sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Briga intensa nos dois G4s

Palmeiras e principalmente Cruzeiro e São Paulo se beneficiaram numa rodada em que os cinco times que brigam pelo título do Campeonato Brasileiro tiveram confrontos difíceis pela frente. Agora, a diferença entre o 1º colocado Grêmio e o 5º colocado Flamengo é de apenas 3 pontos.

O Cruzeiro derrotou o Grêmio por incontestáveis 3 a 0 no Mineirão, numa vitória que começou a ser decidida logo aos 15 segundos de jogo, quando Wagner abriu o placar; isso desestruturou totalmente o adversário, que demorou a se reencontrar em campo. No geral, uma vitória importantíssima para o time mineiro, que ganha moral por derrotar um concorrente direto na luta pelo título, um dos pontos fracos do Cruzeiro na competição; nesse tipo de confrontos, o time só havia ganho 1 vez, ao mesmo tempo que havia perdido 4 vezes. Além disso, conquista três pontos e evita com que o rival conquistasse algum. Já o Grêmio continua sem vencer fora de casa desde 9 de agosto, quando derrotou o Atlético-MG no mesmo Mineirão; uma estatística nada animadora, pois os próximos jogos do Grêmio fora de seus domínios serão contra adversários nada fáceis: Palmeiras e Vitória.

O São Paulo conseguiu uma ótima vitória fora de casa em cima do Botafogo e empatou em número de pontos com o líder Grêmio, perdendo no primeiro critério de desempate, pois tem uma vitória a menos que o time gaúcho. Porém, a vitória do tricolor paulista ficou marcada pelo gol anulado do alvinegro carioca, que seria o gol de empate. Infelizmente, logo surgem aqueles papos de “time X” sempre é beneficiado, “time Y” sempre é prejudicado, como se apenas um time fosse beneficiado ou prejudicado por erros de arbitragem. Às vezes, tratam o assunto como uma teoria da conspiração; algo parecido com o pensamento de que Lewis Hamilton é seguidamente punido na F-1 somente porque é negro...

O Palmeiras foi o outro time dos que brigam pela ponta que venceu. Derrotou o Goiás em casa, pelo magro mas importante placar de 1 a 0. Era um jogo difícil, pois o adversário vem fazendo boa campanha no returno. Mas convenhamos, a equipe de Luxemburgo tinha o jogo menos complicado de todos os concorrentes ao título; por isso, era quase uma obrigação vencer.

O alviverde paulista acabou voltando ao G4, beneficiado pelo empate do Flamengo fora de casa contra o Vitória. Não foi um grande resultado para o rubro-negro carioca: embora o time de Vágner Mancini não seja um adversário fácil de se derrotar no Barradão, a equipe de Caio Jr teve duas chances claríssimas de tirar o zero do placar, mas Obina e Léo Moura fizeram o favor de isolar bolas quando estavam praticamente embaixo do gol. É um resultado a se lamentar, mas não chega a ser catastrófico. Catastrófico foram os três pontos perdidos para o Vitória no Maracanã no primeiro turno, isso para não falar do recente jogo contra o Atlético-MG...

Esta rodada também teve confrontos importantes entre os times que brigam para sair do G4 maldito, principalmente por se tratarem de confrontos diretos. Quem se deu bem foi a Portuguesa, que derrotou o Ipatinga e deu mais um passo para não voltar à Série B. Já Vasco e Atlético-PR empataram em 2 a 2 em São Januário, num resultado que deveria ser muito comemorado pelo time de Geninho se não tivesse tomado o gol de empate a 3 minutos do fim da partida. Já Figueirense e Fluminense jogaram apenas 15 minutos por causa de duas quedas de energia, motivo pelo qual a partida foi interrompida e será reiniciada apenas na próxima quarta-feira. Porém, mesmo com tão pouco tempo de jogo, o time de René Simões ainda conseguiu abrir o marcador através de Arouca e ver Washington desperdiçar um pênalti. Com a pior campanha do returno, tendo conseguido apenas 2 vitórias em 12 jogos, o time de Mário Sérgio só pode estar pedindo para cair.

Foto: esporte.ig.com.br

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Poderia ter sido melhor...

O Vasco novamente voltou a sofrer com o seu sistema defensivo e quase perdeu para o Atlético-PR hoje em São Januário. No jogo que terminou empatado em 2 a 2, Jorge Luiz falhou bisonhamente no primeiro gol do Furacão e Jonílson, no segundo. O time de Renato Gaúcho só empatou porque o adversário foi incompetente nas finalizações quando ganhava o jogo e porque Madson acertou um lindo chute já aos 42 minutos do segundo tempo; o que esse baixinho extremamente esforçado vem jogando não é brincadeira não...

Claro que não se deve achar que um empate desses mostra que a equipe não tem condições de ficar na Série A ano que vem; não é o fim do mundo. Mas o Vasco também não deve comemorar muito este resultado, mesmo tendo conquistado um empate salvador no fim do jogo. Era uma partida em que o time tinha tudo para conquistar os três pontos diante de sua torcida (vinha melhor até tomar um gol bobo no final do primeiro tempo, sem contar que Alex Teixeira perdeu uma grande oportunidade minutos antes do adversário marcar) e derrotar um concorrente direto na luta para sair do G4 maldito.

Ah: e Edmundo, que nem voltou para o segundo tempo, machucado, faz falta...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Um risco?

Bilardo e Maradona em 1986: será que a parceria dará certo novamente?

O novo técnico da seleção argentina é simplesmente o maior jogador de futebol que o país já produziu e um dos melhores que o mundo já viu. Maradona foi o escolhido para conduzir a Argentina, numa escolha que não deixou de ser surpreendente, visto que o ex-jogador tem pouca experiência no cargo: quando dirigiu o Mandiyú, em 1994, e o Racing, em 1995, esteve longe de obter os grandes resultados que marcaram sua carreira como jogador.

É justamente por isso que El Pibe é visto com certa desconfiança no momento: ele será mais um dos grandes jogadores que, mesmo com pouca (como é seu caso) ou nenhuma experiência no cargo, treinará a seleção de seu país, o que não é garantia de sucesso somente pela vitoriosa passagem pela equipe como jogador. Pelo contrário: é só ver o recente fracasso de Donadoni no comando da Itália e o já bem conhecido caso de Dunga no Brasil (sabe-se lá como ainda não foi demitido). Caso falhe, o maior ídolo do futebol argentino corre o risco de ver sua reputação manchada.

Porém, ex-jogadores inexperientes como técnico não são sinônimos de fracasso. Há exemplos de ex-craques que deram certo no comando das seleções de seus países recentemente, como o desacreditado Klinsmann que levou a Alemanha à 3º posição na última Copa do Mundo, algo que muitos consideravam improvável até o início da competição. E é necessário lembrar que Maradona terá ao seu lado o experiente Carlos Bilardo, treinador da Argentina nas Copas de 86 e 90, que deverá dar uma grande ajuda à Diego na armação tática de seus times; algo diferente do que ocorre no Brasil, já que Dunga tem ao seu lado o igualmente inexperiente, embora promissor, Jorginho.

Um grande trunfo que Maradona pode aproveitar é seu respeito entre os jogadores argentinos (falando-se de futebol, não de sua vida pessoal, obviamente). O ex-jogador possui um ótimo relacionamento com jogadores como Aguero e Tevez e pode expandir isso para outros jogadores. Porém, é uma pessoa de temperamento difícil e pode acabar falando no momento errado o que não deve; por exemplo, um mês atrás, o novo técnico da Argentina fez algumas críticas à Messi que repercutiram por todo o mundo. O jovem jogador minimizou as declarações, mas também pode ter guardado alguma mágoa do caso (obs: pode significa possibilidade, que fique bem claro...). El Pibe deverá ter cuidado com o que disser para não causar confusões no ambiente da seleção.

De qualquer maneira, é difícil saber se Maradona terá sucesso como técnico da Argentina. Já que o momento da seleção nas Eliminatórias é difícil, talvez fosse melhor efetivar um técnico mais experiente, como Carlos Bianchi, que atualmente está desempregado. Há o risco de fracasso, que não é pequeno, mas caso El Diez faça um bom papel no comando de sua equipe, conquistando até títulos importantes, provavelmente ficará entre Deus e Eva Perón no seu país.

Foto: www.bbc.co.uk

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Rodada complicada e perigosa

A 32ª rodada do Campeonato Brasileiro será importantíssima para os 5 clubes que brigam por uma vaga no G4 e pelo título da competição. Grêmio, São Paulo, Cruzeiro, Flamengo e Palmeiras, sem exceção, terão jogos complicados amanhã.

Em tese, o time que atualmente está fora do G4, o Palmeiras, tem o confronto menos complicado, pois enfrentará o Goiás no Palestra Itália. Porém, é um jogo de muitas incertezas. O Palmeiras pode entrar mordido em campo afim de tentar apagar a má impressão deixada após a derrota por 3 a 0 para o Fluminense no último sábado e espantar o clima pesado que pairou sobre o clube após as declarações de Marcos, duramente criticadas por Vanderlei Luxemburgo; porém, o time pode entrar pressionado por querer jogar bem, o que pode atrapalhar o time, que pode até mesmo sair de campo com um resultado ruim. Já o Goiás, da mesma maneira que ainda pode estar abalado pela derrota por 4 a 2 para o Vasco em pleno Serra Dourada na última rodada, pode estar determinado a recuperar a liderança do returno e continuar a bela recuperação que vem fazendo no campeonato.

O Palmeiras pode colocar uma grande pressão em cima dos outros times caso vença, já que o jogo no Palestra Itália começa às 20:30 e todos os outros times iniciarão suas partidas às 21:50. Se a notícia de uma vitória em cima do Goiás vazar no vestiário das outras 4 equipes durante o intervalo de seus jogos, estas podem voltar a campo pressionadas a conseguir uma vitória, o que pode se prejudicial, pela possibilidade de afobação e nervosismo de todo o time.

É impossível falar desta rodada sem citar o importante confronto direto entre Cruzeiro e Grêmio, que se enfrentarão no Mineirão. É um jogo arriscado: quem vencer conquista três importantes pontos e ainda vê o concorrente ganhar nenhum. Ou seja: quem perder correr o risco de ficar de fora do G4 e ver diminuídas suas chances de título. Em tese, o time da casa é favorito, justamente por atuar diante de sua torcida; porém, é necessário lembrar que o time de Adílson Batista, embora tenha jogado bem nos seus domínios, não tem se saído muito bem nos confrontos diretos: até agora, 4 derrotas, 1 empate e 1 vitória.

Assim como o Grêmio, Flamengo e São Paulo terão jogos complicados fora de casa. Seus adversários, Vitória e Botafogo, respectivamente, não estão numa fase muita boa, mas ainda assim são muito perigosos, até porque brigam por uma vaga na Sul-Americana (o alvinegro carioca ainda tenta chegar no G4 como azarão, um objetivo que será muito difícil de ser alcançado). Todo cuidado é pouco, e um resultado negativo de um dos dois concorrentes ao título ou de ambos não será uma grande surpresa.

Será uma rodada muito perigosa para os que brigam pelo título, pois todos terão confrontos difíceis pela frente. Quem conseguir uma vitória certamente sairá na frente dos outros, principalmente quem for vitorioso do confronto direto a ser disputado no Mineirão.

domingo, 26 de outubro de 2008

Sorte de quem jogou quinta-feira

A briga pelo título ou por uma vaga no G4 no Campeonato Brasileiro continua acirrada. Grêmio, São Paulo e Flamengo, que jogaram em casa na quinta-feira, venceram suas partidas e jogaram a pressão para Cruzeiro e Palmeiras, que jogariam fora no sábado. Estes acabaram perdendo suas partidas para os desesperados Atlético-PR e Fluminense, respectivamente, e terminaram a 31ª rodada como os reais perdedores.

Talvez o baque tenha sido maior para o Palmeiras. Num dia em que nada deu certo, o time perdeu por 3 a 0 para um Fluminense raçudo e determinado a sair da zona de rebaixamento; para piorar, terminou a rodada fora do G4. Como já havia dito na semana passada, o Palmeiras deve ligar o sinal de alerta, pois vem tropeçando muito nas últimas rodadas: assumiu a liderança com um empate em cima do Náutico e depois venceu uma partida, empatou duas e perdeu outra, conquistando somente 5 pontos de 12 possíveis. A forma recente do time não é boa, e Luxa deve colocar o time rapidamente nos trilhos. Embora a situação atual não seja desesperadora, poucos esperavam ver o time fora do G4, e não se classificar para a Libertadores seria muito mais do que decepcionante pelo investimento do clube neste ano. Mesmo que ainda seja um pouco cedo para pensar no pior, todo cuidado é pouco.

O resultado do Cruzeiro também não foi muito bom, mas, além da dificuldade de jogar fora de casa, o time esteve com um a menos desde os 19 minutos do primeiro tempo, quando Thiago Heleno foi expulso. De qualquer maneira, mesmo jogando fora de casa, pontos perdidos para times que estão na parte inferior da tabela devem ser muito lamentados, principalmente para quem está brigando pelo título.

Dos times que venceram na quinta-feira, chama atenção a sofrida vitória do São Paulo em cima do Vitória. Muitos (incluo-me nesse grupo) não acreditavam no time pela sua irregularidade nesta atual edição do campeonato, principalmente pelo alto número de empates (11, sendo 8 deles fora de casa). Porém, é o time que mais vem sendo regular nos últimos jogos, jogando bem ou mal; não perde a 11 jogos e já possui a 2º melhor campanha do returno, atrás apenas do Flamengo. Pelos últimos resultados, passa a ser um time muito mais temido.

Aliás, essa rodada serviu para trazer de volta ao torcedor do Flamengo a confiança no time, fruto da convincente vitória por 5 a 0 em cima do Coritiba, em que praticamente todos os jogadores fizeram uma ótima partida. Dessa maneira, o elenco também se sente mais confiante para trazer algum ponto do difícil jogo contra o Vitória, na próxima quarta-feira; só não pode conquistar pontos fora e perder no Maracanã de novo. Enquanto isso, o Grêmio venceu novamente sem convencer, o que não é novidade. O que importa é que é um time que sempre joga sério e abriu 3 pontos para o vice-líder São Paulo.

Dos times que brigam por uma vaga na Sul-Americana, apenas o Botafogo venceu, ao derrotar o Ipatinga por 3 a 0, depois de uma semana conturbada. Porém, é difícil fazer uma previsão sobre o time no Brasileirão: além de se levar em conta os resultados inesperados que marcam este campeonato, não se sabe qual será a reação dos jogadores do alvinegro carioca daqui para a frente, já que todos estão descontentes com os salários atrasados e principalmente com as declarações infelizes de Montenegro.

Já na briga pelo rebaixamento, Vasco e Fluminense colocaram o coração na ponta da chuteira e venceram Goiás e Palmeiras (como já citado), respectivamente. Se jogassem sempre assim, estariam longe da briga para sair do G4 maldito. Méritos para Renato Gaúcho e René Simões; o primeiro, porque vem armando bem um time fraco, que vem mostrando evolução, enquanto o segundo vem calando todos os críticos da sua contratação (que não foram poucos) e já conquistou 7 de 9 pontos possíveis. È importante lembrar que, dos três jogos em que comandou a equipe, René enfrentou Palmeiras em casa e Atlético-PR e Vitória fora, ou seja, somente jogos difíceis. Diferentemente da era Cuca, o Fluminense agora é um time motivado e que não se abate nos momentos críticos. Enquanto isso, após perder mais um jogo no Ipatingão (6º derrota em casa, algo só igualado pelo Vasco), o Ipatinga mostra que deve mesmo cair. O time não dá sinais de esperanças como o time carioca. Muito pelo contrário.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

É preciso manter o ritmo

Na 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, Vasco e Flamengo fizeram talvez suas melhores atuações na competição. Enquanto o primeiro venceu o Goiás fora de casa por 4 a 2, o segundo derrotou o Coritiba no Maracanã pelo placar de 5 a 0.

Havia dito aqui na segunda-feira que o Vasco já mostrava uma certa melhora e que se jogasse com a disposição que mostrou no clássico contra o Fla poderia sair da situação difícil que vem passando. E foi isso que aconteceu na última quarta: jogando com um comprometimento incrível, desde os limitados zagueiros até o sempre esforçado Madson, e muita aplicação, o time surpreendeu a equipe de Hélio dos Anjos em pleno Serra Dourada. O dia foi tão bom para a equipe de Renato Gaúcho que Edmundo chegou a marcar um gol em cobrança de pênalti, o que não é seu forte.

Já ontem, tudo deu certo para o Flamengo. As improvisações de Caio Jr., que muitos classificaram como invenções num sentido pejorativo, deram certo (Airton fez uma grande partida e Luizinho deu conta do recado na lateral esquerda), Bruno se saiu bem quando exigido, Ibson voltou a mostrar todo o seu potencial, Kléberson atuou muito bem e Obina fez uma de suas melhores partidas no Flamengo, marcando gol, dando assistência e sofrendo pênalti. Aproveitando os erros do adversário, o Fla teve uma atuação como há muito tempo o torcedor não via no Maracanã.

Mas, embora ambos os times tenham tido atuações animadoras, não se pode dizer que o Vasco certamente escapará do rebaixamento ou que o Flamengo conseguirá uma vaga no G4 ou até mesmo conquistará o título. Este campeonato vem sendo marcado pela imprevisibilidade e, do mesmo jeito que os dois cariocas venceram de maneira incontestável e até surpreendente, podem tropeçar como já tropeçaram neste campeonato.

Porém, certamente são atuações que servem de exemplo a ambos os times nesta reta final de campeonato. O Flamengo tem grandes chances de alcançar uma boa posição no campeonato se jogar como ontem, até porque tem time para isso. E precisará mesmo aproveitar o potencial de seus jogadores, pois terá jogos nada fáceis no Rio contra Botafogo, Palmeiras e Goiás, enquanto terá duros confrontos contra Vitória e Cruzeiro fora, mesmo tendo a melhor campanha fora de casa. O Vasco, se jogar com a disposição que mostrou nos últimos 2 jogos, pode sair do G4 maldito. Os próximos jogos serão decisivos: a equipe vascaína jogará no Rio contra os concorrentes diretos Atlético-PR e Fluminense e contra o quase salvo Santos, para depois encarar o ainda preocupado Atlético-MG em Minas Gerais. Será de extrema importância acumular o maior número de pontos possíveis nessas partidas, pois depois terá duas pedreiras pela frente: enfrentará o São Paulo em casa e o Coritiba, que provavelmente estará brigando por uma vaga na Sul-Americana, no Couto Pereira, onde só perdeu 2 vezes.

Flamengo e Vasco terão, como qualquer outro time, muito trabalho nessa reta final de campeonato, e deverão se espelhar nas partidas que fizeram nessa semana como motivação. É difícil manter o ritmo, mas isso é preciso, principalmente no caso do Vasco. Um exemplo é o Flamengo em 2005, que então precisava desesperadamente sair da zona de rebaixamento e jogou com muito empenho na reta final, vencendo a maioria dos jogos de outubro e novembro e se salvando do descenso de maneira quase milagrosa para muitos no final do campeonato.

Fotos: 1º- imirante.globo.com/ 2º - www.lancenet.com.br

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Só por um dia...

No geral, obviamente Obina não é melhor do que Eto'o. Mas pela sua atuação na vitória de 5 a 0 em cima do Coritiba, fazendo gol, dando passe para outro, sofrendo pênalti, e pasmem, até driblando (!?!), até que merece ser considerado melhor do que o camaronês só por um dia...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Ser técnico é mesmo difícil...

Caio Jr. está sendo cada vez mais criticado no Flamengo. Os jornais mostram quantas vezes o treinador já mudou o time; torcedores reprovam suas substituições no Maracanã e volta e meia o técnico é vaiado; seções de opinião do torcedor nos mesmos jornais e comentários em sites de relacionamento denunciam o descontentamento dos torcedores com as escolhas do comandante do Fla. Está se tornando comum classificá-lo como perdido no comando do time. Mas sinceramente, será que ele está perdido mesmo? Será que é fácil escalar o Flamengo no momento? Qual a equipe ideal que sempre deve entrar em campo?

É aí que mora o problema. É muito difícil escalar o Flamengo no momento, até porque não há aquele jogador que se possa dizer que é superior aos outros da mesma posição no momento, exceto Marcelinho Paraíba e toda a defesa rubro-negra. É por isso que Bruno, Léo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan são titulares incontestáveis.

Mas e do meio para a frente? Aí a situação é complicada, e é por isso que Caio Jr. agrada alguns enquanto desagrada outros. Tomo como exemplo Ibson, que está em má fase: enquanto uns vaiam o jogador, outros defendem sua permanência na equipe, por saberem que é um jogador de qualidade, mesmo jogando mal no momento. É por isso que surgem vaias e aplausos quando é substituído. O mesmo acontece com Kléberson, que teve poucas boas atuações pelo Fla e ainda não disse a que veio, mas ainda é defendido por alguns “por ser um ótimo jogador, decisivo na Copa de 2002 e que já jogou até no exterior”. Ainda há Jônatas, que, lento e muitas vezes desinteressado, fez várias partidas ruins nesse ano. Mas alguns ainda acreditam no potencial do volante e exorcizam o técnico por não colocá-lo nem no banco.

E quanto à Éverton, Sambueza e Fierro, os apoiadores do time? Sim, um veio como promessa, outro deixava Conca na reserva no River, e o outro, pasmem, é da seleção chilena! Mas, para alguns (ou muitos), Éverton só jogou realmente bem uma boa partida, na sua estréia contra o Flu, enquanto o outro lento e o último não provou que pode ser titular.

No ataque então, mais problemas: Obina, para muitos, é um jogador horroroso; para outros, é xodó e só por isso tem vaga cativa no time (não é mentira, é só ouvir os inúmeros gritos de “Obina” durante o 2º tempo dos jogos em que começa na reserva). Vandinho e Josiel, até agora, pouco mostraram e não conquistaram a confiança da torcida. Isso para não falar que outros não gostam de ver Marcelinho Paraíba como atacante (sendo que jogou assim na Alemanha).

Pois é. Dá para perceber que, pelo menos quanto às peças, não é só Caio Jr. que está perdido. Todos estão. Cada um tem suas preferência, e se torna praticamente impossível agradar a todos, pois sempre haverá um jogador contestado no time, ao contrário de 2007, quando elenco não era tão numeroso e o time já estava definido. E como disse, as peças estão num momento tão parecido que fica difícil destacar alguém.

Mas aí muitos reclamam: e as invenções de Caio Jr.? Bem, realmente o treinador do Fla gosta de inventar. Contra o Atlético-MG, por exemplo, inventou ao colocar Sambueza na ala esquerda quando o melhor era colocar o sempre improvisado mas eficiente Luizinho. Piorou tudo colocando Erick Flores, que um dia antes do jogo nem estava relacionado; quase queimou o garoto. O resultado final foi o desastre que todos conheceram.

Mas será que ele sempre faz besteira? Lembro-me de um jogo que ele colocou Fábio Luciano como centroavante, contra o Cruzeiro, quando estava perdendo o jogo e com um a menos, pois Tardelli havia se machucado e as 3 substituições haviam sido feitas. Não deu certo, e o treinador recebeu muitas críticas, pois como podia um zagueiro jogar de centroavante? Mas a intenção era clara: com Vandinho muito marcado e Obina já substituído, o técnico queria que alguém fizesse o papel de pivô (como Souza fazia, por exemplo). Óbvio que o capitão era o mais indicado, justamente pelo seu físico e sua altura.

Para terminar, já estão criticando Caio Jr. por treinar o meia Fernando na ala esquerda para o jogo de amanhã, contra o Coritiba. O que vai fazer? Éverton, Luizinho e Eltinho estão machucados. Se Angelim for para a lateral, terá que jogar com Thiago Salles ou Dininho na zaga, em quem o treinador já mostrou que não confia (e realmente tiveram más atuações com Caio Jr. no comando; por isso Airton deverá substituir Fábio Luciano amanhã). Pegar um lateral dos juniores? Para quê? Para queimarem o garoto como estão fazendo com o esforçadíssimo mas ainda imaturo Erick Flores? Por quê não testar um que já jogou nas divisões de base naquela posição?

São muitos prós e contras a serem avaliados. Tentando achar o difícil time ideal, Caio Jr. paga o pato. Claro que o treinador também erra (e o jogo contra o Galo foi uma sucessão de erros), mas a ponto de ser duramente criticado, não concordo. Com tantas críticas e indecisões, qualquer escalação seria contestada.

Foto: www.flamengo.com.br

OBS: Obviamente aceito críticas à minha opinião (se tiverem saco de ler este longo texto, rs). O objetivo do post é mesmo trocar informações.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Ah, é assim?!

É deixando a intranqüilidade dominar, desperdiçando várias chances de gol e perdendo por 2 a 0 após jogar com um a mais durante boa parte do jogo que o Botafogo quer apagar o vexame do ano passado na mesma Copa Sul-Americana?

Ah tá...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Rodada dos empates

A 30ª rodada do Campeonato Brasileiro foi marcada pelos empates: 5 dos 10 jogos terminaram empatados.

Desses empates, o jogo de maior destaque foi Palmeiras x São Paulo, não só pelo fato de ambos os times estarem brigando pelo título, mas por terem feito um dos melhores jogos do campeonato até agora. Tudo que era possível aconteceu: expulsões, belas jogadas, muita disputa, e um empate quase improvável do Palmeiras, que perdia por 2 a 0 até os 33 minutos do 2º tempo e 3 minutos depois já comemorava a igualdade no placar. Certamente um empate com sabor de derrota para o tricolor paulista, que perdeu ótimas oportunidades de gols desde o primeiro tempo. São 2 pontos que podem fazer falta lá na frente. O time da casa certamente deve comemorar o resultado por tudo que aconteceu na partida, mas também deve ligar o sinal de alerta: vem tropeçando demais nas últimas rodadas.

Quem agradeceu e muito este empate foi o Cruzeiro, que derrotou o Atlético-MG no clássico local por 2 a 0, assim como o Flamengo, que derrotou o Vasco por 1 a 0. Ambos ainda foram beneficiados pela derrota do Grêmio para a Portuguesa por 2 a 0 no Canindé. Agora o time mineiro está a apenas um ponto do líder, enquanto o Fla está a 4.

Cabe aqui uma observação: está cada vez mais difícil fazer previsões sobre o possível campeão do torneio. É só tomarmos como exemplo os vitoriosos da rodada, Flamengo e Cruzeiro. O primeiro, devido aos insucessos em casa, chegando ao cúmulo de perder para o Galo por 3 a 0, já era dado como morto, mas é novamente considerado candidato ao título. Já o time de Adilson Batista, por causa das sucessivas derrotas contra os times que estão na ponta da tabela, também já começava a ser descartado da briga pelo título; entretanto, o time já está a apenas 1 ponto do líder Grêmio. E, felizmente, esse vai-e-vem deverá continuar até o final do campeonato: uma prova de que esse é campeonato por pontos corridos mais disputado desde sua criação.

No grupo dos times que brigam como azarão por uma vaga no G4, houve mais dois empates: Goiás e Coritiba empataram por 1 a 1, enquanto o Vitória empatou com o Fluminense em 2 a 2. O Internacional voltou a ganhar força, sendo o único do grupo a vencer na rodada, ao derrotar o Atlético-PR, que vai mostrando que é um sério candidato ao rebaixamento (algo ridículo para quem quase foi campeão do torneio 5 anos atrás e estava na final da Libertadores no ano seguinte). Mas foi o Botafogo quem mais decepcionou: perdeu em casa para o Santos por 1 a 0. Mantendo o costume de perder pontos para times da parte de baixo da tabela, o alvinegro carioca vai vendo o sonho da Libertadores cada vez mais distante. Pela queda de rendimento, junto com o Vitória, é quem tem menos chances de atrapalhar os 5 que brigam pelo título e por vagas na Libertadores.

Os outros dois empates envolvem times que estão brigando para sair do rebaixamento: o Ipatinga conseguiu fora de casa um empate salvador contra o Figueirense, enquanto o Náutico empatou com o Sport depois de ter levado a virada. Mas, nessa rodada, é impossível falar de rebaixamento sem falar sobre o Vasco: num jogo realmente tenso, o time mais uma vez lutou muito, defendeu-se muito bem (o gol do Fla saiu numa jogada em que Obina agiu como um jogador de futebol americano tentando fazer um touchdown), e só não empatou porque faltou competência ao time, principalmente na hora de finalizar. A situação é difícil, mas não impossível: já há alguma melhora no time armado por Renato Gaúcho. Além disso, comprometidos do jeito que os jogadores parecem estar, o time pode sair dessa.

Foto: esporte.ig.com.br

domingo, 19 de outubro de 2008

Quase lá

É Felipe, chora que o situação, embora não seja irreversível, ficou feia...

No seu reencontro com o circuito de Xangai, palco de uma de suas maiores lambanças em sua curta carreira na F-1, quando ficou atolado na brita ao tentar entrar nos boxes no ano passado, Lewis Hamilton não deu sopa ao azar e venceu o GP da China, ficando ainda mais perto do seu primeiro título da F-1. Felipe Massa, seu concorrente direto na briga pelo título, chegou em 2º e viu sua diferença para o piloto da Mclaren aumentar para 7 pontos. Seu companheiro Kimi Raikkonen terminou na 3º posição. Como meu tempo hoje é bem limitado, farei poucos comentários acerca da corrida.

Mas não tenho tanta coisa para falar desta corrida, pois emoção foi uma coisa que passou longe da China. A tão esperada largada, diferentemente do que aconteceu no Japão, foi super tranqüila: Hamilton, Raikkonen e Massa permaneceram em suas posições iniciais, enquanto Kovalainen, após tentar um ataque em cima do brasileiro da Ferrari ainda nas primeiras curvas, foi superado por Alonso ainda na primeira volta, algo quase inimaginável nas primeiras corridas, devido ao mediano carro da Renault. Só restou a Hamilton abrir uma confortável vantagem em relação aos pilotos da Ferrari e vencer a corrida, sem sustos; não há a necessidade de elogiar o inglês por não ter se afobado em nenhum momento, visto que não houve momento algum em que fosse pressionado. Em outras palavras, teria que ser muito burro para jogar a corrida pela janela (ou na brita). Restou à Raikkonen deixar Felipe ganhar a segunda posição, já a poucas voltas do fim. A corrida foi tão fraquinha que uma das suas únicas emoções foi saber quando o finlandês deixaria seu companheiro passar.

Importante elogiar o desempenho de Alonso, que novamente conseguiu um ótimo resultado, chegando na 4º posição e até ultrapassando Kovalainen, piloto da Mclaren, com louvor. Aliás, o finlandês, que abandonou a corrida, caiu para a 7º posição na classificação geral. Tudo bem que Heikki teve alguns problemas no começo do ano que prejudicaram sua performance, como problemas com o carro na Turquia, na Espanha e em Monaco, mas não deixa de ser fazer uma campanha decepcionante. Um piloto da Mclaren não pode ficar atrás da dupla da BMW e de um dos pilotos da Renault no Mundial de Pilotos.

A tarefa de Massa é bem complicada agora: além de fazer um excelente trabalho na pista, terá de torcer e muito para Hamilton não se sair bem no Brasil, já que precisa tirar uma distante diferença de 7 pontos. Como não vejo a Mclaren tendo um rendimento muito ruim numa corrida, resta a Massa torcer para que o inglês cometa algum erro grosseiro ou que ele se envolva em alguma acidente que o tire da corrida ou o jogue para o fim do pelotão. Essa será uma verdadeira prova de fogo para o Hamilton: se não fizer alguma besteira e conquistar o título, será aclamado; caso contrário, sofrerá críticas ainda mais severas, muito piores do que as que sofreu no fim do ano passado e depois de corridas no Canadá e no Japão esse ano, quando foi chamado de imaturo.

OBS (não levem muito a sério!): Bernie Ecclestone, por favor, coloque GP noturno na China! Mantive minha tradição de não dormir até a corrida começar, mas o GP estava tão chato que tirei vários cochilos de 2 minutos! Quase perdi a troca de posições dos pilotos da Ferrari. Enfim, corrida às 5 da manhã é dose!

Foto: www.gpupdate.net

sábado, 18 de outubro de 2008

Tensão pré-jogo

Amanhã, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro, Flamengo e Vasco se enfrentarão novamente. O “Clássico dos Milhões”, como sempre, já está mexendo tanto com os torcedores quanto com os jogadores de ambos os times.

Mas desta vez há muita tensão em torno deste clássico. Geralmente há um fator em cima do confronto entre os dois times que faz com que ele seja ansiosamente esperado: em 2005, no returno do Campeonato Brasileiro, todos se perguntavam qual seria a reação do Flamengo jogando em São Januário, algo que não acontecia a um certo tempo; já pela Taça Rio do ano passado, havia a possibilidade de Romário marcar o gol 1000 justamente contra o rubro-negro carioca caso marcasse dois gols na partida(o que quase aconteceu, pois marcou uma vez e perdeu uma excelente chance no final do jogo).

Desta vez o clássico está sendo encarado como uma verdadeira decisão, mesmo não valendo um título. Na verdade, uma vitória para o Flamengo, além de espantar o clima pesado que se instalou na Gávea após a derrota de 3 a 0 para o Atlético-MG em casa na semana passada, ainda deixa a equipe na luta pelo título, embora o sonho esteja cada vez mais distante. Já o Vasco tem a chance de se sair da zona de rebaixamento que tanto incomoda o time nas últimas semanas.

Para piorar, Márcio Braga, no começo da semana, disse publicamente que o time do Vasco é fraco. Falou mentira? Até que não. Porém, é uma declaração que pode acabar motivando o adversário, como já foi dito aqui semana passada, quando o presidente disse que já estava encomendando a festa do título (só esqueceu de combinar com os jogadores). Clássico é clássico: surpresas sempre dão o ar de sua graça e times e jogadores inferiores conseguem tirar forças sobrenaturais para derrotar o rival. Obviamente os vascaínos não aprovaram a declaração e já disseram estar motivados para bater o rival amanhã. Nos últimos anos, tensão do tipo, só em 2006, nos dias que antecederam os dois jogos da final da Copa do Brasil, disputada entre esses dois clubes do Rio.

Dentro de campo, os clubes também tem seus problemas. O Vasco não terá dois de seus melhores jogadores: Edmundo está suspenso, enquanto Leandro Amaral está machucado, devido a uma entrada de Odvan no treino; os torcedores vascaínos devem estar doidos para bater no zagueiro. Renato Gaúcho deve apostar no seu bem armado esquema defensivo que deu resultados no jogo contra o Sport. E é justamente esse esquema que pode prejudicar o Flamengo amanhã: se Juan e Léo Moura forem bem marcados, o Fla corre o risco de ter sérios problemas na criação de jogadas, já que o meio campo será formado por Ibson, Kléberson e Toró, jogadores que não vivem uma boa fase e que possuem características defensivas. Caio Jr corre o risco de ser novamente criticado, mas pelo menos conta com boas opções ofensivas no banco, como Sambueza, Fierro e Maxi, podendo assim consertar um possível erro durante o jogo.

Infelizmente, toda a expectativa em torno do clássico não deve ser respondida pelo público presente. Até sexta-feira, menos de 13 mil ingressos haviam sido vendidos; enquanto os vascaínos não se sentem confiantes para prestigiar seu time por causa da horrorosa posição do clube na tabela, os rubro-negros ainda estão de ressaca devido à decepcionante derrota para o Atlético-MG no último sábado. O clássico não ficará mais bonito justamente por isso, mas ainda assim não deixará de ser menos brigado e disputado em campo. O momento não deixa.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Um "belo" espetáculo...

Talvez o único momento em que a seleção brasileira foi aplaudida...

Em um jogo bem sonolento, Brasil e Colômbia empataram sem gols. Esse foi o 3º empate seguido da seleção de Dunga em casa nas Eliminatórias. Além da fraca atuação da Seleção, o jogo foi marcado pelo nada exemplar comportamento de grande parte da torcida brasileira, que parecia ter ido ao Maracanã apenas para vaiar.

Já não é surpresa que a seleção brasileira tem uma dificuldade enorme para superar retrancas, e isso foi novamente comprovado ontem. A seleção colombiana imprimiu uma forte e eficiente marcação durante os 90 minutos e deixou a Seleção com pouco espaço para jogar. Com Kaká muito bem marcado e sem estar nos seus melhores dias, Robinho fazendo uma de suas piores partidas com a amarelinha (só para mencionar, deu um chute a la Obina, mandando a bola para a lateral do campo!) e Elano, Maicon e Kléber pouco aparecendo à frente, a equipe pouco conseguiu criar.

Em tempo: se o Brasil precisa ser mais ofensivo e Kléber e Maicon pouco sobem ao ataque, por que não dar mais chances a Juan (ou Marcelo) e Rafinha?

Isso só nos leva a uma constatação, que também não é nenhuma surpresa: a seleção brasileira só consegue atuar bem contra times que oferecem espaços, pois consegue criar bons contra-ataques e acaba decidindo no talento dos jogadores da frente. Foi assim na final da última edição da Copa América, contra a Argentina, e nos jogos contra Chile e Venezuela pelas Eliminatórias. Quando a equipe de Dunga encontra times totalmente fechados, tem sérios problemas no ataque, exatamente como aconteceu ontem.

Dunga ainda errou ao trocar Elano por Mancini. O erro não foi ter colocado o jogador da Inter de Milão, mas sim não ter tirado nenhum dos 2 volantes, Gilberto Silva e Josué, que permaneceram em campo até o final do jogo. Como de costume, os dois se limitaram a (tentar) marcar e não deram qualidade alguma na saída de bola, tampouco chegaram à frente.

Aliás, a seleção brasileira poderia ter perdido o jogo. A Colômbia chegava bem ao ataque e conseguia trocar muitos passes no campo adversário. Se Rentería e Quintero não tivessem perdido tantas chances e se o time como um todo finalizasse melhor (era um chute pior do que o outro), a seleção brasileira poderia ter saído com um resultado ainda pior do Maracanã. Isso para não falar que os melhores da Seleção foram justamente Lúcio e Juan: os dois zagueiros fizeram bons desarmes e salvaram o time em alguns momentos.

Porém, a má exibição do Brasil no jogo de ontem não justifica a atitude de grande parte dos torcedores. Só para se ter um exemplo, foi só Kléber dominar mal uma bola quando não havia nem 5 minutos de jogo que o lateral do Santos passou a ser vaiado durante toda a partida. Tudo bem que também acho que ele não merece ser o titular da posição, mas vaiá-lo desde o começo do jogo só fez com que o jogador ficasse ainda mais inibido e tentasse se livrar rapidamente da bola. Para piorar, já havia gritos de “Adeus, Dunga” e até mesmo o famoso “olé” cada vez que os colombianos tocavam na bola desde o primeiro tempo. Sim, Dunga tem sua parcela de culpa pela má fase da Seleção e há técnicos melhores do que ele, mas gritar desse jeito desde o primeiro tempo foi um exagero e só atrapalhou o time em campo. Pagar 40 ou 50 reais para vaiar durante 90 minutos sem nem ao menos prestar o mínimo de atenção no jogo parece estranho, não?

Os insistentes gritos pedindo a entrada de Juan e até mesmo Obina (hã?) também foram bem irritantes. Aliás, a torcida rubro-negra é bem inteligente: ela encheu tanto o saco pedindo entrada do lateral esquerdo do Fla que, caso ele entrasse, seria fortemente vaiado pelos torcedores dos outros clubes do Rio.

Novamente uma má exibição da Seleção e mais uma vez vaias da torcida (desta vez, vieram cedo demais). Dessa maneira, é capaz de não haver jogo do Brasil tão cedo no Rio; porém, é capaz de ninguém reclamar se isso realmente acontecer...

Foto: www.cbf.com.br

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Que amigo!

O atacante Robinho, ex-Santos e atualmente no Manchester City-ING, está bancando o empresário do lateral-esquerdo Kleber, do Peixe. Cheio de moral no clube inglês, o Rei das Pedaladas indicou o amigo Kleber aos dirigentes ingleses.

Robinho elogiou muito o colega de seleção brasileira e pediu para que os dirigentes do City assistissem com atenção à partida entre Brasil e Venezuela, domingo passado. Na partida, Kleber acertou um belo lançamento para Robinho marcar o quarto gol da goleada brasileira.

Se o Manchester City realmente observar e contratar Kléber apoiado pela indicação de Robinho, o atual lateral esquerdo do Santos deverá encontrar uma excelente forma de agradecer seu amigo. No momento, ele não está com essa bola toda para se transferir para um bom clube no exterior. Seu potencial é inegável, mas não vem tem boas atuações (talvez nem mesmo aceitáveis) pelo seu clube desde o começo do ano, ainda mais para quem é jogador da seleção e considerado uma das principais peças do time.

Kléber deve torcer para que o clube inglês, depois de assistir as suas performances pela Seleção, pegue algum dvd com os seus melhores lances. Caso contrário, seu destino não será a Europa, e sim o Qatar ou o Japão...

domingo, 12 de outubro de 2008

Polêmica novamente presente

O GP do Japão foi marcado por uma largada confusa, que embaralhou todo o grid e pelas polêmicas punições dadas pelos comissários, que provavelmente serão discutidas sem se chegar a um consenso, assim como aconteceu no GP da Bélgica. Quem se aproveitou disso tudo foi Fernando Alonso, que novamente conquistou uma vitória improvável. O pódio foi completado por Robert Kubica e Kimi Raikkonen.

As duas primeiras voltas decidiram o destino dos candidatos ao título Lewis Hamilton e Felipe Massa. O inglês perdeu a primeira posição para Raikkonen logo na largada e, ao tentar recuperá-la ainda na primeira curva, perdeu o ponto da freada e levou o piloto da Ferrari para a área de escape. Isso fez com que o inglês e o finlandês caíssem para 6º e 7º, logo atrás de Massa.

Hamilton não perdeu tempo e, bem ao seu estilo arrojado mas às vezes precipitado, tentou e conseguiu ultrapassar Massa logo na segunda volta, ajudado por um erro do brasileiro na chicane. Porém, ao tentar recuperar a posição, Massa acabou tocando o inglês, que rodou e caiu para último. Voltas depois, os dois foram punidos com um drive through: Hamilton, pela manobra na largada, e Massa, pelo toque em cima do inglês.

Vinha elogiando Hamilton nas duas últimas corridas por não ter se afobado em momentos decisivos: na Itália, não arriscou uma ultrapassagem em Massa que poderia prejudicar sua bela corrida, da mesma maneira que esperou o momento certo para ultrapassar Coulthard e não atacou Rosberg precipitadamente em Cingapura. Porém, desta vez o inglês exagerou ao tentar ultrapassar Raikkonen ainda na primeira curva, já que correu riscos desnecessários fazendo tal coisa. Se continuar dessa maneira, corre o risco de novamente apagar as belas corridas que fez, se motivo de chacota de novo e ganhar um atestado de burro por jogar um campeonato no lixo pela segunda vez consecutiva.

Porém, isso não me convence de que sua punição foi merecida: tudo o que o britânico fez foi disputar posição. Isso é proibido? Não! Além do mais, o inglês nem tocou no finlandês, tanto que ambos voltaram à corrida, e tampouco se favoreceu do incidente, pois ficou uma posição atrás de Felipe.

Já o caso de Massa é bem passível de interpretação. Por um lado, ele não tinha por onde passar, nem sei se tinha como frear ou evitar o choque. Por outro, esse sim acabou prejudicando a vida do adversário, já que Hamilton caiu para a última posição. Porém, quantas vezes isso já aconteceu sem que punição nenhuma fosse dada, desde os grandes pilotos até os mais bizarros?

Após receber a punição, Hamilton teve sua corrida ainda mais prejudicada e terminou em 12º. Felipe Massa fez excelente corrida de recuperação e, com voltas voadoras, principalmente durante a segunda metade da prova, terminou na 8º posição, após fazer linda e arriscada ultrapassagem em cima de Mark Webber a três voltas do fim da corrida. Porém, com a punição dada à Sebastian Bourdais após o término da prova, o brasileiro pulou para a 7º posição. Aliás, uma das punições mais injustas da história da F-1: houve um toque entre Massa e o francês durante a prova, mas nenhum dos dois foi culpado. Uma punição ridícula, que acabou prejudicando o piloto da Toro Rosso, justo quando ele havia terminado na frente de seu companheiro Sebastian Vettel, pois havia chegado em 6º, uma posição à frente do alemão, que fez corrida discreta.

Fernando Alonso e Robert Kubica agradecem por tudo o que aconteceu na corrida. Com a confusão na largada, o polonês pulou para a 1º posição, seguido pelo espanhol. Na primeira parada nos boxes, Alonso colocou menos combustível do que Kubica, voltando assim na primeira posição. A partir daí, o piloto da Renault fez voltas sensacionais, conseguindo abrir uma boa diferença em relação ao piloto da BMW e voltando ainda na primeira posição mesmo após ter feito uma segunda parada mais demorada. Méritos para Fernando, que novamente guiou com maestria seu carro, e méritos para Kubica, que se defendeu muito bem das várias investidas de Raikkonen no final da corrida e manteve a 2º posição.

Nelsinho Piquet também fez boa corrida, chegando na 4º posição. Se o brasileiro precisava de um bom resultado para convencer a todos de que ele ainda tem espaço na categoria, essa foi a corrida. Jarno Trulli também fez boa corrida e chegou em 5º, dando um pouco de alegria aos japoneses, que viram os pilotos da Honda terminarem em 13º e 14º e o piloto da casa, Nakajima, chegar em último, extremamente prejudicado por um incidente sofrido ainda na primeira volta.

A próxima corrida, que será disputada semana que vem na China, promete, pois a vantagem de Hamilton para Massa caiu para cinco pontos. Porém, é uma pena que este GP do Japão fique marcado pela punições, polêmicas, rigorosas e até injustas. Não é assim que queremos ver F-1.

Fotos: 1º/2º/6º - www.gpupdate.net
3º/4º/5º - www.motorsport.com

A torcida não merecia isso

No dia 19 de setembro, dias após Fábio Luciano ter pedido à torcida do Flamengo que não abandonasse o time na reta final do campeonato, disse aqui: “O problema é que o time não corresponde. Ele não tem correspondido nos momentos em que a torcida mais comparece. (...)A torcida ainda está decepcionada com o time, mas deve continuar comparecendo ao Maracanã, como tem feito durante todo o ano. Mais do que o que a torcida tem feito até agora, só mesmo entrando em campo, o que não é possível. Então, já chegou a hora do time corresponder em campo, certo?”

Pois é. A torcida compareceu de novo ao Maracanã. 77 mil pagantes, novo recorde de público no Brasileirão. 81 mil presentes. E o Flamengo pagou novo mico no estádio, perdendo pela quarta vez em casa nesse Brasileirão. Méritos para o Atlético-MG, que aproveitou todos os erros do Fla e, mesmo tendo um time de mediano para fraco, envolveu e destruiu o adversário, principalmente no segundo tempo. Além disso, mostrou raça e determinação, algo que faltou ao rubro-negro carioca em certos momentos do jogo.

Um jogo em que todos do lado rubro-negro erraram. O time como um todo jogou mal. Ronaldo Angelim deixou a impressão que joga melhor quando está acompanhado de Fábio Luciano, Vandinho esteve isolado durante boa todo o jogo, Marcelinho Paraíba parecia muitas vezes estar desligado do jogo, aceitando a marcação adversária, Erick Flores entrou na fogueira e não correspondeu (mas nunca deixou de tentar, pelo menos), Ibson mais uma vez não foi bem, e Sambueza e Kléberson erraram bastante. Aliás, este último esteve irreconhecível: errou uma quantidade impressionante de passes, desde os mais fáceis até os mais difíceis; por isso foi vaiado desde o início de jogo e foi substituído por Caio Jr ainda no primeiro tempo.

Aliás, Caio Jr também merece críticas hoje. Afinal, o treinador treinou seu time durante boa parte da semana com Luizinho improvisado na lateral esquerda. Porém, escalou o time com Sambueza na ala esquerda. O resultado? Um verdadeiro desastre! Lento, o argentino não sabia se atuava como ala ou meia central e deixou uma avenida pelo seu setor, mal utilizada pelo Atlético-MG. Quando o técnico resolveu mexer no time ainda no primeiro tempo, ao invés de colocar Luizinho, preferiu tirar Kléberson e colocar Erick Flores; tudo bem, uma boa troca, pois o meia fazia uma partida igualmente horrorosa, mas o time não tinha lateral, ou melhor, não tinha ala esquerda! E quem pensou que no 2º tempo o camisa 10 seria substituído ficou chupando dedo. Quando finalmente foi decidido que ele jogaria somente no meio, continuou atuando mal, coroando assim sua péssima atuação.

E por último, Márcio Braga. O presidente deve estar se perguntando até agora porque foi falar, no meio da semana, que já estava preparando a festa do hexa. Até disse por aqui, enquanto o criticava, na terça-feira: “ (O time) não vem sendo essa maravilha toda jogando no Maracanã esse ano, lugar em que o time aposta suas fichas para conquistar o campeonato: já perdeu para São Paulo, Cruzeiro e Vitória nesse Brasileirão.” Dito e feito: o time perdeu de novo, o presidente foi xingado após o terceiro gol do adversário e teve que deixar o estádio mais cedo.

Sinceramente, a torcida não merecia isso de novo. Fez uma grande festa até começar o jogo, mas viu um vexame tão grande quanto o visto na partida contra o América-MEX (agora é impossível lembrar de vexame sem lembrar deste jogo). Fica até difícil pedir para a torcida comparecer e lotar novamente o estádio: nem todo o torcedor tem dinheiro, tempo e paciência para perder horas na fila do ingresso, correr o risco de ser assaltado, sofrer para chegar e entrar no estádio e se decepcionar com o time, vendo-o perder para um time ameaçado de rebaixamento.

sábado, 11 de outubro de 2008

2007 = 2008?

Ano passado, houve no mesmo fim-de-semana o jogo entre Flamengo e Atlético-MG no Maracanã pelo Campeonato Brasileiro e o GP do Japão de F-1. Tanto Flamengo quanto Lewis Hamilton torcem para que tudo dê certo como um ano atrás.

No dia 29 de setembro, também um sábado, o Fla venceu o Galo pelo magro mas importante placar de 1 a 0. Aquele jogo ajudou a equipe na luta por uma vaga na Libertadores, na época uma possibilidade quase remota, pois o clube ainda lutava para se manter distante da zona de rebaixamento. Agora, o clube quer muito mais do que uma vaga na principal competição das Américas, pois também está na briga pelo título do Brasileirão.

Já no dia seguinte, Lewis Hamilton venceu de forma incontestável o GP do Japão, também disputado no circuito de Fuji. Com aquela vitória e o abandono de Fernando Alonso, o inglês já era considerado por muitos o campeão da temporada, pois havia aberto 12 pontos de vantagem para o espanhol, até então seu principal adversário no campeonato. Neste ano, Hamilton também tem grandes chances de sair já com uma mão na taça: largará na 1º posição, enquanto Felipe Massa, 2º colocado no Mundial de Pilotos, 7 pontos atrás do piloto da Mclaren, sairá numa modesta 5º posição.

Por último, foi naquele jogo contra o Atlético-MG que o Flamengo estreou o famoso “Tema da Vitória”, canto que embalou o time nas últimas rodadas do campeonato. Hoje, a torcida estreará uma nova música para o atacante Vandinho. Será que o atacante vai comandar o time nessa reta final de campeonato. Acho difícil, mas sei lá...

Edit - 21:27 - Talvez Lewis Hamilton tente seguir o Flamengo e dê vexame no Japão, hehehe

Edit 2 - 16:00 - É, Hamilton realmente foi solidário ao Flamengo...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

As escolhas de Dunga

O técnico Dunga já parece ter escalado a Seleção para o jogo fora de casa contra a Venezuela, que será disputado no próximo domingo. A equipe titular usada nos coletivos de ontem e de hoje foi a seguinte: Júlio César, Maicon, Lúcio, Juan e Kléber; Gilberto Silva, Josué, Elano e Kaká; Robinho e Adriano.

Surpreendeu a muitos a entrada de Elano no time principal, já que o esperado era a volta de Anderson, machucado e cortado dos dois últimos jogos das Eliminatórias. Embora ache que o ex-Grêmio tenha mais futebol para ser titular da equipe, não creio que seja um erro colocar Elano na equipe: ele vem tendo boas atuações na Europa a um bom tempo e merece essa vaga na equipe.

Porém, ainda não é possível engolir Gilberto Silva e Josué juntos na equipe titular. Há tempos os dois não fazem grandes atuações na Seleção e são sempre alvos de críticas, algo que Dunga nunca aceita. Lucas e Hernanes mereciam uma chance nessa equipe; ambos possuem um bom poder marcação e podem dar mais qualidade na saída de bola. Uma pena que ambos fizeram campanhas irregulares nas Olimpíadas e não encheram os olhos do treinador...

Mas o que é inaceitável é ver Kléber, que ainda não conseguiu emplacar uma série de boas atuações este ano (e ele mesmo admite isso), preenchendo a lateral-esquerda da equipe, enquanto Juan, o melhor da posição no Campeonato Brasileiro deste ano, é o seu reserva. Afinal, o que o jogador do Flamengo ainda precisa fazer para barrar o jogador do Santos? Nem mesmo o seu ainda fraco poder de marcação o torna inferior à Kléber no momento, já que está numa excelente fase e vem sendo uma grande arma ofensiva do rubro-negro carioca, chegando até a marcar gols. Na verdade, o lateral do Santos nem deveria ser convocado: Marcelo, ex-Fluminense e atual Real Madrid, deveria receber uma chance na equipe principal devido às suas atuações na seleção olímpica, quando foi o destaque da equipe.

Quanto às outras escolhas, são totalmente aceitáveis, até mesmo Adriano, que não havia sido convocado para os jogos contra Chile e Bolívia. Mas se ele é o substituto de Luis Fabiano, cortado por estar machucado, porque não foi convocado antes, quando Dunga preferiu chamar Jô e Pato (boas escolhas, por sinal), e sim somente após o corte do atacante do Sevilla?

Vá entender o que se passa na cabeça do técnico...

Foto: www.cbf.com.br

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Esse não aprende...

Em julho, Renato Gaúcho foi alvo de todos os tipos de piadas logo após a perda do título da Libertadores para a LDU em pleno Maracanã. Na época, clássicas frases como “O Fluminense irá brincar no Brasileirão” e “Flu vai sair do Maracanã campeão” foram exaustivamente repetidas; era quase consenso geral que as precipitadas declarações do agora técnico do Vasco serviram mais para motivar o adversário, assim como para servir de pretexto para futuras brincadeiras. Agora, outra personalidade famosa no Rio de Janeiro corre o risco de ser alvo de muita gozação no final do ano.

O presidente do Flamengo Márcio Braga, em mais uma de suas declarações infelizes, disse ontem o seguinte: “Já estamos nos organizando para a grande festa do hexacampeonato. O time está preparado, fez uma belíssima apresentação contra o Náutico. Estamos muito entusiasmados e eu tenho muita confiança na nossa equipe.”

A “personalidade” obviamente não está errada em confiar no seu time, mas sim em soltar uma declaração no momento desses. Frases deste tipo só servem para desestabilizar o ambiente do clube e motivar os adversários, tanto os concorrentes diretos quanto os times em pior condição no campeonato mas que ainda podem complicar a vida do rubro-negro carioca. E olha que o time carioca ainda não é o líder do campeonato: ainda está a 4 pontos de Palmeiras e Grêmio. E não vem sendo essa maravilha toda jogando no Maracanã esse ano, lugar em que o time aposta suas fichas para conquistar o campeonato: já perdeu para São Paulo, Cruzeiro e Vitória nesse Brasileirão. Menos, Márcio, menos...

Essas “provocações” não são de hoje. Em 2005, ele soltou a seguinte pérola: “Quem é Tevez?”. Foi rapidamente respondido com 2 gols do argentino em cima do Fla, que ajudou o Corinthians a vencer o jogo por 3 a 1 no Rio de Janeiro. No ano passado, o mesmo perguntou ironicamente quem era Jorge Henrique, ainda desconhecido no Rio. Foi rapidamente respondido com um gol do atacante, que briga com Alan Kardec, Obina e Ciel pelo título de não-artilheiro do estado.

Renato Gaúcho errou, mas ainda tem tempo para aprender, e parece disposto a tal coisa. Mas Márcio Braga já passou dessa fase: vai continuar falando besteira por muito tempo. Segura essa bomba, Caio Jr...

Foto: www.daylife.com

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Disputas acirradas

A 28º rodada do Campeonato Brasileiro foi de suma importância para os cinco primeiros colocados na tabela. Palmeiras, Grêmio, Cruzeiro, Flamengo e São Paulo não deram sopa ao azar e venceram seus jogos, mantendo-se na briga pelo título e não alterando suas posições na classificação geral.

Porém, nenhum desses clubes tiveram moleza. Os líderes Palmeiras e Grêmio tiveram que buscar a virada em partidas jogadas em casa. O time paulista derrotou o Atlético-MG por 3 a 1, enquanto o time gaúcho venceu o Botafogo por 2 a 1. O Cruzeiro conquistou uma suada vitória em cima do Sport por 1 a 0 jogando no Mineirão. Já São Paulo e Flamengo conseguiram importantes vitórias fora de casa: enquanto o tricolor paulista venceu o Ipatinga por 3 a 1, o rubro-negro carioca derrotou o Náutico por 2 a 0 num jogo em que poderia sair com apenas um ponto, já que o time de Roberto Fernandes foi incompetente nas finalizações durante todo o segundo tempo.

Cabe aqui um elogio à comissão técnica do Flamengo, que foi inteligente e escondeu os resultados dos confrontos de seus principais adversários. Dos times que estavam nas cinco primeiras posições, o clube carioca foi o último a entrar em campo, quando todos os seus concorrentes diretos já comemoravam suas respectivas vitórias. Ao não deixar os jogadores saberem os resultados finais dessas partidas, livrou-os de entrarem em campo com uma pressão ainda maior de ganhar o jogo, o que poderia prejudicar a performance do time em campo.

“A chama do Botafogo vai se apagar junto com a chama das Olimpíadas”. Era essa a frase dita aqui no bairro em que moro cada vez que um botafoguense, no mês de agosto, gabava-se do crescimento do time no Brasileirão. Provocações à parte, foi exatamente isso que aconteceu. Após a cerimônia de encerramento do maior evento esportivo do mundo, o Botafogo só venceu uma partida das sete que disputou no Campeonato Brasileiro, assim como só conquistou seis dos vinte e um pontos disputados. No último sábado, nova derrota, dessa vez para o Grêmio por 2 a 1. O Botafogo vai despencando na tabela e, além de ter perdido certo contato com os líderes, ainda foi ultrapassado por Coritiba, Vitória e Goiás, caindo para a 9º posição; foi o time mais prejudicado nessa rodada. Com esses pífio desempenho nas últimas rodadas, o alvinegro carioca corre o risco de ficar fadado a disputar apenas uma vaga no G-4.

Se os cinco primeiros colocados na rodada anterior venceram e mantiveram suas posições, os cinco últimos colocados (Atlético-PR, Portuguesa, Ipatinga, Vasco e Fluminense) não deixaram por menos: com exceção do Fluminense, que empatou em casa para o Goiás por 1 a 1 com um jogador a mais e dois gols incrivelmente perdidos por Ciel, todos perderam e permaneceram nas mesmas posições. Na verdade, o Vasco trocou de posição com o tricolor carioca e agora é o lanterna da competição, mas, convenhamos, isso não muda muita coisa. Os cinco clubes, junto com Náutico e Figueirense, deverão brigar pelas 4 vagas para a Série B. E se o Rio de Janeiro não tem nenhum clube carioca na Segundona, corre o risco de ter três ano que vem: os times de Renato Gaúcho e de René Simões são grandes candidatos ao rebaixamento e o Duque de Caxias, time em que o lendário Viola jogou no primeiro semestre, briga na Série C por uma das quatro vagas na Série B. Será que ano que vem teremos Vasco x Duque de Caxias no Marrentão, estádio com nome dedicado à Romário?

Isso não é para rir, e sim para chorar...

Fotos: esporte.ig.com.br/ globoesporte.globo.com

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Assim fica difícil

Não teve jeito. Depois de um início até animador, quando chegou a tirar o Fluminense da zona de rebaixamento, Cuca colecionou uma série de resultados negativos no comando do tricolor carioca e foi demitido do clube.

Eu era um daqueles que achava que o Fluminense se recuperaria rapidamente do baque da perda do título da Libertadores. Havia um técnico abatido mas competente no comando da equipe, que possuía um bom elenco em mãos; tudo bem, era claro que a equipe perderia peças importantes, mas o clube, com a ajuda de seu patrocinador, prometia contratar reforços de peso. Pois bem, jogadores importantes saíram, a reposição não foi feita (quer dizer, até foi, mas com qualidade inferior) e Renato Gaúcho não conseguiu reerguer o time. Um elenco abatido não conseguiu ser motivado, já que era comandado por um treinador mais abatido ainda; achava que Renato se recuperaria facilmente, como quando perdeu a Copa do Brasil em 2006 pelo Vasco, mas não foi o que aconteceu desta vez.

Quando Cuca foi contratado, eu cheguei a dizer aqui mesmo: “curioso é que o novo técnico do Flu é Cuca, outro conhecido pelo abatimento após as derrotas”. E foi o que aconteceu; principalmente nos últimos dias, era evidente o abatimento do treinador, perfeitamente visível nas suas entrevistas e no seu comportamento: por exemplo, após o jogo contra o Goiás, disse que já havia chegado ao seu limite e não sabia mais o que fazer. Isso para não falar de sua rosto sempre com uma expressão melancólica...

Ainda acho que Cuca é bom treinador, assim como acho que entrou numa fria ao pegar um time que demorou a se reforçar, e quando o fez, não contratou peças de grande qualidade. Mas essa melancolia que cada vez mais o caracteriza já está insuportável; e foi algo que certamente ajudou a piorar sua passagem no Fluminense. Imagine como deveria ficar um jogador abatido desde o dia 2 de julho ao olhar para um treinador que, ao invés de lhe passar confiança e ânimo, era quase o semblante do desespero. Difícil, não?

Não quero dizer que essa imagem que Cuca chega a passar foi o único motivo de seu insucesso nas Laranjeiras, mas acredito que teve uma boa participação. No final, tudo virou uma bola de neve: faltou um elenco melhor, faltou tranqüilidade ao time, faltou apoio da torcida (14 mil pessoas com ingresso a 20/10 reais? Talvez a torcida queira comparecer em maior número no Flu x Brasiliense ano que vem, certo?), e faltou motivação que Cuca deveria passar para os jogadores, coisa que também faltou a Renato Gaúcho no fim de sua passagem no clube. Agora, resta a Cuca descansar durante o resto do ano e fazer uma reciclagem, refletindo sobre tudo o que ocorreu esse ano. E que, pelo amor de Deus, mostre poucas vezes esse semblante quase sempre carregado ano que vem, aonde quer que esteja. Dessa maneira, poucos serão os que o levarão a sério.

Foto: www.lancenet.com.br

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

As "loucuras" de Wenger

No jogo de ontem pela Liga dos Campeões, o Arsenal derrotou impiedosamente o Porto por 4 a 0. Se no começo do jogo o time português mostrou que poderia dificultar a vida dos Gunners, o segundo tempo mostrou que o time de Wenger poderia ter vencido por um placar ainda mais elástico. Van Persie marcou duas vezes, enquanto Adebayor marcou outros dois. Fabregas, como sempre, foi o maestro do time, mostrando que existe um Arsenal com ele e outro sem.

Mas queria falar sobre esses dois últimos jogadores citados. Ambos tiveram a ingrata missão de substituírem ídolos no Arsenal: enquanto Fabregas substituiu Patrick Viera, Adebayor substituiu ninguém menos que Thierry Henry, um dos ícones da história recente do clube.

Realmente, era uma grande responsabilidade, tanto para Wenger quanto para os jovens jogadores. Afinal, um técnico tem de ser muito corajoso para vender um dos meio campistas mais completos do mundo, que marcava e atacava com uma eficiência impressionante, para apostar num jovem talento espanhol, da mesma maneira que é preciso ter peito para vender um jogador considerado um dos melhores atacantes do mundo, com uma frieza enorme para finalizar e uma velocidade absurda, para apostar num jovem atacante que dava a impressão de ser mais um daqueles atacantes “trombadores”.

Palmas para Wenger. Acreditou nos jovens talentos e desenvolveu dois dos jogadores mais importantes da Europa atualmente. Fabregas rapidamente dominou o meio campo do Arsenal. Viera se transferiu para a Juventus na temporada 2005-06 e ainda naquela temporada voltou à casa do Arsenal pelas quartas-de-finais da Liga dos Campeões: além de ver seu time perder, viu o jovem espanhol levar o time londrino à vitória pelo placar de 2 a 0, marcando até o 2º gol. Como já citei, o time já é dependente do espanhol: sem o jovem de 21 anos em campo, perde muito em qualidade e chega a passar por grandes dificuldades na armação de jogadas. No momento, não está num nível inferior ao do francês.

Quanto a Adebayor, ainda há aqueles que não acreditem no seu talento, mas é fato que o togolês cresceu muito desde a saída de Henry. Embora ainda perca algumas chances incríveis de vez em quando, tornou-se muito mais decisivo; e além de ser um perigo nas jogadas aéreas, também dá serve seus companheiros, dando assistências decisivas, como no 1º gol de Van Persie no jogo contra o Porto. Não é um ícone como Henry era, mas é de grande importância para o time, formando uma ótima dupla de ataque com o holandês.

Se Wenger poderia ser considerado um louco em vender Viera e Henry e confiar em Fabregas e Adebayor, hoje poucos pensam em tal coisa. E o técnico até parece ter feito um bom negócio: o meia não chegou a reeditar suas ótimas atuações na Itália, e o atacante não é nem sombra do que foi no Arsenal jogando pelo Barcelona. Enquanto isso, o espanhol já é considerado um dos grandes jogadores da posição, e o togolês quase se transferiu para o Milan, por um preço de aproximadamente 30 milhões de euros. Bem mais do que os 3 milhões gastos pelo Arsenal para tirá-lo do Monaco em 2006.

Foto: www.bbc.co.uk