fernando Alonso levou mais 2 pontos para Renault e Bourdais foi o melhor daqueles que largaram com combustível até o pescoço, saindo de 14º para chegar em 8º. Um alento para quem está pressionado, mas a verdade é que, embora esteja a bordo de uma modesta STR, precisa de um resultado expressivo para provar que merece um lugar na equipe.

De novo a Force India bateu na trave em Monaco. Depois de Sutil abandonar já nas últimas voltas no ano passado quando estava em 4º, hoje Fisichella chegou na 9ª posição

Por último, não é possível deixar passar em branco a declaração de Nelsinho Piquet para Rede Globo, logo após ser praticamente engolido por Sebastian Buemi e abandonar a corrida. Irritado, o brasileiro disse que “é isso que dá colocar piloto sem experiência na F-1”. Tudo bem que o piloto da Renault estava de cabeça quente e que o suíço cometeu um erro bem primário, mas isso é coisa que se diga? Uma hora o piloto tem que entrar na categoria para melhor com o tempo, né? E novato por novato, o piloto da STR está tendo um desempenho melhor no momento...

Um corrida para a Toyota esquecer: depois de ver o fim de semana ir por água abaixo depois do péssimo desempenho no treino classificatório, Glock chegou apenas em 10º e Trulli, em 13º

Fotos: www.gpupdate.net

terça-feira, 19 de maio de 2009

Monaco, 1984: o surgimento de dois talentos e uma decisão polêmica

Disputado debaixo de muita chuva , que inclusive fez com que o início da corrida fosse adiado em 45 minutos, o GP de Monaco de 1984 é um dos mais lembrados daqueles disputados em Monte Carlo e na década de 80, em razão de alguns fatos que fizeram com que tal prova se tornasse histórica.

Foi justamente na 6ª etapa daquela temporada marcada pelo domínio das Mclarens que um novato chamado Ayrton Senna começava a realmente brilhar na Fórmula 1, mostrando inclusive porque seria mais tarde considerado um piloto sensacional na chuva e o rei de Monaco. Após largar em 13º, o brasileiro aproveitou uma confusão na largada para pular para 9º. Com o decorrer da prova, dirigindo sua modesta Toleman, foi ultrapassando nomes tarimbados na época como o já campeão Keke Rosberg até chegar a 2ª posição, após uma manobra memorável em cima de Niki Lauda na curva Saint Devote.

Momento em que Ayrton Senna se prepara para ultrapassar Niki Lauda

O futuro piloto da Lotus e da Mclaren já se aproximava do líder Alain Prost, tirando praticamente 3 segundos de diferença por volta, quando a corrida foi dada como encerrada com apenas 32 voltas completadas, numa decisão polêmica e pedida por Prost,. Mesmo sendo verdade que a chuva havia apertado demais no momento (e por isso acredito que a atitude foi acertada), o ato se tornou muito suspeito pelos seguintes motivos: a decisão foi tomada por Jack Ickx, que também era francês; seria, digamos, “interessante” para Ickx, funcionário da Porsche, que um piloto que carregasse a mesma marca na F-1 vencesse; e “o Professor” estava com problemas nos freios, logo seria bom para ele o término da prova. Teorias: quem quiser, acredita; quem não quiser...

Porém, muitos só se lembram da brilhante performance de Senna quando citam esse GP, esquecendo-se que outro jovem piloto fez uma belíssima prova naquele dia. O promissor Stefan Bellof saiu da 20ª e última posição para terminar em 3º; encontrando-se em 10º já na 3ª volta, o alemão foi calmamente ganhando posições e se tornou o centro das atenções depois que Ayrton já havia se estabelecido na 2º posição. Bellof ficou marcado após linda ultrapassagem sobre René Arnoux mesmo após ser praticamente imprensado contra o muro pelo francês, assegurando assim seu lugar no pódio. E se muitos já estavam surpresos com o fato do futuro tricampeão estar mais muito mais rápido que Prost, imagine o impacto ao saberem que Bellof vinha mais rápido que os dois. Sim, muito provavelmente haveria um grande duelo entre as “revelações” da corrida se a mesma continuasse.

Stefan Bellof persegue René Arnoux nas ruas de Monaco

Porém, talvez seja inútil imaginar quem seria o vencedor caso a corrida continuasse. A Tyrrell foi excluída do campeonato meses depois por estar fora do regulamento; logo todos os resultados de seus pilotos foram invalidados, assim como o 3º lugar de Bellof em Monaco. E outra coisa que quase não é comentada é que Senna logo abandonaria a corrida por problemas na suspensão, danificada após praticamente engolir a zebra numa perseguição à Keke Rosberg. No final das contas, é bem provável que a vitória caísse no colo de Prost, a não ser que sofresse algum problema ou errasse como em 1982.

Ainda assim, para os que acreditaram numa possível manipulação no resultado, o final da temporada teve gosto de vingança. Como a corrida em Monaco foi encerrada antes de 75% das voltas previstas terem sido completadas, apenas metade dos pontos foram dados aos pilotos; logo, Prost, ao invés de 9 pontos, ganhou 4,5. E a diferença do campeão Niki Lauda para o vice, que foi o francês, foi justamente de míseros meio ponto.

É por essas e outras que os acontecimentos daquele 3 de junho de 1984 são tão comentados até hoje. Quanto aos dois pilotos que deram show, o brasileiro teve tempo para mostrar todo seu talento, se tornar tricampeão e colocar seu nome na galeria de gênios que passaram na categoria antes de morrer em 1994. Já o alemão não teve a mesma sorte: em 1985, numa corrida pelo Mundial de Esportes-Protótipos em Spa-Francorchamps, se envolveu num acidente com o mesmo Jack Ickx que deu lhe deu a bandeirada um ano antes em Monaco e morreu, sem ter a chance de provar que teria um grande futuro pela frente.

OBS: No youtube há o vídeo com os melhores momentos dessa corrida pela Rede Globo. Como sou meio enrolado com a Internet, não consegui colocar o vídeo aqui, então deixo o link para quem quiser assistir: http://www.youtube.com/watch?v=INmLpbTdejM

domingo, 17 de maio de 2009

E agora, Newcastle?

Jogadores do Newcastle desolados após a derrota ontem para o Fulham, em pleno St James Park; agora, os Magpies vão depender de outros resultados para evitarem o rebaixamento

Quem não acompanha o futebol inglês com muita frequência até pensa que foi erro da digitação. Quem se lembra dos bons tempos vividos nos anos 90 pensa que é brincadeira de mal gosto. Porém, não é mentira: o Newcastle está muito próximo de cair para o campeonato equivalente à Segundona, que na Inglaterra é chamada de Championship.

Clube muito lembrado por ter sido aquele em que o ídolo dos Magpies Alan Shearer brilhou durante boa parte de sua carreira (mais exatamente entre 1996 e 2006), o time da terra dos Dire Straits já vem de duas campanhas bem irregulares, recheada de tropeços em casa. Porém, a atual, cheia de problemas, vem se superando em todos os aspectos.

O Newcastle já começou a temporada com turbulências internas: Mike Ashley tentou vender o clube, mas desistiu depois de não achar nenhum comprador. Os resultados talvez até tenham piorado em relação às temporadas anteriores: o time passou a maior parte do tempo perto da ou na zona dos desesperados. E para piorar, o qualidade da equipe titular não condiz com o elenco que o clube possui. Por mais que esteja cheio de jogadores que não estão mais no auge de suas formas ou que estão desmotivados, não se pode perdoar os maus resultados de uma equipe que pode contar com a eterna promessa Michael Owen, o afobado mas esforçado Obafemi Martins, o lutador Jonás Gutierrez e outros que já viveram tempos melhores mas ainda são bons nomes como Alan Smith, Damien Duff e Steven Taylor.

Desde que Alan Shearer resolveu aceitar o convite para treinar a equipe mesmo sem qualquer experiência no cargo (para muitos, prova de desespero), os Magpies conquistaram míseros 5 dos 21 pontos que estiveram em jogo. Além de ocasionar numa péssima temporada, tal performance definitivamente jogou o time para a zona de rebaixamento, de onde não conseguem mais sair. Para se ter uma idéia, a única vitória foi conquistada em casa em cima do Middlesbrough, outro com grandes chances de cair e que também mal consegue vencer uma partida.

Depois da trágica derrota por 1 a 0 para o Fulham em casa e do empate do Hull City com o Bolton em 1 a 1, o Newcastle se encontra na zona de rebaixamento antes da última rodada e não depende só de si: um ponto atrás dos comandados de Phil Brown, o primeiro fora da zona menos querida pelos times, será relegado à divisão inferior caso perca para o Aston Villa fora de casa. Se empatar, deverá torcer por uma derrota dos Tigers para o Manchester United (que deverá jogar com os reservas e juniores, em razão da final da UCL dias depois) em casa. Se ganhar, poderá até mesmo torcer por duas derrotas do Sunderland (que possui um jogo a ser disputado amanhã, fora de casa contra o Portsmouth).

O time terá que fazer prevalecer a força do seu elenco para pelo menos fazer sua parte na “decisão” da próxima semana. A tarefa contra o Aston Villa talvez não seja das mais difíceis, pois já estão classificados para a Copa da UEFA e não possuem maiores pretensões. Porém, as atuações dos Magpies ultimamente vem sendo tão ruins que é difícil esperar que acordem somente na última rodada. Pode ser um castigo nada merecido principalmente para uma torcida que é conhecida como uma das mais apaixonadas pelo seu time de coração na Premier League.

OBS: Segunda a noite eu volto a visitar os blogs amigos. Aos poucos volto a minha rotina por aqui...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

(OFF) Pausa

Estou muito atarefado nos últimos dias, logo será muito difícil escrever algo para o blog até a próximo sábado. E digo isso com a consciência pesada, pois eu sabia que tinha que ter preparado algo extra no fim de semana...enfim, de qualquer maneira, deixo aqui o endereço do meu twitter para quem quiser acompanhar meus comentários aleatórios (é, lá eu falo do que der na telha, e não precisa ser necessariamente esportes): twitter.com/leandrusfla

Ateh!

domingo, 10 de maio de 2009

GP da Espanha - Considerações

O GP da Espanha não teve muitos destaques individuais nem mesmo grandes momentos na pista (até porque, como já sabemos, é um circuito que não oferece muitas oportunidades de ultrapassagem), com muita coisa sendo decidida na estratégia. Some-se a isso o fato de eu já estar atrasado para escrever algo mais extenso sobre a corrida (não estou passando muito bem desde a noite de ontem e fiquei repousando durante boa parte do dia) e decidi que o texto de hoje será um pouco diferente; vou me ater somente a dois fatos da prova. Vamos lá:

Que mal eu te fiz? – Um dos principais fatores para Felipe Massa não ter sido campeão mundial no ano passado foi a quantidade enorme de erros da Ferrari com o brasileiro. Rapidamente me lembro de bobagens feitas no Canadá, na Hungria e em Cingapura que tiraram do ex-piloto da Sauber a chance de uma posição melhor nessas corridas. Tendo consciência disso, seria mais do que normal lhe oferecer melhores condições nesse ano. Não é o que vem acontecendo.

Com um carro mal nascido, a escuderia italiana já havia deixado Felipe na mão na Austrália e na China, quando andava muito bem e estava na 3ª posição. Na Espanha, o brasileiro tinha condições de chegar em 4º não fosse mais um erro da equipe, ao colocar menos gasolina no seu carro. Acabou chegando apenas em 6º, o que não condiz com sua atuação na pista, já que foi muito bem ao segurar Vettel durante a maior parte da corrida tendo um carro inferior ao do do alemão (cada vez mais a RBR se constitui como a segunda força da categoria esse ano, atrás apenas da Brawn GP). Por um lado, o alívio por conquistar os 3 primeiros pontos do ano; por outro, o gosto amargo por saber que poderia ter obtido um resultado melhor. Mas os erros já passaram da hora de serem perdoados; a equipe do cavalinho tem cometido tanta bobagem que parece que Massa fez algo de muito mal aos italianos e agora está pagando o preço por isso.

O que me impressiona em Felipe é que, mesmo sendo prejudicado, não sai por aí falando poucas e boas dos erros da Ferrari. Mantêm a calma e geralmente procura amenizar a situação. “Chororô” não é muito a dele.

Desfavorecido? – Com a vitória de hoje, Jenson Button já ganhou 4 das 5 provas disputadas até agora. Depois de perder a primeira posição na largada para Rubens Barrichello, ultrapassou seu companheiro ao mudar a estratégia nos boxes. Agora Rubinho reclama de um possível favorecimento na equipe: por quê a tática do inglês de duas paradas, trocada de última hora, deu certo e a do brasileiro de três não funcionou?

Para mim, a explicação é até simples: Rubens simplesmente não foi rápido o suficiente para que sua estratégia fosse bem sucedida. Se conseguiu voar depois de sua primeira parada, por que foi bem mais lento do que Button durante a segunda? Por que não manteve o bom ritmo que precisava para fazer valer os três pits? Do jeito vinha abrindo para seu companheiro, sendo bem mais veloz do que ele, Barrichello dava toda a pinta de que finalmente venceria neste ano.

Rubinho precisa melhorar logo se quiser se manter na briga pelo título. Hoje parecia o início da sua reação, mas o decorrer da corrida acabou sendo decepcionante para ele. Infelizmente, suas declarações pós-corrida vão causar uma grande discussão; porém, a mesma pode ser interessante, já que poderá relatar fatos dos quais não me liguei. Vamos aguardar os próximos capítulos; enquanto isso, continuo achando que a culpa foi mesma do brasileiro...

Outros comentários:

A torcida espanhola certamente gostou da corrida consistente e da posição final de seu ídolo Fernando Alonso, que levou sua limitada Renault à 5ª posição, com direito a ultrapassagem em cima de Massa na última volta

Mark Webber foi uma das surpresas da prova, ao conseguir um lugar no pódio com sua RBR. A maioria estava tão entretida nos duelos Barrichello/Button - Massa/Vettel que nem viram o australiano pular para a 3ª posição graças a sua boa estratégia

Pobre Toro Rosso: não teve nada a ver com a confusão na largada mas viu seus dois carros serem tocados e abandonarem sem nem mesmo terem completado uma volta...

Fotos: www.motorsport.com

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O retorno

Ronaldo, Fred, Adriano (foto)...três dos quatro atacantes do Brasil na Copa de 2006 foram repatriados. Bom para os torcedores daqui, que aos poucos voltam a ver craques de seus país atuando em campos brasileiros.

No dia 18 de junho de 2006, Ronaldo e Adriano entravam em campo formando o ataque da Seleção na partida contra a Austrália, válida pela fase de grupos da Copa do Mundo. Enquanto o primeiro ainda buscava alcançar a expressiva marca de maior artilheiro da competição, o segundo anotou o primeiro gol da equipe canarinho para depois dar lugar a Fred, que ainda teve tempo para mostrar seu oportunismo e acabar com qualquer chance de reação dos australianos naquele sofrido 2 a 0.

Naquela data, poucos imaginavam que os jogadores citados, de tão alto nível, seriam uns dos, se não os maiores, destaques do Campeonato Brasileiro de 2009. Junto com nomes como Nilmar, Kléber e Keirrison, entre outros, devem formar uma artilharia pesada que será responsável por dar alegrias aos seus torcedores e desesperar as defesas adversárias.

E é realmente muito gratificante ver jogadores do porte dos três que foram à última Copa do Mundo retornando ao Brasil. Ajudam a fortalecer ainda mais o campeonato nacional e atraem maior atenção dos torcedores, que terão a oportunidade de acompanhar um Brasileirão que promete muito, podendo ser até mesmo a melhor edição da competição na sua era de pontos corridos. Afinal, a volta dos atacantes ajuda a elevar o nível do torneio, que não deverá ser muito enfraquecido no meio do ano, até porque a janela européia não deverá ser tão movimentada por conta, entre outros motivos, da crise mundial.

Aliás, é bom lembrar que, contando também com outros atletas importantes como Ramires, Hernanes, D’Alessandro, Juan e Taison, este Campeonato Brasileiro tem tudo para ser ainda mais disputado do que o do ano passado, quando pelo menos 5 times brigaram até as últimas rodadas pelo título. Competindo contra elencos mais fortes, as chances do reinado são-paulino finalmente acabar aumentam.

O ponto negativo do retorno dos três é que este também traduz um momento de baixo prestígio dos brasileiros lá fora. Ronaldo voltou após não ter muito destaque nas últimas temporadas; Fred começou a perder espaço no Lyon e quase que forçou sua saída do clube francês, como alguns compatriotas vêm tentando fazer ultimamente; e Adriano, após inúmeros problemas de diversos tipos na Itália, defende novamente um time brasileiro depois de uma saída no mínimo estranha da Inter de Milão (essa história só será bem entendida depois de algum tempo). Não saíram da Europa por cima como Romário em 1995. Mas é preciso reconhecer que, nas condições do futebol atual, se não fosse dessa maneira, muito provavelmente ainda estariam na Europa.

Ficamos na torcida para que pelo menos recuperem suas carreiras aqui e que sejam cogitados para vestir a amarelinha novamente; pelo menos uma vaga no ataque ainda está em aberto, que pode ser de um deles tranquilamente. Basta corresponder nos campos brasileiros, o que, até mesmo pelo bem do Brasileirão, esperamos que aconteça.

Foto: www.lancenet.com.br

terça-feira, 5 de maio de 2009

Notas pós-decisão

Trate de melhorar – O Flamengo foi campeão carioca, mas não convenceu. Era o favorito à conquista do título por ter praticamente o mesmo elenco do ano passado, mas Cuca não achou a formação ideal da equipe. Conseguiu ser campeão porque o time é formado por talentosos jogadores, o que pesou nas partidas contra o Botafogo, time bem armado, guerreiro, mas limitado; o Fluminense, que também possui bom elenco, não conseguiu se acertar e caiu no meio do caminho; e o Vasco acabou tropeçando quando não poderia.

A mesmice continua: o time depende demais dos laterais, e se Ibson e/ou Kléberson não atuam bem, o Fla tem problemas para desafogar o jogo. Os atacantes são fracos: Obina e Josiel brigam com a bola e Emerson até é veloz, esforçado e sabe dominar a bola, mas não consegue marcar. Zé Roberto, responsável por municiar o ataque, vem em má fase, e Erick Flores ainda está muito “verde” para ser titular. Num campeonato como o Brasileirão, em que os adversários são mais fortes, as coisas podem complicar.

Reforçar é preciso – A decisão do Estadual mostrou que o Botafogo precisa se reforçar se não quiser se contentar com uma posição no meio da tabela do Brasileirão. O time possui muitos jogadores defensivos e depende demais de Maicosuel (o melhor jogador do Carioca), Reinaldo e Victor Simões. Quando pelo menos um deles não joga...

Atualmente, quando Ney Franco procura opções ofensivas no banco, tem calafrios, já que a distância entre seus homens de ataque e os reservas Jean Carioca e Diego é absurda. Apostar sempre no jovem Gabriel não adianta, tampouco nos polivalentes Túlio Souza e Eduardo. Se os reforços não vierem, Ney pode entrar na beira do caos, numa piração total.

O Cuca é campeão! – Chegou o tão esperado dia: finalmente Cuca conseguiu seu primeiro título na sua carreira de treinador. O treinador, que fez ótimo trabalho no Botafogo mas não foi recompensando com conquistas, talvez esteja comemorando mais que o próprio clube.

Engraçado que fico com a impressão de que o Carioca de 2007 seria mais um título mais convincente. Naquele campeonato, Cuca armou uma excelente equipe, que contava com um ataque envolvente, e esteve muito próximo de derrotar o Flamengo na decisão do Estadual. No primeiro jogo, o Glorioso dava um banho no adversário e ganhava por 2 a 0 até deixá-lo empatar; no segundo jogo, vencia por 2 a 1 e, depois de ver Dodô, Zé Roberto e cia perderem um caminhão de gols, tomou o empate para logo depois perder nos pênaltis. Esse ano, o treinador, como já disse, chegou a final com um time cheia de problemas; quase a viu entregar o ouro no tempo normal; mas para sua felicidade, Bruno o salvou desta vez.

Cadê você, cadê você? – Nos dois jogos da final do Carioca, a torcida do Botafogo mal compareceu ao estádio; enquanto os setores verde e amarelo destinados aos rubro-negros estavam praticamente lotados, o mesmo não se dizia dos deixados aos alvinegros. Na verdade, a sua parte amarela estava quase que às moscas: era decisão ou jogo contra o Boavista?

O torcedor botafoguense alegou que não estava animado com a performance do time. Que estava decepcionado com os insucessos recentes. Ora, e os rubro-negros também não estavam? Vexames recentes em casa contra América-MEX, Atlético-MG, Goiás e Resende eram suficientes para fazer com que cada flamenguista não gastasse seu dinheiro com ingresso. Mas não foi isso que aconteceu. Já não basta ver os rivais colocando mais torcedores no Engenhão do que o próprio Botafogo coloca. O alvinegro pode dar show no quesito animação nas arquibancadas; já no quesito aparição...

Com a saída de Fábio Luciano, qual será o rendimento de Ronaldo Angelim e da zaga rubro-negra?

Fica, capitão!? – Fábio Luciano parou de jogar. Financeiramente, os dirigentes do Fla devem estar agradecendo: jornais do Rio dizem que o zagueiro ganha 300 mil reais, e a saída do xerife ajudaria a desafogar a folha salarial.

Mas o capitão era um líder nato. Se era lento demais e perdia no mano a mano, era muito seguro, excelente na sobra e soberano no comando da defesa. Ronaldo Angelim subiu muito de produção jogando ao seu lado. Sem o “capita”, o camisa 4 do Fla não se sai tão bem. Então, o Flamengo terá problemas para repor bem a saída do zagueiro, até porque as opções no mercado são escassas.

Cuidado com a síndrome – Em 2007, o Flamengo ganhou o Estadual no domingo e na quarta foi eliminado da Libertadores pelo Defensor diante de 57 mil rubro-negros, mesmo após ganhar por 2 a 0. Ano passado, na quarta seguinte após a final do Carioca, deu vexame diante de 50 mil flamenguistas e foi eliminado da mesma competição, após perder para o América-MEX por 3 a 0. No próximo dia 6, o Fla não joga pelo torneio continental nem no Maracanã; porém, todo cuidado é pouco com o Fortaleza pela Copa do Brasil...

Foto: www.lancenet.com.br

domingo, 3 de maio de 2009

Tri

Ao derrotar o Botafogo na decisão por pênaltis, o Flamengo conquistou quinto tricampeonato carioca e ainda se tornou o maior vencedor da competição

Foi desnecessariamente sofrido, mas o Flamengo alcançou seu objetivo e ganhou o Estadual, após empatar com o Botafogo no tempo normal em 2 a 2 e derrotá-lo nos pênaltis por 4 a 2. Agora com 31 títulos, o clube da Gávea se tornou o maior campeão carioca e conquistou o seu quinto tricampeonato na competição. De quebra fez com que Cuca ganhasse o duelo contra o Botafogo: o ex-jogador finalmente conquistou seu primeiro título como treinador, enquanto o Glorioso acabou sendo tri-vice-campeão do Carioca.

Agora, o jogo. Enquanto o Botafogo iniciou a partida com um verdadeiro ferrolho armado no meio campo, deixando Victor Simões isolado no ataque, o Flamengo jogava da maneira de sempre, apostando o jogo nas laterais; surpresa mesmo, só a entrada de Erick Flores no lugar do em má fase Zé Roberto. O jogo vinha num ritmo bem morno, para não dizer que estava chato, até Kléberson, de cabeça, marcar aos 20 minutos.

O Botafogo sentiu o golpe. Sem grandes opções no ataque, não conseguia produzir muita coisa. Quando conseguia, esbarrava na limitação dos seus muitos volantes, vistas em alguns chutes pavorosos e na indecisão com a bola nos pés dos jogadores dessa posição. O Flamengo não vinha tendo grande atuação: Ibson não estava nos melhores dias, Juan parecia um pouco displicente no ataque e Erick Flores estava perdido e errando muito; mesmo assim, aproveitou o baque sofrido pelo adversário e fez o segundo através de chute de Kléberson que desviou em Alessandro.

Com dois gols de vantagem no placar e diante um adversário enfraquecido (o Botafogo atuou sem Maicosuel e Reinaldo, se esqueceram?), o Flamengo tinha o jogo nas suas mãos. Como era o rival quem precisava sair para o jogo, seria uma tática muito inteligente para a equipe de Cuca priorizar o toque de bola e não se expor muito ao ataque, além de ser eficiente nos contra-ataques. Já que não cumpriu essa cartilha, o Fla meio que ressuscitou o alvinegro carioca e ajudou a proporcionar um segundo tempo eletrizante.

Já nos primeiros minutos, pênalti para o Botafogo, desperdiçado por Victor Simões (na verdade, grande defesa de Bruno). E o que se viu durante um bom tempo foi um Botafogo guerreiro, como em todo o campeonato, começando a empurrar o adversário para o seu campo de defesa. Já o Flamengo começava a se expor demais, dava espaços ao adversário e não matava o jogo quando criava boas oportunidades de gol (bem parecido com o que aconteceu nos jogos anteriores). E rapidamente, de maneira quase improvável após o que se viu no primeiro tempo, a equipe de General Severiano empatou o jogo, com gols de Juninho e Túlio Souza, aos 16 e 19 minutos.

Parecendo satisfeito com o resultado, o Botafogo recuou. O Flamengo voltou a dominar a partida, principalmente nos últimos minutos, mas novamente sem conseguir finalizar muito, como em outros jogos. No momento do empate, Obina já havia entrado no lugar de Erick Flores: a intenção até era boa, já que o jovem jogador não vinha bem e o iluminado poderia prender a bola no ataque. Porém, o que se viu foi um atacante que perdia todas no alto e ainda se atrapalhava com a bola nos pés. A situação ainda piorou com a entrada de Josiel no lugar de Emerson: sem velocidade e também brigando com a pelota, foi pior do que o “sheik” rubro-negro, que é veloz, algo que o Fla precisava no momento, e sabe segurar bem a bola. Como outros também tiveram atuação abaixo da média, o alvinegro carioca conseguiu segurar o placar e a decisão foi para os pênaltis.

Do lado do Flamengo, todos converteram suas cobranças, até o volante Airton, que não parecia ser uma das melhores opções. Já o Botafogo não teve a mesma sorte: os chutes de Juninho e Leandro Guerreiro pararam nas mãos de Bruno, novamente herói na decisão por pênaltis, assim como em 2007.

O Flamengo não foi o melhor time do Campeonato Carioca. Empolgou somente em alguns momentos. Ainda possui defeitos e precisa melhorar logo se quiser conquistar o Brasileirão. Mas o elenco numeroso e de qualidade acabou superando o guerreiro mas limitado do Botafogo, que ainda sofreu com a falta de Maicosuel. Mas como deixaram o Fla chegar...

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sábado, 2 de maio de 2009

Um belo balde de água fria

Depois de pensarem na possibilidade de ultrapassar o rival Barcelona, o Real Madrid viveu um verdadeiro pesadelo hoje no Santiago Bernabéu

O Real Madrid até que tentou. Numa recuperação exemplar, venceu os últimos 17 jogos no Campeonato Espanhol e conseguiu se aproximar do líder Barcelona, reduzindo a diferença entre os 2 times para 4 pontos. O tão esperado confronto entre os dois times, no Santiago Bernabéu, havia chegado. Porém, nesse 2 de maio de 2009, tudo que os merengues conquistaram foi um belo balde de água fria.

O Barcelona deixou todas as adversidades para trás (jogar na casa do adversário, disputar duas duras competições ao mesmo tempo, ficar com a mente focada no Chelsea) e goleou impiedosamente o Real Madrid por largos e incontestáveis 6 a 2, na casa do adversário. Os anfitrioes não sofria uma derrota tão pesada para o rival catalão diante de seus torcedores desde o dia 19 de novembro de 2005, quando um ainda em grande forma Ronaldinho Gaúcho marcou dois incríveis gols e fez com que os merengues o aplaudissem de pé naquele 3 a 0 do Barcelona em cima da equipe da casa.

No jogo de hoje, foi a vez de Lionel Messi e Thierry Henry brilharem. Diante da atuação desastrosa da defesa madrilenha, o argentino aproveitou os corredores que deixavam a sua frente para fazer o que quisesse e marcar dois gols; já o francês teve a frieza necessária para tranquilizar seu time no momento necessário: marcou duas vezes, a primeira quando o adversário havia acabado de abrir o placar, e a segunda os mesmos diminuíram a diferença no placar para 3 a 2.

Enquanto o Real Madrid marcou seus dois gols em bolas aéreas, o Barcelona fez os seus mais na base do talento mesmo, com ataques rápidos e mortais. Aproveitou todos os espaços dados pelo adversário e poderia até ter marcado mais não fosse o preciosismo dos atacantes em algumas oportunidades. Parece que a equipe de Juande Ramos não assistiu o jogo do Barça contra o Chelsea, quando o time inglês provou ao mundo que um dos requisitos para parar a equipe catalã é ser muito, extremamente forte e eficiente na defesa.

Com a vitória, o Barcelona abriu 7 pontos para os merengues na classificação geral; com apenas 12 a serem disputados, as chances da equipe de Pep Guardiola (que vem fazendo um trabalho fantástico, por sinal) perder o título são ainda menores. E ainda aproveitou para provar que é o grande time espanhol do momento, e talvez o único que possa realmente acabar com a dinastia inglesa na Europa. O Real Madrid deverá ter como consolo o fato de ter mostrado uma grande recuperação na temporada: porém, não foi suficiente para fazer frente ao Barcelona, assim como também não foi para seguir em frente na Liga dos Campeões; com duas derrotas, tanto dentro como fora de casa, a equipe espanhola foi eliminada pela 5º vez consecutiva da competição nas oitavas-de-finais, desta vez para o Liverpool.

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sexta-feira, 1 de maio de 2009

15 anos...


É inevitável. No dia 1º de maio, não só os fãs de automobilismo como também a maioria dos brasileiros se lembram do falecimento de Ayrton Senna. Nessa data, qualquer um se recorda do que estava fazendo naquela fatídica manhã de maio de 1994. Comigo não é diferente.

Como todos na minha casa eram fãs de Senna (e acabei sendo influenciado por isso), a tv sempre estava ligada em muitas manhãs de domingo. Eu adorava aqueles dias, principalmente porque no jornal havia o desenho de todos os carros que largariam e eu os recortava para que pudesse fazer a minha própria corrida, no chão da sala. Naquele dia, o ritual foi o mesmo.

A corrida começou e a minha no tapete da sala também; foi interrompida, foi reiniciada, e na 5º volta, Senna bateu forte. Para mim, parecia uma batida normal, daquelas que era bonita de ser ver, desde que não acontecesse nada demais com o piloto. Diante dos berros de Galvão Bueno, procurei o recorte do carro do brasileiro no chão e dei uma amassada, como sempre fazia com aqueles que batiam. Porém, o desenrolar do acidente foi diferente.

Meus pais, atônitos, somente olhavam para a tv. O piloto do capacete amarelo que eu tanto gostava não saía do carro. E o que havia acontecido um dia antes, logo após um tal de Ratzenberger sofrer um violento acidente nos treinos, acontecia de novo. E lembrando do destino daquele piloto austríaco que eu mal sabia quem era, acho que comecei a entender a situação.

O clima era de muita tensão. A voz do narrador durante o resto da corrida, os noticiários e as expressões dos repórteres mostravam que as coisas não estavam bem. E isso foi comprovado quando, enquanto almoçava vendo “Passa ou Repassa” no quarto, ouvi da tv da sala a notícia de que Senna havia morrido. Não consegui acreditar; a ficha não caía. Isso só foi acontecer no começo do programa “Fantástico”, numa das memórias mais vivas da minha infância: o replay do acidente, o “Tema da Vitória” tocado de maneira fúnebre me fizeram cair na real. E naquele momento, não deu para segurar o choro compulsivo; aquele piloto que eu tinha quase como um herói, como qualquer criança da minha idade, 6 anos na época, tinha, mas originado de um desenho animado, não estava mais entre nós.

Depois disso, a F-1 praticamente acabou aqui em casa. Meus pais deixaram isso para lá. Nunca me esqueço de minha mãe grampeando e guardando com o maior carinho todos os jornais que tinha falando sobre Senna, para só me mostrá-los uns 13 anos depois. Ainda via as corridas, mas entrei no catecismo e o horário das aulas batiam com os horários das provas. Somente em 1999 voltei a acompanhar a categoria, mas só fui realmente acompanhar uma temporada toda em 2006.

De 2006 para cá, fui perdendo vários mitos em relação a F-1. Ao contrário de muitos brasileiros, não vejo mais as corridas somente para torcer para os pilotos do Brasil nem torço necessariamente para eles, estou atento às narrações parciais de Galvão Bueno, não acredito piamente que Senna foi o melhor piloto que a categoria já teve e não suporto mais frases do tipo “Se fosse Senna, ganhava a corrida”, “Se fosse Senna, não deixava passar”, e por aí vai. Alguns até me perguntam: mas logo você, que era o fanático pelo Ayrton?

Mesmo assim, ainda o tenho como meu piloto favorito. E por mais que ache ridículo, idiota mesmo, ainda me emociono quando vejo corridas antigas de Senna ou ouço o “Tema da Vitória, dependendo da ocasião: foi assim quando a Seleção ganhou a Copa de 2002, quando Felipe Massa venceu em Interlagos em 2006 e quando o mesmo perdeu o campeonato já nos momentos finais do GP do Brasil do ano passado. Sinceramente, não me pergunte o porquê disso tudo, do que você pode até chamar de viuvice. Talvez aquele 1º de maio de 1994 realmente tenha me marcado demais...