segunda-feira, 30 de março de 2009

Isso aí é mesmo o Brasil?

Se não fosse pelo camisa 1 desta equipe, muito provavelmente a seleção brasileira sairia de campo derrotada ontem

Os espectadores da partida entre Brasil e Equador, disputada em Quito, estiveram muito perto de ver um dos resultados mais injustos da história do futebol nos últimos tempos. Afinal, a Seleção nunca foi superior ao adversário durante os 90 minutos de jogo e não merecia a vitória nem por decreto. Pode-se dizer que o empate, de um gol para cada lado, foi mesmo o melhor resultado.

O Brasil só não saiu derrotado por causa de dois fatores. O primeiro deles foi Júlio César. O goleiro da Inter de Milão provou no domingo porque é considerado um dos melhores da sua posição no momento (no mínimo está entre os 5 primeiros). Com intervenções salvadoras, o camisa 1 da Seleção livrou a equipe de Dunga de um resultado até mesmo vexatório. Através de atuações como essa, mostra que cada vez mais está atingindo seu auge e se livrando do rótulo de ótimo goleiro mas sujeito a falhas terríveis a qualquer momento, algo que acontecia muito quando defendia o Flamengo. Foi disparado o melhor do jogo, e talvez o único que tenha atuado realmente bem pelo time visitante.

E o outro fator foi a pontaria. Aliás, como chuta mal essa seleção equatoriana! Me lembrou a equipe colombiana, que em outubro do ano passado chegou a dar sufoco na seleção brasileira em pleno Maracanã e só não saiu de lá com a vitória porque também pecou demais nas finalizações. Perdi a conta das vezes em que os jogadores da equipe da casa desperdiçaram chances incríveis, até mesmo nos momentos em que Júlio estava batido, ou cobraram muito mal faltas próximo a área, mandando a bola para longe. O que eles tinham de velocidade e empenho tinham de incompetência para mandar a bola para as redes. E só não disse anteriormente que o resultado justo seria a vitória do Equador porque os inúmeros gols perdidos serviram de castigo a eles.

Mas não há como deixar de falar sobre a má atuação brasileira. Parecia que a equipe de camisa azul era time pequeno, tamanho bombardeio a recuada Seleção tomava. Deu inúmeros espaços no primeiro tempo (o meio campo foi uma verdadeira mãe), cedeu várias vezes à forte marcação imposta pelos adversários, que não temiam em chegar duro nas jogadas, e mal conseguiu trocar passes, sempre dando a bola de presente para o Equador armar uma nova jogada; continuou sendo pressionado no segundo, e mal aproveitou os poucos contra ataques que tinha a sua disposição, mesmo em situações de mano a mano. A situação melhorou um pouco com a entrada de Julio Baptista, que, por se destacar pelo seu porte físico, incentivou mais ataques surpreendentes, como pode ser visto no gol brasileiro. Mesmo assim, o aproveitamento foi muito abaixo das expectativas. A altitude não serve de desculpa para a sonolência e lentidão da Seleção em campo, pois o que se viu foi apatia mesmo.

E falando em ataque, como deixar de lado o pífio desempenho de Ronaldinho Gaúcho? Uma partida simplesmente pavorosa; quem ficou 10 anos fora do planeta Terra não iria imaginar nem em sonhos mais distantes que aquele já foi considerado duas vezes o melhor do mundo. Assim como boa parte da Seleção, esteve apático, mas ele parecia o pior: não corria, perdia bolas fáceis, enfim, parecia totalmente disperso do jogo. Robinho pouco fez. E então Luis Fabiano ficou isolado no ataque, sem ser municiado durante boa parte do jogo.

A Seleção precisa melhorar e muito, pois talvez nem na derrota para o Paraguai a equipe de Dunga tenha atuado tão mal assim. O Brasil que entrou em campo ontem não parecia Brasil nem aqui, nem no Equador, nem na China; e dessa maneira, nem na África do Sul vai parecer.

Foto: www.cbf.com.br

domingo, 29 de março de 2009

A festa é da Brawn GP

Os dois carros da Brawn GP fazendo dobradinha no grid de largada e na classificação final. Pódio completado por Jarno Trulli, da Toyota. Medalhões largando lá atrás e suando para chegar na zona de pontuação. Lewis Hamilton e Felipe Massa duelando pela 10ª posição. Ferrari e Mclaren tendo um desempenho sofrível nas ruas de Melbourne. Enfim, quem chegou em casa após a tradicional balada de sábado e viu tudo isso pensou que havia exagerado na bebida. Afinal, era difícil de acreditar que os papéis haviam se invertido na F-1 tão repentinamente.

Uma merecida comemoração da Brawn GP no pódio; vitória na estreia da equipe certamente não é para qualquer um

E o pior é que aquilo tudo não era devaneio. A Brawn GP mostrou que não estava blefando e fez dobradinha na Austrália, com Button em primeiro e Barrichello em segundo. Foi fantástico ver uma equipe que, após muito esforço, se manteve na F-1 depois da debandada da Honda. Um verdadeiro prêmio para Ross Brawn, que talvez mais do que ninguém tenha se lutado para manter a equipe na ativa; para os funcionários da escuderia, que trabalharam no carro durante meses sem a certeza de que ele entraria na pista; para o vencedor da corrida (aliás, venceu com sobras, apenas sofrendo leve pressão de Vettel em alguns momentos), que passou momentos de angústia sem saber se correria em 2009; e para Rubens, que foi dado como aposentado por muitos e fez uma boa prova, mesmo que com alguns erros. Podem encontrar dificuldades do meio da temporada em diante, mas pelo menos promete bons resultados nesse começo de campeonato.

A largarda na Austrália novamente foi tumultuada: Barrichello danificou sua asa dianteira, Webber, Heidfeld e Sutil tiveram de ir aos boxes e Kovalainen teve de abandonar

Aliás, o piloto com maior número de corridas na F-1, tantas vezes taxado de azarado, não pode mesmo reclamar da sorte. Para começar, ganhou a concorrência com Bruno Senna por um lugar na equipe graças a sua necessidade desta de se ter um piloto experiente. Na pista, após largar mal e cair para 7º, danificou sua asa dianteira 2 vezes (uma delas numa tentativa de ultrapassagem precipitada em cima de Raikkonen) mas não foi tão prejudicado por isso. Na 5º posição e já no final da corrida, aproveitou o mal desempenho de Rosberg com os pneus macios para subir um posto e ainda foi contemplado com os abandonos de Vettel e Kubica para pular para 2º. Até pareceu que os deuses do automobilismo quiseram compensar todo o azar despejado em Rubens nos últimos anos.

Ao contrário da Brawn GP, Mclaren e Ferrari merecem críticas depois do ruim desempenho mostrado na Austrália. A primeira mostrou que, assim como a ex-Honda, não estava blefando; o carro nasceu ruim mesmo. Já a segunda, apenas um pouco melhor que os rivais de Woking, viu seus dois pilotos abandonarem. Dessa maneira, é de se elogiar as atuações de Massa e Hamilton: o brasileiro conseguiu se manter nas primeiras posições até ficar lento na pista e ser obrigado a parar; já o atual campeão, depois de largar em 18º, surpreendeu s os que achavam que veriam diversas besteiras do inglês ao fazer uma corrida prudente, fazendo as necessárias ultrapassagens sem se precipitar e levando seu pobre carro a um ótimo 4º lugar (mais tarde, pularia para 3º, com a punição de Trulli).

A Toyota teria tudo para comemorar depois de ver seus carros largando na última fila, mas Trulli foi punido após a corrida por ultrapassagem irregular e caiu de 3º para 12º; restou a equipe se contentar com o 4º lugar de Glock

Outra equipe que decepcionou foi a Williams. Depois de surpreender nos treinos livres, viu Nakajima se chocar contra o muro ainda na 18ª volta e Rosberg chegar apenas em 6º, sendo que perdeu várias posições no final da corrida em razão do seu péssimo desempenho com pneus macios. Aliás, esse conjunto de pneus se mostrou um verdadeiro horror em Melbourne, se deteriorando rapidamente; Massa, Raikkonen e Hamilton tiveram de antecipar suas primeiras paradas, por exemplo.

Com a confusão na largada, Nelsinho Piquet pulou para 9º, mas abandonou após ter problemas nos freios. Enquanto isso, Alonso levou sua fraca Renault até um honroso 5º lugar

Um piloto que merece destaque é o suíço Sebastian Buemi. Contestado por alguns por acharem que não fez tanta coisa de especial para entrar na F-1, o único rookie do ano fez uma corrida discreta no bom sentido da palavra: não brilhou, mas também não cometeu erros e foi correto o suficiente para, em 7º, conquistar dois pontos logo na sua estreia. E ainda ficou a frente de seu companheiro Bourdais, uma posição atrás.

Por fim, não há como não ficar satisfeito com as diversas ultrapassagens vistas nessa movimentada corrida. Tomara que isso seja mesmo uma amostra de que as novas mudanças impostas pela FIA tenham dado certo. Porém, por mais que a essência da categoria seja as ultrapassagens, não é preciso ter tanta sede ao pote como Kubica teve ao tentar passar Vettel (e nem forçar tanto para defender a posição) já no fim da corrida. Ao forçarem demais, colidiram-se, abandonaram e estragaram as belas corridas que haviam feito.

Mais uma vez a Force India não conseguiu aproveitar uma corrida movimentada para pontuar pela primeira vez na F-1: Sutil foi 9º e Fisichella, 11º

Fotos: www.gpupdate.net

sábado, 28 de março de 2009

O GP mais curto da história da F-1

Durante um bom tempo o GP da Austrália, ao contrário do que ocorre atualmente, foi encarregado de encerrar a temporada da F-1; mais precisamente entre 1985 e 1995, quando a prova ainda era disputada em Adelaide. O circuito que abrigou os épicos desfechos dos campeonatos de 1986 e 1994 também entrou na história da categoria por ter sediado a sua prova mais curta, no ano de 1991.

A F-1 chegou a Adelaide com seu campeão já definido, pois Ayrton Senna havia assegurado seu tricampeonato na corrida anterior, no Japão, logo após Nigel Mansell abandonar a prova na 19º volta. Alain Prost não correria na Austrália, pois havia sido demitido pela Ferrari após uma temporada decepcionante, sendo substituído por Gianni Morbidelli . Na pista, as Mclarens de Senna e Gerhard Berger preencheram a primeira fila, seguidos pelas Williams de Mansell e Ricardo Patrese e pelas Bennetons de Nelson Piquet e Michael Schumacher. Mauricio Gugelmin, na sua última corrida pela Leyton House, conseguiu o 14º tempo e Roberto Moreno, chamado pela Minardi, o 18º.

Porém, um verdadeiro dilúvio caiu em Adelaide na hora da corrida. E se alguém ainda não acreditava que as condições da pista eram as piores possíveis, ninguém teve dúvidas disso quando a largada foi dada. Era muito difícil ver algum carro após a Mclaren de Senna, que manteve a liderança, tamanho spray era levantado. Dessa maneira, os acidentes não demorariam a acontecer.

Logo na 5ª volta, Mansell, após superar Berger depois de um erro do austríaco, já havia colado em Ayrton e se preparava para assumir a liderança numa ultrapassagem na reta Brabham quando foi obrigado a recolher o carro; afinal, Nicola Larini e Jean Alesi haviam batido e estavam atravessados na reta, obrigando o inglês a esperar mais um pouco para conquistar a 1ª posição. Na 8ª volta, a Minardi de Pierluigi Martini aquaplanou no mesmo local, o que fez seu carro repentinamente bater no muro.

Os retardatários começavam a aparecer, e o inglês da Williams continuava a perseguir Senna sem conseguir ultrapassá-lo até uma chuva torrencial cair novamente sobre o circuito. Diversos pilotos começaram a rodar, entre eles Mansell, Alboreto e Berger (este duas vezes na mesma volta). Ayrton, dentro do carro, começa a fazer gestos para que a corrida fosse ser interrompida, o que ocorreu na 16ª volta. Sem condições de ser reiniciada, mesma é dada como encerrada, sendo que apenas 14 voltas são computadas. Assim sendo, os seis primeiros colocados são: Senna, Mansell, Berger, Piquet, Patrese e Morbidelli. Como a prova, que teve duração de apenas 24 minutos, foi terminada antes de 75% dela ter sido completada, os que pontuaram receberam apenas metade dos pontos.

Ayrton Senna e Gerhard Berger no pódio do GP da Austrália de 1991; Nigel Mansell não compareceu à premiação por ter sido mandado para o hospital após ter se machucado depois de sua Williams rodar quando a chuva apertou

A corrida com transmissão da Rede Globo tem algumas curiosidades. O tema da vitória só foi tocado durante a premiação no pódio. Durante a prova, Reginaldo Leme comenta sobre uma possível ida de Nelson Piquet para a Ferrari no ano seguinte. Já quando Senna pedia a interrupção do GP, Galvão Bueno repete algumas vezes que o brasileiro toma tal atitude “com sua autoridade de tricampeão”. E quando o locutor vê um furioso Patrese correndo até os diretores de prova afim de pedir o fim desta, diz que o italiano está indo lá “com sua autoridade de piloto com o maior número de corridas na F-1”. Curiosamente, justo naquele dia um jovem brasileiro que havia sido campeão da Fórmula 3 Inglesa naquele ano comentava a prova; mal sabia ele que anos depois seria o detentor desta marca...

Além de ter sido a corrida mais curta da história da F-1, o GP da Austrália de 91 foi também o último de Nelson Piquet na categoria. Segundo o livro “Ayrton: O Herói Revelado” (que por sua vez cita o livro "The Mechanic’s Tale" – "Histórias de Mecânico", em português), o brasileiro, ao ver sua carreira encerrada daquela maneira, sem aproveitar as últimas voltas sabendo que aquilo não se repetiria novamente, pediu ao seu engenheiro Giorgio Ascanelli para dar mais uma volta no circuito, mesmo este já estando fechado. Ao insistir, o tricampeão teve de ouvir a seca resposta: “Não Nelson, a pista já está fechada. Não podemos deixar e você sabe disso. Não há nada que possamos fazer. As bandeiras vermelhas já estão lá. Vamos para casa, Nelson.”

Foto: www.jamd.com

quarta-feira, 25 de março de 2009

Caindo pelas tabelas

Talvez a vida de intruso tenha acabado. O Aston Villa, que até a pouco tempo vinha aproveitando a sequência ruim de resultados do Arsenal para ficar na quarta posição da Premier League e já se aproximava de um Chelsea que cada vez mais caía de produção nas mãos de Scolari, inexplicavelmente perdeu rendimento e já se vê fora da zona de classificação para a próxima Liga dos Campeões: no momento, está em quinto, três pontos atrás dos Gunners, e já vê o Everton, quatro pontos atrás, pelo retrovisor.

Se antes parecia cada vez mais difícil uma recuperação do time de Arsene Wenger, tendo em vista as más performances de sua equipe e a boa sequência de resultados do Aston Villa, parece que agora a situação se reverteu. O Arsenal recebeu um belo upgrade com a chegada de Arshavin e ganhou seus últimos 3 jogos, após uma incrível e inusitada série de 5 empates, sendo 4 deles sem gols; enquanto isso, o time de Martin O’Neill, após passar 13 partidas sem perder, não vence há 5, tendo perdido 4 , com direito a empate em casa contra o fraco Stoke City e goleada sofrida para o Liverpool por 5 a 0 fora de seus domínios.

Essa brusca queda mostra que o clube de Birmigham realmente estava no seu auge, ou seja, no melhor de sua forma, durante sua série de jogos invictos, aproveitando assim os tropeços do Chelsea e a os diversos problemas que dificultam a trajetória do Arsenal até então para conseguir uma excelente posição na tabela. Estando agora na reta final de campeonato, a equipe parece perder força, aquela chegada que muitas vezes falta aos times azarões nos campeonatos de pontos corridos. Um exemplo disso é o jovem atacante Gabriel Agbonlahor: o inglês, um dos principais jogadores do time junto com o meia Gareth Barry e o promissor Ashley Young, marcou 11 gols nessa temporada; porém, apenas dois desde metade de dezembro.

Se a equipe deseja se recuperar nessas últimas 8 rodadas e conquistar a tão sonhada vaga para a Liga dos Campeões, terá de suar muito a camisa: seus próximos jogos serão contra o mordido (ou abalado, se quiser) Manchester United em Old Trafford e Everton e West Ham em casa. Além desses confrontos difíceis, talvez precisará torcer por tropeços dos em boa fase Arsenal e Chelsea (que começou a se reerguer no campeonato justamente ao vencer o Aston Villa fora de casa e acabar com a série invicta deste). Como os dois clubes londrinos ainda disputam a UCL e então poderão se atrapalhar por estarem em duas competições importantes ao mesmo tempo, podem perder pontos importantes e dar um último alento ao time da terra do Black Sabbath. Mesmo assim, os comandados de O’Neill não podem perder tempo e devem melhorar o mais rápido possível antes que seja tarde demais.

domingo, 22 de março de 2009

Vitória incontestável

Elton marcou o primeiro gol do Vasco na merecida vitória de sua equipe e perdeu outras boas oportunidades durante o jogo

Naquele que pode ter sido o único jogo entre as duas equipes esse ano, o Vasco aproveitou melhor as chances que teve e derrotou merecidamente o Flamengo por 2 a 0, algo que não acontecia há 2 anos, quando venceu o rival por 3 a 0 na mesma Taça Rio.

Depois de ambas as equipes perderem muitas chances no primeiro e no segundo tempo (esses atacantes precisam de treinos de finalização urgentes; é por essas e outras que Ronaldo vai ser rei aqui no Brasil...), o Vasco aproveitou o fato de estar com um a mais, quando o Fla já tinha dois jogadores expulsos, e marcou o primeiro gol aos 11 do segundo tempo, com Élton; 5 minutos depois, quando ambos os times só tinham 9 jogadores em campo, Jefferson aproveitou um excelente contra ataque e ampliou.

Aliás, não há como falar desse jogo sem citar a atuação do árbitro Luiz Antônio Silva dos Santos, também conhecido como Índio. Expulsou 5 jogadores (3 do Vasco e 2 do Flamengo), além do técnico Cuca. Na minha opinião, foi um pouco rigoroso ao dar o segundo cartão amarelo a Willians e a Ramon, assim como ao expulsar Leo Moura após falta no lateral esquerdo vascaíno: merecia sim receber o amarelo, mas não achei a infração tão grave a ponto do camisa 2 do Fla receber o vermelho direto. Porém, embora tenha achado que tenha sido um pouco rigoroso, as expulsões não chegaram a ser absurdas, passíveis de eternas reclamações. Só mesmo sua postura autoritária, que faz com que amarre demais o jogo e distribua muitos cartões, alguns até desnecessários, principalmente quando estes são aplicados, segundo o juiz, por reclamação.

A vitória no jogo de hoje dá ainda mais créditos ao bom trabalho de Dorival Júnior no Vasco. Mesmo estando num clube cheio de problemas e tendo em mãos um elenco limitado, o treinador consegue colocar um time muito bem armado em campo; o resultado é a evolução vista desde o primeiro jogo e que já resultou nas vitórias em clássicos contra Botafogo e Flamengo. Prova disso foi a postura da equipe quando o jogo estava 2 a 0, fechando-se muito bem, tentando dar o mínimo de espaço possível ao adversário (que estava desorganizado, diga-se de passagem) e apostando nos contra ataques. A única falha da equipe talvez tenha sido as finalizações, que realmente foram muito ruins, inclusive as do artilheiro e já citado Élton.

Quanto ao Flamengo, Willians, sobre uma possível derrota nesse clássico, disse durante a semana: “vai cair o mundo”. E parece que acertou em cheio. Na terceira posição e fora da zona de classificação para as semifinais da Taça Rio, o Fla deve passar por dias de muita tensão. A pressão em cima de Cuca deverá ser enorme, e boatos de demissão poderão surgir. Sinceramente, não acho que o treinador é o principal culpado: o clube passa por uma grave crise financeira, os dirigentes não se entendem, jogadores passam por má fase, entre outros problemas. Porém, é verdade que o técnico não consegue dar um padrão de jogo a essa equipe; muito pelo contrário, parece que ela só regride. Isso para não falar que as vezes o time parece atuar sem vontade e confiança. Já estamos no final de março, e com tantos bons jogadores a disposição, deve haver uma maneira de se fazer essa equipe jogar e convencer. Se o clube não se classificar para a próxima fase dessa competição, muitas cabeças vão rolar. E não quero nem imaginar como a torcida, que não anda satisfeita, vai reagir...

Foto: www.lancenet.com.br

sábado, 21 de março de 2009

Cuidado com a debandada

Que o momento do Flamengo não é bom é surpresa para ninguém. Com graves problemas financeiros e salários atrasados, o clube praticamente se vê obrigado a se desfazer de alguns jogadores para cortar gastos.

Como muitos jogadores não estão fazendo a diferença ultimamente e já são até perseguidos pela torcida, muitos vêem uma debandada no meio do ano, quando a janela européia se abrirá, como algo natural; Bruno, Léo Moura e Juan já parecem ter sido sondados por clubes internacionais e tem gente que dá graças a Deus por eles estarem saindo. Porém, é preciso tomar muito cuidado com as possíveis vendas a serem feitas.

Jogando bem ou não, o Flamengo ainda tem um dos melhores elencos do país, que permite ao seu torcedor sonhar com uma temporada decente. Uma debandada geral faria com que o nível da equipe caísse absurdamente, justo quando o rubro-negro carioca voltava a formar uma equipe capaz de lutar por títulos nacionais.

É muito importante analisar bem cada caso. Por exemplo, a saída de um ou outro volante ou zagueiro não seria tão maléfica ao time, pois a equipe já dispões de inúmeras peças para essas posições. Porém, a saída de muitos jogadores de um só setor ou daqueles carentes (como o ataque) pode enfraquecer ainda mais a equipe.

Um exemplo disso é o trio Kléberson, Jonatas e Ibson. Volantes de qualidade, nenhum dos três vive bom momento; o segundo mal é reserva e o terceiro não possui uma boa seqüência de jogos desde o ano passado, tendo enganado ao fazer umas apresentações muito boas no final do Brasileirão, principalmente quando fez 3 gols no Palmeiras na vitória por 5 a 2. Como o primeiro nunca rendeu o esperado na Gávea e os dois últimos estão emprestados, talvez fosse uma ótima ideia se livrar dos três e ver a folha salarial do elenco reduzida consideravelmente. Porém, a saída dos três deixa o time sem aquele jogador que ajuda na marcação e sabe sair bem para o jogo, sendo o elo da defesa com o ataque; concordo que manter todos no momento é um absurdo, mas pelo menos um deve ficar, para que não se perca essa peça importante que pode fazer a diferença em jogos mais duros.

Muitas vezes, principalmente nos momentos de maior irritação, quando se reclama da falta de amor a camisa e logo se remete ao passado, falam em apostar na base, enchendo o time de jogadores provenientes de lá. Porém, essa também é uma opção muito arriscada: além dos bons nomes que surgiram nas categorias de base do Fla já terem sido vendidos (como Pedro Beda, Fabricio e Michel), o clube não vem se destacando muito na formação de talentos; por exemplo, as últimas participações na Copa São Paulo de Juniores foram apagadas. E ainda há a possibilidade de queimar os garotos, que entrarão cedo demais e correm o risco de sentir a pressão; se Juan, hoje zagueiro da Roma e da Seleção, teve sua carreira ameaçada por isso, imagine outros jogadores de nível inferior?

Se a reposição for necessária em caso de saída, ou ela será mal feita ou será montada com loucuras como a que Kléber Leite fez ano passado após perder Renato Augusto, Marcinho e Souza; exatamente o que o Flamengo não precisa no momento. Então, que os dirigentes avaliem bem as propostas para que o clube reduza seus custos, o nível da equipe não caia assustadoramente e o rebaixamento não volte a figurar no vocabulário rubro-negro.

terça-feira, 17 de março de 2009

Se queriam causar polêmica...

...conseguiram. E das brabas, de deixar muita gente inconformada. Justo quando a F-1 vinha melhorando, voltando a ganhar mais destaque com disputas e surpresas nas pistas, decisões de campeonato emocionantes e por aí vai, a FIA pode ter colocado tudo a perder ao mudar o sistema de pontuação do campeonato. Aliás, mudar radicalmente, porque o campeão não será mais decidido pelo número de pontos, e sim pelo número de vitórias.

Pelo menos a princípio acho a decisão precipitada. Se num campeonato de pontos o campeão é decidido pelo número de vitórias, mesmo em situações incomuns (todo mundo já citou o exemplo de um piloto que, numa temporada maluca, faça apenas 20 pontos ao vencer duas vezes e ganhe o título pelo fato de todos os outros só terem vencido 1 ou nenhuma vez), de que diabos servem os pontos? Prêmio de consolação ao segundo colocado?

Se querem priorizar a luta pela primeira posição, talvez tenham tocado no ponto errado. Quantos campeões a F-1 já teve por saberem usar a cabeça e optarem pela regularidade, preferindo um segundo ou terceiro lugar do que lutar como um tarado pela liderança até bater no muro? Além disso, se querem mesmo que a luta pela vitória aumente, devem pensar numa maneira de tornar a diferença entre equipes grandes e pequenas, que no momento é absurda, menor. Aí sim as disputas aumentarão.

Poderíamos analisar inúmeras situações para testar essa nova regra, mas a discussão seria muito, mas muito longa. Melhor deixar a temporada começar e, diante das situações que aparecerem, confirmar se a mudança melhorou ou piorou a categoria. Ou então, ver as reviravoltas que essa mudança provocaria em campeonatos passados e daí tirar um conclusão sobre isso tudo que agitou o mundo da F-1 hoje. A princípio, acredito que seria muito melhor aceitar a proposta de mudança no quadro de pontuação da FOTA, que, assim como querem os que criaram a nova regra, prioriza as vitórias. Como eu e nada somos a mesma coisa para a FIA...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Pós jogo: Man Utd x Liverpool

O jogo entre Manchester United e Liverpool mostrou que há sim maneiras de se parar os comandados de Sir Alex Ferguson, num momento em que quase se considerava os Red Devils invencíveis.

Disciplinado, tentando priorizar a posse de bola, marcando muito bem (mesmo tendo recuado demais em momentos do segundo tempo) e aproveitando com perfeição as falhas dos rivais, o Liverpool não só venceu como goleou o Manchester United em pleno Old Trafford por 4 a 1. Uma verdadeira aula de como se deve encarar o atual bicho papão europeu, principalmente no que diz respeito a aproveitar as brechas dadas.

Com essa vitória e com o bom retrospecto recente do time da terra dos Beatles, pode-se até mesmo considerar o Liverpool, assim como o Barcelona, a equipe que pode parar o Man Utd na tentativa de conquistar todos os torneios que disputou nessa temporada (já venceu o Mundial de Clubes, a Copa da Liga, é líder da Premier League e é um dos favoritos, se não o, aos títulos da Liga dos Campeões e da Copa da Inglaterra). Taxado como um time “copeiro”, graças a especialidade de Rafa Benitez em competições de mata-mata, Gerrard, Torres e cia podem surpreender num eventual encontro na UCL, assim como o Barcelona, contando com seu poderoso trio de ataque e o suporte do ofensivo Daniel Alves e dos ótimos meias Xavi e Iniesta, podem fazer frente aos Red Devils. Porém, os Reds também possuem seus defeitos, e por vez ou outra tropeçar diante de adversários de menor expressão podem não alcançar o Manchester United no topo da classificação do Campeonato Inglês.

E não deverá ser uma derrota, por mais pesada que tenha sido, que acabará com as pretensões do Manchester United. Embora o Liverpool tenha atuado muito bem, é verdade que o Manchester esteve num dia atípico, com a defesa tendo uma atuação horrorosa, com destaque para a pavorosa atuação de Vidic (que participou diretamente de dois gols do adversário) e o ataque, diante de uma defesa forte, sem conseguir produzir muito. Enfim, um dia para ser esquecido

Mesmo com seu futebol pragmático mas eficiente, a equipe de Ferguson vem fazendo uma temporada espetacular: por exemplo, vinha de 11 vitórias seguidas na Premier League, ainda possuem a melhor defesa do torneio, junto com Chelsea (ambas sofreram apenas 16 gols) e não perdia há 4 meses, o que é uma marca muito expressiva. É um time que possui um excelente goleiro, uma defesa segura, um ataque muito produtivo e um elenco que dá a seu técnico inúmeras formas de escalar a time. Se a diferença para Liverpool e Chelsea no Campeonato Inglês caiu de 7 para 4 pontos, o atual líder do torneio ainda possui um jogo a menos em relação aos demais. Do mesmo jeito que a derrota é um alerta para os próximos jogos, não retira do clube a condição de favorito para os campeonatos que disputa, por tudo já feito até agora.

sábado, 14 de março de 2009

Desprezados

Em semana de convocação para a seleção brasileira, algo que sempre traz discussões sobre quem deveria ou não ser convocado, dois jogadores chamaram a minha atenção por serem desprezados por diferentes motivos. Coincidentemente, ambos são laterais-esquerdos, posição carente na atual Seleção.

Fábio Aurélio comemora seu gol pelo Liverpool em cima do Manchester United; até quando o lateral vai ficar sem receber uma oportunidade na seleção de Dunga?

Se há outro jogador que não entendo porque não é convocado além dos volantes esquecidos por Dunga, como Denilson, Ramires e Hernanes, esse jogador é o lateral-esquerdo Fábio Aurélio. Se o técnico da Seleção diz que assiste todos os campeonatos e está de olho nos que se destacam mundo afora, como não perceber as boas atuações do camisa 12 do Liverpool? Defende e ataca com eficiência, pega muito bem na bola, o que resulta em ótimos passes e cruzamentos para seus companheiros, e ainda é uma ótima opção nas bolas paradas, como mostrou no jogo de hoje do seu clube contra o Manchester United, quando marcou um belo gol de falta e sepultou qualquer chance de reação do adversário. Está atuando com maior regularidade nessa temporada, livre das frequentes contusões que volta e meia atrapalham sua carreira, e acima de tudo está em boa forma há um bom tempo, ao contrário de Kléber, que só voltou a jogar bem agora (segundo Dunga, porque confesso que não sei como está jogando no Internacional).

Assim como Fábio Aurélio, Gustavo Nery é um outro jogador desprezado; porém, esse está em pior situação, pois mal consegue se firmar em um clube. E não sem razão. Depois de se destacar na campanha vitoriosa do Corinthians no Brasileirão de 2005, seu rendimento caiu assustadoramente, o que lhe rendeu a não convocação para a Copa do Mundo de 2006 e passagens pífias pelo próprio Corinthians, Zaragoza, Fluminense e uma apagada pelo Internacional. Agora, está saindo do clube gaúcho e se transferindo para o Santo André. Mas enquanto não voltar à velha forma e continuar desligado em campo, se transferir para clubes de menor tradição, com todo respeito ao Ramalhão, será uma constante na carreira do atleta daqui para a frente. Do jeito que está, pode ficar bem longe da Seleção mesmo...

Foto: globoesporte.com

quinta-feira, 12 de março de 2009

Predomínio inglês

Ibrahimovic e seus companheiros da Inter caíram diante do Manchester United de Ferdinand e cia e contribuiram para o sucesso inglês e o fracasso italiano na atual edição da UCL

É quase impossível não perceber o poderio inglês ao observar a lista de classificados para as quartas de finais da Liga dos Campeões. Dos oitos times que passaram para essa fase, metade é proveniente da Terra da Rainha; ou seja, os quatro clubes ingleses que entraram na competição ainda estão vivos na luta pelo título, ao lado de dois espanhóis (Barcelona e Villarreal), um português (Porto) e um alemão (Bayern de Munique).

É bom lembrar que nenhum dos quatro times da Inglaterra, teoricamente, teve moleza nas oitavas de finais. O Liverpool teve a tarefa mais fácil porque encarou a tradicional mas decadente na UCL Real Madrid, conseguindo não só vencer fora como golear em casa. Enquanto isso, Chelsea, Arsenal e Manchester United tiveram duros confrontos contra os italianos Juventus, Roma e Internazionale, mas alcançaram a tão sonhada classificação. E o time de Alex Ferguson derrotou uma equipe que, no momento, é considerada uma das melhores da Europa, assim como os próprios Red Devils e o Barcelona.

Nesse cenário, não será nenhuma surpresa vermos algo parecido com o que aconteceu na temporada passada, quando três ingleses estavam nas semifinais da UCL e a final foi totalmente inglesa. O único inglês que havia ficado no meio do caminho havia sido eliminado justamente por um clube do mesmo país (no caso, o Liverpool eliminou o Arsenal, num dos melhores jogos daquela edição da Liga dos Campeões).

Porém, enquanto os clubes ingleses dão show na maior competição da Europa, a seleção inglesa ainda tenta evoluir, depois de uma campanha ruim na última Copa do Mundo e a não classificação para a Euro 08. Ao mesmo tempo em que os clubes ingleses montam fortes equipes, a seleção do país sofre para montar uma eficiente e com reservas a altura dos titulares; talvez atrapalhe muito o fato do campeonato nacional estar recheado de estrangeiros, a ponto das grandes equipes (principalmente o Arsenal, devido a sua política de priorizar jogadores jovens, não importa de onde eles sejam) muitas vezes atuarem apenas com dois, um, ou até nenhum inglês na formação titular, o que acaba por impedir a formação de novos talentos. Isso para não falar que o técnico contratado para dar um jeito no English Team também é estrangeiro.

E contra a maré vem o futebol italiano. Nenhum nenhuma equipe da Itália está entre as oito melhores da Europa no momento; além disso, equipe tida como a grande força do país, a Inter, não conseguiu ser superior ao Manchester em Old Trafford. As pessoas perdem cada vez mais o interesse pelo campeonato local, os clubes de lá cada vez mais tem menos sucesso na UCL, exceto as ótimas campanhas do Milan que fizeram com o que o clube rossonero chegasse a duas finais nos últimos 4 anos, e a Azzurra também vem mal das pernas, ainda tentando se recuperar e se reformular após uma pífia campanha na Euro 08.

Foto: www.bbc.co.uk

OBS: Pessoal, este blog às vezes tende a ficar meio desatualizado quando volto às aulas da faculdade. Porém, mais uma vez estou envolvido com concurso público; o problema é que dessa vez a situação é mais séria, pois acabei entrando num cursinho. Ou seja, passo quase o dia todo fora de casa, dividindo meu tempo entre faculdade, cursinho e estudos em casa. Como continuarei nesse ritmo até começo de maio, talvez as atualizações não sejam tão constantes quanto deveriam ser, mas tentarei postar algo sempre que puder.

domingo, 8 de março de 2009

Basta querer

Parecia até um sonho. O primeiro gol de Ronaldo com a camisa do Corinthians, logo na sua segunda partida pelo clube, foi feito em cima do Palmeiras, aos 47 minutos do segundo tempo, e ainda salvou seu time de sua primeira derrota no Campeonato Paulista. Além disso, foi feito de cabeça, considerado seu ponto fraco pelo próprio atacante. Se não era sonho, era no mínimo digno de final de filme de Hollywood.

Confesso que não sou um dos maiores fãs de Ronaldo. Tenho muito mais a imagem do atacante que quis ganhar com o nome que tinha a vaga de titular no Real Madrid nos seus últimos anos no clube espanhol e daquele que, fora de forma, não se preparou corretamente para a Copa do Mundo de 2006. Perdi parte do respeito que tinha por ele depois disso.

Mas mesmo assim o acho um jogador diferenciado, ainda mais por tudo que fez na carreira; quando quiser jogar e estiver no melhor da sua forma física, poderá dar muito trabalho. E acredito que isso já pôde ser visto no jogo contra o Palmeiras. Mesmo jogando apenas durante 30 minutos, estando visivelmente longe da melhor forma física e tocando pouco na bola, foi responsável por três lances de destaque: deu um belo chute de fora da área que foi parar no travessão, criou uma boa jogada e fez um cruzamento que resultou num escanteio para sua equipe e no final do jogo deixou sua marca.

Ainda acho cedo para dizer frases do tipo “Ele voltou”; ainda precisa recuperar a velha forma, não aguenta jogar 90 minutos e definitivamente não está pronto para ser titular, por mais que Souza tenha um desempenho ruim no ataque. É preciso ter paciência e esperar pela recuperação total do atacante. Porém, momentos como os vividos na tarde de hoje certamente dão esperanças de sucesso para o duas vezes campeão do mundo esse ano; talvez não terá mais aquela velocidade de outras épocas (que em parte até já se perdeu), mas terá o mesmo talento e poder de finalização à sua disposição. Em 2002, já deu provas de que pode se recuperar de situações totalmente adversas. Se continuar se esforçando nos treinos, entrar em forma e finalmente cuidar corretamente do seu corpo (o que fez poucas vezes), Ronaldo poderá voltar aos velhos tempos e ser chamado de “Fenômeno”. Basta querer.

Pelo amor de Deus, Ronaldo, da próxima vez, cuidado com o alambrado...

Foto: www.lancenet.com.br

sexta-feira, 6 de março de 2009

Hora de trabalhar, Rubens


E o recorde de maior número de participações em GPs na F-1 será ainda mais difícil de ser batido por outro piloto. Rubens Barrichello, detentor da marca por ter corrido em 267 grandes prêmios até o momento, ganhou a disputa com Bruno Senna e será o piloto da ex-Honda, a Brawn GP, ao lado do inglês Jenson Button.

Acreditava que a escolha de qualquer um dos dois seria boa. Não seria nenhum pecado se o escolhido fosse o sobrinho de Ayrton Senna: Rubinho já fez muito na categoria após entrar nela em 1993; na F-1, a fila também anda e poderia ser perfeitamente substituído por alguém mais novo. Por mais que seja um bom piloto, não é um mito que deve ficar eternamente na maior categoria do automobilismo. Porém, o momento difícil pede alguém experiente para controlar um dos carros da equipe de Ross Brawn, e Rubinho é mesmo uma ótima escolha dentro das opções possíveis atualmente; atuações como as que teve no Canadá e na Inglaterra no ano passado provaram que ainda pode se destacar nas corridas e ajudar no desenvolvimento da equipe.

Infelizmente, Barrichello tem um grande histórico de frases precipitadas. E talvez tenha dito outra, ao falar que “o carro será rápido e terá um baita motorzão Mercedes por trás”. Ao ler isso, acredito que o duas vezes vice-campeão de F-1 está animado demais por ter conseguido a vaga que tanto queria. Afinal, está entrando numa equipe que testou bem menos que as outras, o que pode ter afetado o desenvolvimento do carro, embora Ross Brawn tenha dito que não pararam de trabalhar nele durante o período de incertezas. Mesmo que a pré-temporada não esteja dando muitas dicas de como cada equipe se comportará em 2009, a tendência é que, a princípio, a Brawn GP brigue mesmo pelas últimas posições do grid, por todos os problemas que passou até agora.

Depois de até ter exagerado ao quase implorar por uma vaga na categoria (embora após um certo tempo tenha se calado e esperado a definição do caso), seria uma situação bem chata vê-lo reclamando horrores do carro caso ele não renda bem durante a temporada. Então, muita sorte ao brasileiro para essa temporada e que ele já tenha em mente que talvez esse seja mais um ano muito duro e que demandará muita dedicação e luta, porque pelo menos a situação inicial de sua equipe não é das melhores.

Foto: globoesporte.com

quinta-feira, 5 de março de 2009

Pontapé para a reação

Fred foi um ótimo reforço para o ataque do Fluminense, mas os outros setores da equipe, se não precisam de contratações, precisam mostrar melhorias em relação ao apresentado na TG

Não há dúvidas de que o Fluminense fez um ótimo negócio ao contratar o atacante Fred. É artilheiro nato, teve uma boa passagem no Lyon e poderia estar na Seleção se não tivesse sofrido tanto com contusões nos últimos tempos. Enfim, uma das melhores contratações brasileiras para essa temporada, se não a melhor. Porém, mais do que um reforço para seu time, sua aquisição pode e deve servir como o pontapé, uma motivação para a reação do Flu, clube que novamente decepcionou na Taça Guanabara: desde 2005 o clube das Laranjeiras é eliminado precocemente, sem ao menos chegar à final.

O Fluminense foi um time que, a exemplo do Flamengo, teve vários defeitos nos primeiros jogos da temporada. O setor em que Fred entrará, o ataque, sofreu com o mau desempenho de Leandro Amaral e Roger, os dois reforços que chegaram para a posição este ano. Os problemas só não foram mais graves porque Maicon, Everton Santos e Tartá geralmente corresponderam quando entraram em campo; porém, são atacantes mais leves e deixam o time sem referência alguma no ataque. A chegada do ex-Cruzeiro possibilitará a formação de um ataque em que um completa o outro, com Fred ao lado de um jogador mais veloz e habilidoso; isso se não apostarem em um mais goleador com Fred e Leandro Amaral juntos, o que também não seria uma má ideia: entretanto, só poderá ser posta em prática daqui a um mês, quando o ex-Vasco voltar de contusão.

Mas como o ataque não foi o único problema do Flu na TG, as mudanças neste setor precisam vir acompanhadas de mexidas em outras faixas do campo. No meio, o tricolor carioca possui ótimas opções: Thiago Neves, Conca e Diguinho poderiam ser titulares em diversas equipes do país, por exemplo. Porém, os três oscilaram demais durante a TG, resultando na barração dos dois últimos, pelo menos para o jogo de hoje, contra o Nacional-PB. É verdade que René tem boas peças que merecem ser testadas, como os Leandros Domingues e Bonfim. Porém, vou dar uma de chato (vou me contradizer, inclusive): concordo com a idéia de que quem não está jogando bem deve ir para o banco por uns jogos, mas no caso do Flu apostaria mesmo em um meio com Thiago Neves, Conca, Diguinho e Fabinho (que não vem comprometendo até agora). Seria um meio de muita qualidade (dois ótimos armadores, um volante que sai bem para o jogo e outro que protege bem a zaga) e com jogadores diferenciados; se não estão jogando bem, é bom lembrar que a Taça Rio é uma excelente oportunidade para entrosar estes jogadores para as próximas competições, mais importantes do que o Estadual.

Na defesa, as coisas são mais complicadas, principalmente no seu miolo. Como era de se esperar, o time está sentindo a falta de Thiago Silva; além de ser um excelente zagueiro, um dos melhores do país, dava maior segurança à zaga e até ajudava Luis Alberto a ter um melhor rendimento. Não acho Edcarlos um defensor ruim, mas obviamente não está a altura do “Monstro”. Talvez fosse hora de testar também outros que chegaram esse ano, como Xandão e Cássio, que atuou bem nas duas partidas em que entrou de titular. Além disso, os laterais não estão muito bem, tanto no ataque quanto na defesa. Destaque para Leandro, que ainda não se achou no time: o jogador não consegue utilizar o que tem de melhor, que é sua chegada no ataque que resulta em bons passes e cruzamentos para os companheiros. O técnico do Flu precisa encontrar uma melhor maneira de aproveitar o seu potencial, talvez dando maior liberdade a ele e colocando algum volante para proteger suas subidas; seus cruzamentos seriam um ótima arma ofensiva, já que poderiam ser bem aproveitados por Fred, bom cabeceador.

Mas é bom lembrar que, no meio de tantas mudanças e reações que precisam ser efetivadas, René Simões precisa cuidado. Parte da imprensa já especula sua saída do Flu, dizendo que inclusive já procuram um substituto para seu lugar. Não fez nada de muito importante esse ano para que tenha seu trabalho defendido, sobrevivendo pela ótima campanha que fez no Brasileirão ano passado. Se bobear, corre o risco de ver o time subir de produção nas mãos de outro treinador.

Foto: globoesporte.com

terça-feira, 3 de março de 2009

Chateado com toda a razão

Ele preferiu não ficar calado. Cuca não gostou nem um pouco das provocações feitas pelos torcedores do Botafogo no último domingo, ao gritarem “Vice é o Cuca”, e já prometeu vingança.

É fácil entender o motivo da brincadeira dos torcedores. Era um momento de muita euforia para eles; coisa típica de torcedor mesmo, que muitas vezes age mais com a paixão do que com a razão. Além disso, o grito provavelmente foi incentivado pelo fato do técnico ter ido para o Flamengo (como disseram os jogadores Leandro Guerreiro e Alessandro), com quem o clube alvinegro tem criado uma rivalidade cada vez mais ferrenha nos últimos anos.

Da mesma maneira, é muito fácil entender a irritação de Cuca, e acredito que tenha motivos para se sentir injustiçado, por mais que tudo tenha sido uma brincadeira. Afinal, o técnico fez um bom trabalho no Botafogo entre 2006 e 2008, que se não foi coroado com títulos teve seu auge ao conquistar a Taça Rio em 2007 e 2008 (esta após uma dura decisão contra o Fluminense). Taça Rio essa que, assim como a Taça Guanabara ganha nesse ano, é equivalente à conquista de um dos turnos do Carioca e dá vaga à decisão do Estadual.

O que os torcedores comemoravam, que na verdade não é um título (não é questão de desmerecer, mas realmente não é um título), Cuca também conseguiu. O trabalho de reformulação feito esse ano por Ney Franco também foi feito, talvez em menor escala, pelo agora técnico do Flamengo no ano passado, quando este se viu sem seus antes titulares Juninho, Joilson, Zé Roberto e Dodô e foi obrigado a apostar em Andre Luis, Alessandro, Zé Carlos e Wellignton Paulista e mais outros vistos com certa desconfiança.

Seria bom que tudo não passasse mesmo de uma brincadeira, já que o treinador, que levou o alvinegro carioca a duas semifinais de Copa do Brasil, em 2007 (quando perdeu pela displicência de seu time) e em 2008 (quando encontrou um time de nível igual e perdeu nos pênaltis), fez muito pelo Botafogo e merece um pouco mais de consideração. Por sorte, Cuca não pode jogar para descontar sua frustração em campo; o máximo que pode fazer é treinar bem sua equipe para que chegue à final do Estadual e derrote seu rival. E nisso ainda precisa melhorar, pois seu desempenho no Flamengo não vem sendo dos melhores, embora esteja num clube recheado de problemas que interferem no seu trabalho.

OBS: O irônico é que o agora aclamado Ney Franco era criticado em meados de 2007 pela torcida do Flamengo, mesmo após ter conquistado o Estadual. Quem muitos queriam? Cuca, justamente por fazer um bom trabalho no Botafogo mesmo sem conquistar um título, levando a equipe à liderança do Brasileirão por um bom tempo...

OBS 2: “Aumentou meu amor pelo Flamengo”, Cuca? Menos, menos...

segunda-feira, 2 de março de 2009

Sem dar sopa ao azar

Sem fazer barulho, Ney Franco levou uma equipe desacreditada à conquista da Taça Guanabara, tornando-se um dos maiores responsáveis por essa conquista

O Botafogo não quis saber de vacilar diante de um adversário de menor tradição e conquistou o primeiro turno do Campeonato Carioca, mais precisamente a Taça Guanabara, ao derrotar o Resende por 3 a 0. Com isso, já está garantido na final do Carioca e poderá se concentrar por um tempo na Copa do Brasil e no acerto do time.

Os comandados de Ney Franco fizeram o Resende se lembrar que, mesmo chegando à final, é um time limitado e que inclusive chegou às semifinais graças à punição sofrida pelo Vasco. O time dirigido pelo bom técnico Antônio Carlos Roy, provavelmente nervoso, não soube explorar os espaços dados pelo adversário enquanto o placar não havia sido aberto e ainda cedeu dois gols após verdadeiras lambanças de seus jogadores.

Aos 34 minutos da etapa inicial, Reinaldo aproveitou um erro do zagueiro Breno, que, ao tentar tirar a bola de sua área, jogou nas costas de um companheiro, e pegou a sobra para marcar o primeiro gol da partida. Já o terceiro, já aos 41 do segundo tempo, saiu após o goleiro Cléber e o meia Beto, numa cena digna de filme pastelão, se trombarem na área, deixando a bola sobrar livre para Maicosuel apenas tocar para o fundo do gol. É bom lembrar que o segundo gol do alvinegro carioca saiu numa falha do mesmo Beto, já que o apagado Lucas Silva, após belo passe de Juninho, passou por detrás do jogador do Resende, driblou o goleiro e tocou para o gol vazio.

Mas o objetivo, ao citar as falhas cruciais do Resende, não é desmerecer a conquista do Botafogo, até porque o time dominou a partida,. Depois dos primeiros minutos, após levar alguns sustos com os avanços de Bruno Meneghel nas costas de Thiaguinho, resultando em cruzamentos para a área mal aproveitados pelos seus companheiros, a equipe vitoriosa assustou bastante, principalmente com jogadas pelas laterais ou com as chegadas de Maicosuel ou Leandro Guerreiro. O primeiro gol deu calma ao time e o segundo desanimou o adversário, que veio para cima no começo do segundo tempo, fazendo com que Ney Franco fizesse duas substituições logo no início da etapa derradeira para frear o ímpeto inicial da zebra carioca. Para sorte do técnico, Lucas Silva, um dos escolhidos para sair mais cedo, marcou no seu último lance em campo.

Com o gol de Lucas Silva, Roy fez duas substituições ousadas e colocou os atacantes Hiroshi e Viola (sim, o veterano mesmo). Tudo bem que sua equipe precisava buscar o empate, mas a troca acabou por desarrumar o Resende, que ficou com três atacantes em campo e, sem qualidade, ou fazia uma inútil ligação direta ao ataque ou simplesmente não conseguia sair de seu campo (uma boa lição aos comentaristas que acreditam que simplesmente colocando mais atacantes em campo um time será mais ofensivo). A bola mal chegava nos atacantes ou era roubada facilmente e o Botafogo teve inúmeras chances de marcar; o Maracanã só não presenciou uma goleada pela displicência mostrada em várias jogadas, principalmente por Maicosuel, que virou um verdadeiro fominha após sua equipe abrir 2 a 0 no placar, querendo driblar meio time do Resende. Mas vinha jogando bem, marcou o último gol e escapou de receber um caminhão de críticas.

A vitória do Botafogo premiou a equipe que, se não brilhou, foi a que teve o melhor desempenho entre os grandes do estado: desacreditada e ciente de suas limitações, foi determinada e esteve bem arrumada em campo; méritos a Ney Franco por isso. Ainda não é um dos grandes do país, mas com reforços principalmente no setor ofensivo, que ainda carece de habilidade e criatividade (e como perde gols!), pode surpreender esse ano. E já dá esperanças à diretoria do clube, que pode ver sua política de pés no chão dar certo nesse ano.

Edit - 10:15 - OBS: Já vi muitos rubro-negros dizendo que não acreditavam como o Resende pode ter ganho o Flamengo e ter sido derrotado tão facilmente pelo Botafogo. Simples: o Fla jogou muito mal na semifinal, foi lento e pouco criativo no ataque e deu muitos espaços na defesa; prova disso foi que Bruno Meneghel perdeu dois gols feitos quando o jogo ainda estava 0 a 0 e no segundo gol Hiroshi carregou a bola desde o meio campo sem ser incomodado. Bem diferente do Botafogo, que dominou a partida e procurou não dar espaços ao adversário.

Foto: globoesporte.com