quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Matando a saudade...


Não, não, o blog não voltou. Porém, o blogueiro aqui voltou a escrever sobre Fórmula 1. Aceitei um convite do meu amigo Wilson Hebert para escrever sobre a categoria no blog dele, o Futebol & Variedades. Agora, todas as quartas - e nos domingos de corrida - solto um punhado de asneiras, ops, algum post por lá.

Esse blog continua parado, mas já voltei a falar sobre futebol no Ortodoxo e Moderno e sobre Fórmula 1 no Futebol & Variedades. É quase tudo o que eu fazia por aqui, oras =P

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Leandrus is back!


Direto ao ponto: meus 17 leitores perceberam que o blog tinha acabado depois que eu abandonei esta página. Eu até iria mandar um comunidado sobre isso, mas já tinha parado de escrever há tanto tempo que achei inútil fazer tal coisa. Também quis escrever um último post, mas faltou tempo - o tempo gasto com estágio e estudo para concursos que me privou de continuar escrevendo por aqui.

Só que há um mês fui convidado pelo Daniel Leite a acabar com, ops, escrever para o blog dele, o Ortodoxo e Moderno, que fala sobre o futebol inglês. Aceitei e posto algum texto lá todas as quintas; de vez em quando, participo de uns podcasts também.

Com isso, mesmo sem planos de reativar este blog, volto à blogosfera. E daqui a pouco até volto a comentar nos blogs amigos, olha só...

segunda-feira, 15 de março de 2010

Diferença

Neste domingo, pudemos finalmente acompanhar duas provas muito esperadas pelos brasileiros: a estreia da F-1, no Bahrein, e a primeira corrida da F-Indy nas ruas de São Paulo. Um prato cheio para quem pouco havia visto provas nesse ano e tinha que se contentar com vts de corridas antigas somente para matar a saudade.

Curiosamente, os melhores resultados tupiniquins em ambas as provas foram de pilotos que voltaram às pistas depois de um longo tempo. Felipe Massa, 2º no Bahrein, havia disputado sua última prova oficial em julho, no GP da Alemanha, antes de sofrer grave acidente na Hungria. Já Vitor Meira , 3º no controverso traçado de São Paulo, não corria há quase um ano, depois de se acidentar seriamente em Indianápolis. Ambos conseguiram resultados com sabor de vitória. Porém, outra análise da prova nos leva a interpretações finais com sabores diferentes.

Por mais que não seja anormal ficar atrás de um Fernando Alonso com um carro finalmente a altura do seu nível de pilotagem, o resultado do brasileiro vice-campeão mundial em 2008 é um pouco amargo. Depois de surpreendentemente se sair melhor do que o companheiro na classificação – digo isso pelo fato de ter colocado uma diferença significativa em relação ao espanhol (três segundos) –, Felipe não largou bem e perdeu a posição para Alonso. E foi justamente esse resultado que fez a diferença no final. Se Massa tivesse mantido sua posição inicial na largada, muito provavelmente teria ganho a corrida, já que o seu desempenho era similar ao de Fernando e as ultrapassagens no circuito de Sahkir eram limitadas. Vendo dessa maneira, é de se lamentar pelo menos um pouco o resultado final do brasileiro, já que isso significa a começar a disputa interna na Ferrari perdendo (mas não me refiro a disputa idiota inventada pelas imprensas brasileira e espanhola). Além disso, nunca é bom deixar um piloto como Alonso deixar ganhar confiança já na primeira corrida

Já o resultado de Meira teve realmente o sabor de uma vitória. Vitor não tem – e nunca teve – um dos melhores equipamentos na categoria, mas foi bem durante a prova e teve competência e muita sorte para não deixar que os acontecimentos malucos da corrida atrapalhassem o seu desempenho. O seu resultado foi mais um daqueles que mostra que o brasileiro possui habilidade para se virar com equipamentos inferiores, quando comparados aos dos pilotos “tops”, além de fazer com que nós torçamos pela sua primeira vitória na categoria – ele já foi segundo em algumas corridas, até mesmo em Indianápolis há dois anos, mas ainda não conseguiu subiu no lugar mais alto do pódio.

Dura realidade: enquanto Luciano do Valle continuar narrando corridas da Indy, Vitor Meira ("Vitinho", para o locutor), continuará tendo dificuldades para vencer uma prova

De qualquer maneira, deve-se destacar o fato de que seus resultados no Bahrein e em São Paulo, respectivamente, provaram que ambos não perderam a velocidade de antes. E que ainda podem render bastante e alcançarem seus objetivos – um, o de ainda ser campeão mundial, embora a tarefa pareça cada vez mais difícil, e o outro, o de pelo menos conseguir uma vitória na Indy (para pelo menos não virar o novo Raul Boesel…)

Foto: www.motorsport.com

segunda-feira, 1 de março de 2010

Maldita Copa do Mundo


No começo da atual temporada, apostei que, com a saída de Cristiano Ronaldo do Manchester United, Wayne Rooney assumiria a condição de líder dos Red Devils. O inglês vinha fazendo grandes temporadas e vinha sendo o coadjuvante perfeito do atual jogador do Real Madrid; logo, parecia pronto para assumir um papel essencial na equipe. Só não esperava que fosse superar as minhas expectativas, que já eram muito boas.

Wayne Rooney mais uma vez decidiu o jogo para o seu time nessa temporada e ajudou o Manchester United a conquistar a Copa da Liga

Rooney marcou o gol que deu o título da Copa da Liga ao Manchester United na vitória de 2 a 1 sobre o Aston Villa. É verdade que é uma conquista, digamos, não tão importante diante do glorioso momento que a equipe de Sir Alex Ferguson vive, mas que serviu muito bem para mostrar a fantástica fase que vive o atacante inglês. Ele já alcançou a excelente marca de 28 gols em 35 jogos da temporada, o que já comprovaria a ótima fase que vive. Mas vem sendo muito mais do que isso: afinal, vem sendo letal, capaz de decidir jogos decisivos com grandes atuações individuais, gols e participações em quase todas as jogadas do time – ah, e claro, de vez em quando carregando jogadores em má fase, como Berbatov, nas costas. Enfim, certamente já substituiu Cristiano Ronaldo com sobras, sem dar chances à oportunidade de algum torcedor sentir saudades do português.

Sem sombra de dúvidas peça fundamental do Man Utd e melhor jogador do futebol inglês nessa temporada, também não seria exagero dizer que Wayne Rooney é o melhor do mundo no momento. Talvez seja estranho dizer isso, porque ele não é exatamente um jogador técnico, como costumam ser os premiados pela FIFA. Não que não seja habilidoso, mas preza muito mais pela luta mostrada em campo, pelas atuações consistentes e por ser muito participativo. Porém, pegue, por exemplo, os 5 melhores jogadores do mundo de 2009: nenhum deles vem jogando mais do que Rooney. Nem mesmo os jogadores do Barcelona, que, embora venham jogando em alto nível, não vem tendo tantas grandes atuações e decidindo tantos jogos como “Shrek” – que praticamente decidiu jogos a favor de seu time contra Milan e Arsenal recentemente. Se continuar mostrando um bom futebol – o que deve acontecer – e se mantiver seu time na luta pelo título da Liga dos Campeões e da Premier League, o camisa 10 dos Red Devils será um fortíssimo candidato ao prêmio no final do ano.

O problema é que estamos em ano de Copa do Mundo; e como todos sabemos, geralmente o eleito melhor do mundo nos anos em que o torneio é disputado é aquele que se nele se destaca – de preferência sendo da equipe campeã. E ninguém imagina como a Inglaterra se comportará no torneio. Acredita-se que a equipe virá muito forte, porque Fabio Capello conseguiu arrumar a equipe, deixando-a com uma consistência impressionante. Porém, o English Team ainda é visto com certa desconfiança porque não passou por nenhum teste de fogo ultimamente – era para ter sido a Eurocopa, mas Steve Mclaren conseguiu a proeza de não classificar a seleção inglesa para a competição.

Então, se Rooney deseja conquistar o prêmio, além de continuar em grande forma na sua equipe, precisa arrebentar na Copa do Mundo, para todo o mundo ver como está se saindo bem (mas, desta vez, sem comparações com Pelé, por favor). Como não é o jogador que costuma amarelar em grandes jogos, não aposto que isso vá acontecer durante o principal torneio de futebol. Mas garantir que levará a equipe ao bicampeonato com a ajuda de Lampard, Gerrard e cia é outra história…

Foto: globoesporte.com

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Azar de novato


E já faz uma semana que a Renault apresentou seu novo carro e sua nova dupla de pilotos para 2010. Pouco se falou sobre Robert Kubica, muito se falou sobre Vitaly Petrov, muito se falou sobre a nova pintura do carro da equipe (aliás, pintura belíssima, até porque acaba com a monotonia do excessivo uso da cor branca nos carros da F1 atual)...mas o que se falou sobre Romain Grosjean?

Pois é. O franco-suiço parece ter sido “expulso” da escuderia sem a menor cerimônia. Mas vamos ser sinceros: já parecia bem claro que Grosjean não permaneceria na equipe. Os boatos de que seria substituído já no GP do Brasil do ano passado e o fato de seu nome praticamente não ser lembrado pela própria Renault quando questionada sobre quem seria o companheiro de Kubica evidenciavam isso.

É verdade que seu desempenho na F-1 não colaborou para que o piloto tivesse seu talento reconhecido. Em 7 corridas, tudo o que conseguiu foi posições de largada muito ruins, momentos pífios na pista e causar temor nos outros pilotos, pois volta e meia se envolvia em confusões; além, é claro, de ter sua habilidade questionada e virar chacota após bater no mesmo lugar em que Nelsinho Piquet detonou seu carro em Cingapura. Enfim, um desempenho nada elogiável.

Romain Grosjean numa típica cena no ano passado...

Mas é estranho ver que Grosjean teve tão pouco sucesso na F-1 mesmo tendo tido um currículo de respeito até chegar à maior categoria do automobilismo. Foi campeão da F-3 Europeia e fez duas temporadas muito boas na GP2, com corridas de muito destaque. Mostrava ser um bom piloto e era bem agressivo, embora fosse um pouco estabanado, algo que ficou muito visível ao mundo todo no ano passado. Ou seja, não era tão mal piloto para se sair tão mal na F-1.

Mas há algo que parece ter sido determinante para seu fracasso em 2009: Grosjean foi estrear na categoria justo em um carro extremamente difícil de guiar. Um carro que somente um excelente piloto – Fernando Alonso, talvez o melhor da atualidade –, conseguia guiar (e mesmo assim precisando de todo o suporte possível da equipe). Um carro que quase queimou Heikki Kovalainen e que queimou Nelsinho Piquet, dois pilotos de muito destaque também na GP2. E por que, não, um carro que por pouco não queimou Lucas Di Grassi: isso só não ocorreu porque ele não chegou a pilotá-lo em corridas oficiais, mas o brasileiro reconheceu que era um bólido muito instável, que aumentava as chances dos pilotos cometerem erros e que talvez tenha sido bom não ter pego aquela verdadeira bomba justo para estrear na categoria.

É verdade que Grosjean, mesmo tendo um bom currículo que o creditasse a ter sucesso na F-1, poderia ter tido o mesmo pífio desempenho caso estreasse por outra equipe mediana. Poderia ter sido o mesmo desastre numa Williams, numa Toyota ou numa Toro Rosso. Porém, a já reconhecida fama dos últimos carros da Renault de queimar (ou pelo menos tentar queimar) pilotos iniciantes, justamente pelos seus carros difíceis de serem domados, mostra que a grande causa insucesso do franco-suiço deve ter sido por bomba que era o primeiro carro que pode dirigir. Embora bom piloto, Grosjean era um piloto muito suscetível a erros: logo, pilotar um carro que dava margem a erros era uma combinação bem perigosa justo no seu primeiro ano. E foi.

Infelizmente, a F-1 não costuma reparar injustiças. Nelsinho Piquet comeu o pão que o diabo amassou e está tentando reconstruir a carreira na Nascar. Romain Grosjean vai ter que se virar para provar que uma injustiça cometida contra ele também. Só não sei como.


Ameaça tripla – O escolhido para o lugar de Romain Grosjean, como já foi dito, é o russo Vitaly Petrov. Porém, talvez não esteja sendo muito bem visto pelos fãs da categoria: o novato chegou com 15 milhões de euros no bolso, fato que facilmente remeteu à época dos famosos “paydrivers”. Além de pagar para pilotar, geralmente eram bem fracos.

Vitaly Petrov ao lado de Romain Grosjean e Lucas Di Grassi, quando corriam na GP2, no pódio do GP de Monaco de 2009 (obs: viu que o Grosjean ganhava mesmo corridas por lá...)

Coisa que, pelo que mostrou nos dois últimos anos na GP2, não é. Depois de dois anos sem muito brilho, Petrov foi um dos que mais cresceu na categoria, sendo o vice-campeão da temporada passada. Foi um dos poucos que provaram que poderiam entrar na F-1, sendo facilmente batido por Hulkenberg mas batendo nomes como Lucas Di Grassi, Álvaro Parente, Pastor Maldonado e Kamui Kobayashi (esse, surpreendentemente, teve passagem nula por lá) com certa tranquilidade.

Porém, como qualquer um, terá de provar que tem condições de permanecer na categoria. Para isso, terá de domar uma Renault que ninguém sabe como está – talvez continue pronta para queimar novatos –, e terá de superar a desconfiança de todos. Mas antes fosse só isso. Todos sabemos que há um certo narrador em terras brasileiras que adorar pegar no pé de certos pilotos. E Petrov parece uma isca perfeita: um novato que certamente entrou porque tinha muito dinheiro. A princípio, típico estereótipo de um piloto fadado ao fracasso.

Não quero nem ouvir as primeiras críticas se já cometer um erro grave no Bahrein…

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sob outra ótica


Nos últimos tempos – mais precisamente desde o ano passado – estamos presenciando um fenômeno curioso: a volta cada vez maior, assim como cada vez mais prematura, das grandes estrelas brasileiras que se encontravam no exterior. Um fenômeno que começou a se intensificar com a ida de Ronaldo para o Corinthians e chegou às raias do impensável na última semana.

Com a volta de Robinho para o Santos (quem te viu, quem te vê...), temos agora os quatro atacantes quem foram para a Copa do Mundo de 2006 defendendo a seleção brasileira (Ronaldo, Adriano, Robinho e Fred) de volta ao país de origem justo no ano da Copa seguinte àquela disputada na Alemanha. Algo no mínimo curioso e que suscita diferentes interpretações.

Volta de Robinho é positiva para o futebol brasileiro, mas também é cercada de aspectos negativos típicos dos jogadores brasileiros

A positiva é óbvia: a volta dos jogadores “infelizes” – desculpa padrão dada pelos brasileiros para voltar ao país natal – aumenta o nível dos campeonatos aqui disputados. Jogadores bem mais talentosos disputam torneios em terras brasileiras e os deixam muito mais atraentes aos torcedores, que até se sentem mais motivados não só a assistí-los pela tv como a ir aos estádios somente para acompanhá-los.

Mas obviamente há a negativa. E ela não só pode, como é bem cruel. Como já foi discutido aqui, isso só mostra uma cada vez mais típica falta de profissionalismo dos jogadores brasileiros quando se encontram em situações adversas. Uma característica que cada vez mais queima o filme dos jogadores daqui.

O caso dos brasileiros citados anteriormente ilustra muito bem isso: Fred voltou com 25 anos e Robinho e Adriano, com 26. Todos com com muito tempo para jogar lá fora, serem contratados e brilharem por grandes times e conquistarem a Liga dos Campeões, ponto alto de qualquer jogador que joga na Europa. Só não incluo Ronaldo neste grupo porque já havia passado mais de 10 anos jogando em grandes clubes europeus, e, mesmo tendo alguns momentos de menor sucesso, fez bem o seu papel por lá– só não conseguiu conquistar a UCL.

E por que voltaram? Por motivos bem bobos. Desentendimentos com treinadores e companheiros de equipe, falta de oportunidades no time titular – sejam elas injustas ou não –, saudades do Brasil (assim como das farras e regalias só aqui vistas), inadaptação ao clima local…todos esses motivos e mais outros que no final se resumem a tal “infelicidade” já citada anteriormente. Ao invés de lutarem por um lugar no time principal, reverterem o jogo e conquistarem a confiança do treinador, entendendo essas dificuldades como algo que faz parte da caminhada para o sucesso no exterior, fazem justamente o contrário: batem o pé como se fossem crianças até conseguirem seus objetivos, criando situações extremamente frustrantes para os donos de clubes. Afinal, pensem no presidente da Internazionale tendo de liberar Adriano após apostar por dois anos na recuperação de uma ex-estrela da equipe? Ou no dono do Manchester City perdendo Robinho por um tempo depois de contratá-lo com status de estrela principal do time? Complicado, não?

Não quero passar a imagem de que sou totalmente contra a volta dos jogadores ao Brasil; de certa forma, é bom tê-los de volta, pois saem tão cedo que muitas vezes nem mostraram aos brasileiros o que podem render. O objetivo é ser contra a sua volta prematura e que se dá por motivos bobos, que sugerem falta de profissionalismo que cada vez mais caracteriza os brasileiros lá fora. E infelizmente isso é algo que não deve acabar tão cedo; na verdade, a volta tão cedo destes quatro atletas consagrados mostra que é até mesmo piorar.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Um resultado que serve de alerta


Sempre percebemos fenômenos curiosos no início de temporada aqui no Brasil, onde os Estaduais sempre são disputados antes do campeonato nacional. Se um time começa de forma arrasadora, logo se apressam em dizer que o momento vivido por tal time pode ser enganador, já que este é um momento em que muitos times ainda estão se encontrando; se começa mal, as críticas logo começam a pipocar por todos os lados. Se fazer colocações deste tipo é justo ou não, eu não sei, mas é um assunto que deve ser discutido em outra oportunidade. Fato é que, se uma equipe com um mínimo de tradição começa mal, ela deve abrir o olho – ainda mais quando se perde para um arquirrival pelo placar de 6 a 0.

Se o Botafogo, por não ter convencido nos jogos que disputou contra Macaé e Friburguense, ainda era visto com desconfiança pelos seus torcedores, imagine após a goleada sofrida para o Vasco no domingo. O que se viu em campo não era um time, mas sim um bando. Uma equipe completamente desorganizada, que não sabia colocar a bola no chão, apelava para os chutões e não conseguia acertar sua marcação nem nos momentos em que o adversário tirava o pé do acelerador. E nem adianta colocar a culpa exclusivamente em Eduardo: embora tenha sido expulso muito cedo, a equipe alvinegra já perdia por 1 a 0 e já dava sinais de que estava completamente bagunçado em campo. Enfim, foi um resultado que expôs os problemas do alvinegro carioca até este momento.

De qualquer maneira, não adianta mais lamentar pelo resultado trágico; resta somente pensar no que fizeram de errado até agora e trabalhar para que isso não aconteça. Ainda há muito tempo para isso, nem que se tenha que esquecer o Carioca e pensar já no Brasileiro ou na Copa do Brasil. A diretoria já tentou se mexer demitindo o técnico Estevam Soares.

Sim, é verdade que pode ter sido uma atitude injusta; na verdade, até mesmo uma atitude da diretoria mostrando que não aceita mais vexames, quando o certo seria apoiar o treinador e reconhecer que todos foram muito mal no clássico contra o Vasco, e não pegá-lo como bode expiatório. Porém, não é um dos maiores pecados do mundo demití-lo: mesmo não tendo um elenco muito bom em mãos, Estevam teve uma passagem não mais que razoável, sem muito brilho, pelo clube e até mesmo nos deixou perguntando se não era melhor terem mantido Ney Franco em meados do ano passado.

Resta agora ao novo técnico, Joel Santana, figura clássica no cenário carioca, assumir o comando da equipe. E ele já terá muito trabalho, e provará com isso que demitir o técnico não era a única solução. Isso porque, em míseros três jogos, o Botafogo já mostrou que possui um elenco fraco – talvez pior do que o do ano passado. Parece que o clube não aprendeu a lição do ano passado e ainda não conseguiu os reforços necessários para montar um bom time. Herrera, Antonio Carlos, Renato e Somália até parecem ser úteis, mas não serão suficientes. E depositar todas as fichas em “El Loco” Abreu, um jogador consagrado na seleção uruguaia mas que nunca se firmou em clube algum na Europa, é uma atitude arriscadíssima, ainda mais quando a torcida o eleva ao status não só de ídolo como também de craque da equipe.

Aliás, o Botafogo precisa fazer uma análise profunda do seu elenco. Há jogadores que estão extremamente desgastados no clube e que não rendem mais nada – se é que já renderam. Alessandro não joga bem há tempos e cada vez mais é vaiado pela torcida; o lateral não consegue mais se acertar no clube assim como Lúcio Flávio, que também não é visto com bons olhos pela torcida e não consegue reeditar as boas atuações de 2006 e 2007, estando muito longe daquele que já foi considerado o maestro do time. Fahel é um volante que não faz nada de útil em campo, a não ser muitas faltas. E não entendo como a diretoria ainda não cansou de dar chances ao volante-zagueiro-lateral-mas que não faz nada de útil Eduardo.

Joel Santana deve estar rezando para o Botafogo conseguir bons reforços. Porque se não conseguir...

Diante de tantos problemas, o ex-treinador da África do Sul terá que quebrar a cabeça para montar uma boa equipe. Deverá ter como missão não só arrumar o time como também acertar o sistema defensivo da equipe, o que parece uma questão de honra para o clube no momento, já que é o setor fragilizado após a goleada sofrida no domingo. Talvez este não seja um grande problema para o comandante, já que é conhecido justamente por arrumar sua defesa para depois pensar no ataque. O problema maior talvez será conseguir reforços; não qualquer um, mas sim de qualidade. Isso porque o Botafogo vem adotando desde o ano passado uma política de reforços baratos. Uma política até louvável, mas perigosa e que quase rendeu ao clube sua segunda queda para a segunda divisão. Se o clube continuar adotando tal medida e só pechinchar no mercado, pode acabar tendo um destino pior em 2010, já que o elenco atual, em poucas partidas, já mo strou que não é bom o suficiente para fazer uma boa temporada.

Foto: esportes.terra.com.br